quarta-feira, 20 de novembro de 2024

EXCELENTÍSSIMO SENHOR LADRÃO

Senhor ladrão.

Escrevo essas mal traçadas linhas para glorificar Vossa Excelência. Não sei quem é o senhor; nem onde é sua casa; nem sua altura; mas sei que o senhor mora na região do Rio do Peixe e exerce uma profissão digna, notória e necessária: ladrão.

 

Nada mais exemplar do que uma profissão tão elevada, relevante e sublime como a que o senhor exerce com tamanha desenvoltura: ladrão.

 

Sua profissão de ladrão é nobre, decente e contagiante, apesar do preconceito que carrega e de ser malvista na sociedade, mesmo assim, é a que mais cresce no país.

 

Para sanar uma injustiça, o INSS deveria pagar a aposentadoria por tempo de serviço para a profissão de ladrão. Uma vez aposentado, ficaria proibido de exercer a profissão, se o fizer será preso. Nada mais justo!

 

Na madrugada do dia 14 de novembro de 2024, na calada da noite, o senhor com sua agudeza de espírito, manha e malícia adentrou no chiqueiro de minha propriedade rural e surrupiou dois carneiros.

 

Não desmereço a sua virtude e grande qualidade para o roubo. Na madrugada, o senhor travestiu-se de sombra da noite e mostrou elevada aptidão para compreender e executar a sua tarefa com afinco e eficiência. Não deixou rastro, nem vestígios. Fez a coisa bem feita e dois carneiros foram afanados.

 

Quando a sombra da noite adentrou no chiqueiro a carneirada assustou-se em grande desespero com aquela figura medonha e diabólica (para os carneiros) querendo cercá-los para pegá-los. No grande furor, os carneiros brocaram a cerca e dois ficaram para trás. A sombra da noite conseguiu segurar e passar a mão em dois carneiros.

 

Resta-me o apelo: senhor ladrão! Pelo amor que o senhor tem por sua mãe ou por algo sagrado para sua pessoa, devolva os dois carneiros e resolva o problema dos carneiros que ficaram, desde quando, estão assustados e estressados, berrando de forma continuada num berro miúdo e triste, pela ausência de seus dois irmãos de raça. É uma pena.

 

Senhor ladrão! Imagino que o senhor não é um qualquer, não é um ladrão borra-botas, pé de chinelo e bangalafumenga que fica por aí roubando arame enferrujado, galinha sem dente e qualquer porcaria. Não. O senhor, ladrão de meus carneiros! Não, o senhor só rouba coisa boa, não fica por aí roubando ovelhas perebentas.

 

Agora, senhor ladrão dos meus carneiros! O senhor é uma pessoa inteligente, que planejou e executou um roubo extraordinário, sem cometer uma só falha, sem deixar uma só pista; assim sendo, eu tenho que considerar o senhor uma pessoa não só inteligente, mas muito inteligente e esperta; mas, se o senhor não usar a sua inteligência e a sua esperteza para o seu bem; o senhor vai viver eternamente na pindaíba, sempre na precisão de roubar meus carneiros, quando, na verdade, o senhor tem inteligência para ser ladrão das ovelhas de Cristo ou um ardil ladrão de banco e viver sossegado como um ‘bon vivant’ rico e próspero, como um bom ladrão e não precisará meter a mão no meu chiqueiro.

 

De certa forma, tenho que ter muita gratidão ao senhor, sr. ladrão! O senhor não rapou meu chiqueiro, só levou dois carneiros. Sou grato, por isso! Pensando bem! O senhor não leve a mal a forma como estou lhe tratando, chamando-o de senhor, com o furto de dois dos meus carneiros e o seu hábito de roubar, o senhor adquiriu um status maior na sua larga caminhada, devido a tal, passarei a tratá-lo como Vossa Excelência Ladrão de meus carneiros.

 

Não custa nada fazer um pedido a V. Exa. ladrão de meus carneiros: por favor, devolva meus dois carneiros? Só quero os dois e nada mais!

 

Não desejo nada de ruim à V. Exa. Que o senhor viva sempre de boa, tranquilo e sossegado. Que V. Exa. prospere na cadeia evolutiva: que saia da condição de rato e atinja uma posição mais graduada na condição humana, como um ladrão com terno, gravata borboleta e quiçá, uma cartola na cabeça, que chegue ao entendimento de que roubar pouco não vale a pena e deixe meu chiqueiro em paz.

 

Gostaria que essa carta chegasse ao seu conhecimento, mas tenho noção de que o que foi roubado não será restituído, mas aproveito a oportunidade para lhe passar as dificuldades do pequeno criador de caprino e ovinos no município de Ipirá: todo ano é ano de seca, isso é uma constante; as chuvas são escassas; a alimentação é precária; o custo de sustentação sobe; o cuidado redobra; as doenças aparecem; na cidade não tem um local decente para a venda dos animais; tem o ataque dos cachorros-vampiros e de sobra ainda tem os ladrões (não estou falando de V. Exa. não, são outros). Tenha piedade e esqueça o meu humilde chiqueiro, quando a coisa ficar boa do lado de cá, eu faço um comunicado à V. Exa. através de nota pública.

 

Sem mais para o momento, obrigado pela atenção e assino: AB
 

sábado, 16 de novembro de 2024

ESTÁ CHEGANDO A HORA


Quem parte leva / saudade de alguém / que fica chorando de dor / por isso, eu quero lembrar /

 

O dia já vem raiando e Dudy tem que ir embora ou bye bye Dudy? Qual é a sua preferência?

 

A gestão do prefeito Dudy está fechando as cortinas, apagando a luz e arrematando o seu trabalho, que durou quatro anos. Não seria mais claro se dissesse: está finalizando; acabou; já foi?

 

Quando sentou na cadeira do prefeito, o gestor Dudy abriu a boca no mundo e lascou o verbo dizendo que: “recebeu uma prefeitura falida, lascada e lisa; que as contas públicas estavam no buraco e zeradas” Quem não se assustou com esse chororô?

