É
carnaval, cidade! Na Câmara de Vereadores temos dois blocos: o da jacuzada e o
da macacada. O prefeito não se encontra muito à vontade com o bloco de
vereadores da macacada, que sempre tem alguém querendo pular de galho,
inclusive cinco deles já subiram nas Torres F, o que não agradou em nada ao
bloco do Afonso. Problema em bloco é barril.
O
prefeito entregou a chave da cidade ao Rei Momo, que governará no período
momesco. A primeira providência foi procurar o bloco do Rui Afonso para
derrubar as Torres F e parece que conseguiu. Sendo verdade! Vai ter vereador
caindo das Torres F igual a umbu maduro no tempo da safra, caindo sem máscara e
abadá, aí vão ter que entrar no bloco do Afonso, senão ficarão fora da folia.
Resolvida
essa pendenga, o Rei Momo tomou outras providências momescas: puxou o líder do
governo na Câmara para a Secretaria de Infraestrutura; abriu uma vaga para a
primeira suplente fazendo com que o segundo suplente passe a ser primeiro,
assim abre espaço para que se tire do bloco dos vereadores macacos aquele que
cria problema e chateia o prefeito. Tirar como? Fazendo feitiço e acendendo
vela no pé do caboclo, para que o sujeito tome uma topada e caia fora. Um Rei
Momo tudo consegue. Rei é rei até no baralho embaralhado.
O
bloco que ficou de fora do carnaval foi o da Praça Santana. Um vereador do
bloco macaco falou que a Praça Santana foi o único lugar que eles acharam para
instalar a Agência do INSS. Eu considero esse argumento pífio e engana-tolo,
pois essa doação trata-se de crime de prevaricação, cometido por prefeito que
indevidamente deu, de mão-beijada, uma área de uma praça pública para o INSS
grilar, porque pensou que era o dono da cidade. Depois vem o outro prefeito e
aumenta a doação. Eu nunca vi tanto sujeito bom; com o que não é dele! Vá ser
bom assim lá no inferno!
Uma
coisa é certa: vão construir um monstrengo no meio da Praça Santana, com
carnaval ou sem carnaval. Pode custar dois ou dez milhões, representa a
modificação da estrutura e a transformação da praça em estacionamento e quatro
ruas. O vereador disse: “Ah! O prefeito falou com representante dos moradores!”
Que papinho mais furado. O que está prevalecendo é o poder plenipotenciário dos
prefeitos das oligarquias jacu e macaco e do prefeito atual que faz questão de
não rezar em outra cartilha.
Para
ser democrático e honesto com a população da cidade e com os moradores daquela
praça, o mais justo seria buscar o parecer de um urbanista idôneo, porque
afinal de conta, fazem mais de 30 anos que ocorreu essa doação e a realidade é
absolutamente outra, principalmente na questão do trânsito, tráfego, mobilidade
urbana, adequação dos equipamentos públicos, etc. Se fizerem uma coisa “à
migué” entorta tudo.
Outra
coisa respeitosa para com o bloco dos moradores da praça seria fazer uma
Audiência Pública, com o acolhimento de votos de todos os maiores de 16 anos e
residentes da praça, para termos a decisão popular, que é mais justa e digna do
que a de um prefeito concentrador de poder achando que é o “Salvador da
Pátria.” Esse tipo de administrador erra e não é pouco. Veja o exemplo do
ex-prefeito Diomário, que pegou aquela área entre a fábrica Paquetá e o posto
August’os e construiu casas populares. Um grande equívoco, uma cagada elevada a
enésima potência. Prejudicou imensamente Ipirá.
Arrombou
Ipirá! Como? Não ouviu ninguém, fez como manda o poder centralizado em um só
desejo e transformou em moradia o melhor local para ser implantado e
impulsionado o pólo coureiro no município de Ipirá, com a fábrica de calçados e
a concentração de toda a produção de carteira naquela área. Seria uma área
altamente estratégica. Mas, não! Tome-lhe casas populares, que poderiam ser implementadas
em outra área, que é o que tem de sobra em Ipirá.
O
ex-prefeito Diomário foi um agente do atraso em Ipirá. Oito anos de uma
administração que não deixou nada de significativo na demarcação da
estruturação para o desenvolvimento e progresso real do município, visando,
principalmente, o aspecto da geração de renda e trabalho efetivo. Foi um
provedor do programa de casas populares com trabalho temporário. Ipirá
manteve-se como um município receptador de benefícios e do assistencialismo.
Faltou
e falta em Ipirá, investimentos públicos em ações que se desdobrem em criação
de riqueza. O município que desleixa da produção e supervaloriza o
assistencialismo não tem futuro, isso não vale só para chineses, vale para aqui
também. Em uma sociedade complicada como a de Ipirá, a pessoa beneficiada com
casa popular e sem trabalho é um problema sério, não só no carnaval.
Já
deu, não tem jeito e, também, não tem outro lugar. Essa idéia tão estúpida
quanto a doação que tem 30 anos e não consegue ser transparente em uma nova
realidade. Observem bem. Duas mudanças que pareceram exóticas na sua época,
hoje estão gozando de uma aceitação plena. O famoso campo de futebol, conhecido
como Campo do Garrancho, onde hoje é o CETEP, foi transferido para o Estádio
que hoje, fica lá na Várzea. Na época, foi um assombro: “como é que se constrói
um campo na casa do chapéu?” Hoje, é outra realidade.
Outra
mudança, também contestada, foi a da sede da prefeitura para o pasto de
Aristóteles. Parecia que o mundo ia acabar. “O prefeito tá doido!” Não é nada
não, hoje o prefeito atual deve respirar aliviado, só de imaginar onde iria
colocar a maior frota de tratores e máquinas já vista no município. É assim prefeito!
É necessário que se pense no futuro próximo. Construir uma praça para o INSS
poderá ser mais eficaz para o desenvolvimento e o progresso do que construir o
INSS na praça. E isso não é preciso rei momo para orientar e resolver a
pendenga.
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