sexta-feira, 6 de março de 2020

É DE ROSCA. (58)


Estilo: ficção
Modelo: mexicano
Natureza: novelinha
Fase: Querendo imitar Malhação, que não acaba nunca, sempre criando uma fase nova, agora é a do prefeito Marcelão.
Capítulo 58 (mês de março 2019)(atraso de um ano) (um por mês)

Sem ter o que fazer, o Matadouro de Ipirá resolveu fazer visitas aos amigos. A primeira casa a ser visitada foi a de seu grande amigo, o prefeito Marcelão. Sendo recebido pela secretária do lar Maria, que abriu o portão e foi dizendo-lhe:

- O prefeito Marcelão não quer falar com ninguém, mas como Vossa Pessoa é amizade das antigas ele vai fazer uma reconsideração e vai trocar umas duas palavras com Vossa Pessoa. Emboramente ele esteja bem guardado no quarto de dormir, depois que apareceu esse tale de Corujão ele tem ficado noite e dia e dia e noite nesse entocamento.

- Sabe lá o que vem pela frente. Corujão soltou mais três áudios - disse o matadouro.

- Êta, que eu não quero nem botá os ouvidos prá escutar o que esse tale Corujão diz! Que Deus do Céu tenha misericórdia e que não nos falte nos momentos de aflição! O que é que esse tale Corujão tá querendo, meu Deus do Céu? Esse tale Corujão tá bem lá por São Paulo, agora fica de lá querendo vir prá cá. Fazer o que por estas bandas? Por que esse tale Corujão pegou essa implicância com o prefeito Marcelão?

- Pelo que ele anda dizendo é por causa das rachadinhas – disse o matadouro.

- Das rachadinha da família do presidente Bolzonaro? – indaga a secretária do lar.

- Não, é das rachadinhas da família do prefeito Marcelão – respondeu o matadouro.

- Esse povo também fica inventando coisa que não deve e adispois só dá nessa confusão toda, isso mim alembra a macacada com a invenção do empresário-laranja na prefeitura, será que não tinha outra cor? Deixa essas coisa pra lá! Que o bom Deus bote sua mão e proteja a todos nós dessa bagaceira que se aproxima. Pode entrar aí no quarto e vá trocar um palavrório com o prefeito Marcelão.

- Dona Maria! Essa gente não inventa nada, apenas copia – complementou o Matadouro de Ipirá, que foi entrando no quarto e dando bom dia ao prefeito Marcelão, que estava embaixo da cama, agarrado a dez espigas gigantes de milho transgênico, para você entender melhor, dez milhões.

- Seu Matadouro de Ipirá! Eu não quero muita conversa e minha palavra é uma só, eu vou inaugurar o Matadouro de Ipirá em abril desse ano e nem que ele não abata um garrote ele vai ser inaugurado, nem que para isso eu tenha que abater Corujão, Canário, galinha, saqué, jacu. Olhe aqui, seu Matadouro de Ipirá! Vá embora daqui, que eu não quero ver sua cara – disse de forma ríspida o prefeito Marcelão.

- Dona Maria, o que está acontecendo com o prefeito Marcelão? Ele está botando us eleitor da jacuzada prá fora. O home é o candidato da jacuzada e não tá nem aí prá jacu; ele escorraçou um bocado de filhote de jacu, ele pisou no pescoço desses filhotes e fica pensando que joga um punhado de milho e a jacuzada vem toda com o rabo entre as pernas, ele tá muito enganado.

- Seu Matadouro de Ipirá! Eu já disse isso a ele, mas ele tem uma cabeça dura e us ouvido tapado, ele pensa que resolve tudo em cima da hora, mas o relógio dele não tem ponteiro.

- Dona Maria! O que eu vou lhe dizer aqui não conte prá ninguém, eu tenho uma impressão que esse prefeito Marcelão é macaco e não gosta de bicho de pena, ele quer acabar com os corujão, com os canário e com os jacus. O melhor cabo eleitoral da macacada é o prefeito Marcelão. Eu vou investigar isso a fundo.

- Investigue mesmo, seu Matadouro de Ipirá! E pode ficar sossegado, porque de minha boca ninguém vai ter o que contar e que Deus do Céu bote a chagas de suas mãos sobre a nossa terra, porque lá isso vai ser preciso.

O Matadouro de Ipirá seguiu sua peregrinação e foi parar na casa do pré-candidato Dydude, que estava sentado numa mala de dinheiro e foi dizendo:

- Isso aqui, é para minha campanha. Nem eu sei quanto tem nessa mala, mas que eu estou com uma disposição monetária para enfrentar essa campanha, isso eu não nego e não abro nem para o trem. Já estou em campanha. Quem estiver com algum problema, pode vir, pode chegar que a gente dá uma solução.