 

Com o pires na mão, o prefeito Dudy deu uma bicuda na canela da gestão que o antecedera: “acabei de diminuir 50 mil reais na conta do lixo!” Quem ouvia, poderia pensar: “êta, sujeito arretado! Evitou que esse dinheiro fosse parar em algum bolso do brim de alguém!”

 

Para quem não lembra. Ainda na campanha, antes mesmo de ser o gestor do município, Dudy enchia o peito, soltava a língua e dizia em alto e bom som: “vou prestar contas do dinheiro da prefeitura em praça pública!”

 

Quem ouvia, podia dizer: “êta, sujeito arretado!” A promessa do santo ‘faiou feio’! Em matéria de transparência a nota do prefeito Dudy é baixa. Não colocou uma placa com o valor dos gastos em suas obras com receita própria. Também, pudera! Quais são (mesmo) as obras da gestão Dudy?

 

É verdade! O prefeito Dudy deveria aproveitar o apito final e fazer uma apresentação das obras realizadas no seu governo. Todas as obras. Seria um levantamento de seu governo, com o legado deixado por sua gestão para a população ipiraense.

 

Desde quando ele não fez uma prestação de contas na praça; nada mal, que ele fosse transparente (pelo menos) na apresentação das obras realizadas pelo seu governo, com um balanço das obras indicando as que foram feitas com recursos próprios e com emendas parlamentares federais e investimentos do governo da Bahia. Aí ficaria tudo esclarecido.

 

Em observação própria, considero a aquisição da compra da casa dos estudantes em Salvador como um marco grandioso de sua gestão e uma ponte torta no esgoto como uma obra importante para a comunidade da área, mas demonstrando a precariedade do seu governo.

 

Asfaltamento e calçamento de ruas estão na conta das emendas parlamentares e no investimento do governo estadual. Quais deles estão na conta dos recursos próprios da prefeitura e em que ordem? Em quais houve a contrapartida da prefeitura? Quantas obras foram feitas com dinheiro da prefeitura?

 

As dúvidas são fruto da falta de transparência. Observe a situação: o governo Dudy utiliza a mídia local para fazer e reproduzir matérias do interesse da sua gestão, mas não tem um só contrato, nem licitação, nem recibo, nem nada, que garanta a mínima legalidade. Quem paga é uma empresa privada através de PIX. Vê se pode?

 

O que não pode é o prefeito/2025 Tiago do Vale dizer que recebeu uma prefeitura sem dinheiro, com as contas vazias e sem condições de tocar a administração, desde o primeiro dia da nova gestão. Não pode dizer que o lixo não está em boas mãos e no valor justificado. Isso aí não pode!

domingo, 3 de novembro de 2024

QUEM É O LÍDER DA MACACADA?

Vou fazer uma simples pergunta ao líder da macacada Antônio Colonnezi: o senhor foi convidado para a festa da chácara?

 

Não; não é a festa da vitória do dia da Eleição, não! Nessa aí, eu vi o vídeo do senhor todo serelepe comemorando entusiasticamente a esmagadora vitória como se dono do pedaço fosse. Essa aí foi portas abertas, para qualquer um que fosse. Eu estou perguntando é pela festa da chácara, o senhor foi convidado?

 

A festa do dia da vitória foi manifestação de massa, com animação e entusiasmo nunca visto, coisa passageira; com alegria fugaz e momentânea, coisa passageira; mostrando a desorganização da torcida organizada. Para o senhor entender melhor: o Flamengo é campeão no Maracanã e a torcida local comemora voluptuosamente em Ipirá. Sacou o lance? É um chuvisco que lava a alma, mas não limpa o espírito. Mais ou menos desse jeito.

 

Vou ser sincero com o senhor. A festa da vitória no dia da Eleição cabe qualquer um na avenida, que está escancarada para todos e todas; para bode, gato e cachorro.  Vem gente de todo lado; vem gente de toda parte; a pé e de montaria, trazendo saco com pouca farinha e nenhum pirão para saborear. Um prazer passageiro. Observando o senhor ali, no meio da multidão, com um sorriso largo e uma felicidade delirante, fiquei a imaginar: “não é possível que o senhor não perceba que está enfiado numa arapuca, que sua batata está cozinhando, que seus dias como líder estão contados!?” O senhor foi convidado para a festa da chácara? É essa resposta que importa.

 

Desde quando, é lá que se decide quem tem farinha no saco na futura gestão. É lá que são traçados os mandos e desmandos do poder. É festa seleta, seletiva e selecionada. É a festa da cúpula do poder com presença indispensável dos vinte empresários do poder econômico e do quarteto que dá as cartas no jogo político, naturalmente, com alguns figurantes. Mesa posta, requintes à parte. Não precisam mais de médicos.

 

Eu estou perguntando isso é para o senhor se precaver. Se o senhor não foi convidado, procure um terreiro e faça um serviço para purificar seu caminho. Não tenha receio, no primeiro espojadouro de jegue que o senhor encontrar pela frente, tire a roupa e role seis vezes para trás e para a frente. Não fique de bobeira, enterre sapos vivos no quintal de quem quer furar seus dois ‘zolhos’ e, quem sabe até, torá o senhor no meio, arrancando seus dois braços e seu pescoço.

 

Muito cuidado, homem! Todo cuidado é pouco e abra bem os seus olhos. Se o senhor não foi convidado para a festa da chácara significa que o senhor já foi; que o senhor vai ficar chupando o rabo da cobra para ver se enche a barriga com leite de graveto. Não vai mandar na saúde; não vai empregar ninguém; não vai indicar nenhum secretário; não vai mandar em nada e tem que se contentar com muito pouco. Que líder borocochó é esse? Líder só no nome?

 

Acorda, homem! Se o senhor pensou que médico seria um líder perene e eterno em Ipirá, pensou errado! É claro que não vou citar nomes para ninguém ficar sabendo quem é, mas tem um prefeito eleito, com seu vice e dois ex-prefeitos que querem lascar o senhor, mas é lascar bem lascado.

