“A intenção é promover o desenvolvimento em uma região que não
tem nenhuma saída para olhar para um futuro melhor. Estudiosos do Brasil inteiro
e até de outros países já constataram que a criação dessa zona franca seria o
único caminho concreto, viável, possível, para fazer com que o Nordeste possa
crescer de verdade.” Extraído do jornal ‘A Tarde’, no dia do São João.
Se você gosta de Ipirá de verdade, leia e releia com atenção
esse parágrafo anterior. Na minha
compreensão, esse primeiro parágrafo é cristalino como a água da Caboronga.
Refere-se ao desenvolvimento do semiárido e especialistas, até estrangeiros,
colocam como o único caminho para crescer de verdade: uma zona franca no semiárido.
Não tem outro meio. Caso contrário é esse passo de cágado.
“Crescimento de verdade” é muito diferente de crescer pela boca.
Só tem uma única alternativa e eu vou cantar a pedra, assim: “a Zona Franca vem
aí gente.” Na Bahia, a cidade contemplada começa com I...
O ipiraense apaixonado por sua cidade, que acha Ipirá o paraíso
perfeito no meio do caos ou o pólo de progresso em meio ao descalabro, grita em
voz alta e em bom som: “I... I... Itaberaba.” Perdeu. Perdeu Ipirá! Não vai para Itaberaba, já estamos tão
acostumados a perder para Itaberaba, que nem fazemos mais questão de muita
coisa. Perdeu Itaberaba. Perdeu Ipirá.
“As cidades polo são: Juazeiro do Norte, no Ceará; Mossoró, no
Rio Grande do Norte; Picos, no Piauí; Salgueiro, em Pernambuco; Arapiraca, em
Alagoas; Itabaiana, em Sergipe; Irecê, na Bahia; Montes Claros, em Minas
Gerais; e Bacabeira, no Maranhão.”
“Cajazeiras como centro da Zona Franca do Semiárido
Nordestino é estratégica em função da localização central na região que integra
o projeto, apresentando melhor logística.”
“Proposta de Emenda à
Constituição (PEC) 19/11, que cria a Zona Franca do Semiárido Nordestino, com
característica de área de livre comércio de exportação e importação. O prazo de
vigência dos incentivos fiscais é de 30 anos.”
“A região
compreende seis estados e receberia benefícios fiscais.” "Trata-se,
portanto, de uma PEC de imenso alcance social e econômico, beneficiando os
estados mais pobres do Brasil. Gente que
vive, em sua grande maioria, na dependência do Bolsa Família, maior programa de
distribuição de renda e de redução da pobreza do Governo Federal",
“Somente uma Zona Franca poderá beneficiar essa
região, a começar pela criação de mais empregos e mais renda, alavancando e
desenvolvendo atividades comerciais e industriais, como um chamariz para novos
investidores, em razão da isenção de PIS, COFINS e IPI, além de outros
perversos tributos. Montadoras de carros, motos e eletrônicos, serão as
primeiras grandes empresas a desembarcarem na região abrangida por este polo.”
“Os incentivos fiscais são de suma importância para viabilizar a
implementação de polos industriais e reduzir a desigualdade regional tendo em
vista a desvantagem logística, econômica e de qualificação de mão de obra do
Semiárido Nordestino com relação às outras regiões do País.”
Quando esta zona franca sair do papel e vencer a burocracia,
esta região de Irecê vai ser o grande centro de atração de grandes
investimentos no estado. Ipirá está no semiárido e não chupa nem bagaço de cana
moída. Por que?
Por ser um município, como outros mais, de contenção da população.
Segurar uma parcela da população aqui, para que ela não vá criar problemas ao
grande centro. Esse é um ponto. Outro ponto, o Estado não tem dinheiro para
investir pesado onde não tem retorno, então, joga-se pesado onde haverá
resposta positiva, ou seja, nos pólos produtores e, agora, na zona franca.
Exemplificando: na renúncia, com quinze dias, de Ana Verena e
posse do ex-prefeito Ademildo, este, em discurso, disse que a língua estava
coçando e ele ia falar, mesmo contrariando o deputado Afonso, e disse: ‘que
Ipirá tinha conseguido 200 km de asfalto’. De boca não se vai longe. Governador
Rui, nesta quarta-feira, ‘prometeu’ de bom grado, asfaltar uma avenida que não
tem um quilômetro. Essa é a diferença de Ipirá para Irecê. Em Ipirá tapar um
buraco significa muita coisa.
Ipirá está no ’buteco do calango’; infelizmente é essa situação.
Ipirá não está na agenda do governo estadual e federal. Está no mapa, mas não
está na agenda. E, tem mais, coloque meio século pela frente e, tem mais, pode
ser governador do Estado, um diabo do PT ou um satanás do DEM, dá no mesmo, tanto
faz um como o outro, para Ipirá é o mesmo angu-de-caroço, que embucha no estômago
e tem que tomar óleo de rícino por cima e meter um supositório por baixo para
ver se a coisa acontece de forma diferente. Ipirá está no ‘buteco do calango’.
A única alternativa que sobra para Ipirá, nestas circunstâncias,
é o investimento privado dos ipiraenses e das pessoas que moram aqui e acham
que Ipirá merece ter uma chance, até mesmo, porque, o poder público municipal é
um alvo predatório da politicagem de jacu e macaco, que não incorpora a
realidade como um ponto de partida e a coletividade como um objetivo. É coisa
de meia dúzia de espertalhões e não de um município.
Uma quarta pergunta para os dois candidatíssimos, Aníbal Ramos e
Marcelo Brandão: o que os senhores candidatos pretendem fazer para atender à população
como um todo e não como um fragmento de jacu ou macaco? Os senhores não têm a
obrigação de responder a estas perguntas formuladas neste blog.
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