domingo, 2 de novembro de 2014

É DE ROSCA. (06)


Estilo: ficção
Modelo: mexicano
Natureza: novelinha
Fase: Não sei se vale a pena ver de novo
Capítulo: 06 (mês de novembro 2014) (um por mês)

O ex-prefeito Dió demonstrando certa preocupação com a situação administrativa local, pensou: “Tenho que acompanhar este hospital a todo instante para que os aloprados do PT local não façam bobagens.”

Na portaria do hospital, o ex-prefeito Dió encontrou um menino com uma barriga do tamanho de uma gravidez de oito meses, indagou-o:

- O que é que você tem na barriga?

- É bola – respondeu o menino.

O ex-prefeito Dió afastou-se desesperado e começou a telefonar para o prefeito Déo:

- Excelência! Aqui no hospital tem um menino com ebola! Estamos no mato sem cachorro.

- Calma, ex-prefeito! O hospital vai ter que fazer o exame para comprovar se é realmente ebola. Faça o seguinte: pegue amostra de cuspe, saliva ou dejetos do paciente, pegue com a mão e sem luva e leve para o laboratório do hospital.

O prefeito Déo ficou dando risada e pensando: “Se for ebola esse ex-prefeito Dió desaparecerá da minha frente, se não for serve de propaganda; nem ebola consegue matar no hospital daqui.”

O ex-prefeito Dió apontou para o menino e mandou o guarda pegá-lo:

- Pegue esse menino da barriga grande para tomar injeção.

O guarda pegou o menino que ficou esperneando e gritando: “Mi sorta disgraça qui eu não vou tomá injeção!”

- Vai sim, trem ruim! Qui tu não mais home do que ninguém.

Enquanto isso, na zona rural, numa reunião política, um sujeito resolveu acabar o ato cívico, sacou uma arma e assacou do palavrório: “Esse rebanho de ladrão só vem aqui pedi voto, o que eu tenho prá esse povo é bala, é bala, é bala.” E tome-lhe tiro a torto e a direito, ferindo um cidadão no pé, que foi socorrido imediatamente.

Enquanto isso, em outro local, tomando um litrão de cerveja, começou uma confusão entre várias pessoas e um policial foi ferido na mão com estilhaços do pára-brisa de um automóvel. Imediatamente foi dado o socorro.

No hospital, o menino esperneava, gritava e dava mordida. O ex-prefeito Dió ordenou que o mesmo fosse amarrado na mesa de cirurgia. Quando o médico ia tirar a camisa do menino, ouviu-se uma gritaria no corredor do hospital: “Uai, uai, uai! Vou morrer”. Era o ferido no pé. O médico deixou o menino e foi atender o paciente vitimado de bala.

Neste exato momento, chegou o soldado com ferimento na mão querendo ser atendido. Ao saber que não tinha médico disponível, sacou a arma e começou a dar tiros prá cima.

- Lá vem o atirador terminar o serviço! – gritou a enfermeira que começou a correr pelo corredor, sempre acompanhada pelo médico e saltaram o muro do hospital.

O menino conseguiu desatar os laços que o prendia à cama e seguiu para o corredor, ficando de frente à correria do ex-prefeito Dió, que vinha embalado. O menino falou:

- Seu home! Essa bola é minha e eu não dou a ninguém.

-Sai da frente seu ebola disgraçado – gritou o ex-prefeito.

Atrás do ex-prefeito Dió vinha o soldado dando tiro e gritando:

- Nessa disgraça não tem médico para atender não? Comigo é bala; lá vai bala.

Uma bala pegou na barriga do menino que estourou e o garoto começou a chorar: “Uai, uai, uai! Sua disgraça! Você pocou minha bola.

- Atingiu a barriga do menino! – Gritou o porteiro.

O prefeito Dió ficou pensando no ebola se espalhando, aí foi que o ex-prefeito disparou: “pernas pra te tenho”, pulou o muro do hospital parecendo atleta de salto com vara; acelerou na frente da fábrica; ultrapassou todos os carros na subida do parque; emburacou no matadouro; estava exausto, deitou-se querendo botar as tripas pela boca e pensou extasiado: “Veja quem foi que me salvou! Logo quem, o Matadouro de Ipirá! Ainda bem que ele não funcionou até hoje e fica o prefeito Déo dizendo que vai inaugurá-lo; ainda bem, que eu sei que ele diz isso de boca, só de boca, isso aqui não vai funcionar nunca.”

O ex-prefeito Dió observou que tinha algo estranho no seu braço e indagou em voz alta:

- O que é que esse carrapato de ovelha quer no meu braço?

Nem tinha terminado e ouviu uma voz grossa e firme: “Me respeite seu ex-prefeito! Eu sou é mosquito e não carrapato de ovelha! Eu sou é o terrível Chico Gunha e vou lhe dá uma picada.”

- Uai, uai, uai, - gritou o ex-prefeito.

O prefeito Déo sabendo do ocorrido no Matadouro de Ipirá, deu a ordem:

- No meu hospital está suspensa qualquer operação e quem chegar com Chico Gunha não entra de jeito nenhum – depois pensou: “Agora eu quero ver se esse sujeito não sai da minha frente.”

Suspense: e agora, esse matadouro sai ou não sai?

O término dessa novelinha acontecerá no dia que acontecer a inauguração desse Matadouro de Ipirá. Inaugurou! Acabou, imediatamente.

Observação: essa novelinha é apenas uma brincadeira literária, que envolve o administrador e o matadouro e, sendo assim, qualquer semelhança é mera coincidência. Eles brincam com o povo e o povo brinca com eles.

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