 

Aqui, prá gente! Sabe por que o senhor virou um líder meia-boca? Porque o senhor não é mais prefeito; não será candidato a mais nada; não tem aproximação com o governador; não é amigo do senador; não controla partido político; não tem vereador; aí já foi!

 

Agora, tem um jeito do senhor dá a volta por cima: aplique o drible de Garrincha no adversário, do jeito que Neco Atrapalhado, ponta direita do time do Andu, aplicava em seus marcadores, ‘ia mas não ia’ ‘vai e não fica’ ‘foi mas não vai’. Do jeito que o senhor fez com a jacuzada. Faça o lançamento de Dudy para deputado estadual em primeira mão, logo, já e retome o protagonismo da liderança para suas mãos. Mostre que o senhor é quem manda e tem a última palavra na macacada: “Dudy você será o meu candidato a deputado estadual” e ele responderá “sim, senhor!”
 

quarta-feira, 23 de outubro de 2024

DEZ A CINCO

A macacada fez dez vereadores e a jacuzada cinco. Afirmar isso de forma perene, definitiva e decisiva como o resultado verdadeiro e válido, ao mesmo tempo, digno de aprovação e de aplauso significa defender a vontade e o desejo do prefeito eleito Thiago do Vale depois do pleito de outubro de 2024.

 

Tudo depende da maré, da ventania e da fase da Lua. Nem tudo é o que se vê, muito menos o que se quer. Olhando pelo avesso do avesso, o jogo é jogado e haverá sempre uma cobra cascavel com o bote armado e em posição de enfiar as garras na jugular do poder, principalmente do lado coligado.

 

Assim é o processo. Cada vereador viveu uma situação específica. Alguns sem apoio do poder e das suas devidas majoritária foram obrigados a fazerem das tripas um verdadeiro coração para atingir um objetivo, mas chegaram e foram eleitos.

 

Exemplificando, para você leitor deste blog, ter uma noção da complexidade que envolve o problema. Vou pegar dois exemplos de cada lado:

 

Pela situação, o vereador Eki, que não teve apoio da cúpula dos macacos, inclusive armaram uma ‘cocó’ para minar e lascar a sua eleição, colocando candidatos de porta travessa com essa finalidade. Agora, depois do vereador eleito, amarram, engaiolam e querem cativar o vereador ao grupo dos dez. É assim? É fácil assim?

 

O vereador Jaildo do Bonfim que tem larga experiência como parlamentar é enquadrado e ferrado como pertencente ao grupo dos dez de forma inquestionável e indiscutível, colocando-o como um cego num tiroteio, num túnel escuro, até mesmo, tirando o brio, o bom senso e a liberdade do vereador. É desse jeito? É assim que o sino toca?

 

Pelo lado da oposição: a vereadora Luma Gusmão, que foi a grande revelação da Legislação que finda ao final de dezembro é colocada no grupo dos cinco de forma taxativa e carimbada, negando-lhe qualquer chance de ser uma vereadora independente, que trave o bom combate em benefício do interesse da população ipiraense e do município de Ipirá.

 

O vereador Laelson Neves, que tem uma noção clara e uma posição firme contra o sistema atrasado do jacu e macaco que tantos malefícios tem provocado a esse município, está sendo amarrado, preso e confinado no grupo dos cinco, liderado por uma jacuzada, que está na UTI, no último sopro de vida, para depois, ser colocada num buraco com sete palmos com muita terra na cara. Será que o vereador tem que pertencer definitivamente a esse grupo dos cinco? Será que o vereador não pode ser livre e independente em benefício de Ipirá?

 

Será que o 10 a 5 é dez a cinco mesmo? Pelo que diz o prefeito eleito Thiago do Vale os vencedores do pleito eleitoral fazem parte do grupo do bem, do amor, do progresso de Ipirá, naturalmente, quem não estiver nessa banda faz parte do grupo do mal, da ave agourenta e contra o progresso. Será que é desse jeito? Ou é desse jeito que começa o discurso do ódio?

 

Uma coisa é certa. O prefeito Dudy faltou com a palavra e não cumpriu com sua maior promessa de campanha: a prestação das contas da prefeitura em praça pública. Falhou e deu chabu. 


O prefeito eleito Thiago do Vale disse que não há necessidade de auditoria na prefeitura, que sua gestão vai ensinar o povo a fiscalizar as contas da prefeitura. Aguardamos, que não embuche como o prefeito Dudy.

quarta-feira, 16 de outubro de 2024

É NÓIS QUI MANDA EM IPIRÁ

Quando você participa de uma marmelada você não sente o gosto, mas quando você prova um pedaço de marmelada, aí você sente o gosto amargo.

 

A primeira e grande desculpa dada pelo líder do grupo jacu foi simplesmente esfarrapada: “gastaram muito dinheiro!”

 

Quem ficar olhando só pelo lado do financeiro vai ficar zarolho. A culpa foi do dinheiro gasto pela macacada. Tudo bem! Vamos considerar o dinheiro gasto como primordial e determinante.

 

Daí, podemos indagar: por que dona Nina não tirou 5 milhões da bolsa de madame? Por que a jacuzada não colocou 5 milhões na mesa para a campanha? Estamos falando de dinheiro para vencer uma campanha.

 

Vou ser mais claro: a candidata Nina esperava que a jacuzada ajudasse a bancar a campanha e a jacuzada esperava que dona Nina trouxesse dinheiro para a campanha. Nem uma coisa nem outra.

 

Financeiramente a campanha da jacuzada ficou chupando dedo e fez uma campanha de freio de mão puxado, amarrada, devagar ou devagarinho. O jacu virou bicho-preguiça. Quem te viu e quem te vê numa lata de marmelada.

 

Se não apareceu esse dinheiro era porque tinha ‘dois lisos’ (candidata e grupo) pela jacuzada querendo ganhar uma prefeitura ou ‘dois lisos de um lado’ participando de uma marmelada. Tudo bem, que não seja isso!

