domingo, 23 de setembro de 2007


ÊTA IPIRÁ PORRETA !.

Dizem que no reino animal é assim: "qualquer ventinho balança o macaco no cipó e ele apanha tanto porque não pensa". Não sei se é desse jeito, mas no reinado da bicharada em Ipirá, a macacada (grupo político) já ganhou o poder municipal por três vezes, sendo duas delas apoiando migrantes da jacusada (outro grupo político).

Atualmente o controle do município é da macacada, mas nos quatro cantos do município a choradeira dos macacos é impressionante e só pode ser por dois motivos: porque não pensam ou porque estão querendo entregar o poder municipal à jacusada.

Saindo do reino animal para o reino coronelístico ipiraense, o chefe da macacada, o médico Antônio Colonnezi , que não é bobo, já declarou nos bastidores, extra-oficialmente, pelo menos é o que comentam as línguas afiadas, que não quer ser mais candidato a prefeito ( se quiser será); quem mais sabe é ele a sangria interminável que sofre um patrimônio particular ou público ao receber uma "facada" do eleitorado esperto. Caso seja uma declaração verdadeira, a sua conseqüência imediata é que ele passa a ser o maior e mais forte apoiador e ponto de sustentação de outras candidaturas que saiam da macacada, dos migrantes ou até da esquerda. Não sei suas pretensões, nem dos seus limites.

Vamos à primeira suposição. Seu apoio a um candidato saído do seio da macacada para ser um candidato forte e com grandes possibilidades de vitória, tem que ter também, além do seu apoio, o aval do outro Dr. Antônio, o Diomário, porque o deslocamento e o retorno do prefeito às hostes da jacusada representa a derrota do grupo. Quem duvidar do estrago que o prefeito Diomário fará se deixar a macacada pensa pouco. Essa unidade é fundamental para a garantia do sucesso dos macacos.

A segunda suposição. Apoiando o candidato que saia do campo dos migrantes, naturalmente que o nome que tem mais potencial é o do prefeito Antônio Diomário de Sá , mas que, neste preciso momento, sofre um desgaste fantástico junto aos seus eleitores do grupo macaco, que querem fritá-lo de qualquer jeito, é um negócio de louco. Só se vê macaco alfinetando o prefeito, que se não tiver o corpo fechado vai virar boneco de vodu de tanta espetada. Se arrependimento matasse em toda encruzilhada ia ter um defunto macaco. Como macaco pensa pouco, a debandada parece que vai ser determinante para a derrota da reeleição do prefeito.

A terceira suposição. Apoiando um candidato de esquerda ! Aqui começa os partidos ( PT – PCdoB), os problemas, as contradições e um esclarecimento: ninguém é dono da esquerda, por melhor articulador ou manipulador que seja. E aqui, também, começa o debate. Uma coisa é certa: a base da macacada nunca foi carlista por vontade própria e chegou a proporcionar a maior vaia que ACM recebeu em Ipirá e foi cara a cara, mas também, outra coisa é verdadeira, a cúpula da macacada sempre foi carlista, mesmo desprestigiada, massacrada, humilhada e esporroteada, nem mesmo assim, deixou de ser carlista. Hoje é muito fácil deixar o carlismo, desde quando o poder estadual é outro e "Toninho Malvadeza" não se encontra mais aqui e está em qualquer alto promontório praticando das suas e tirando o sossego lá de cima ou lá de baixo, pelo menos ficamos livres dele cá em baixo e é um despropósito colocá-lo como argumento justificativo para a formação de compromissos, o que pode conduzir-nos a muito mais equívocos. Além do mais, tem que ficar bem claro que nesta cúpula encontra-se os maiores opositores ao governo Lula aqui em Ipirá.

Tem que se pensar em um monte de coisas, até porque, para quem não tem memória curta, nas últimas eleições municipais em Ipirá, o PT rejeitou a indicação para vice feita pelo PCdoB e, agora, seria muito estranho aceitar na vice o apoiador Dr. Antônio Colonnezi, sem mais nem menos. Com que argumento ? O argumento de estar na cabeça é muito simples, porque existem muitas contradições políticas. Tem que haver um argumento convincente, porque se não for assim, os militantes e eleitores destes dois partidos em Ipirá ficarão na dúvida e pensarão que com seu voto estarão dando um emprego seguro, tranqüilo de quatro anos ou um merecido prêmio ao apoiador, que não vai se preocupar nem precisar trabalhar, porque vice não faz absolutamente nada. O que é que tem que ser feito ? Ocupar os cargos já foi feito. E agora, fazer o quê ? isso talvez seja o ponto primordial e mais importante até do que colocar todo mundo no mesmo bocapio. É sempre bom sonhar, agora quando o sonho é atravessado vira pesadelo.

