sábado, 11 de outubro de 2025

A CÂMARA APROVOU, O PREFEITO DERRUBOU E O POVO SE LASCOU

 


A Expo-Ipirá do prefeito Tiago Oliveira (T.O.) foi uma casca de banana. No domingo, 8 h da manhã, a quase totalidade dos animais de fora já tinham batido em retirada. Da mesma forma, muitos estandes detonaram o “já fui, banda Mel!”, bem antes mesmo do término da festa. Foi a turma que ficou com a casca.

 

Para finalizar o prefeito T.O., esperto que nem bode subindo em pé de umbuzeiro, contratou um cantor e uma multidão acompanhou o show. Vingou o bordão: “deu muita gente!” Motivo para a Expo-Ipirá ser um grande sucesso. Foi quem comeu a banana.

 

Muito mais significativo para a economia rural de Ipirá como um todo, será a concretização e efetivação da feira de animais às quartas-feiras, no Parque de Exposição, depois de tentativas fracassadas. Essa tarefa não é das mais fáceis. Necessário um debate aberto, que se distancie da exclusividade ocorrida na feitura da exposição.

 

Nota da prefeitura: “A obra representa um avanço significativo para a mobilidade rural, tem valor total de R$535.999,98 (quinhentos e trinta e cinco mil, novecentos e noventa e nove reais e noventa e oito centavos) e oferecerá melhores condições de tráfego e mais segurança para moradores, produtores e visitantes da comunidade da Caboronga.”

 

Uma pergunta bem simples: esse dinheiro público veio de onde? Em Ipirá, existe um costume cavernoso: os gestores do município não dizem nem a pau de onde saiu o dinheiro para a obra.

 

Se for recurso próprio, a nota da prefeitura está sendo injusta, inverídica, ilegítima, insincera com a administração Thiago Oliveira ao não anunciar uma obra com recurso próprio no seu minguado quadro de obras, desde quando, a gestão T.O. não disse ainda para que veio, não executa obras e vive do esforço alheio e de propaganda enganosa, quando gosta de fazer cantoria de galo no terreiro do vizinho.

 

Se for recurso estadual ou federal? Aí a nota do prefeito T.O. está sendo falsa, infiel e desleal ao sonegar a verdade à população criando, desta forma, a condição da dúvida na cabeça das pessoas, que ficam achando que aquela obra é fruto do esforço municipal.

 

2026 será um ano eleitoral. É necessário ‘que se dê a César o que é de César’, mesmo sendo com dinheiro público. Não convém surrupiar as obras alheias.

 

Além do mais, é interessante a narrativa da prefeitura para a ladeira da Caboronga, quando diz: “...começou a receber serviços de encascalhamento, uma ação inédita e aguardada há anos pelos moradores da região.” Ao tempo que não utiliza nenhum argumento para os quatro quebra-molas colocados na rua do hospital, numa falta de reconhecimento grandioso, ‘por um serviço que é uma ação inédita e aguardada há anos pelos moradores de Ipirá’.

 

A grande novidade da semana é que o prefeito T.O. tomou uma chapuletada na votação da Câmara de Vereadores. Os vereadores fizeram um projeto que contou com a votação total da Casa: 15 votos.

 

Trata-se da obrigatoriedade da entrega, aos parentes até segundo grau, de um relatório sobre a situação de pacientes internados no hospital de Ipirá, que estão aguardando a REGULAÇÃO.

 

O prefeito Thiago Oliveira cacetou o projeto, ou seja, VETOU, derrubou o projeto. O VETO do prefeito T.O. retornou para votação na Câmara de Vereadores na sessão do dia 14 de outubro e perdeu de 8 a 4.

 

O X da questão é a REGULAÇÃO de pacientes de Ipirá. O que acontece? O Hospital de Ipirá não entrega o relatório do paciente, nem aos parentes; o que acompanha é um código da doença. Mas, a UPA de Ipirá entrega o relatório (segundo fala de alguns vereadores).

 

A REGULAÇÃO resolveu o problema da enchente nos corredores dos grandes hospitais, mas não eliminou o problema da falta de assistência médica no Estado da Bahia para a demanda de alta complexidade em estado crítico. O paciente pena e padece na fila, quando não morre.

 

Do corredor da morte para a fila da morte. Não se morre mais nos corredores dos grandes hospitais; a morte agora é na fila de espera, basta a REGULAÇÃO não sair ao tempo suficiente; basta a REGULAÇÃO demorar e o estado crítico do paciente não suportar a demora imposta.

 

O prefeito Thiago Oliveira vai entrar na Justiça contra a Câmara. A vara de bambu enverga, mas não quebra. Mesmo sendo uma REGULAÇÃO seletiva, com favoritismo e apadrinhada por políticos. Parece que todo mundo está rendido ao problema. Cuidado prefeito; não mexa com a Câmara de Vereadores, V.Exa. vai ter que vomitar!