 

Mas, convenhamos que a sentença ‘do dinheiro é tudo e determinante’ seja verdadeira e preponderante, então, nesse caso, diante disso, o grupo da jacuzada pode arrumar as trouxas e ir para a casa do chapéu, porque para papar a prefeitura de Ipirá é preciso muito cabedal, mas não é pouco não!

 

O mandato vindouro controlará mais de 1 bilhão de reais. Meio bilhão de reais será oferecido a um grupinho de menos de vinte empresários. Desse esquema sai brincando 10 milhões de reais para a próxima campanha de prefeito em 2028. Se a narrativa do dinheiro é tudo e define quem toma o poder, será que tem como a jacuzada bater testa em 2028? Tem que jogar muito na loteria.

 

Tudo é decidido pelo dinheiro. Pelo argumento do líder da jacuzada, o seu grupo já jogou a água e a criança fora após o banho. Como juntar tanto dinheiro para enfrentar a macacada? Essa é a grande tarefa do grupo; uma coisa praticamente impossível.

 

A outra vertente significativa é a questão política. Nesse aspecto o líder da jacuzada não entra nem passando cuspe, porque não interessa mostrar que seu grupo jacu entrou em parafuso e não tem saída.

 

Quando o grupo jacu estava de boa (nem era jacu), era no tempo que seguia a linha política progressista botou a maior frente política até então presenciada na política local. ‘Vavá Cabila’ perdeu com mais de quatro mil votos de frente e, quando candidato, pegou um gato morto, botou num buraco e tocou fogo e nem desse jeito virou candidato competitivo.

 

Imagine uma candidata que tomou a maior surra eleitoral já vista em Ipirá, de 10.973 votos numa eleição municipal. Se ela enterrasse um elefante-vivo num buraco e tocasse fogo não conseguiria virar uma candidata de verdade, com poder de competição. O grupo jacu é esse elefante.

 

Se você tem necessidade de um ponto de partida para esse atropelamento, tenha na adesão de Delorme Martins à ditadura militar a sua primeira marcha.

 

Mais adiante, observe bem: em Ipirá, Lula ganhou no primeiro turno na sua primeira eleição em 1988 e perdeu no segundo. Jaques Wagner quando foi governador, ganhou em Ipirá e jacu e macaco estavam no mesmo palanque com Paulo Souto.

 

Contando com o apoio do macaco vieram as vitórias de JW no segundo mandato e nos dois mandatos de Rui Costa. Na última eleição a vitória de Lula em Ipirá ficou na casa de 77,99% (1º. Turno) e 80,32% (2º. Turno).

 

Porrada no lombo da jacuzada foi a vitória de Jerônimo, em Ipirá, com 61,27% (1º. Turno) e 61,84% (2º. Turno) contra 32,86% de Neto (1º. Turno) e 38,16% no (2º. Turno).

 

Observe: ACM Neto teve em Ipirá, 13.423 votos (38,16%) no 2º. Turno, (com 35.174 votos válidos) enquanto a candidata Nina Gomes teve 12.311 votos (34,59%) numa eleição municipal, (com 35.595 votos válidos).

 

Nesse período, de coligação com o governo do Estado, a macacada ganhou 16 anos (contando esse mandato de Thiago) e a jacuzada 4 anos (mandato de MB), de lá prá cá, a jacuzada tomou duas lapadas seguidas no lombo, uma de mais de 6 e outra de quase onze mil votos. Aí é necessário saber quem perdeu com essas derrotas estratosféricas.

 

Primeiro, os candidatos que encabeçaram as derrotas com lavagens monumentais: Marcelo Brandão e dona Nina Gomes, com o famoso slogan “candidatos nunca mais”. O ex-deputado Jurandy Oliveira com sua aposentadoria definitiva. O líder Luiz Carlos Martins que ficou num mato sem cachorro, num grupo cada vez mais esfacelado, deteriorado e sem rumo. Qual é a única esperança a curto prazo? A derrota do governo da Bahia. Caso contrário, terá outra paulada no lombo no próximo pleito municipal.

 

No campo vitorioso: o único nome, em Ipirá, que se estabeleceu em condições favoráveis para uma disputa eleitoral para a Assembléia Legislativa da Bahia é o do atual prefeito Dudy, que poderá abocanhar a votação do prefeito eleito Thiago, 65% dos votos, menos a Federação (PT, PCdoB e PV) que apoiará seus candidatos.

 

O prefeito eleito Thiago do Vale que ficou numa saia justa para atender a tantos interesses no pátio da prefeitura. O líder Antônio Colonnezi, o grande representante da velha política, que espera chupar o tutano sem morder o osso, tendo na sua cola o poderoso chefão Diomário Sá e o vice-prefeito Deteval Brandão de prontidão para mandar o ‘homem de pijama’ procurar o seu lugar na parte traseira do ônibus da vitória.

 

Ainda no campo vitorioso, retornando para casa dos Oliveiras e com muitos motivos para não ficar na casa contrária dos Martins (pelo bem de quem?), aparecerá dona Nina Gomes para dar uma boa notícia e receber uma recompensa: “hoje, eu estou em condições e posso dar uma grande notícia, a jacuzada está lisa, quebrada, lascada e não tem cabedal para bancar uma eleição. Agora é nóis na prefeitura.”
 

terça-feira, 8 de outubro de 2024

OS VEREADORES ELEITOS EM IPIRÁ

Ipirá tem inscritos 48.556 eleitores. Desse total 19,66% não compareceram. Trocando em miúdos: eu e 9.543 não compareceram na boca da urna.

 

Teve mais votos válidos para vereadores do que para prefeito. Para prefeito foram 35.595 e para vereadores 36.995. Por quê?

 

Nenhum vereador alcançou o coeficiente sozinho. Nenhum, mesmo! Então vai por água abaixo essa narrativa utilizada de que “fui eleito com o voto dos amigos, não devo minha eleição a nenhum chefe político”. Ao chefe político está certo, mas dependeu diretamente da totalidade dos votos de seus companheiros de chapa. Minha análise vai demonstrar isso.

