O PT de Ipirá teve nas mãos a administração municipal local;
uma vereança; a Secretaria de Agricultura; cargos municipais. No novo ano
(2017) nada disso restou, embora, isso não represente o fim, mas o início de tempos
minguados e bicudos. O que era doce acabou-se, ficou um gosto amargo de fel.
O PT de Ipirá foi o tempero cristalino no ensopado de macaco.
Mantinha um argumento meia-boca para não se desligar do grupo macaco: “A
direita não pode chegar ao poder em Ipirá e os nossos amigos para o palanque de
Rui serão da macacada.” Ledo engano.
Sem pestanejar, todas as lideranças dos macacos ficarão com o
Neto, necessário, só somente só, uma boa performance nas pesquisas; essa turma
não é besta e não agüenta aperto na camisa, o que interessa é a parte de cima
da gangorra . Aliás, a única exceção será Diomário, que não se compromete, por
natureza, em lutas intricadas, obscuras e custosas. Não contem com o esperto
Dió para empreitadas sol à pino. A desculpa é a doença e a idade.
A direita chegou ao poder municipal e atuará com unhas e
dentes em uma campanha para Neto, até mesmo, para sobrevivência da
administração Marcelo Brandão. Rui perdeu o apoio do Poder Municipal local.
Assim, sendo, o argumento do PT de Ipirá perdeu toda fundamentação e, agora,
vai enfrentar a dureza e as agruras do combate 2018. Veremos o que restará no
fundo do tacho.
O que seria melhor: ser derrotado como foi no pleito
municipal ou deixar a oligarquia macaca se espatifar? Essa pergunta vale,
também, para o Renova. Os números não mentem: a macacada foi derrotada por
1.600 votos, vamos colocar por baixo, uma ajuda de mil votos para o PT de Ipirá
e mil para o Renova na votação da macacada; sem essa ajuda a derrota seria de
mais de 3.600 votos e qualquer oligarquia que perca com mais de quatro / cinco
mil votos de diferença perde a compostura e a força. Perde a credibilidade. Tem
que abrir espaço para composição em outro grau, ou não retornará ao poder.
A macacada foi derrotada, mas quem perdeu foi o Renova e o PT
de Ipirá. A macacada saiu com uma votação de mais de 16 mil votos. O Renova
espatifou-se. A quebra da unidade foi de uma inconseqüência política
inimaginável. Não é fácil reverter-se essa situação. A condição da vice candidatura
à prefeitura não era a base para uma sobrevida política e eleitoral. A
estratégia de eleger um ou dois vereadores pelo Renova e PT teria sido
alcançada fora das engrenagens do esquema viciado da macacada. Faltou
maturidade, análise política e muita paciência. Com peninha de deixar a
macacada em desespero, preferiram deixar o Renova despedaçar-se.
E podem arrumar as palavras para justificar os equívocos,
porque o Renova entrou num barco furado nas eleições de prefeito 2016. A derrota
da macacada era anunciada e liderança do quilate de Diomário tinha certeza e
convicção da situação difícil e quase irreversível. A luta deles era para
diminuir a vantagem. Conseguiram. Tiveram uma derrota eleitoral, a derrota
política ficou para o Renova e o PT de Ipirá.
O Renova caiu na arapuca da
macacada.
E a macacada vive o infortúnio de não ter liderança que
conduza esse barco à deriva. Diomário é o sossego; Antônio não vê nisso o
fundamento da vida; o deputado Jurandy tem o peso da idade e da desconfiança;
Aníbal não tem cacife para uma empreitada neste quilate; Dudy tem mais
habilidade empresarial do que política. Quem vai assumir esse comando? Resta a
turma nova, que além de imatura é perigosa. Ai fica o PT de Ipirá e o Renova
querendo ficar com o bagaço do jogo de buraco.
A macaca está mais perdida do que cego em tiroteio dentro de
um túnel escuro. Não sabe o que fazer. Está querendo lançar um jornal para não
deixar o prefeito Marcelo Brandão correr solto na buraqueira de Ipirá. Um
jornal? Nem mensal terá periodicidade, afirmo eu. Só se for anual, totalizando
quatro números.
Sabe o que é que a macacada vai fazer? Ficar pianinho quatro
anos, esperando que a administração do prefeito se desgaste e perca
popularidade. Só isso. Se administração de Marcelo Brandão ganhar popularidade
aí eles apresentarão um candidato-tampão para constar; se a administração de
Marcelo Brandão for um fracasso, aí as lideranças se apresentarão como os ‘Salvadores
de Ipirá’. Esse é um disco de vinil arranhado e desgastado.
Enquanto isso, eu escrevo uma máxima popular, extraída do
livro de Miguel Nicolelis “Made in Macaíba” que diz o seguinte: “...os
governantes governam primeiro para os familiares de primeiro grau, depois para
os familiares agregados, depois para os amigos próximos e logo a seguir para aqueles
que lhes possam render alguma vantagem nos negócios pessoais e familiares,
deixando apenas as migalhas que sobrarem do espólio para o povo desfrutar”.
E olhem que não estou falando de nepotismo, ‘que não é
crime’, nunca foi, nem nunca será; é apenas uma unha que só coça pra dentro; estou
apenas lembrando que o camarote agora é da jacuzada, por doze anos foi da
macacada, e no governo das oligarquias jacu/macaco o povão fica espremendo-se
no calçamento, no cascalho ou no lamaçal; enquanto a banda toca e Ipirá toma no
forever.
Nenhum comentário:
Postar um comentário