sexta-feira, 4 de maio de 2018

NOVO CANGAÇO INVADE IPIRÁ

Numa ação ousada e audaciosa o Novo Cangaço dominou literalmente a cidade de Ipirá por 40 minutos. Sem nenhuma reação, a Praça da Bandeira tornou-se uma área de controle da bandidagem. Mostrou de forma bem clara e inequívoca a fragilidade da segurança em Ipirá.
Foi um acontecimento inesperado que surpreendeu a toda população. Por volta das 2 h da madrugada a madeira cantou e a cidade acordou com um barulho infernal de tiros e estouro de dinamites acuando a população. Estava tudo dominado, quem mandava no pedaço era Novo Cangaço, que detonava as agências do Banco do Brasil e do Bradesco.
O policiamento local não existiu nesse episódio, tinha sido acuado na Companhia da PM e na delegacia local. A bandidagem agiu leve e solta na Praça da Bandeira, era senhora da situação e dos fatos, ao tempo que explodiam as agências bancárias na maior naturalidade e tranqüilidade, sem a menor cerimônia ou contratempo.
No meu entender as coisas ficaram transparentes e não tem como pensar diferente: Ipirá é uma cidade com segurança precária e isso não ocorre de forma continuada porque a bandidagem organizada age de forma intermitente nesse lugar.
Não custa nada recordar que as pessoas tinham uma ideia de que o município de Ipirá estava são e salvo de um assalto bancário por conta da logística que não favorecia, incluindo a rota de fuga e a segurança da localidade. Na hora que a bandidagem decidiu nada disso prevaleceu e mostrou o outro lado da moeda, a fragilidade da segurança do município é gritante e vergonhosa.
Foi uma ação do crime organizado. Um ato de inteligência. O que impressiona é a falta de inteligência do lado da segurança. Num tempo em que o Zap Zap transmitia ao vivo o assalto aos bancos na cidade de Ipirá, a inteligência do serviço de segurança não foi capaz de esboçar nenhuma reação contra a ação, nem mesmo um cerco ao plano de fuga com as cidades vizinhas, com tanta ferramenta de comunicação disponível isso poderia ser uma possibilidade. Mas vamos que vamos, porque esse assalto foi um ato de inteligência e não da burrice e a inteligência da segurança não pode ficar abaixo do patamar dos malfeitores.
Não custa nada lembrar que o Estado é o responsável maior pela segurança. Não custa nada lembrar que a prefeitura de Ipirá fica retaliando a delegacia local, negando apoio e até mesmo combustível. É tudo poder público e tem que atender às necessidades da população, porque se tudo for levado na base da picuinha, quando acontece um sobressalto e uma desgraça dessa natureza, a porrada canta nas costas do povo.
Não dá para imaginar o prejuízo da população e do município de Ipirá. Quando é que essas duas agências voltarão a funcionar? Seis meses? Não sei e quero saber. Qual é o plano de emergência que essas agências colocarão em prática para atender aos clientes? Em quantos dias esse plano será viabilizado na prática? Os ipiraenses vão ter que sacar dinheiro no Bravo ou Feira de Santana?
Como será uma Exposição e um São João sem o funcionamento dos bancos? Como será realizado o pagamento dos trabalhadores, operários da fábrica, funcionários da prefeitura, dos aposentados? São inúmeros novos problemas que terão que ser resolvidos com urgência e o governador Rui Costa e o prefeito Marcelo Brandão não poderão se omitir numa hora dessa. Todos juntos por Ipirá, esse é o lema da emergência.


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