Como conseguir uma Universidade pública e gratuita
para Ipirá? Quem sabe lá como é que essas coisas acontecem? Não é tarefa fácil.
Quisera fosse uma bolha de sabão flutuando perante mãos, era só agarrá-la, mas
desponta como uma utopia em nevoeiro denso. Universidade é impossível.
Faculdade? Talvez!
Ipirá tem muita vereda para caminhar-se, não é a
imagem que querem passar. Itaberaba levou a reitoria da Federal da Chapada. Alagoinhas
abocanhou, em promessa e bem abocanhado, a reitoria da Federal do Nordeste da
Bahia. Nada mais justo. As coisas acontecem assim: quem tem mais gabarito é
sempre contemplada nos finalmentes.
A situação de Ipirá não é nada convincente. Ipirá
encontra-se circunscrita na era do atraso. Uma cidade que não conseguiu sair,
ainda, da vergonhosa situação de não ter rede de esgotamento sanitário em pleno
século 21. Depois de décadas de atraso neste aspecto parece que, finalmente,
estão a redimir. Espero que adiante vá. Pelas condições de infra-estrutura da
cidade seremos postergados sempre.
Também, perduramos com décadas de atraso na questão do
ensino superior. Já ouvi esse pleito por inúmeras bocas, por anos a fio. O
desejo é candente. Os meios para atendê-lo são insuficientes. Tem que ter muita
reza. Um bozó também ajuda. Uma mandinga bem encomendada poderá fazer a
diferença.
Uma coisa é certa, toda a estratégia utilizada até
agora, gorou. Muito pouco do que foi realizado conseguiu tornar-se um
referencial concreto. A solicitação de uma autoridade municipal esbanjando
prestígio e reconhecimento perante as autoridades governamentais superiores não
surtiu o resultado esperado. Nem balançou a roseira.
Em tempo, apresentaram um desvio de rota para buscar
uma Universidade para Ipirá. Incluíram parcela da população na luta pela
reivindicação. Foi uma caminhada importante, desde quando, não tenha sido barra
forçada para fazer palanque, desvirtuando o objetivo e formatando um espetáculo
de vendedores de fumaça, ao criarem uma expectativa no vazio, que desembocará,
mais tarde, numa frustração coletiva. A Universidade é coisa muito séria e
complexa, não é um faz-de-conta. Desse palanque não espirra coelho, muito menos
Universidade.
A Universidade Federal do Nordeste ainda não foi
aprovada, será uma delonga de uma década ou mais. Terá uma abrangência em
quatro territórios e mais de cinqüenta cidades disputando seu quinhão. Vai ser
um pega prá capar. Ipirá não tem tido um desempenho favorável neste tipo de
disputa, devido a precariedade de nossa infra-estrutura. Quais são as forças
que irão defender Ipirá nessa empreitada?
Para ser simples e direto: faculdade para Ipirá é uma
questão de vontade política. Um campus da UNEB seria o mais prático e razoável,
mas não existe interesse concreto, firme e determinado do governo estadual para
que isso aconteça, assim sendo, a UNEB é carta fora do baralho.
Sem uma Universidade Estadual na mira, resta o pulo do
gato, apela-se para uma Universidade Federal, em vias de ser implantada ou não.
Coisa para o futuro, talvez, longínquo, cheio de etapas, de interesses e de
percalços. Quem irá defender Ipirá nessa contenda?
Vou ser direto e intransigente: sendo uma questão de
vontade política, então vamos agir, também, politicamente. Uma faculdade da
UNEB seria a opção mais prática e com maior possibilidade de acontecer em
Ipirá. Quantos deputados estaduais e federais conseguiremos arregimentar para
essa idéia? O deputado Afonso sozinho não terá força suficiente para
concretizar esse objetivo nesse jogo de interesses de deputados. Cada qual vai
defender sua região ou sua cidade preferida. Quem tiver a unha maior sobe na
parede. Isso é jogo político.
É muito simples; vamos ser claros com todos eles: só
terão votos dos simpatizantes da Universidade para Ipirá se o campus da UNEB
tornar-se uma realidade concreta em Ipirá, até as eleições!
“Tu tá doido, sujeito! Já prestou! Primeiro, tem que
ter o voto, para depois lutarem pela Universidade em Ipirá. Essa é a ordem das
coisas”
Não tem Universidade para Ipirá na agenda do governo
do Estado. Na do governo federal? O que você acha? Eu penso que o povo de Ipirá
terá que fazer muitas caminhadas e gastar muita sola de sapato para desfazer a
fumaça que turva a população.
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