domingo, 4 de fevereiro de 2018

JÁ DEU O QUE TINHA QUE DÁ!

Na primeira noite eles se aproximam e roubam uma flor do nosso jardim. E não dizemos nada.

Na segunda noite, já não se escondem: pisam as flores, 

matam nosso cão, e não dizemos nada. Até que um dia, o 

mais frágil deles entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a 

luz e, conhecendo o nosso medo,...

(Maiakovski / Eduardo Alves da Costa)  


Eles rastejam na sombra das trevas e diante do silêncio adormecido agem sorrateiramente e fazem a melança que lhes convém, dentro do gosto e prazer que lhes apetece.

Não pediram o seu consentimento, nem solicitaram a sua licença e muito menos te pedirão desculpas pela nódoa e pela mancha de substância gordurosa na frente da tua residência ou da tua casa comercial. Isso é habitual em Ipirá.
Corriqueiro em Ipirá tornou-se o domínio administrativo do município por advogados e médicos por quatro décadas, com três exceções. Não tem sido uma experiência promissora para o município. Dividiram-se em dois grupos: ‘jacu e macaco’, alternando-se nesse processo de triturar, moer e apilar essa formação demográfica chamada Ipirá.


Um comparsa do grupo ‘jacu’ para ser agraciado e favorecido pelos patrões oligárquicos implementou a troca do nome da Praça da Bandeira, mesmo sem ser uma necessidade coletiva. Não ouviu a comunidade, cacetou.
Um administrador ‘macaco’ tomou uma atitude pessoal e não escutou a comunidade, assim sendo, da própria cabeça saiu a idéia de trocar uma casa/terreno (casa de passagem) por três metros de terra no fundo. Uma casa por um terreno! Negócio da China. Não ampliou a passagem nas condições necessárias.
Um administrador ‘jacu’ deu metade de uma praça ao falido INSS. A comunidade reclamou e não deram atenção. O outro administrador ‘macaco’ permitiu que construíssem um prédio dizendo que aquilo seria a redenção do local. A praça foi dividida em quatro ruas e a comunidade aguarda a tal da salvação.
A administração do ‘jacu’ está construindo uma lan house com a convicção de que se trata de uma obra suprema para a cidade. A opinião dos moradores não teve a menor importância e valor. Coisa procedente da arrogância de quem ocupa um posto de mandatário, achando-se o salvador da pátria.
A quadra da Barão é uma coisa infame encravada no centro da cidade. Uma quadra descoberta, feia, horrorosa e que se tornou um desserviço à comunidade em todos os sentidos. Os moradores e a comunidade merecem uma obra decente e digna naquele local. Aqui, fica clara, a indiferença e a incapacidade das administrações do jacu/macaco diante dos problemas do município de Ipirá.
Observe, que só toquei nas questões físicas. Afirmando que o problema principal e mais importante é o ser humano que mora nesse ambiente físico, ficamos a lastimar a vergonhosa posição do município de Ipirá: 4683º. entre 5564 municípios brasileiros, nas variáveis Educação, Saúde, Trabalho & Renda avaliados pela FIRJAN.

Resta-nos, contudo, refletir sobre os versos do poeta:

"Nós vos pedimos com insistência:
Nunca digam - Isso é natural
Diante dos acontecimentos de cada dia,
Numa época em que corre o sangue
Em que o arbitrário tem força de lei,
Em que a humanidade se desumaniza
Não digam nunca: Isso é natural
.”


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