sexta-feira, 19 de julho de 2019

UMA GRANDE LIÇÃO


Domingo (14/07/19) foi exibido no programa Globo Rural ‘Nacional’ da Rede Globo e é matéria da revista Globo Rural de julho 2019, a reportagem sobre o Projeto Adapta Sertão, quando foram apresentadas experiências com produtores rurais nos municípios de Ipirá, Baixa Grande e Pintadas.
Ipirá é um município do semiárido baiano, região carimbada por uma estiagem anual, previsível, intermitente, com duração variável, o que provoca uma seca severa e áspera. Essa é a natureza do local.
O grande problema: a estiagem e a seca. A solução: a convivência.
Na década de 1970, quando a Bacia Leiteira foi estabelecida, tinha localidades, aqui na região, que o capim chegava à 2m da altura.
Nos dias atuais a realidade está completamente diferente. Com a destruição da catinga para a feitura das pastagens a terra foi ficando nua; com o pisoteio dos animais a terra foi ficando apilada e dura; com o aquecimento global, as chuvas ficaram mais escassas e a terra vai perdendo a fertilidade com a incidência direta dos raios solares. A seca vai ficando mais constante e cruenta. A Bacia Leiteira entrou em decadência e caiu acentuadamente.
Ipirá tem mais de 6.800 propriedades rurais. Com a seca estas propriedades mostram-se deficientes e deficitárias, não paga a conta, não cobre os custos, vomita o que ganhou em alguns anos numa seca. Não tem outra solução, que não seja a convivência com essa realidade difícil e absolutamente previsível.
Convivência com a seca ou o prolongamento para a desertificação? Ipirá está nessa encruzilhada. A importância da reportagem e do Projeto Adapta Sertão é indicar o verdadeiro caminho: o uso racional da tecnologia apropriada para a convivência com o semiárido.
O desenvolvimento de Ipirá depende da autossustentabilidade. A produção é imprescindível. Eis o problema: produzir o quê?
Ipirá tem uma fábrica de calçados (vivendo um momento delicado); várias manufatureiras de carteiras e bolsas. Sem perspectivas nenhuma da vinda de outras fábricas.
A produção rural estrangulada, precária e insuficiente. Completando a economia, apresenta-se o comércio que depende de um lastro de sustentação mais eficaz e eficiente. Sem o alicerce de uma produção forte, resta uma base de sustentação fundada em salários do funcionalismo público estadual e federal e dos aposentados. Com a recessão que vive o país, o comércio de Ipirá é atingido e com o enxugamento das aposentadorias sofrerá as conseqüências.
A produção é de leite, cordeiro, frutas e hortaliças. Quem garante a comercialização? O associativismo e o cooperativismo.
A bacia leiteira de Ipirá não morreu, mas não é o que já foi nos tempos áureos da Nestlé. Possui alguns produtores que atuam individualmente, mas ainda não encontraram um caminho para agregar valor ao produto. O governo federal encaminhou um laticínio para o município de Ipirá, no primeiro mandato de Diomário e até hoje não funcionou. Faz 14 anos. Minha sugestão: faça a transferência desse laticínio para Pintadas.
Na produção de cordeiro e frutas, o município de Pintadas está à frente, possui uma fábrica de polpas e um abatedouro de ovinos e caprinos. Na produção de hortaliças está em expansão, em plena seca.
Daqui a dez anos quem viver verá: Pintadas não terá, individualmente, cinco, dez pessoas ricas como Ipirá, mas terá, proporcionalmente, menos pobreza e miséria do que Ipirá. A lição a ser seguida, está sendo bem entendida por Pintadas, desenvolvimento pela base e com sustentabilidade.
Ipirá tem um matadouro que completará, em breve, 30 anos sem abater um bengo ou uma preá. A pecuária de Ipirá depende desse matadouro e de uma feira de animais potente, caso contrário, perderemos o bonde da História, se não já perdemos.
A Exposição de Ipirá tem sua importância, valor e significado. Foi bem organizada. Na cabeça do prefeito Marcelo Brandão tem uma grandeza imensurável; o programa Globo Rural não deu importância. Para o GR a convivência com a seca no semi árido é uma questão essencial e de prioridade máxima; para o prefeito pode ser uma coisa insignificante.
Agradecemos ao controle político deste município, por mais de meio século, pelos grupos da politicagem barata do jacu e do macaco, dominados e controlados por médicos e advogados, que se utilizam de vereadores controladores de currais eleitorais, para manter o município neste estágio e nessa situação. Não querem saber de lições.
<<Assistir Reportagem>> e se você quiser entender toda essa estrutura de poder, mando e descaso em Ipirá, basta adquirir o livro que detalha esse negócio aí, para tal, acesse o site: https://www.amazon.com.br e adquirir o eBook ‘A PRAÇA DA BANDEIRA E OUTRAS BANDEIRAS’. Obrigado e boa leitura.

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