segunda-feira, 31 de maio de 2021

É DE ROSCA. (64)

Estilo: ficção

Modelo: mexicano

Natureza: novelinha

Fase: Querendo imitar Malhação, que não acaba nunca, sempre criando uma fase nova, agora é a fase do artista prefeito Dydudy.

Capítulo 64 (mês de setembro 2019)(atraso de quase  dois anos) (um por mês)

 

Reunião secreta de aniversário na prefeitura.

O Mestre do Cerimonial pergunta:

- Prefeito Dydudy! A vice-prefeita Dynyna está aqui, deixa ela entrar?

 

- Não! Ela aqui, não chupa nem um pirulito – respondeu o prefeito Dydudy.

 

Nova pergunta do Mestre do Cerimonial:

- Prefeito Dydudy! Se aparecer por aqui três ex-prefeitos, melhor dizendo, o Dió, o Jura e o Toninho, é prá deixá eles entrarem?

 

- Não, de jeito nenhum! Na administração deles eu não chupei um picolé, agora é minha vez de administrar e eles não vão pegar nem um palito de picolé.

 

- Prefeito Dydudy! Tem uns menudos aqui na porta, o que é que eu faço com eles? – indagou o Mestre.

 

- Você ainda mim pergunta? Não deixe nenhum deles do lado de fora! Vou lhe dizer logo e que fique bem claro, os menudos têm passe-livre; tem os meus quatro convidados especiais; tem uma pessoa que vem mim dá os parabéns, é o ex-prefeito Marcelão, esse você deixa entrar pela porta secreta para que ninguém de fora o veja.

 

Foi chegando e entrando: o Matadouro de Ipirá, o Centro de Abastecimento, o Mercado de Arte, a Casa do Estudante (a casa, nenhum estudante) e o ex-prefeito Marcelão, que foi parabenizando o aniversariante:

 

- Meus parabéns prá V. Exa, prefeito Dydudy! Que sua ótima administração continue desse jeito até o final é o que eu mais te desejo. O meu grande líder, Luiz do Demo, já falou que o nosso grupo tem que continuar unido para a gente salvar Ipirá desse fracasso em que se encontra. É uma opinião dele. Eu quero falar com V. Exa., é que a rádio da jacuzada não vai mais falar mal de sua administração. Desde já, eu saliento que minhas contas vão chegar para a aprovação da Câmara de Vereadores e eu espero que a macacada não fique inventando e criando problema. Posso ficar tranquilex?

 

- Sim, sim, é nóis na parada! Fique na sua, que tudo será nos conformes do sistema jacu e macaco. Temos é que comemorar esse grande momento da administração que só faz levar o nosso município para o desenvolvimento. Vamos comemorar; um cafezinho para os presentes!

 

- Lá ele, é quem toma esse cafezinho! – Disse o Mercado de Arte.

 

- O que é isso, seu Mercado de Arte! Não é um cafezinho puro, é um cafezinho com leite – disse o prefeito Dydudy.

 

- Vixe, Nossa Senhora do Monte Belo, não basta o café, ainda quer empurrar o leite! Assim não tem quem agüente – falou o Centro de Abastecimento.

 

- Não seja ingrato, seu Centro de Abastecimento! Para reforçar esse café com leite tem um cuscuz feito na hora – complementou o prefeito Dydudy.

 

- Êta, miserê do cão! Cuscuz na administração dos macacos é barril dos grandes! Quem não se lembra? Parece que enterraram um jegue nessa terra, pois não tem prefeito que conserte essa geringonça – afirmou a Casa dos Estudantes.

 

- O que é isso, sua Casa dos Estudantes! Eu não resolvi o problema de vocês ainda, porque todo o dinheiro que entra aqui é para eu pagar os débitos do ex-prefeito Marcelão – explicou o prefeito Dydudy.

 

- Oxente, prefeito Dydudy! A sua vitrola só toca esse disco? Na minha contagem, em cinco meses, já chegou cinqüenta milhões na prefeitura e até agora nóis quatro aqui, convidados especiais, não viu a cor de um centavo. Assim não dá, não é prefeito Dydudy! No nosso não entra nada? – pergunta indignado o Matadouro de Ipirá.

 

- Eu vou falar na televisão: o Matadouro de Ipirá vai matar boi; o Centro de Abastecimento vai ser o maior do Nordeste; o Mercado de Arte vai virar empresa e a Casa dos Estudantes vai ser reformada com um dinheiro que eu estou esperando de uma emenda do meu grande amigo e irmão senador Otttoo – discursou o prefeito Dydudy, que foi entusiasticamente aplaudido pelos presentes.   

