Estilo:
ficção
Natureza:
novelinha
Capítulo:
44 (mês de maio 2011) – incrível, apresentação do novo capítulo da novelinha
esculhambada com, simplesmente, um ano de atraso e não acaba. Nem satanás acaba
essa novelinha.
Este
é um capítulo denso da novelinha, cheio de emoção, humilhação e dramaticidade,
fato pelo qual, também, torna-se tenso, porque a manifestação exuberante do
prefeito Dió não permite atrevimento de quem se ouse contrariá-lo. O prefeito
Dió foi enfático:
-
Toinho! Está aqui a papelada, você pode! Isso foi resultado de uma consulta
feita a um famosíssimo advogado baiano, especialista em direito eleitoral.
-
Isso deve ter custado uma fortuna! Já que eu não vou gastar nada, eu aceito.
-
Isso não significa nada, foi apenas mil horas de trator. Não se preocupe com
isso Toinho. Agora chegou a hora dos vereadores falarem – disse o prefeito Dió.
-
Eu não tenho nada a dizer – afirmou claramente um vereador.
-
Como? Não entendi o que você falou! Você quis dizer o quê? Repita para mim o
que você falou, que eu não escutei direito – falou o prefeito Dió.
-
Não! Eu não queria dizer o que eu disse... é que eu não completei o que eu
disse... quando eu ia dizer que estava com quem o prefeito Dió mandasse eu
ficar e eu estou com...
-
Não precisa dizer mais nada vereador! Já compreendi que você entendeu mais do
que eu e, aqui, é assim, quem não estiver onde eu estou que diga logo – afirmou
o prefeito Dió.
-
Já que o vereador não quer falar eu tenho uma palavrinha para dizer. Ô prefeito
Dió! Porque Vosmicê não manda tirar a lama do açude do João Velho para deixar
limpo para receber de coração aberto a água da chuva? – perguntou um homem do campo
que mora na região.
-
Nessa reunião o povo não pode falar, aqui quem fala é só vereador e liderança,
mas já que um intruso usou a palavra eu vou responder de forma clara para que
todos entendam: a prefeitura não tem dinheiro; estamos gastando perto de um
milhão com o São João; uma hora de trator é uma fortuna e o governo do Estado
só mandou 300 horas de trator para o nosso município – respondeu à altura o
prefeito Dió.
-
Prefeito Dió! Perivaldo do Trator mim disse, que ele tira a lama dos dois
açudes com 300 horas de trator e, tem mais, se passar disso ele faz por conta
dele, isso vai custar 30 mil reais – disse o homem do campo.
-
A prefeitura não tem esse dinheiro! O que é que eu posso fazer? Nada! Uma hora
e meia de mano Bruno e mano Marrone custa 228 mil reais. E tem mais, o açude
entupido com qualquer chuva enche e tanque cheio é bom para o psicológico do
homem do campo, que fica feliz em ver sua presa cheia – disse o prefeito Dió.
-
Esse açude recebendo água, se estiver limpo ele dura quatro anos e com lama só
guenta quatro meses. O senhor vai ficar me devendo esta comédia prefeito Dió e
em outubro Vosmicê vai ter uma resposta - disse o homem do campo.
- Pronto! Já
falou? Aqui só quem fala é autoridade. Quem! quem pediu para falar? Quem é você? –
indagou o prefeito Dió.
-
Eu sou Jojó de Dió.
-
Você fala.
-
Meu honorificentíssimo e honestissíssimo prefeito Dió, o mais honestíssimo do
Brasil! Do Brasil não, do mundo! ...
-
Opa! Para por aí! A Lei não prevê a atuação destas entidades como fornecedora
de mão de obra e esse fornecimento de mão de obra não está entre os seus
objetivos sociais. É uma coisa irregular a contratação dessas entidades para a
terceirização de mão de obra. Tem sido uma prática para protelar a realização
de concurso público e o uso deste expediente também pode significar uma burla a
Lei de Responsabilidade Fiscal.
-
Quem é você para intrometer-se e falar assim na nossa reunião? – indagou bravo
o prefeito Dió.
-
Eu sou Oscip. Eu falo aqui e no Jornal A Tarde (27/5/2012) pag. A11; disse e
digo, em Ipirá, o contrato foi de R$ 4,3 milhões, sem licitação, firmado em
2009. Foi questionado pelo TCM pela ausência de documento que comprova
pagamento aos funcionários.
-
Na minha reunião quem manda sou eu, com a palavra Jojó de Dió – falou o
prefeito.
- Meu
idolatrado e impecável prefeito! Isso tudo é revanchismo, não liga não! O que
eu tenho para dizer não é nada e é tudo ao mesmo tempo. O senhor foi o único
prefeito que construiu o Matadouro de Bovinos em Ipirá, coisa que ninguém
conseguiu e lá vai matar ovelha... – ia completando Jojó de Dió, quando ouviu o
vozeirão.
-
Cala esta boca, Jojó de Dió! Deixa de falar o que não sabe falar. Quem manda
nesta joça sou eu e eu já disse: vai ser Toinho até a Convenção, depois eu vou
pensar; não vai ter matadouro e isso eu não vou pensar; ovelha não vai matar
nem com a ordem de satanás; e vamos ter mano Bruno e mano Marrone com seca ou
sem seca; não vou tirar lama de açude porque é caro. Eu sou o trator daqui, eu
cavo, limpo a lama e não deixo buraco, quem manda sou eu e acabou.
Suspense:
e agora ? o que será que vai acontecer ? O prefeito Dió está faltando oito
meses para deixar o mandato. O sujeito do blog está com a novelinha atrasada
doze meses. Mandato para terminar 8 meses. A novelinha para empatar 12 meses.
Quem vai terminar primeiro? Quem vai levar a melhor: o prefeito Dió ou sujeito
do blog? o Agora é que essa novelinha não acaba nunca e Ipirá vai se lascar.
Duas coisas de rosca, essa novelinha e o Matadouro de Ipirá.
Leia
o capitulo 43 (abril 2011) bem abaixo.
Observação:
essa novelinha é apenas uma brincadeira literária, que envolve o administrador
e o matadouro e, sendo assim, qualquer semelhança é mera coincidência.