Vídeo do prefeito:

https://www.instagram.com/reel/DPjQFX9DQnL/?utm_source=ig_web_copy_link&igsh=MzRlODBiNWFlZA==


Encerrando a matéria com uma pergunta: você, leitor desse blog, fica com o prefeito ou com os vereadores? E se for um parente seu?


sexta-feira, 3 de outubro de 2025

“A CADELA DO FASCISMO ESTÁ SEMPRE NO CIO”

Este artigo foi escrito pelo advogado criminalista Jackson Alves @dr.jacksonalves

Pela qualidade da matéria, este blog resolveu reproduzi-lo.

 

Assim falou Bertolt Brecht: “A CADELA DO FASCISMO ESTÁ SEMPRE NO CIO”

 

Caso o Brasil não contasse com Partidos Políticos fortes, construídos pelas massas populares da Sociedade Civil Organizada e um sistema de Justiça com autonomia baseada na Carta Maior de 1988, o país correria o risco de se tornar uma DEMOCRACIA DE WEIMAR (1919-1933), que permitiu a ascensão do autoritarismo na Alemanha.

 

O problema nas democracias não é a participação das forças políticas – ainda que antagônicas – na visão de como melhor atender aos anseios da sociedade, sendo esse antagonismo a natureza precípua dos regimes democráticos. O grande problema das democracias é a falta de partidos fortes, oriundos das massas trabalhadoras produtivas de um país.

 

A fragmentação política na democracia, sem representação do povo, abre lacuna para a ascensão de partidos menores sem força popular consciente. Além de não representarem a vontade da maioria, essas agremiações promovem também a ascensão de “políticos menores”, que usam da força bruta, discursos fáceis e vazios, envernizados na propaganda fascista para a tomada do poder.

 

Durante o período de redemocratização do país, o Brasil através da classe trabalhadora organizada construiu Partidos que  tem relação orgânica com seu povo juntamente com setores econômicos responsáveis e comprometidos com o desenvolvimento socioeconômico do país, buscando soluções para as demandas do Estado brasileiro, atendendo aos anseios do povo – elemento essencial do Estado Democrático de Direito – impedindo assim, a ascensão e permanência no controle do Estado por políticos aventureiros e megalomaníacos que sempre trataram a política como meio de se locupletarem, perpetuando, assim, a exclusão social histórica dessa mesma massa popular.

 

A ascensão, ainda que transitória, de neofascistas tem como objetivo minar as autoridades políticas de representação popular, desqualificar as instituições legalmente constituídas, pregando a morte do Direito, além de tentar cooptar a imprensa livre, para perpetuar um regime de exclusão social e político das massas organizadas.

 

Através do autoritarismo truculento, o neofascismo aventureiro vem tentando por dentro da política promover o caos, sequestrando o poder, coagindo e inibindo a participação do povo – representado pela Sociedade Civil Organizada – do processo político-social, desqualificando as urnas em que o povo deposita a sua vontade pelo voto livre e universal.

 

Pseudos-políticos, na sanha persecutória de se manterem impunes pelos atos contra a democracia [tipicamente uma atitude fascista] – navegam contra às necessidades reais do povo (saúde, educação, segurança pública, emprego, moradias dignas e outras políticas de reparação social), criando um discurso artificial em dissonância com a realidade dos fatos. Tudo isso na tentativa de desestabilizar a democracia e instaurar o autoritarismo.

 

A República de Weimar, na Alemanha, pela ausência de coerência e união política de setores responsáveis da sociedade alemã, produziu um tirano que através da truculência e de discursos fáceis difundidos pela propaganda fascista – grandes homens não são criados pela propaganda – prometia soluções simples para problemas complexos, criando assim um monstro. Tendo como consequências a curto prazo a morte da política e a médio prazo a derrocada do Estado Alemão com a prática da violência deliberada como forma de imposição dos “ideais” de um monstro megalomaníaco.

 

A democracia não pode confundir permissão com permissividade, abrindo caminho para os que querem destruí-la. Uma vez que nenhuma nação pode se curvar aos motins de fascistas.

 

A democracia é frágil porque para ser verdadeiramente o que é, em um sentido mais puro, se deixa aberta a ser tomada por aventureiros.

 

O Brasil não pode viajar para o abismo sem ninguém dizendo quando vai chegar ao fim.

 

Os governos democráticos legalmente constituídos, devem ser observados por meio de uma oposição qualificada, pois a oposição também governa e, promove o equilíbrio de forças na busca constante do aperfeiçoamento do processo político de governança, criando mecanismos de proteção das liberdades, dos direitos fundamentais e coletivos dos cidadãos e autoproteção das Constituições Democráticas, afastando o autoritarismo pervertido.

Jackson Alves - Advogado Criminalista - @dr.jacksonalves