 

Na defesa do voto de vereador do eleitor que não sabe votar, nada melhor do que “bote 13 e confirma no primeiro voto; bote 13 no segundo voto e confirma”. Entendeste, cara pálida? Salva o de vereador e perde o de prefeito (não tem prefeito 13). OK? Por que o TSE não divulgou os votos de legenda para vereadores? É uma incógnita! Será que não houve voto de legenda? Foi um dos motivos (entre outros) de ter mais voto de vereador do que de prefeito.

 

O jogo do Bahia x Flamengo teve mais torcedores na Fonte Nova do que votantes em Ipirá. Mais de 41 mil torcedores na FN; só votaram 39.012 eleitores (80,34%) em Ipirá.

 

Nulo para vereador 1.466 votos, mas para prefeito foram 1.129 a mais, num total de 2.595 votos. Brancos para vereadores foram 551 votos, para prefeito foram 822.

 

Você pode pensar que número não tem explicação. Tudo bem! Agora, que existe um número que é fatal, impiedoso e decisivo; lá isso tem! Pegue os votos válidos para vereadores em Ipirá (36.995) e divida por 15 cadeiras na Câmara de Vereadores. Pintou na área o coeficiente eleitoral de 2.466. A chapa que alcançar esse número faz o primeiro vereador.

 

A chapa do Agir teve 1.263 votos e ficou longe do coeficiente; então, jogou os votos fora. Qual foi a estratégia que eles utilizaram? Parece que nem pensaram em estratégia. Com quatro candidatos tiveram 1.024 votos e lançaram nove candidatos com menos de 100 votos. Desse jeito, nem com dez eleições eles vão conseguir eleger um vereador.

 

Vamos ao partido que brocou nas eleições para vereadores em Ipirá. Aqui entrou um jogo de interesse da cúpula da macacada, um jogo de carta marcada da fazer inveja ao jogador Paquetá no jogo da Bet. O esquema estava montado e a bolha foi furada por Roni e Marcelo (com apoio de Deteval). Eki saltou uma cerca de arame farpado, armaram uma arapuca, mas ele conseguiu escapar. Os vereadores Miranda e Weima Fraga nadaram com braçadas próprias; sem ajuda naufragaram. Damaceno foi escolhido como o coelho da maratona eleitoral. Sem o chapão, os três estariam eleitos numa divisão de chapas. O PSD teve 12.658 votos para seis vagas.

 

Quem teve a melhor estratégia para as eleições de vereador em Ipirá foi o partido Avante, que colocou 11 candidaturas com potencial acima de 248 votos e 3 abaixo de 134 votos. Faturou 5.452 votos (segundo mais votado). Fez dois vereadores.

 

A Federação Brasil Esperança (PT, PCdoB, PV) antes do pleito 2024 tinha 3 vereadores, saiu do pleito com 2. Confesso que errei. Calculei que a federação só faria um vereador. O raciocínio é simples:

 

Juntos (PT e PCdoB) sempre fizeram um vereador. Sem o PV de Jaildo, o PT e o PCdoB ficaria com 3.366 (poderia ficar com dois vereadores). Com a participação do PV de Jaildo do Bonfim a federação teve 4.986 votos.

 

Qual era o meu cálculo e onde mora o meu erro: alguns petistas diziam que Jaildo estava desgastado no Bonfim e ficaria com mil votos, sendo que seria ultrapassado por um petista. A ultrapassagem estava proibida e era impossível que isso acontecesse. Eu acreditava nisso.

 

Mas aconteceu que o vereador Jaildo ficou no seu patamar de votação 1.589 votos e seria eleito em qualquer chapa que participasse. O PCdoB caiu de uma votação de 2.300 votos para 1.067 votos. E quem salvou o PV e o PCdoB para que eles elegessem dois vereadores?

 

O PT de Ipirá que não atingiu o coeficiente de 2.466 votos para fazer um vereador, mas subiu sua votação para 2.299 votos (eleição passada 1800 votos) para ajudar a eleger Jaildo do PV com 1.589 e Petson do PCdoB com 594 votos.

 

Mesmo sendo o partido do presidente e do governador o PT de Ipirá não consegue eleger um vereador em Ipirá, mas também, não é o caso e não tem importância, o PT de Ipirá não faz questão de ter vereador, ele faz questão é de possuir secretarias para preparar uma futura vereança. Assim sendo, por que quem botou a cara ao Sol em busca do voto não tem a prioridade na ocupação da secretaria? Nada mais do que uma reflexão.

 

O erro de trajetória da jacuzada na eleição para vereadores foi flagrante, primário e desastroso. Quem foi a cabeça pensante que capitaneou esse desastre? Não saíram com o chapão (MDB – 3.887) + (União – 2.675) + (PDT – 3.808) + Rep. 434) total de 10.804, que elegeria (possivelmente) 6 vereadores.

 

O escorrego foi fatal. A chapa do MDB teve 3.887 votos. Colocaram Divanilson (1.494) Laelson (1.105) e Mundinho (946) com 1 candidato de 150 votos e 9 abaixo de 44 votos. Aí parceiro! Os três teriam que quebrar a boca do balão com uma enxurrada de votos ou sobraria um (Mundinho de NB), que foi o que aconteceu, porque a turma de baixo não conseguiu encher uma capanga de votos. Quem bolou essa chapa fez com que Mundinho de NB perdesse o mandato.

 

A grande decepção das Eleição para vereadores em 2024 no município de Ipirá foi o União Brasil. Conseguiram atingir o coeficiente de 2.466 votos, mas só tiveram 2.675 votos. O pior desempenho dos que atingiram o número mágico. O que foi que aconteceu? Um desastre (só 209 votos a +). Houve uma queda medonha na votação da chapa. Só fez um vereador.

 

André pisou numa casca de banana e sua votação caiu para 1.044 votos. Suíta ficou com 713 votos e votação de Mundinho do SR foi 497 votos, extremamente baixa. Aí fizeram o quê para ajudar os três? Colocaram 1 candidato de 154 votos e 9 candidatos abaixo de 62 votos (ô ajuda da desgraça!). Os três falharam. Resultado a vereança de André se salvou por 209 votos de Suíta, que perdeu a cadeira de vereador.

