O
prefeito Marcelo Brandão pisou na bola e feio. Fechou a Biblioteca Eugênio
Gomes. Como? Fechou, sim. Por que? Só ele sabe. Para que? O que se sabe é que
de uma marretada só ele fechou a biblioteca, o arquivo e o auditório. Pasmem!
No local, Centro Cultural Elofilo Marques irá funcionar a Secretaria de
Assistência Social.
O
prefeito Marcelo Brandão atinge a cultura com um golpe certeiro, bem na
jugular. Podem vir com desculpas: “Ah! É temporário; é por pouco tempo; vamos
construir um prédio moderno; etc e tal.” Desculpas esfarrapadas para
questionamentos explícitos: Qual é a indicação com precisão que determina a
concretização desse prédio? Não tem nenhuma garantia. Isso poderá demorar até
os quatro anos do mandato e não sair do papel. Quem não se lembra do terreno comprado
para a universidade? Esse é só um exemplo, entre muitos.
O
prefeito Marcelo Brandão deixa o certo pelo duvidoso. Desestabiliza e subtrai
espaços que já existem, de forma concreta, viva e propulsora, que refletem, de
certa maneira e em certo grau, a ação cultural da comunidade em troca do nada,
neste instante, e cria uma incógnita para um futuro próximo duvidoso, desde
quando nem ele próprio tem certeza de nada e não pode empenhar a sua palavra
sem algo palpável. Ipirá tem outras prioridades para serem atendidas. O Centro
Elofilo Marques cobria satisfatoriamente essa área cultural.
O
prefeito Marcelo Brandão não enxerga dessa forma e acha que Ipirá tem necessidade
de um Centro de Convenções e uma Biblioteca em novas instalações, criando assim
uma nova prioridade, que já estava suficientemente atendida. Onde pretende
construir esse prédio? No centro da Praça São José. Outro problema: vai acabar
mais uma praça, dividi-la em dois largos, (como o Largo 13 de Maio), para
construir um prédio grande, magnífico, esplêndido, soberbo e cheio de
ostentação. Esse filme já conhecemos. Valeu à pena acabar com a Praça Santana
para fazer aquele mondrongo do INSS? Aquilo poderia ter sido feito em outras
adjacências. Meu caro leitor deste blog, tenha um pouco de calma, porque eu vou
tomar dois litros de garapa para suportar tanta baboseira.
Ipirá
não vai dar um passo adiante, um só passo, enquanto o administrador que entrar
ficar preso e limitado a desfazer o que o outro fez, por necessidade ou por
ranço. Ipirá tem cinquenta obras de administrações jacu e macaco que não servem
para nada, foi muito dinheiro público jogado na lata de lixo, um verdadeiro
descalabro. Nestas obras, consta o PALCO feito em cima do Centro Cultural
Elofilo Marques, o que precisamos entender é que, não é o C.E.M que está
condenado, mas aquela geringonça da pior qualidade que é o PALCO, um troço
inútil, feito sem planejamento, sem técnica, sem bom senso, obsoleto, uma
ilustre porcaria, fruto e símbolo da ineficiência administrativa, mas isso cabe
ao PALCO, não ao conjunto, à totalidade do Centro Cultural Elofilo Marques, que
atende a contento, neste momento, o que lá está estabelecido. Por que
desestabilizar a Biblioteca Eugênio Gomes se não tem outro lugar para
colocá-la?
Temos
que levar em consideração que a Biblioteca Eugênio Gomes está em pleno
desenvolvimento, estabeleceu vínculos de parceria com a Fundação Pedro Calmon e
com a Biblioteca Nacional, isso significa um avanço sem precedentes.
Recentemente, recebeu dez mil livros, que ainda não foram catalogados, porque
um disco rígido, que libera o processo, foi infectado por um vírus e a prefeitura,
ainda, não designou um especialista para eliminá-lo. A coisa é simples, é isso
que tem que ser feito, dar consistência e continuidade aos serviços que a
comunidade necessita.
O
que é preciso é ampliar e fortalecer o encontro com a comunidade ipiraense. Que
tal alargar e espalhar o braço da Biblioteca Eugênio Gomes? Encher um ônibus
amarelinho de livros, solicitar apoio dos grandes contadores e leitores de
estórias nesta cidade (Puluca Pires, Pedro Sena, Lília Simões e outros) e
deixar um livro infantil nas mãos de uma criança; um romance nas mãos de um
adulto trabalhador; um livro de História e outras ciências com os jovens; livros
para as pessoas tocarem com as mãos para conhecer pelo tato; sentirem o
formato, tocando com delicadeza e brandamente; procurando sondar para
compreender significados; livros para saciar a fome de saber. Depois de trinta
dias, uma nova visita ao bairro, reconfirmará aquele empréstimo ou estabelecerá
o empréstimo de um novo livro. E assim, o conhecimento vai chegando ao alcance
de toda a comunidade.
É
necessário que se premie os jovens que mantenham uma freqüência assídua à Biblioteca
Eugênio Gomes; os jovens que apresentem resumos ou a sua visão sobre os
clássicos da literatura e assim por diante, por exemplo e etc e tal. Agora,
prefeito Marcelo Brandão! Eu vou te dizer uma coisa, até mesmo por
consideração, e por muita consideração vou tratá-lo como você; prefeito Marcelo
Brandão, você deve pensar mais pouco, com muita reflexão, e voltar atrás, não é
nada demais; é até uma atitude de muita grandeza da sua pessoa: não feche a
Biblioteca Eugênio Gomes nem por um dia.
Nós,
ipiraenses, estamos sentindo e demonstramos a nossa indignação com a
negligência e abusos autoritários de diversos gestores que governaram esse município.
Esse PALCO é um dissabor muito grande para a nossa comunidade. Nossa gente não
merece um entulho dessa ordem e eu sei e você sabe que isso é fruto de uma
administração desastrosa e malamanhada que governou Ipirá recentemente.
É
bom que toda comunidade reflita sobre essas coisas. Até mesmo porque, se V.
EXA., prefeito Marcelo Brandão, tomar e manter a atitude de fecha a Biblioteca
Eugênio Gomes, por um dia sequer, V. EXA. estará tomando uma atitude
despropositada, sem sentido e conseguindo, neste inicio de gestão, ficar num
patamar bem abaixo de uma administração nefasta e desqualificada que conseguiu
fazer um palco sem nenhuma serventia. E justamente num instante em que V. EXA.,
aplica um Choque de Gestão, a comunidade ipiraense não pode sentir um choque de
indigestão, porque não tem garapa que resolva este problema.
Fico triste com tamanha estupidez. Tem abrir novos espaços culturais. A população tem carência de biblioteca, em Ipirá tudo pode acontecer.
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