 

- Suspense: e agora? Será que esse matadouro vai funcionar?

 

Fazer essa novelinha demorada e enrolada não é fácil. Faltaram 17 capítulos para o prefeito Marcelão e para o prefeito Dydudy já está no terceiro, formando um total de 20 capítulos vencidos e atrasados.

 

O término dessa novelinha acontecerá no dia que acontecer a inauguração desse Matadouro de Ipirá. ‘Inaugurou! Acabou na hora, imediatamente!’ Agora, o artista é o prefeito Dydudy.

 

Observação: essa novelinha é apenas uma brincadeira literária, que envolve o administrador e o matadouro e, sendo assim, qualquer semelhança é mera coincidência. Eles brincam com o povo e o povo brinca com eles.

 

terça-feira, 18 de maio de 2021

A TRANSPARÊNCIA DA PANDEMIA


Na Índia a situação degringolou de vez. Todo dia é dia de recorde. Mais de 360 mil pessoas se infectaram num só dia. Mais de quarenta corpos foram jogados no rio e levados pela correnteza. Corpos com Covid-19. Um estado de calamidade pública. É a mais pura lástima.

 

No entanto, a Índia é o maior produtor de vacinas do mundo, mas não vacinou a sua imensa população. As camadas mais pobres não têm dinheiro para comprar lenha para fazer as fogueiras onde os corpos são incinerados.

 

A sociedade na Índia está sacramentada por ricos e pobres, com castas privilegiadas e uma imensa maioria entregue à própria miséria. Uma pena para um povo tão sagrado como o indiano.

 

Em Ipirá a curva média de mortes teve uma ascensão. O número de infectados está disparado. No momento, a cidade possui 317 casos ativos, 394 suspeitos, 594 monitorados que aguardam o resultado de exames e 1886 casos curados.

O prefeito Dudy esperou cinco meses para tomar alguma iniciativa de combate à Covid-19. Ele tinha conhecimento da pandemia quando assumiu o cargo, mas ficou omisso diante do problema para viver a fantasia do “homem de palavra” que falou que ia cortar o cabelo no povoado do São Roque e foi.

 

A omissão foi de cinco meses. A ação começou essa semana. Jogou o mesmo jogo, pisou na bola e não apresentou nenhuma novidade. Parece um café requentado do ex-prefeito Marcelo Brandão. Bloqueou as entradas da cidade, quando o coronavírus transita tranquilamente aqui dentro.

 

A vacinação em Ipirá vem acontecendo de acordo com o protocolo do Ministério da Saúde. Sem muito embaraço, além do natural.

 

O prefeito Dudy não é um expert/especialista em saúde pública. Não teve a noção de formar um Comitê contra a Covid-19 com todos os médicos que atuam em nossa cidade (independentes de serem jacu ou macaco) e pessoas ligadas à área de saúde para definirem um plano de ação urgente para o município e estabelecerem regras protocolares.

 

Vamos que vamos! O prefeito Dudy não tem se mostrado um “Homem de Palavra.” Não fez a tal “Prestação de Contas” trimestral, ao público, tão prometida na campanha.

 

Não pode trafegar tranquilamente pela transparência, a macacada não permite. Se mostrar ao povo essa “Prestação de Contas” vai ter que mostrar as empresas que ganham a fatia pública e dizer quem são os donos beneficiados: uma dúzia de macacos; aí ...

 

Aí, os mais de dezenove mil votos que o elegeram vão ficar na condição de ‘bobos da corte’ por eleger um prefeito que favorece a um grupinho de macaco, tal qual o ex-prefeito MB beneficiava um grupinho de jacu e sua família. A população deu a resposta eleitoral que ele merecia. Assim caminha o sistema Jacu e macaco.  



 

sábado, 1 de maio de 2021

COM A CARA DO EX-PREFEITO MARCELO BRANDÃO


Você está ligado na situação? A pandemia já provocou mais de quatrocentos mil mortos no Brasil. A forma mais rudimentar de vida espalhou-se por arrabaldes. Da China para Ipirá. Sem pagar passagem, viajou clandestinamente em algum bem nutrido pulmão humano, agasalhado no bem-bom de uma poltrona em um avião supersônico.

