O Independente sagrou-se QUASE campeão por mérito e por apresentar um futebol redondo. Eu prometi à mim mesmo, diante das cobranças de um amigo, que se o Leônico fosse o vencedor eu não relataria nada, mas se o Independente fosse o QUASE campeão eu escreveria algo. FOI. Aqui estou eu! fazendo estas mal traçadas linhas.
Digo, sem pedir segredo, que este campeonato foi sensacional para quem gosta de futebol. Bem organizado; boas equipes; futebol de qualidade e bons espetáculos futebolísticos. É isso que o torcedor quer vê.
Para início de conversa, tenho a dizer que não sou torcedor do Independente; na verdade sou um vira-folha obstinado quando o foco é o futebol local. Escolho e torço sempre para a equipe que apresentar um futebol vistoso e, neste aspecto, meus olhos brilharam com o cadenciamento do futebol apresentado pelo Independente, daí que, neste campeonato, é bom frisar, fui um torcedor encantado desta equipe, não por ter sido QUASE campeã, mas por simpatizar com o toque de bola refinado, preciso e elegante; pela desenvoltura racional e paciente no esquadrinhar do gramado; pela beleza e objetividade no traquejo com a bola, mostrando intimidade e cumplicidade com a mesma, naquele vai-prá-lá e vem-prá-cá até pimba, embaraçar a redonda com as redes e ir construindo o placar com a paciência e a necessidade.
Você pode não acreditar, mas lembro-me muito mais do primeiro campeonato em Ipirá, no campo José Luís dos Santos, do que da partida de ontem (Domingo). Eram quatro equipes participantes: Independente, Elite, Grêmio do Ginásio e Grêmio de Zé Baau. Eu jogava no Grêmio do Ginásio, que ganhou o apelido de Coréia, porque treinava 4 h da madrugada e na primeira partida vencemos o Grêmio de Zé Baau por 2 x 0; perdemos para o Elite por 2 x 0 e contra o Independente, que era o time poderoso, fizemos o jogo esperado e considerado "o das nossas vidas", sendo que a vitória seria a superação e a glória. Entramos em campo com a vontade inflamada e o brio contaminado por um desejo louco de sairmos vencedores a qualquer preço. A correria foi desenfreada. Naquele instante, éramos possuídos por uma força triplicada que saía do fundo da alma ou sei lá de onde.
Durante todo o jogo sofremos uma pressão avassaladora e o sufoco parecia insuportável. A casa não caiu logo, desde o início, devido à sorte ou milagre que acompanhava nosso goleiro; ou melhor, à macumba ou feitiço que nos acompanhava; ou quem sabe, ao corpo fechado de nosso quiper que pegava tudo ou todas as bolas batiam nele, quando não, por várias vezes, com ele já batido, a bola teimava em não entrar, porque um pé atravessava no caminho; porque uma cabeça perdida resolvia interferir; porque a trave saía do lugar ou o travessão baixava; ou até mesmo, um morrinho de terra, uma ajuda sobrenatural, uma mão invisível, uma reza, um vento, um pensamento, outras e mais outras coisas inexplicáveis desviavam a bola e colaboravam a nosso favor.
Como diz o ditado futebolístico "quem não faz toma"; aos 35 minutos do Segundo Tempo, tivemos um penalte a nosso favor. Dimicinho de Liberato tomou distância, correu e bateu, a bola seguiu uma trajetória em direção ao gol, mas de forma ascendente, subiu demais e passou por cima do travessão. Aos 42 minutos do Segundo Tempo, Tonde chutou de fora da área e guardou na gaveta. Independente 1 x 0 deixando para o Grêmio do Ginásio muito chororô e desalento. O Independente ganhou de 1 x 0 para o Elite, gol de Gererê, de falta, e foi o primeiro campeão de Ipirá.
O pior estava por acontecer. O Grêmio do Ginásio foi protagonista do maior vexame ocorrido no campo José Luís dos Santos. Em uma partida amistosa e tomou 11 x 2 do Elite, numa tarde em que Val da Cemol, Ramiro Taco Roxo e Zé Cumbuca fizeram chover na caatinga. Essa marca vergonhosa ficou registrada nos anais e na memória esportiva de Ipirá. Essa lembrança da maior goleada ocorrida nos campos de futebol em Ipirá ficou entalada na minha garganta. Nem o Ruindade Futebol Clube tomou uma cacetada desta. Mas esse campeonato 2008 foi bom até nesse sentido, porque hoje, esta marca foi ultrapassada com a goleada de 11 x 1 sofrida pelo Coringão de Luís Cazumba diante do Vila Nova e, assim sendo, depois de muito tempo, é com muita alegria que o Grêmio do Ginásio (in memórium) entrega a taça do Placar da Vergonha para o Coringão de Luís Cazumba. Diferente do primeiro campeonato, novamente o Independente é QUASE campeão de Ipirá.
