Quando o sujeito deixa o poder, de imediato acaba o cordão de
puxa-saco. Acaba de um jeito que não fica nem o toco da vela. Com Dió está
acontecendo isso. Dió foi prefeito de Ipirá por oito anos, era querido,
bajulado e endeusado. Deixou o poder, acabou-se o que era doce. A cidade toda
vira-lhe as costas. Menos eu. Estou pronto para não deixar a amnésia pós-poder
e histórica apagar o cidadão e o administrador Dió.
Precavido, vou tomando algumas providências no sentido acima
abordado, mesmo sem a autorização do digníssimo Dió. Procurei ver quanto
custava o horário do programa Conexão Chapada da rádio FM; mandei abrir o preço
e dei a garantia de que Dió pagaria o dobro do preço de mercado ou apresentado.
Para minha surpresa, meus ouvidos escutaram um NÃO do tamanho de um trem.
Dió pode até não acreditar e questionar: “Eles disseram
isso?” Eu confirmo: “Disseram! E disseram também, que na rádio FM você não
entra nem pintado de ouro. Foi, Dió! Disseram isso e disseram mais, que no
Conexão Chapada você não serve nem para imitar latido de cachorro gripado. Foi
sim, Dió! Cachorro gripado! Assim também é demais. Só cachorro não caía bem,
pois, poderia ser um vira-lata, agora, imagine, cachorro gripado, aí é querer
desfazer da autoridade!”
No meu pensamento, Dió tinha que se vingar dessa desfeita. O meu conselho é prá Dió pegar meio milhão de reais e esfregar no nariz; no nariz
não, no focinho, esfregar de baixo prá cima e de cima prá baixo: “Tome aqui,
meio milhão por quatro anos no Chapada!” Na ruma, à vista, sem choradeira e sem
pedir troco. Com Dió não tem dois tempos e nem conversa de meia tramela: é Dió
como âncora e eu, Agildo Barrêto, como assistente de bancada, toda residência
vai receber um rádio FM, já sintonizado, cravado e travado no nosso programa
e...
Grande, Dió! Nada disso deu certo. Eles estão querendo
empurrar você vivinho num buraco e jogar uma pá de terra por cima. Vê lá se
pode uma coisa dessa? Eles vão torrar tudo que você fez. O Mercado de Arte já foi;
sua UTI no hospital de Ipirá não serve nem para fazer operação em calango,
pelas fotos daquela imundície que foram mostradas no site Ipirá Negócios, eu
cheguei a uma conclusão lapidar: “Não tem sujeito mais esperto neste mundo do
que Dió, quando a coisa apertou para o lado de sua saúde (lá dele), o sujeito
correu para São Paulo, hospital de Ipirá é para os trouxas dessa terra".
E a Praça da Bandeira? Praça que você (Dió) acabou
literalmente, mudando até o nome, eles vão acabar com a merda que você fez, destruindo
tudo e fazendo uma réplica de uma praça de Turim, dizendo eles, que isso vai
valorizar as residências na praça, igual a Praça de Santana com a sede do INSS.
Eles podem até acabar com Ipirá, mas com você é bem diferente; ninguém jogará o
grande Dió no ostracismo; ninguém vai fazer de Dió uma bucha de garruncha
enferrujada; eles podem tirar o cavalinho da chuva e eu tenho uma proposta para
que isso não aconteça.
Não vou cobrar um centavo pelo meu trabalho. Agora, você vai
pagar a minha estadia numa pousada em Praia do Forte, vai bancar o café da
manhã, almoço e janta. Eu vou fazer a verdadeira, genuína e exclusiva biografia
do Dió, o maior e melhor prefeito que esta terra já teve. Vai ser feito um
livro; uma entrevista filmada para a posteridade, museus e mídia educacional
para as escolas da rede municipal e uma entrevista gravada, que se a rádio FM
quiser reproduzir terá que pagar os ‘olhos da cara’ para ter a autorização. É
assim que a gente pega eles, Dió!
Cinco horas da manhã já estaremos andando na praia em Praia
do Forte, gravador ligado e eu fazendo perguntas; vou logo avisando, preste bem
atenção, vai ter um bocado de pergunta cavernosa e você não vá ficar gaguejando
e dando pulo de macaco, não pode ‘dá migué’, essa vai ser uma clausula de nosso
contrato.
Farei perguntas bem singelas, como: o grande Dió foi mais
feliz com a jacuzada ou macacada? E essa: É verdade que você só deu 16 mil para
a campanha do candidato Aníbal e andou espalhando que tinha dado 200 mil?
Explique bem explicado, como foi aquele assalto que você fez ao PMDB à serviço
de Delorme? Conte para o povo de Ipirá, toda a desgraceira, sem esconder nada,
feita pelos jacus e macacos no município de Ipirá. Lasque o verbo, não tenha
receio. Para qual buraco do brim vai o dinheiro do município de Ipirá? Conte
tudo. Não tenha medo de pisar no rabo da cobra.
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