Esse
entendimento é simples e lógico. Faz mais de quarenta anos que o município
de Ipirá só é governado por médico ou
advogado. Por que isso acontece? Porque o sistema foi montado e armado para
funcionar desse jeito. Só os profissionais liberais dos dois grupos
(jacu-macaco) podem administrar o município e fazem o revezamento do poder. É
um sistema de exclusão, desde quando, desenvolvem e estimulam a idéia de que
pessoas das camadas populares não possuem aptidões para administrar nosso
município. Fomentam esse preconceito para alimentar sua ideologia exclusivista
e opressora.
Por
circunstâncias do destino, o Poder Executivo do município caiu no controle de
um homem simples e foge completamente às arrumações e ao senso comum
divulgado pelo esquema montado; não é médico, muito menos, advogado, é
vereador. Mas, não é do grupo? É. E qual é o problema? Não pertence às famílias
oligárquicas, nem à elite do sistema. No esquema jacu/macaco foi estabelecido
um papel determinado para os vereadores e cabos-eleitorais, que não podem
passar dessa demarcação. O papel do vereador é secundário, subalterno e de
coadjuvante, nunca de protagonista. Por ironia do destino essa regra sofreu uma
ruptura e, a depender dos acontecimentos, poderá ser desmascarada e enterrada.
As
oligarquias e seus asseclas devem estar com uma grande preocupação. E se essa
administração do novo prefeito Aníbal Aragão for eficiente? Seria um péssimo
prenúncio para as oligarquias, pois, além de um exemplo significativo seria o
desmascaramento e o desmanche de um poder de mando com controle exclusivo e
absoluto dos profissionais liberais de jacu/macaco. Aníbal Ramos Aragão,
vereador, da zona rural, jamais teria a oportunidade e a chance de ser
candidato a prefeito do jacu ou do macaco; hoje é prefeito. Isso aconteceu por
determinação da Lei e à revelia dos interesses oligárquicos, que, agora,
ruminam a preocupação: “e se essa administração funcionar bem?”
Poderá
ficar uma grande lição para o povo de Ipirá. A simples lição de que pessoas
simples podem governar Ipirá e não só os doutores, pondo abaixo uma exclusão
perversa que só beneficia as famílias e elites das oligarquias jacu/macaco. Que
fique bem entendida a lição sofrida pelo prefeito licenciado Ademildo, nenhum
petista poderia governar bem esse município para não servir de exemplo.
O
boicote dos macacos deixou o gestor com uma aprovação de um dígito. O prefeito
Ademildo pensou que ia quebrar o sistema disputando a liderança de um grupo sem
rumo com Diomário. Pensou que ia quebrar o sistema botando os vereadores da
situação debaixo da botina, brigou e humilhou o Poder Legislativo como um todo.
Pensou que ia botar o sistema abaixo bajulando a oligarquia macaca em troca de
atenção e favores (a tática de Diomário para comandar o grupo). Pensou que o
Executivo era o rei. Pensou!
O
prefeito Aníbal, penso eu, deverá fazer uma gestão com a participação dos
vereadores. O prefeito Aníbal, penso eu, deverá fazer uma gestão conversando e
ouvindo a população. O prefeito Aníbal, penso eu, poderá montar um conselho
suprapartidário (jacu/macaco/Renova/independentes) para ajudar a destravar e
desemperrar a administração desse município. O prefeito Aníbal poderá visitar o
governador com a maior comitiva de vereadores já vista. O prefeito Aníbal, com
os pés no chão, sem blefe, poderá fazer mais do que imagina e imaginamos por
Ipirá.
O
licenciamento do prefeito Ademildo é temporário, mas ele precisará de
tranqüilidade e paz para preservar sua saúde. O poder é um gerador de complicações
para quem necessita de um repouso duradouro, se assim for, qualquer retorno
precipitado seria para atender aos caprichos, a uma necessidade de sobrevida da
oligarquia macaca e de uma futura candidatura de algum advogado da cúpula.
O
prefeito Aníbal poderá ter um tempo mais longo e pela primeira vez no município
de Ipirá, um vereador da zona rural chega ao Executivo. Uma coisa é bem clara:
é o vereador quem controla grande parcela dos votos no município com base no
assistencialismo; é quem tem o contato direto com o eleitor. Agora os
vereadores terão o controle e acesso ao poder Executivo. Serão protagonistas.
Se
for articulada uma aliança dentro da Câmara Municipal e houver a união concreta
de dez vereadores poderemos ter um candidato a prefeito com dez mil votos na
partida; com uma gestão satisfatória, teríamos um candidato com grande potencial
eleitoral e surgido da base de um poder, o Legislativo. Assim poderemos ter um
grupo da politicagem local (a macacada) vivendo um grande drama e uma profunda angústia
ao deixar de ser protagonista, impositor e patrão de uma esfera de força
importante (os vereadores). Tudo o que o prefeito Ademildo queria fazer e não
fez por andar na contramão da história, amarrado e atado pela macacada. Não se
governa só fazendo obras mas, também, derrubando muros.
A Ana foi dado um tempo para poder começar a prestar conta de sua atuação.Desistiu antes do final do tempo. Em seguida assumiu Ademildo e pediu o seu tempo para dizer para que veio. Agora Aníbal assume e quer também o seu tempo, a tolerância dos camizãozeiros. Afinal um homem simples, da zona rural que com a sua assunção do cargo precisa também de tempo para se refazer da surpresa do presente ganho, assim como aconteceu pelo seu agraciado antecessor. Homens de muita sorte que mereceram uma prefeitura com o maior orçamento das redondezas ," de regalo. A minha pergunta é: Quanto tempo mais o ipiraense terá de esperar para ter um prefeito que realmente trabalhe, mesmo sem ter se comprometido com nenhum dos eleitores que não os elegeram? Os votos eram de Antonio que transferiu para Ana, que os deixou de presente para Ademildo, que por uma dessas surpresas da vida a que todos nós estamos sujeitos delegou a Anibal . Que Deus restabeleça a saúde do Dr. Ademildo. e proteja os eleitores de mais uma transferência de legitimidade dos nossos mandatários pois não mais nos reconhecemos como povo no poder. Nem os que elegeram Ana nem os que votaram contra.
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