Do terrão do primeiro campeonato para o gramado deste último muita coisa mudou. Hoje, uma nova realidade abraça o futebol amador e uma semiprofissionalização entra em campo. Uma nova área de trabalho abre suas portas para aqueles que querem ser atletas de verdade dentro do futebol amador. O tempo do chutador de bola pinguço, biriteiro, brameiro, preguiçoso e irresponsável vai ficando para trás. Estamos entrando na Era do atleta disciplinado, determinado e compromissado que atenda a uma exigência de um estágio semiprofissional na prática futebolística amadora e haverá trabalho na região para aqueles que compreenderem essa nova realidade.
As goleadas sofridas por 11, ou 8 x 0 que Ipirá tomou em Coité tem uma explicação clara: é fruto da improvisação, da falta de planejamento e de organização. A base do Independente é a seleção de Coité, que jogou muita bola e mereceu o QUASE título por mostrar talento, responsabilidade, precisão, tranquilidade, firmeza, calma, perseverança, profissionalismo para lutar e tentar fazer o melhor. É isso o que conta e é isso o que os atletas de Ipirá precisam aprender. É essa a lição e foi isso o que ensinaram os ATLETAS de Coité. Esse campeonato aberto serviu para ensinar muita coisa a Ipirá. Na minha maneira de ver as coisas, acho que com esse campeonato vitorioso, está finalizando a fase das panelinhas, do fazer às pressas e de forma intempestiva, ao tempo que revigora as qualidades técnicas e físicas, além do fazer de forma organizada e levando à sério.
O futebol lida com paixão e emoção, que às vezes extrapolam, aí a pessoa perde o controle e torna-se extemporânea; mas foram pouquíssimos os momentos, neste campeonato, em que a estupidez acasalou-se com a ignorância e proporcionou atos vergonhosos e depreciativos para a razão humana. Gostaria que a politicagem que domina os corações e mentes ipiraenses bebesse um pouco do exemplo e do bom-senso deixado pelo futebol praticado em Ipirá neste campeonato, não deixando que a paixão e a emoção corrompam a razão tão necessária à formação da cidadania e da reserva moral imprescindível a qualquer agrupamento humano. As goleadas ou ser o segundo ou terceiro lugar, fazem parte do futebol, o importante, assim como na política, é que se trave o bom combate.
PROMETIDO E CUMPRIDO. O único acréscimo foi o QUASE.
Digo, sem pedir segredo, que este campeonato foi sensacional para quem gosta de futebol. Bem organizado; boas equipes; futebol de qualidade e bons espetáculos futebolísticos. É isso que o torcedor quer vê.
Para início de conversa, tenho a dizer que não sou torcedor do Independente; na verdade sou um vira-folha obstinado quando o foco é o futebol local. Escolho e torço sempre para a equipe que apresentar um futebol vistoso e, neste aspecto, meus olhos brilharam com o cadenciamento do futebol apresentado pelo Independente, daí que, neste campeonato, é bom frisar, fui um torcedor encantado desta equipe, não por ter sido QUASE campeã, mas por simpatizar com o toque de bola refinado, preciso e elegante; pela desenvoltura racional e paciente no esquadrinhar do gramado; pela beleza e objetividade no traquejo com a bola, mostrando intimidade e cumplicidade com a mesma, naquele vai-prá-lá e vem-prá-cá até pimba, embaraçar a redonda com as redes e ir construindo o placar com a paciência e a necessidade.
Você pode não acreditar, mas lembro-me muito mais do primeiro campeonato em Ipirá, no campo José Luís dos Santos, do que da partida de ontem (Domingo). Eram quatro equipes participantes: Independente, Elite, Grêmio do Ginásio e Grêmio de Zé Baau. Eu jogava no Grêmio do Ginásio, que ganhou o apelido de Coréia, porque treinava 4 h da madrugada e na primeira partida vencemos o Grêmio de Zé Baau por 2 x 0; perdemos para o Elite por 2 x 0 e contra o Independente, que era o time poderoso, fizemos o jogo esperado e considerado "o das nossas vidas", sendo que a vitória seria a superação e a glória. Entramos em campo com a vontade inflamada e o brio contaminado por um desejo louco de sairmos vencedores a qualquer preço. A correria foi desenfreada. Naquele instante, éramos possuídos por uma força triplicada que saía do fundo da alma ou sei lá de onde.
