sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

AJOELHOU, TEM QUE REZAR!

Tem um ditado popular que diz: “Quem oferece sopa tem muitos amigos.” Uma boa iniciativa de políticas públicas tomada pela atual gestão foi colocar ônibus para transportar os universitários de Ipirá para as faculdades de Feira de Santana. Sem dúvida, edificante.

Uma boa atitude. O prefeito, consciente da importância da medida, disse na ocasião, que estava cumprindo uma promessa da campanha. É assim que se faz: cumprir o prometido, nem que tenha que gemer na engomadeira.

Dito e feito: a prefeitura disponibilizou um ônibus amarelinho (a Lei permite) para levar 60 alunos para Feira de Santana. Foi o primeiro ano da gestão e o serviço foi feito a contento.

Quando a medida é boa, as pessoas aderem e muita gente resolveu estudar em Feira devido a facilidade proporcionada por causa do transporte público escolar. Nada mais justo e racional. A demanda cresceu com a oferta do serviço.

Não era preciso morar em Feira, haveria o trânsito diário de ida e vinda. Este ano, o segundo do mandato do atual gestor, o número de pretendentes e com direito ao serviço aumentou para quase 100 estudantes. Existe a necessidade de mais um ônibus para atender ao crescimento da demanda. A prefeitura tem que dar cumprimento à promessa de campanha. É aquela situação: “ajoelhou, tem que rezar! Não é assim prefeito?

Com o transporte, a tendência é crescer o número de estudante. No terceiro ano do mandato, haverá a necessidade de outro ônibus e no final do mandato mais outro. Uma frota de amarelinho. Só haverá uma linha de equilíbrio quando as pessoas forem terminando os cursos e não precisarem mais do serviço. É bem provável que a prestação desse serviço fique em torno de três ou quatro ônibus no último ano de mandato.

Parece até que o prefeito meteu a mão numa cumbuca. Fica feio ter que abortar ou negligenciar uma das medidas positivas da gestão. Dá com uma mão e retirar com a outra, cai muito mal. Fica parecendo que as coisas são feitas nas coxas ou à toa, sem planejamento, inclusive, sem medir as perspectivas das coisas boas feitas pelo próprio governo.

Não atender ao serviço público como deve ser feito e como é pleiteado pelos estudantes é uma demonstração de incompetência e falta de planejamento. Fica feio, também, privilegiar os seus e deixar os outros ipiraenses chupando dedo. Isso seria um caso de exclusão e não conta com o amparo legal, inclusive, pode ser um motivo para o Ministério Público agir em defesa da equiparação e universalidade dos direitos. Organização e estrutura devem ser os principais méritos da medida do governo municipal.

Uma historinha rápida e simples: quando Caetano foi prefeito de Camaçari pela primeira vez, só havia dois médicos no hospital local e não havia filas, porque o povo não comparecia ao hospital. O prefeito colocou em pauta uma mudança radical na área de saúde do município, contratou cinqüenta médicos. O povo passou a comparecer ao hospital, as filas surgiram e, com elas, vieram as reclamações. Toda tentativa é válida. O certo é que: ajoelhou tem que rezar.

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