quarta-feira, 11 de julho de 2018

É DE ROSCA (44)


É DE ROSCA. (44)
Estilo: ficção
Modelo: mexicano
Natureza: novelinha
Fase: Querendo imitar Malhação, que não acaba nunca, sempre criando uma fase nova, agora é a do prefeito Marcelão.
Capítulo 44 (mês de janeiro 2018)(atraso de 6 meses) (um por mês)

O prefeito Marcelão estava entusiasmado com a exposição, até que enfim, tinha acertado em cheio numa festa. Olhava emocionado e admirava aquela grande obra da genética, um nelore branco com 2m de altura, 3m de largura e 4m de comprimento.

Nas proximidades estava um grupo de macacos, que começaram a fazer fuzarca e firula. Falando alto: “Sai de baixo prefeito Marcelão, que esse boi não é prá teu bico!” Quá, quá, quá, a risadaria corria solta. “Tu não ta vendo que aqui em Ipirá não tem homem prá comprar esse boi!” Quá, quá. “Ora, prefeito Marcelão! Tu não ta vendo que teu bolso não compra nem o redém desse boi!” Quá, quá, quá, a risadaria aumentou.

O prefeito Marcelão manteve a seriedade, olhou para o dono do boi e perguntou para que todos ouvissem e imediatamente o silêncio foi absoluto:
- Qual é o preço desse boi? – indagou e ouviu um sonoro: “UM Milhão de Reais e não tiro nem um centavo de pechincha”. O silêncio tomou conta da área e o prefeito respondeu em cima da bucha, com uma voz firme e grossa – o boi é meu por DOIS milhões de reais e vou inaugurar o Matadouro de Ipirá abatendo esse boi.

O Matadouro de Ipirá quando soube ficou emocionado: “obrigado prefeito Marcelão, até que enfim apareceu um prefeito para dar o verdadeiro valor que eu tenho e mereço. O ex-prefeito Dió queria inaugurar o matadouro com o abate de bengo morto com espingarda de socar; o ex-prefeito J (Jotinha) queria inaugurar o matadouro matando calango abatido com badogue. Vê se pode? O senhor, prefeito Marcelão, é um administrador pra frente, inaugurar o matadouro com um boi de dois milhões é sinal de desenvolvimento e valorização. Estou emocionado, estou sem palavras, obrigado prefeito Marcelão, agora eu aceito ser inaugurado!”

Pense numa notícia que correu o mundo! Viralizou em todas as línguas. Prefeito vai inaugurar matadouro abatendo um boi de dois milhões de reais. Nos Estados Unidos, o presidente Trampo mandou um e-mail: “Estarei em Ipirá para participar desse churrasco”. A rainha da Inglaterra confirmou presença. O presidente Macron da França, Putin da Rússia e o presidente da Fifa, nem esperaram terminar a final da Copa entraram num avião supersônico e embarcaram para Ipirá.

O prefeito Marcelão ficou pensando: “na campanha, a macacada disse que ia fazer um aeroporto em Ipirá, uma coisa pequena, para teco-teco; não sei onde era que eu estava que não lancei uma proposta de um Aeroporto Internacional, não é nada não, agora vou ter que lançar um decreto fechando o espaço aéreo de Ipirá para urubu, pardal e bem-te-vi por uma semana.”

A esquadrilha da fumaça e aviões supersônicos dominaram o espaço aéreo ipiraense e de pára-quedas pulavam as autoridades e seus seguranças, sendo que, o Céu de Ipirá ficou intinguijado de pára-quedistas praticando o esporte. As autoridades internacionais e nacionais foram recebidas na residência do prefeito Marcelão. Só adentraria à residência, para encher a barriga no churrasco do boi de dois milhões quem tivesse convite e pulseira personalizada.

Surgiu o primeiro problema interno; a fila na porta da residência já estava em Baixa Grande e os jacus começaram a reclamar, que tinha muito macaco na fila, que eles fossem para o fim da fila, que agora era a hora dos jacus comerem. 

