Exma. Prefeita do Município de Ipirá
Dra. Ana Verena.
Tomo a audácia da missiva com extraordinária
franqueza e com o intuito de primar pela bem-aventurança para estas terras de
Ipirá.
V.Exa. é depositária da vontade popular. Foi a
escolhida para conduzir nossos destinos por estes quatro anos vindouros.
Pleiteio e faço votos que os conduza da melhor forma possível, no contento de
prover estas terras do progresso necessário.
Acaso, o município tivesse a sua vida exclusivamente
limitada à área da saúde, eu estaria perfeitamente tranquilo com a perspectiva
de sua administração, evidentemente, eliminando-se as promessas exageradas e
impossíveis de campanha, caso da UTI no Hospital de Ipirá, e na promessinha da
ambulância do SAMU, que V.Exa. fará um esforço para trazê-la e implantá-la. Se
fosse só e somente só a saúde, não tinha porque estas linhas; seria
desnecessária esta escrita.
Mas, a realidade de Ipirá é mais complexa,
aguda e preocupante do que se imagina. Assim sendo, e com a inequívoca pretensão de manter-me na
oposição crítica e construtiva para o bem do município, visualizo que tenho o
direito e o dever de colocar-me nesta direção com algumas sugestões.
Não sei se V.Exa. tem a profunda clareza da
situação crítica em que vive o município de Ipirá neste devido momento. Está
chovendo desde o dia 2 de novembro, isso ameniza e muito a situação da zona
rural quanto à questão da água, mas não elimina o problema por completo, desde
quando, não estamos livres das consequências do flagelo desta seca, que foi uma
das maiores do século.
A seca que assolou a nossa região vem,
insistentemente, há dois anos consumindo, dilapidando e mortificando a nossa
zona rural. A produção rural estagnou e está em queda. Necessitará de muitos
anos para recuperar-se. É uma crise forte e avassaladora. A pequena propriedade
rural está literalmente falida. Falta alimento para o gado e a ração é escassa.
Eram os últimos suspiros. Dentro de 15 dias a situação será abrandada quanto à
ração animal. O produtor não tinha mais condições, nem recurso para sustentar o
rebanho por mais algum tempo, desde que vinha muito e por um tempo imprevisto
mantendo os animais.
A falta água para o consumo humano e animal
foi eliminada pelas trovoadas. Fica uma lição clara: a questão da água em Ipirá
é vergonhosamente terrível e lastimável, pois a escassez foi aguda e extensiva.
É necessário que o Poder Público ponha
em ação um plano de emergência eficaz e que atenda e viabiliza a auto-subsistência
e auto-suficiência nesta problemática da água. A administração que não tiver
entendimento desta questão e não tiver disposição e ação para eliminá-la terminará
perfilando e sacramentando o preconceito
e a exclusão de todos os que necessitarem desse líquido como meio de vida.
Os açudes que estavam secos e entupidos de lama e não foram limpos
constituem a marca do descaso público. Com as chuvas, esses açudes receberam água
e por negligência do poder municipal estarão secos em poucos meses. Isso não
podia e não pode acontecer. É esse tipo de descaso que atrofia o nosso município.
A chuva deste início de novembro aliviarão
(nestes 15 dias) a situação imediata, mas não eliminarão a gravidade e as
consequências de uma estiagem de dois anos. O espectro da pobreza avança e
estende as suas asas sobre a nossa região. A vida da gente ligada ao campo está
tensa e angustiada. Sem a produção rural, o município de Ipirá torna-se inviável.
Por mais que se tente mostrar a realidade, esta é mais crua, dura e instigante
do que imaginamos. É dever de V. Exa. melhorar as condições de vida do nosso
sertanejo pobre. Tirando uma lição com Aristóteles, podemos dizer que: “um
pouco mais de possível a cada instante se torna real.”
Não sei se
V.Exa pensa assim ou vê o problema dessa maneira, mas uma coisa é certa, a
administração do nosso município não pode ficar distante do domínio da vida
real, pois neste domínio consta os direitos do povo e impõe grandes deveres públicos.
Se V.Exa.
deseja realizar uma administração voltada para o desenvolvimento e o progresso
será obrigada a aplicar idéias justificadas pela razão e experiência ligadas ao
domínio da vida real. E a produção rural é a sustentação de qualquer município
que tem por base econômica a pecuária. Isso é fundamental. Ipirá precisa
retomar a sua produção rural e desenvolver a sua logística nesta área. O Parque
de Vendas de Animais e o Matadouro são possíveis.
Esta questão de poder é por demais complicada.
