terça-feira, 14 de abril de 2015

O SACRIPANTA.


Triste Ipirá!

Desnudou-se, tomada de assalto, por uma pandemia que se alastra intangível por estas plagas. Ipirá vive, neste instante, um surto momentâneo de algo tenebroso, que retrata bem uma realidade dilacerante. Não deu outra, a formidável e inexpugnável fortaleza mostrou a flacidez de suas entranhas. Não teve como esconder suas chagas. Nunca, em toda a sua história, Ipirá mostrou-se tão fraca, tão frágil, tão debilitada. Uma pena.

Dois pontos vêm à tona. Primeiro, Ipirá é um território livre para a vida sossegada e a proliferação do mosquito, que por sinal está contagiando e a largo espaço, neste sentido, já suplantou o foco, alastrou-se. É um ambiente propício à proliferação do mosquito por ter temperaturas elevadas e por ter necessidade de armazenagem de água em recipientes em quintais de todas as residências, o que potencializa o criadouro de mosquitos e, assim, agiganta-se e avoluma-se a nuvem do sacripanta.

Um segundo ponto, a demonstração clara da precariedade do sistema de saúde na cidade de Ipirá. Um único hospital para o atendimento de uma demanda que ultrapassa as possibilidades daquele centro. Não existe o suporte da saúde particular, está no mesmo patamar do simplismo da pública. Nem se cogita tratamento de alta complexidade. Todo e qualquer cidadão ipiraense tem que suportar uma hora para receber o atendimento necessário e adequado em Feira de Santana, caso contrário, embarca, tenha ou não condições financeiras.

Um atendimento público concentrado num único hospital, que carece de requisitos básicos de medidas de higiene, de atendimento pessoal e humano. Uma debilidade a toda prova. Como suportar um surto? Como evitar que o surto torne-se uma calamidade? A população está entregue ao acaso. A saúde pública em Ipirá é um caos. A resposta não convence: ‘todo lugar é assim’. Apenas, significa o sinal verde para o atraso que impera de forma letárgica, aqui e algures.

Um comentário:

  1. Sábio, meu professor! Essa doença pública que é o DESCASO está em todo canto do país, mas nesta cidade de Ipirá é um ABSURDO.

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