 

Chegou e espalhou-se com a mesma rapidez. Não tem um brasileiro que não tenha um parente ou conhecido como vítima de seu ataque. Desmantelou estruturas estabelecidas. Arruinou alguns setores da economia; desarrumou o sistema educacional; desvendou as deficiências do sistema de saúde pública. Mostrou o desgoverno no comando da nação. A tarefa é reconstruir.

 

Falou-se em ‘efeito manada’, subestimou-se a gravidade da doença e negou-se a VACINA SIM como medida eficaz ao problema.

 

Uma CPI da Covid foi instalada no Senado Federal para apurar omissão e descaso diante da pandemia e que provocaram o afogamento do sistema de saúde. Se isso for coisa séria vai virar um vulcão nas instituições políticas e paralisar o país por um bom tempo.

 

O desemprego também amarrou seu jegue em Ipirá, aqui em nosso município tem um número acentuado de trabalhadores que não encontram um dia de trabalho, sobrevivem pelo biscate, quando aparece. É uma situação difícil, num país que mantém um desemprego gigantesco na casa dos quatorze milhões.

 

Outro visitante indesejável que chegou chegando à nossa terra e botando prá lá foi a tal da inflação. Os preços dispararam como nunca desde o Plano Real; na alimentação o preço detonou; o material de construção ganhou altura na hora da compra; o gás de cozinha poderá ser substituído pela lenha em muitos lares; a gasolina virou ouro.

 

A sopa tornou-se intragável: o preço da gasolina está azedo; a pose de porreta do dólar está derramando o caldo; o tal do mercado insuflado até o pescoço, tenta agir como se nada estivesse acontecendo, fecha os olhos para o humano das camadas populares e agracia o bolso das classes dominantes. O Estado é quem procura contornar a situação.

 

Com desemprego na fita e carestia na vida, a panela fica vazia e a famigerada fome bate na porta de milhões e milhões de pessoas, com cara e barriga de gente. Ipirá tem mais de dez mil famílias no Cadastro Único do Programa Bolsa Família. As filas do Auxílio Emergencial são enormes e dobram a esquina. A fome ameaça e atormenta muita gente em Ipirá.

 

A diferença entre um bilionário em dólar e um cidadão que só tem o dia e a noite é tão acentuada, igualmente vergonhosa e indecente que o presidente americano Joe Biden encaminhou uma proposta ao Congresso americano para taxar esta pequena casta milionária como forma de redimir essa grande massa populacional descartável, desprezada e humilhada que vegeta na sociedade deles e enche a dos demais humanos.

 

O prefeito Dudy tem toda essa barricada na sua frente: pandemia, desemprego, inflação, fome. Fazer o que, prefeito?

 

Com a CPI da Covid não podemos esperar muita coisa do governo federal. O governo estadual também tem um caixa liso e muita despesa. Desse mato não sai coelho. Ano que vem será ano eleitoral, dizem que é perdido. O prefeito está atolado nisso até o pescoço.

 

O prefeito Dudy tem muita carne de pescoço atravessada na sua garganta: um racha no grupo da macacada e uma administração amarrada no poste.

 

Não sei se o prefeito Dudy tem sabedoria política suficiente para desatar o nó. O líder Diomário encontra-se afastado por conta da brisa do mar, do saboreio de caranguejo e da deliciosa moqueca de lagosta para não ficar se estressando com coisas de macaco.

 

O líder Antonio Colonnezi vem colocando nas redes sociais a precária condição da saúde pública de Ipirá, que caminha por terreno minado. O prefeito Dudy não dá a menor importância, mostra-se indiferente diante dos comentários do grande líder.

 

O líder Jurandy Oliveira fica só na moita, não diz que está bonito ou feio. Só observa e fica só no bote. A vice-prefeita Nina observa e fica encantada com a posse do vice-governador do Rio de Janeiro Cláudio Castro, que virou governador. Nas viagens do pensamento, todos os sonhos podem ser realizados.

 

O prefeito Dudy embrenhando nas sombras da vaidade de quem chega ao poder, tal qual o ex-prefeito Marcelo Brandão, navega na corda bamba, mais prá lá e bem prá cá, sem conseguir, até o momento, se desligar do fantasma e da fantasia administrativa do ex-prefeito Marcelo Brandão.

 

O Ipirá do prefeito Dudy tem a cara do ex-prefeito Marcelo Brandão, que o diga a ‘casa do fifó’ fincada no jardim da Praça da Bandeira, sem servir para nada.