V. Exa. tem que ter cuidado, coragem e inteligência para atuar nessa área. Tem
muito abutre à espera do rega-bofe. Olho aberto com os oportunistas que estão
ao seu lado. Não é pouco cuidado não, é um imenso cuidado com os oportunistas
que estão ao seu lado.
V. Exa. tem que manter o controle e implantar
com determinação um projeto vinculado à realidade do município, caso contrário,
o município correrá o perigo de esbarrar na significação do nada e no
preconceito místico, bem fora da realidade, assim teremos um caminho inverso ao
desenvolvimento tão necessário e cairemos no amargo e triste destino da esfinge
propondo enígmas tão ao agrado de uma sociedade de malfeitores. Cuidado! Eles
estão mais próximos do que os problemas.
Esse é o grande perigo para Ipirá. Não decepcione essa gente ipiraense.
Saudações democráticas.
Um cidadão que gosta um pouco de Ipirá.
Exma. Prefeita do Município de Ipirá
Dra. Ana Verena.
Tomo a audácia da missiva com extraordinária
franqueza e com o intuito de primar pela bem-aventurança para estas terras de
Ipirá.
V.Exa. é depositária da vontade popular. Foi a
escolhida para conduzir nossos destinos por estes quatro anos vindouros.
Pleiteio e faço votos que os conduza da melhor forma possível, no contento de
prover estas terras do progresso necessário.
Mas, a realidade de Ipirá é mais complexa,
aguda e preocupante do que se imagina. Assim sendo, e com a inequívoca pretensão de manter-me na
oposição crítica e construtiva para o bem do município, visualizo que tenho o
direito e o dever de colocar-me nesta direção com algumas sugestões.
Não sei se V.Exa. tem a profunda clareza da
situação crítica em que vive o município de Ipirá neste devido momento. Está
chovendo desde o dia 2 de novembro, isso ameniza e muito a situação da zona
rural quanto à questão da água, mas não elimina o problema por completo, desde
quando, não estamos livres das consequências do flagelo desta seca, que foi uma
das maiores do século.
A seca que assolou a nossa região vem,
insistentemente, há dois anos consumindo, dilapidando e mortificando a nossa
zona rural. A produção rural estagnou e está em queda. Necessitará de muitos
anos para recuperar-se. É uma crise forte e avassaladora. A pequena propriedade
rural está literalmente falida. Falta alimento para o gado e a ração é escassa.
Eram os últimos suspiros. Dentro de 15 dias a situação será abrandada quanto à
ração animal. O produtor não tinha mais condições, nem recurso para sustentar o
rebanho por mais algum tempo, desde que vinha muito e por um tempo imprevisto
mantendo os animais.
Os açudes que estavam secos e entupidos de lama e não foram limpos
constituem a marca do descaso público. Com as chuvas, esses açudes receberam água
e por negligência do poder municipal estarão secos em poucos meses. Isso não
podia e não pode acontecer. É esse tipo de descaso que atrofia o nosso município.
Não sei se
V.Exa pensa assim ou vê o problema dessa maneira, mas uma coisa é certa, a
administração do nosso município não pode ficar distante do domínio da vida
real, pois neste domínio consta os direitos do povo e impõe grandes deveres públicos.
Se V.Exa.
deseja realizar uma administração voltada para o desenvolvimento e o progresso
será obrigada a aplicar idéias justificadas pela razão e experiência ligadas ao
domínio da vida real. E a produção rural é a sustentação de qualquer município
que tem por base econômica a pecuária. Isso é fundamental. Ipirá precisa
retomar a sua produção rural e desenvolver a sua logística nesta área. O Parque
de Vendas de Animais e o Matadouro são possíveis.
Esta questão de poder é por demais complicada.
V. Exa. tem que ter cuidado, coragem e inteligência para atuar nessa área. Tem
muito abutre à espera do rega-bofe. Olho aberto com os oportunistas que estão
ao seu lado. Não é pouco cuidado não, é um imenso cuidado com os oportunistas
que estão ao seu lado.
V. Exa. tem que manter o controle e implantar
com determinação um projeto vinculado à realidade do município, caso contrário,
o município correrá o perigo de esbarrar na significação do nada e no
preconceito místico, bem fora da realidade, assim teremos um caminho inverso ao
desenvolvimento tão necessário e cairemos no amargo e triste destino da esfinge
propondo enígmas tão ao agrado de uma sociedade de malfeitores. Cuidado! Eles
estão mais próximos do que os problemas.
Esse é o grande perigo para Ipirá. Não decepcione essa gente ipiraense.
Saudações democráticas.
Um cidadão que gosta um pouco de Ipirá.
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