Uma pessoa fez um comentário que não achei pertinente: “o PT de Ipirá fez ‘sacanagem’ ao tirar os dois vereadores do grupo do deputado Jurandy Oliveira da Câmara de Vereadores, desde quando, são coligados!”
Será que é assim mesmo? Só uma
pergunta: quando o deputado Jurandy Oliveira requisitou todos os ‘cargos de
confiança’ do Ciretran de Ipirá junto ao governador Rui Costa, que prontamente
atendeu, não foi ‘sacanagem’? O pessoal que caiu era da esquerda local. Por
acaso, o deputado não percebeu que eram coligados?
Assim, a roda gira. O PT de Ipirá
entrou com uma ação e quem cassou os diplomas e mandatos dos vereadores foi o
Tribunal Superior Eleitoral TSE. Não tem o que discutir. Houve fraude na cota
de gênero. Se quiserem outra discussão tem que ser sobre a questão da
culpabilidade do fato.
Os dois vereadores (Ernesto e
Rafael) foram eleitos e bem eleitos, através do voto popular e com votações
expressivas. Estavam fazendo um trabalho bem visto pela população; não eram
submissos ao prefeito de plantão e representavam uma renovação na Câmara de
Vereadores. Isto é praticamente inquestionável. Ganharam e não levaram até o
final. Mas, por que perderam os mandatos? Quem foi o grande culpado? Três
hipóteses podem ser verificadas e cabe ao leitor escolher a sua:
Primeira, amadorismo. Total falta
de noção das coisas, fazendo tudo de qualquer jeito, sem nenhum planejamento e
de qualquer forma. Assim sendo, aconteceu um fato imprevisível (zero voto), que
deu no que deu. Seria uma fatalidade, fruto de um amadorismo primário, nada
mais do que isso.
Segunda, esperteza. Quem organizou
a chapa tinha plena consciência da questão da ‘Cota de Gênero’, tanto que
colocou 30% de candidatas femininas, para ter o direito de preencher o restante
da chapa com candidaturas masculinas. Não imaginou que ‘zero voto’ poderia dar
zebra. Ora, ora, se zebra desse! Manda quem tem dinheiro, grupo, voto e poder,
sendo que, neste caso, quem tem o poder é o deputado, que daria a volta por
cima. Pois bem...!
Terceira, o quinta-coluna. Esta é a
mais improvável. O prefeito Dudy, os líderes Antônio e Dió resolveram colocar
uma pessoa de confiança para organizar a chapa de vereadores do grupo da
vice-prefeita. Uma ajuda substancial, naturalmente! Essa pessoa apontada
resolveu agir como quinta-coluna para prejudicar o grupo da vice-prefeita. Como
essa pessoa da confiança de todos poderia prejudicar uma ‘parte do grupo’ (da
vice) que deveria ser prejudicada? Fazendo o que faz um quinta-coluna, minando
por dentro.
Colocando uma candidata (zero voto)
na chapa, levando essa informação para alguém, que divulgaria o ocorrido para
que os interessados entrassem na justiça e o TSE zerasse todos os votos da
chapa. Simplesmente assim: não pode haver candidato-laranja na chapa.
O grupo da macacada mantém esse
ritmo de samba atravessado, que quase ninguém entende muito bem como é essa
coisa: é a derrubada deliberada de um líder; é a queda da prefeita para o vice;
é o escanteio de um candidato forte ao executivo municipal. E nesse samba do
crioulo doido, quem sabe se não estava em gestação um golpe para derrubar o
prefeito atual? Tudo é muito imprevisível. Mas, que o prefeito Dudy ficou
bastante aliviado, lá isso ele ficou!
Fato consumado; com dois vereadores
do PP cassados, o candidato mais votado do PT vai assumir uma das vagas com um
pouco mais de 390 votos. Pela primeira vez, a esquerda de Ipirá terá duas
cadeiras na Câmara de Vereadores de Ipirá. Os números dizem que poderia ter
muito mais. Na última eleição municipal, o PCdoB teve 2.300 votos e o PT 1.900,
que somados são 4.200 votos, o suficiente para dois vereadores.
Pois bem, agora o PT, PCdoB e PV
formam, obrigatoriamente, uma Federação de Partidos, sendo que, esse casamento
só poderá ter divórcio depois de quatro anos. Se esta federação trouxer uma
candidatura como a de Roberval (+ 400 votos) que foi candidato pelo ‘laranjal
de dona Nina’, ficaríamos com a possibilidade de três vereadores e formando uma
chapa completa com o número total de candidatos, respeitando a lei e sem
candidatura-laranja, sem dúvida ficaríamos com a probabilidade de quatro
vereadores.
Para você compreender melhor: se
Roberval estivesse no PT seria o vereador a tomar posse. Para uma candidatura
como a de Roberval ser eleito vereador pelo grupo do jacu ou do macaco seria e
é necessário mais de mil votos e olhe lá! Mas, não trata só de números.
Não é que a jacuzada esteve à pique
de perder todos os seis vereadores eleitos! Escapou por um triz! E dessa vez
foi a macacada que armou o bote, mas por um golpe de sorte, o vereador Suita
descobriu em tempo e evitou o afundamento do Titanic da jacuzada. As duas
lideranças da jacuzada (Luiz Carlos Martins e Marcelo Brandão) não moveram um
palito para evitar o colapso.
Por isso, essas lideranças estão perdendo
credibilidade. Observem que, nestas eleições, cada vereador tem o seu deputado
e o líder Luiz Carlos tem o seu candidato a deputado federal e não tem nenhum
vereador para ajudá-lo. Marcelo Brandão colou no candidato federal do vereador
Suita, assim sendo, não vai poder mostrar se, isoladamente, tem farinha no
saco.
Tem muita coisa por acontecer e
estas Eleições de outubro 2022 deixarão marcas impressionantes: o apelo à
militância salvadora; os números vão falar mal de muita gente; quem está na
fita para ser falado é o candidato Zé Chico, que poderá ser um carro-pipa de
laranjada, misturado com marmelada e adoçado com melaço de cana. Isso tudo, só
se ficar na casa do zero voto (em Ipirá), aí eu vou dizer quem foi o chefe
apoiador.