terça-feira, 21 de abril de 2009

O PÓ BRANCO

Eu juro que vi.
Na última semana, o céu de Ipirá estava tomado por nuvens densas, escuras e carregadas. Ficamos com água na boca. Armou e não choveu. Bastaria um avião bombardeando as núvens com um pó branco para que a chuva caísse.

Sem chover, desde janeiro, ou com as raras precipitações que caíram em alguns lugares a situação torna-se crítica. Os produtores rurais não terão condições de sustentar o rebanho por longo período de estiagem, até o fim do ano, considerando-se que o inverno não rende alimento para os animais.

Trio elétrico na Praça da Bandeira.
Quatro adolescentes chegaram ao jardim em frente à minha residência, sendo que, um deles atravessou a rua e dirigiu-se à janela de minha casa, espalhou um pó, para depois dar uma fungada. Eu estava a certa distância. Os outros, um de cada vez, foram até a janela, fungaram e voltaram para o jardim, quando sumiram ao misturarem-se ao povo.

Fui até minha janela e notei a presença de vestígios de um pó branco, batizado com pó de giz, cal e outras porcarias, que serve para levar à fuga da realidade, ou para suportar a possível felicidade dos outros, ou para o que você queira imaginar. Nestas circunstâncias, algumas figuras ganham espaço, fortalecem-se e preparam vôos mais elevados e consistentes: os agiotas e os traficantes.

De minha parte, só resta-me retirar o pedaço de mármore de minha janela, ou lambuza-la com maizena. Fora isso, como é 20 de abril, dia do aniversário do município, resta-me desejar: FELIZ ANIVERSÁRIO IPIRÁ.

2 comentários:

  1. Profº Agildo:
    Lamentável o que ocorre com a "juventude sem futuro". Antes o tal "pó branco" era coisa de tv, de cidade grande. Me entristeçe constatar que Ipirá há muitos faz parte deste filme.

    Um grande abraço.

    REN@TO S@NTOS

    Blog CONEX@O IPIRÁ>SAMPA
    http://renatoipira.blogspot.com

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