Veio um assessor do prefeito Marcelão para resolver e descomplicar a situação: “Oh, gente, presta atenção! Quem está aqui na fila só vai comer tripa, agora, eu garanto que não vai sair ninguém com fome.” Saltou um sujeito marrudo e foi dizendo: “Quer dizer, eu votei no prefeito Marcelão e não vou comê um taco de carne? Quem tem que comê tripa é essa macacada que tomou uma lapiada de mil e seiscentos e lascou-se no lombo; quer dizer, pelo que eu entendi meu voto foi perdido?” O assessor do prefeito voltou a explicar: “Depois que deposita o voto na urna já era! Agora, eu quero perguntar a vocês o seguinte: vocês preferem comê tripa de um boi de dois milhões ou filé de um boi de 140 reais a arroba?”

Surgiu o primeiro grande problema internacional: Kim número Um da Coréia do Norte não foi convidado para o churrasco e mandou o recado: “Um boi de dois milhões de reais não pode ser abatido para churrasco, isso é um atentado terrorista, se isso acontecer vou lançar uma bomba atômica no Matadouro de Ipirá” e colocou três mísseis no Monte Alto, apontados para o matadouro.

O presidente americano Trampo respondeu de imediato: “se você jogar uma bomba atômica no Matadouro de Ipirá eu acabo com seu país, vou fazer disso aí o caldeirão do inferno” e colocou quatro bases antimísseis no Estádio José Luís dos Santos, aproveitando a altura de quatro postes que estão fincados lá no campo.

A ONU foi obrigada a intervir para evitar um conflito nuclear mandando uma comissão fiscalizadora para verificar ‘in loco’ se o Matadouro de Ipirá tem condições de abater um boi de dois milhões de reais. O parecer foi terrível: “Isso aqui, não tem condições de abater nem macaco-guigó, muito menos, um jacu depenado, agora, imagine, um boi de dois milhões de reais”

A ONU apresentou um relatório do que era necessário: uma arma de choque elétrico de alta precisão, fabricada na França; um centro cirúrgico de lipoaspiração para tirar toda a gordura do boi; uma máquina de corte à laser para que a carne saia milimetricamente disposta e embalada; tem que ter um tanque de água mineral de Iceberg da Groenlândia; uma câmera fria especial que suporte o gelo da Antártida; uma orquestra sinfônica para tocar música clássica para o boi não ficar estressado e mais coisas.

O prefeito Marcelão levou a coisa no capricho, não deixou escapar um item, adquiriu o que foi relacionado e em tempo recorde estava tudo pronto, montado e funcionando, deu a tão esperada ordem: “pode levar o boi prá o tronco”. Ouviu-se: “ ALTO LÁ, um momento! Tá faltando o pagamento dos dois milhões do boi” era a voz do dono do boi.

O prefeito Marcelão meteu a mão no bolso e foi dizendo: “se você pensa que eu vou ouvir desaforo de quem quer que seja, você está muito enganado, fique com seu boi, porque com dois milhões de reais eu reformo a Casa de Estudante em Salvador, o Mercado de Arte e ainda sobra dinheiro para eu fazer a festa de Sete de Setembro; o povo de Ipirá não vai morrer por comer carne clandestina.”           
   
Suspense: Veja que situação: A novelinha tá de correria, quer chegar à janeiro 19 sem nenhum capítulo em atraso. Um matadouro querendo ser obra e um prefeito querendo não ter problema! Onde vai parar uma desgraça dessa? O que é que eu tenho a ver com o desentendimento do prefeito Marcelão com o matadouro? A novelinha chegou ao mês janeiro de 2018 agora e o prefeito Marcelão não pode fazer Festa para a COPA 2018, e até agora nada.

O término dessa novelinha acontecerá no dia que acontecer a inauguração desse Matadouro de Ipirá. Inaugurou! Acabou, imediatamente! Agora, o artista é o prefeito Marcelão, que foi grande divulgador da novelinha É de ROSCA pela FM.

Observação: essa novelinha é apenas uma brincadeira literária, que envolve o administrador e o matadouro e, sendo assim, qualquer semelhança é mera coincidência. Eles brincam com o povo e o povo brinca com eles

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