 

Todos esperavam que a sensação das Eleições para vereadores acontecesse no Bonfim, com o filme de caubói, como diziam os meninos catingueiros no tempo que Ipirá tinha cinema. Quem acompanhou pelo TSE conseguiu vivenciar grandes emoções na disputa entre Raimundo e Luma, que a cúpula da macacada queria ver longe da Câmara de Vereadores. Por quê?

 

A estratégia correta foi a do PDT, que teve 3.808 votos. Luma saiu na frente, Raimundo do Malhador ficou atrás. Na segunda parcial, Luma continuou na frente com Raimundo do M fungando no cangote. Na terceira parcial, Luma avançou e Raimundo do M encostou. Na última parcial, Luma ultrapassou mil votos, Raimundo também. Luma ficou com 1020 votos e Raimundo do M com 1.130, Raimundo estava eleito.

 

A votação de Ernesto de NB falhou (228 votos). Mas a chapa foi bem montada com 4 candidatos acima de 228 votos e 6 candidatos abaixo de 106 votos, com o PDT fazendo 2 vereadores. A vereadora Luma estava reeleita. Se Luma estivesse na federação, a votação da federação seria de 6.006 votos, com três vereadores.

 

Domingo, 7 h da manhã, em Stella, a rua que vai para a praia, estava completamente tomada de santinhos de candidatos no chão. Fiz um cálculo de mais de 30 mil santinhos. Pensei: “isso aqui é voto ou lixo com o dinheiro do Fundo Partidário?” Logo, em seguida, imaginei: “se o jegue 90 estivesse aqui para comer esses 30 mil votos estaria eleito prefeito, melhor do que comer duas panelas de marmelada em Ipirá, que vai dar uma caganeira de 4 anos na população.”
 

sábado, 28 de setembro de 2024

ABRINDO A LATA DE MARMELADA

É a verdade dos fatos.

O prefeito decidiu dá uma prefeitura de presente ao seu genro.

Aí, o ex-deputado resolveu dá a mesma prefeitura de presente para sua esposa.

A oposição para não criar dificuldade e embaraço, resolveu sentar na graxa, deixando de ser oposição.

Entenda ao pé da letra. O grupo da jacuzada, perdido numa encruzilhada, resolveu presentear seu eleitorado com a mesma prefeitura que foi dada pelo ex-deputado e, ao mesmo tempo, ofertada pelo prefeito.

Tá difícil de entender? Calma, respire fundo! A jacuzada deixou de ser jacu e passou a ser macaco 2.

 

E isso tudo virou uma grande marmelada.

 

O povo gostando e adorando esta situação, vai comer marmelada até ‘uma zora’ e vai pagar a conta em suaves prestações durante quatro anos. Assim sendo fica um convite à população:

 

Domingo, no dia das Eleições, às 19 h, venha festejar, participar e comemorar os festejos do maior festival realizado nessa terra: O Festival de Marmelada.

Venha. Entre nessa festa. Não perca, porque outra oportunidade você só terá daqui a quatro anos. Venha, pule, grite, não deixe de sassaricar e não esqueça de comer o seu pedaço de marmelada.


Agora, vamos ao último capítulo das novelinhas. Vamos saber quem ficou de boa e quem se lascou. Aí teremos que abrir a lata de marmelada.

LAÇOS DE FAMÍLIA (último capítulo)

 

Abrindo a lata de marmelada para sabermos quem teve um final feliz, com um bilhão de reais, em quatro anos, para controlar e gerenciar.

 


Quem se lascou nessa novela? O noventa. Aquele jegue carregado de cana, que estava descendo a ladeira da Caboronga. Cana tem NÓ e jegue tem VENTA. Nó + venta. Veja a foto do desgraçado na urna eletrônica.


FAMÍLIA É TUDO (último capítulo)

 

Qual foi a família que ficou de boa depois da marmelada? Ôs, danado de sorte! Observe a alegria! Quem perdeu? Observe bem a foto, aí só tem ganhador.

 

Na ceia de Natal, será o dia da grande comemoração. Como tomar conta de um bilhão de reais em quatro anos? Aqui, você não será convidado, porque você já fez a sua grande festa no dia que comemorou a sua grande vitória no domingo da eleição. Aí é querer demais. É querer além do seu direito e do que te resta neste festival de marmelada.



Olhe o retrato de quem se lascou nessa novela. Comeu um tacho de goiabada achando que era capim e vai ficar com uma caganeira que vai durar quatro anos. Se lascou!



domingo, 22 de setembro de 2024

A SABATINA DO JORGINHO

Ou dá ou vai dar a família Oliveira no couro: dia 6 de outubro. Em Salvador, o governador Jerônimo ‘O Herói do Sertão’, o senador JW e o ministro RC apoiam Geraldinho, que é 15, 'o homem que tem a palavra no fio do bigode': “o que ele fala, ele assume”. É cada uma figura.

 

Em Ipirá! O trio atacante, Jerônimo, Wagner e Rui apoiam o afilhado do outro senador Oto Alencar, que não seja afilhado, mas é o candidato Tiago do Vale, o preferido do senador. Acrescento que, o trio atacante não quer saber da candidatura ligada ao vice-governador Geraldinho, que também é vice, nesse caso vice-prefeita, Nina Gomes. Dizem que anda acompanhada de má companhia, a turma do Bolsonaro.

 

Em Salvador apoiam Geraldo; em Ipirá apoiam o time de Oto e corram imediatamente até Baixa Grande para que o Canário (da terra) não cante dobrado e tire do trono a turma do senador, do governador, do outro senador e do ministro. Tá vendo o tamanho da confusão.

 

Aí a turma do Tiago do Vale demonstrando uma certa impaciência falam e torcem para o governador comparecer à campanha em Ipirá. Tem necessidade? Aqui, o governador vai comer sobremesa de marmelada. Uma lata ou um tacho de marmelada. Tudo ao gosto do visitante. Em Baixa Grande ele tem um rolo de arame farpado para descer pela garganta.