Enquanto isso acontece, retorno ao reino animal, precisamente ao ninho da jacusada, onde entrava Abelha e deu de cara com uma figura estranha, ele olhou atravessado e espantado, ao virar o rosto viu o grande chefe da jacusada dando uma risadinha disfarçada, foi logo indagando-lhe:
- É mesmo o que eu tô vendo ? esse aí é o Tatuzão que está saindo daqui ?
- É ele mesmo. Os amigos estão voltando para nossa casa – respondeu o grande chefe.
- O senhor chama isso aí de amigo ! isso aí é uma traíra traidora, seu amigo sou eu, que fiquei com o senhor mesmo com o senhor perdendo a eleição.
- Sim, sim, mas não deixa de ser nosso amigo, você sabe... – respondeu o grande chefe.

A jacusada está igual a cobra no bote, só na espera. A jacusada, liderada pelo médico Delorme Martins foi um grupo político cevado no carlismo e hoje depende exclusivamente do retorno dos antigos amigos, os traíras, caso contrário, já entra em campo perdido. Ou não é assim ? Não conta com o apoio do governo estadual, nem federal. Se o projeto do DEMo com Paulo Souto fracassar na Bahia, o que não está difícil, aí adeus Corina, a jacusada vai entra em órbita e girar na política do desespero, e eu vou ficando por aqui, porque em terra de bicho o progresso chega de jegue e ainda querem colocar todo mundo no mesmo balaio de gato.

domingo, 9 de setembro de 2007


FALTOU A FOTO DA VERGONHA DE IPIRÁ.

A CRÔNICA.
Quem chegar ao Banco do Brasil, agência Ipirá, para enfrentar aquela terrível fila do caixa, terá a oportunidade de observar uma Mostra de Fotos direcionada ao público. Depois de uma hora na fila, olhando aquelas fotos, observei que um senhor, que estava ao meu lado, começou a contorcer-se e a ficar verde. Segurei-o pelo braço, ao tempo que lhe indagava:
- O senhor está bem ?
- Tô sentindo um embrulhamento na boca do estômago, só pode ser as oitenta arrobas dessa carne aí, que eu comi – respondeu o senhor.
Fiquei assombrado diante daquela situação e perguntei-lhe em cima da bucha, para não perder tempo:
- Como ? o senhor comeu oitenta arrobas desta carne ? aqui em Ipirá até hoje, só teve Zé Bigorna que comeu dois quilos de carne de uma só sentada e o senhor tá dizendo que comeu oitenta arrobas. Como assim ?.
- Não foi de uma sentada não. Foi de bife em bife, de lombo em lombo, e isso foi desde criancinha – explicou o senhor.
Eu estava perplexo e comecei a fazer minhas deduções: "não é que essa minha barriga grande, que eu pensava que era barriga-d’água, só pode ser resultado dessa carne aí, afinal de contas, eu já comi mais de noventa arrobas desse treco". Estava nessa meditação profunda, quando um sujeito magro que estava ao meu lado deu uma tremedeira, que parecia que o bicho estava custipiado, pequei-o pelo braço e já fui perguntando:
- Foi essa carne ?
- Não. Eu não como carne, sou vegetariano.
Pensei rápido e disse: - Então deve ser aquelas verduras e legumes ensopados de agrotóxicos que são vendidos no Centro de Abastecimento.
Neste instante, aproximou-se um rapaz que estava branco feito folha de papel e ao vê-lo, questionei-lhe:
- Você está branco assim é por causa desta carne ?
- Não. Eu não toco em carne, só tomo vitamina de banana pela manhã, no almoço e na janta – disse o branquelo.
Não disse mais nada, mas pensei no pior: "leite saído do peito da vaca com banana no carbureto vendida na feira de Ipirá, depois da branquidão vem a ferrugem". Nesse momento, veio um sujeito alto, com pinta de magarefe, saído de não sei onde, e falou:
- Morreu mais gente de vaca-louca na Inglaterra do que aqui.
- Quantos morreram lá na Inglaterra ? – perguntei-lhe.
- Não sei – respondeu e perguntou-me – e aqui, quantos tiveram óbitos ?
- Não sei, mas sei que sem dados corretos não esquento mais a panela – respondi.
Saímos os cinco da agência do banco, um amparado no outro e todos com um destino duvidoso.
Deixando de lado a brincadeira literária, afirmo que o assunto é seríssimo, porque tem que haver ótima qualidade nos gêneros alimentícios consumidos pela população. Ninguém duvida disso e toda população é favorável a que isso aconteça.