Durante todo o jogo sofremos uma pressão avassaladora e o sufoco parecia insuportável. A casa não caiu logo, desde o início, devido à sorte ou milagre que acompanhava nosso goleiro; ou melhor, à macumba ou feitiço que nos acompanhava; ou quem sabe, ao corpo fechado de nosso quiper que pegava tudo ou todas as bolas batiam nele, quando não, por várias vezes, com ele já batido, a bola teimava em não entrar, porque um pé atravessava no caminho; porque uma cabeça perdida resolvia interferir; porque a trave saía do lugar ou o travessão baixava; ou até mesmo, um morrinho de terra, uma ajuda sobrenatural, uma mão invisível, uma reza, um vento, um pensamento, outras e mais outras coisas inexplicáveis desviavam a bola e colaboravam a nosso favor.
Como diz o ditado futebolístico "quem não faz toma"; aos 35 minutos do Segundo Tempo, tivemos um penalte a nosso favor. Dimicinho de Liberato tomou distância, correu e bateu, a bola seguiu uma trajetória em direção ao gol, mas de forma ascendente, subiu demais e passou por cima do travessão. Aos 42 minutos do Segundo Tempo, Tonde chutou de fora da área e guardou na gaveta. Independente 1 x 0 deixando para o Grêmio do Ginásio muito chororô e desalento. O Independente ganhou de 1 x 0 para o Elite, gol de Gererê, de falta, e foi o primeiro campeão de Ipirá.
O pior estava por acontecer. O Grêmio do Ginásio foi protagonista do maior vexame ocorrido no campo José Luís dos Santos. Em uma partida amistosa e tomou 11 x 2 do Elite, numa tarde em que Val da Cemol, Ramiro Taco Roxo e Zé Cumbuca fizeram chover na caatinga. Essa marca vergonhosa ficou registrada nos anais e na memória esportiva de Ipirá. Essa lembrança da maior goleada ocorrida nos campos de futebol em Ipirá ficou entalada na minha garganta. Nem o Ruindade Futebol Clube tomou uma cacetada desta. Mas esse campeonato 2008 foi bom até nesse sentido, porque hoje, esta marca foi ultrapassada com a goleada de 11 x 1 sofrida pelo Coringão de Luís Cazumba diante do Vila Nova e, assim sendo, depois de muito tempo, é com muita alegria que o Grêmio do Ginásio (in memórium) entrega a taça do Placar da Vergonha para o Coringão de Luís Cazumba. Diferente do primeiro campeonato, novamente o Independente é QUASE campeão de Ipirá.
Do terrão do primeiro campeonato para o gramado deste último muita coisa mudou. Hoje, uma nova realidade abraça o futebol amador e uma semiprofissionalização entra em campo. Uma nova área de trabalho abre suas portas para aqueles que querem ser atletas de verdade dentro do futebol amador. O tempo do chutador de bola pinguço, biriteiro, brameiro, preguiçoso e irresponsável vai ficando para trás. Estamos entrando na Era do atleta disciplinado, determinado e compromissado que atenda a uma exigência de um estágio semiprofissional na prática futebolística amadora e haverá trabalho na região para aqueles que compreenderem essa nova realidade.
As goleadas sofridas por 11, ou 8 x 0 que Ipirá tomou em Coité tem uma explicação clara: é fruto da improvisação, da falta de planejamento e de organização. A base do Independente é a seleção de Coité, que jogou muita bola e mereceu o QUASE título por mostrar talento, responsabilidade, precisão, tranquilidade, firmeza, calma, perseverança, profissionalismo para lutar e tentar fazer o melhor. É isso o que conta e é isso o que os atletas de Ipirá precisam aprender. É essa a lição e foi isso o que ensinaram os ATLETAS de Coité. Esse campeonato aberto serviu para ensinar muita coisa a Ipirá. Na minha maneira de ver as coisas, acho que com esse campeonato vitorioso, está finalizando a fase das panelinhas, do fazer às pressas e de forma intempestiva, ao tempo que revigora as qualidades técnicas e físicas, além do fazer de forma organizada e levando à sério.
O futebol lida com paixão e emoção, que às vezes extrapolam, aí a pessoa perde o controle e torna-se extemporânea; mas foram pouquíssimos os momentos, neste campeonato, em que a estupidez acasalou-se com a ignorância e proporcionou atos vergonhosos e depreciativos para a razão humana. Gostaria que a politicagem que domina os corações e mentes ipiraenses bebesse um pouco do exemplo e do bom-senso deixado pelo futebol praticado em Ipirá neste campeonato, não deixando que a paixão e a emoção corrompam a razão tão necessária à formação da cidadania e da reserva moral imprescindível a qualquer agrupamento humano. As goleadas ou ser o segundo ou terceiro lugar, fazem parte do futebol, o importante, assim como na política, é que se trave o bom combate.
PROMETIDO E CUMPRIDO. O único acréscimo foi o QUASE.