 

Aí fica o candidato Tiago do Vale querendo a presença do governador. Será que é aperto e desespero? Parece que não! Pois Tiago na sabatina, disse que uma pessoa lhe disse: “por que vocês, ali no palanque, estão sempre alegres, se abraçando, dançando; por que essa felicidade toda?”

 

Ele deu lá a resposta dele. Mas vale uma pergunta para a pessoa: “ô pessoa! Vê lá se uma pessoa que vai controlar um bilhão de reais em quatro anos (um mandato), vai lá ter mais aperto na vida; vai lá ficar botando moeda no porquinho para o bicho ficar gordo; vai lá ficar depressivo, vivendo apertado, com o pescoço na forca?” O sujeito vai ficar é sonhando noite e dia, dia e noite. Alegria, alegria; ainda mais, quando o doce que está no prato é uma grande marmelada.

 

A outra candidata a prefeita, também participou da sabatina, muito empolgada, apesar das dificuldades à vista: sem vice ou com uma nova vice; mas mantém o retrato do vice que não é vice no comitê. Êta casamento malamanhado esse da vice com a jacuzada! Coisa sem futuro. Nem papel adesivo para carro tem no comitê. Como é que uma aliança dessa vai dar certo, se nem adesivo pode dá? Aí a candidata disse que no dia 6 da janeiro vai comemorar a vitória. Só se for o triunfo da marmelada! Vamos para a nossa novela.

 

LAÇOS DE FAMÍLIA

 

- Meu tio, deputado Oliveira! Minha tia errou feio na sabatina quando disse que vai comemorar a vitória do bicho de pena no dia 6 de janeiro.

 

- Meu sobrinho, ela não errou nada! Nós vamos comemorar a nossa vitória no dia 6 de janeiro.

 

- Como, meu tio deputado Oliveira? Se a eleição é no dia 6 de outubro, depois das seis horas o povo vai entupir as ruas comemorando, seja lá a vitória do bicho de pena ou do bicho de pelo.

 

- Meu sobrinho! Você não quer compreender as coisas. Em outubro acontecerá a eleição; o povo comemora a derrota, pensa que leva, mas não leva; quem vai leva a melhor é ‘uma banda de nóis’; ‘tá sabendo!’ Dezembro tem a nossa ceia de Natal, ‘só nóis!’ ‘tá sabendo!’ Dia primeiro, vai ter a posse e seis de janeiro a comemoração da nossa vitória; ‘é nóis na fita’; a nossa família vai tomar conta dessa terra por vinte anos. O resto que exploda, que se lasquem o bicho de pena e o bicho de pelo. Quem vai mandar no pedaço é uma única família e essa família é a nossa família Oliveira. O que é que você quer mais?

 

- Já entendi, meu tio deputado! É por isso que titia não bate em mim, só fica dando cotovelada no prefeito atual. Só tem uma coisa, eu não gosto de marmelada.

 

- Não importa, vá se acostumando a comer marmelada, tape o nariz e engula os pedaços, que ela escorrega na garganta.

 

FAMÍLIA É TUDO

 

- Oliveira, o nosso sobrinho tá ficando doido? – indagou sua esposa que é candidata.

 

- O que foi que ele fez dessa vez? – perguntou o deputado Oliveira.

 

- Na sabatina, ele disse que vai ensinar o povo de nossa terra fiscalizar as contas da nossa prefeitura.

 

- O quê? Ele teve a coragem de dizer isso? Como foi isso?

 

- O jornalista perguntou se ele ia fazer uma vistoria na prefeitura; coisa que eu vou fazer. Aí ele disse vistoria não se fazia necessária, que o correto era a fiscalização diária nas contas, que poderiam ser acompanhadas por qualquer pessoa no site da prefeitura, que ele ia ensinar ao povo como fazê-lo.

 

- Como é que um doido desse quer ser prefeito!? Quem já viu uma coisa dessa? Ensinar o povo ver? Botá olhos no povo, para o povo ver que 20 pessoas são os donos da fazenda; que 50 pessoas comem o filé; que 150 pessoas chupam um pedaço de tutano; que umas trezentas lambem o osso e que o rebanho de uma boiada de 48 mil cabeças votantes tá dominada e ferrada. Quem já viu uma coisa dessa? – disse indignado o deputado.

 

- Tem que fazer é como o prefeito dele que disse que ia prestar conta em praça pública, mas não disse que era uma praça pública feita pela sua gestão; na medida em que sua gestão não fez nenhuma praça pública, então ele ficou sem prestar conta. Êta, sujeito esperto do cão! – comentou a esposa dando uma esporada no prefeito que ela ajudou a sentar no trono.
 

sábado, 14 de setembro de 2024

CARRO ATROPELA CAVALO

Dia 7 de setembro, às 16h. A cavalgada invadiu e tomou conta do centro da cidade de Ipirá. Um bom momento para uma enquete. Entrevistar quem? Não quero e não pretendo entrevistar pessoas. Não quero saber quem vai ganhar as eleições municipais de 2024. Tanto faz como fez.

 

Cavalo não fala e não tem placa. Os cavaleiros não trazem santinhos de candidatos grudados na testa. Não tem como a entrevista ir adiante. Por aí não dá para descobrir nada.

 

Tomei a decisão de entrevistar automóveis. Carro tem a língua solta e fala muito. Acompanhei de perto 365 carros e, simplesmente, 300 carros não estão carimbados. O que está acontecendo na politicagem de Ipirá?

 

Por que será que 82% dos carros não estão carimbados, ferrados e rastreados? Evidente que são vários fatores. Certos carros não seguraram o repuxo e soltaram a língua: “não vamos nos sujar com porcarias.” Outros carros afirmaram que: “candidaturas lisas, sem mexer no bolso e na sacola, sem investimentos significativos e de milhões na campanha não merecem espaço VIP para aparecerem”. Parecem respostas conclusivas.

 

Os carros são frios, calculistas e espertos pra caramba; carro não tem paixão nem coração; os carros possuem uma engenharia complexa com uma manufatura avançada, que não comem H e sabem o que querem.