A VIDA.
A exposição de fotos na agência de Ipirá, do Banco do Brasil, é sintomática. Demonstra de forma transparente e cabal que Ipirá é um município atrasado; indubitavelmente atrasado; vergonhosamente atrasado; lamentavelmente atrasado. Em pleno século XXI, estamos amargurando as práticas de abate de animais do século XIX, enquanto o desenvolvimento, a modernidade e o progresso estão ali adiante, a 100 km de distância, ali em Feira de Santana, com seus moderníssimos frigoríficos e aparelhadíssimos matadouros de alta tecnologia (se assim não for, que assim se entenda). Que triste sina a de Ipirá. Aqui, do lado de cá, é a falta e a carência; lá, do lado de lá, é o desenvolvimento.

Se estancarmos e circunscrevermos as nossas posições e idéias na observação imediata e intuitiva destas fotos como única e pura verdade, cairemos na fácil constatação e demarcação da autoria do crime: o marchante clandestino.

Será que chegamos ao fim de linha ? será que encerrou a discussão com o argumento irrefutável do estabelecimento do culpado através das fotos, neste preciso momento ? está correto colocarmos nosso foco neste ponto e encerrá-lo neste instante ? pronto, acabou, a solução foi encontrada e está aí, problema resolvido, fim de papo, já fui e que se dane o mundo.

É fácil perceber e visualizar o que acontecerá ao setor trabalhista dos marchantes: ou aceita abater o boi em Feira e o carneiro em Pintadas ou sai do ramo. Não deixa de ser uma solução implacável e rigorosa com esta parcela de prováveis ou supostos culpados. Será que são os únicos e verdadeiros culpados ?

Será que não convém que verifiquemos o que está além das fotos ? e se formos além das fotos, o que veremos ? sem dúvida, ultrapassando os limites das fotos teremos um problema social agudo para um setor trabalhista, que não dispõe de outros recursos para a garantia de sobrevivência e sustento das suas famílias, e neste caso, estarão sendo empurrados para a exclusão social milhares de pessoas, tornando o campo social em Ipirá mais miserável do que é. Isso também é muito preocupante, embora diga-se que o sacrifício de poucos serve para o benefício de muitos.

Está mais do que evidente, que esta situação vai ficando mais complexa. Será que essa situação não atira estilhaços para todas as bandas ? sim, porque ao atingir os marchantes, atinge-se também o município de Ipirá, queiram ou não, e tudo isso vai respingar diretamente sobre o coração de Ipirá, que é a pecuária, o seu principal setor produtivo e daí, canalizado para toda a economia. Desde quando, todas as medidas até agora tomadas foram superficiais, simplesmente não fizeram mais do que "descobrirem os pés para cobrir a cabeça de Ipirá". Está bastante claro e todo mundo entende que Ipirá não pode e não deve ser duramente condenada ao atraso. Ipirá não pode ficar nessa situação de carência e necessidade.

A REALIDADE.
Onde está a pendência ? numa solução que atenda a todas as demandas, tanto a da qualidade, quanto a do abate local.

A foto da vergonha é esta que você vê aqui no blog. Eu não sei o que é, dizem por aqui, que é um matadouro. RAIO X DA OBRA.

LOCALIZAÇÃO: fica na zona oeste, a 4 km de Ipirá, junto à estrada do Feijão. PROJETO: do governo do Estado da Bahia. CUSTO DA OBRA: estimativa (minha) de um milhão e meio de reais. CUSTO DA REFORMA: estimativa (deles) de dois milhões de reais. OBRA CONCLUÍDA: há mais de doze anos. INAUGURAÇÃO: num período de eleição. FUNCIONALIDADE: não tem. Até hoje, nunca foi abatida uma rês aqui. UTILIDADE: é uma obra inútil. CRIME: aí tem prevaricação e má aplicação do dinheiro do povo ( ou não é crime ?). CONCLUSÃO: aí está uma prova incontestável de desperdício do dinheiro público, que escorre para a vala comum do esgoto da ineficiência ou para os bolsos de alguns empreiteiros. Existe uma clara distorção do custo/benefício, e isso é de uma maldade que não tem tamanho, desde quando o governo mendiga ajuda para o FOME ZERO e deixa escorrer rios de dinheiro pelo gargalo da incompetência, ineficiência ou da descaração.
Só tenho a dizer que Ipirá precisa de um matadouro para bovinos e ovinos, caprinos e suínos. Esta é a verdadeira solução, para todas as pendências.