 

Os carros sabem que, no esquema de Ipirá, só 20 carros serão transformados em Rolls-Royce, Lamborghini, Ferrari, Mercedes-Benz, BMW. Por que vão colocar perfurado eleitoral ou adesivo estampado na sua cara?

 

Só vinte carros serão agraciados com contratos acima de um milhão de reais/ano. Só vinte! Só vinte carros estarão dentro do poder e atingirão o símbolo de status e refinamento. Quem sabe disso, não participa de buzinaço para beneficiar os grandes desfrutadores do erário público, que não é o povo.

 

Contratos de cem mil reais até novecentos mil reais/ano não é para todo mundo, suponho que fique em torno de cinquenta carros ou melhor cinquenta empresários de carros. Cinquentinha! Se o seu carro não está nessa ordem, paciência! Será que o seu carro não está no grande engarrafamento, fora da tutela do poder municipal?

 

Contratos que vão de um salário mínimo até noventa mil reais/ano tem um número maior de carros participantes. Cento e cinquenta a duzentos carros. Aqui aumentou a chance do seu carro, caso ele não esteja nesse bloco; aí, paciência! Você não está passando nem perto da cozinha do poder de mando.

 

Chega de estacionar carros na beirada do poder! Observe bem e não seja vacilão. O estacionamento da prefeitura não cabe mais ninguém. A enquete agora é com o dono do carro. Quero saber do proprietário de carro: onde você vai estacionar seu carro?

 

Junto do financeiro e perto do cofre estão vinte carros, transformados na casta do poder de mando. O seu está aí?

 

No gabinete da gestão encontram-se uns cinquenta carros num tipo de paparicagem que deixa bons resultados nos bolsos. Se o seu não está lá em cima; ele está nesse aqui?

 

No pátio da prefeitura de prontidão estão uns duzentos carros que abarrotam todo espaço engarrafando todo o pátio. Ninguém entra nem sai. Tá tudo dominado, comprado, solapado, amarrado, acorrentado. O seu está aqui? Vamos que vamos para a novelinha.

 

LAÇOS DE FAMÍLIA

O sobrinho entrou avexado e foi questionando a tia:

 

- Minha tia! A senhora não vai gastar cascalho na campanha, não?

 

- Meu sobrinho! Mais do que eu já gastei é impossível. Eu estou esperando o ‘bicho de pena’ fazer uma fezinha para dar um empurrão na minha campanha e até agora nada.

 

- Minha tia! Eu não canso de dizer para quem quiser ouvir, que o ‘bicho de pena’ tá numa situação tão difícil que está chupando prego dizendo que é picolé; tá tudo quebrado e dinheiro não nasce em pé de quiabo; a senhora vai ter que debulhar a espiga de milho para o povo comer canjica.

 

O deputado Oliveira acompanhava e ouvia aquele converseiro sem mover os lábios, mas a língua começou a coçar e o deputado teve que dar seu parecer sobre o assunto:

 

- Meu sobrinho, deixe de atrevimento! Você não está vendo que a torneira do ‘bicho de pena’ está fechada, não pinga nada, não tem vazamento e eles estão pensando que minha esposa é besta para gastar o dela para levantar o grupo deles; lá isso ela não é não! Então vai ficar desse jeito: cágado caminha devagar, mas chega na linha de chegada.

 

- Mas tio, eu estou compreendendo tudo isso! Mas, o povo tá numa chiadeira nunca vista, dizendo que nunca viram uma campanha desse jeito, que não rola um bacurauzinho, nem mesmo uns bambás para a compra de uns filhotes de calango; que isso não é campanha e que desse jeito só quem perde é o povo que não morde nem a pelanca do gambá e o povo é quem se lasca.

 

- Meu sobrinho! Eu já gastei um dinheirão na compra de carretas de marmelada. O povo gosta de marmelada; não tem nada melhor do que um atoleiro de marmelada! Agora, você não quer entender que nós estamos vivenciando uma política nova e na marmelada que estamos vivendo o importante é a nossa família Oliveira dar a bocada maior, isso é que é gostoso! Se o povo vai gostar ou não, isso é problema deles, não é problema da nossa família Oliveira.

 

- É meu tio, o senhor tem toda razão!

 

FAMÍLIA É TUDO

- Por que nessa novela só tem três artistas? – perguntou o sobrinho,

 

- Meu sobrinho! Não fique igual a esses menino remelento, que chora de manhã porque não mama no peito; chora meio dia porque não gosta de caroço de feijão; chora de noite porque só tem bolachão prá cortar no dente e ele quer tudo mastigado. Meu sobrinho, quem vai ganhar as eleições em nossa terra? A nossa família Oliveira. E você quer mais do que isso?

 

- Eu sei meu tio! O povo tá pensando uma coisa e é outra coisa. Eu sei que só tem o ‘bicho de pelo’ 1 e o ‘bicho de pelo’ 2; eu sei que a família Oliveira jogou no jogo do bicho e ganhou na ‘loto fácil’; mas não é o caso de ter mais uma personagem nessa novelinha prá gente sentar a ripa.

 

- Só se for do ‘bicho de pena’. Nem dinheiro prá campanha eles têm; para substituir o vice, tiveram que abrir a gaveta e jogar tudo que tinha dentro em cima da cama; não tem militância; não tem puxa-saco; não tem linguarudo. Meu sobrinho, aqui prá gente, não conte prá ninguém! Minha esposa já me falou por diversas vezes: “onde eu fui amarrar minha égua?” – disse o deputado

 

- Eu disse a minha tia, que não basta ter onde colocar a carga, também precisamos saber onde colocar as nossas cobiças, por isso eu amarrei meu burro na viúva – disse o sobrinho.

 

- Você é um menino muito esperto; não bate prego sem estopa; não dá um espirro sem aparar com o lenço; não senta gangorra na parte de baixo; como é que você tá querendo mais protagonista nessa novela? É nóis, meu sobrinho! Tá tudo dominado; só dá nossa família na pesquisa. Família Oliveira é tudo.