- Ô candidato Dydude! E a solução da vice da macacada já foi apresentada? – indagou o Matadouro de Ipirá.

- Seu matadouro! A solução está na minha mala e a vice eu boto na geladeira. O meu vice é o ex-prefeito Dió. Tem vice melhor do que esse? Não tem. Agora, eu não quero mim meter, nem pensar nesse embrulho. Isso aí, essa decisão eu deixo para o ex-prefeito Dió, que é o pensador do grupo. Tem aí, uma meia dúzia de macaco que não quer ver minha mala na campanha, eu digo pra eles o seguinte: eu não preciso da ajuda deles, eu vou fazer minha campanha com a minha mala, quem vai mandar sou eu e minha mala e não quero palpite deles prá nada, se quiserem assim, que venham, se não quiserem que vão para o ninho da jacuzada.

O Matadouro de Ipirá ficou observando aquela situação e pensou: “dessa vez, esse candidato Dydude não vai fugir dessa parada, nem que ele tenha que jogar fora meia dúzia de mala com bufunfa.” Despediu-se do amigo candidato Dydude e foi para a casa do seu outro amigo o deputado Jura.

- Foi bom você aparecer aqui em minha casa, seu Matadouro de Ipirá! Vossa Pessoa é a única pessoa com quem eu posso trocar confidência nesse momento difícil de minha vida. Meus amigos da macacada são meus verdadeiros inimigos, eles agora, com esse ex-prefeito Dió na linha de frente, estão querendo jogar o governador de Costa contra minha pessoa. Ele que venha, que ele vai ver o que é bom prá tosse! Junta essa comitiva toda de macaco, multiplique por dez, que não vale uma banda de um deputado. O governador de Costa precisa é do deputado Jura e não dessa comitiva de macaco que não vota na Assembléia.

- Mas, deputado Jura! Deixe eu falar também, V. Exa., quer falar sozinho, deixe eu falar duas palavras; parece que V. Exa., virou um pedaço de papel pardo na macacada, nem uma vice indicada por V. Exa., eles aceitam; cuidado, com seu cargo de deputado, que tem gente na macacada, que quer passar a mão nesse cargo.

- Taí macho, uma coisa que eu pago prá ver! Eu tenho meus amigos em nossa terra, eles sabem que podem contar com esse deputado amigo na hora da precisão. A porta da minha casa sempre estará aberta para meus amigos. Os votos que eles tirarem de mim aqui, eu consigo fora daqui. Quanto a isso não tem problema. Agora eu lanço a pré-candidata Dinina e eles rejeitam na truculência, isso eu não aceito. Cadê a pesquisa? Cadê a democracia? Isso aí, não! Isso aí, eu não aceito de jeito nenhum.    

O Matadouro de Ipirá despediu-se do deputado Jura e foi andando para sua casa, com o pensamento na atual situação dessa terra: “o deputado Jura não é menino! Ele sabe que o ex-prefeito Dió quer dá um canto de carroceria nele, quer esvaziar o seu pneu dentro da macacada; sem poder de fogo e sem voz dentro da macacada, o deputado ficará mais fraco do que uma galinha; se hoje, não tem moral para indicar uma vice, imagine um deputado em 2022, aí entra um espertalhão no lugar dele com o apoio do prefeito, do senador e do governador. Olhe, eu não quero nem pensar numa desgraça dessa, depois vão ficar dizendo que sou eu que fico inventando coisa!” O matadouro continuou sua caminhada, mas em sua cabeça martelava uma questão: “dessa vez quem vai dá rabichola e faltar com a palavra nessa nossa querida terra: Corujão, o atual prefeito, a mala, ou o deputado? O bicho vai pegar.”

- Suspense: Veja que situação: a novelinha tá de correria, querendo chegar ao mês de março 20 sem nenhum capítulo em atraso. Um matadouro querendo ser obra e um prefeito querendo não ter problema! Onde vai parar uma desgraça dessa? O que é que eu tenho a ver com o desentendimento do prefeito Marcelão com o matadouro?

O término dessa novelinha acontecerá no dia que acontecer a inauguração desse Matadouro de Ipirá. ‘Inaugurou! Acabou na hora, imediatamente!’ Agora, o artista é o prefeito Marcelão, que foi grande divulgador da novelinha É de ROSCA pela FM.

Observação: essa novelinha é apenas uma brincadeira literária, que envolve o administrador e o matadouro e, sendo assim, qualquer semelhança é mera coincidência. Eles brincam com o povo e o povo brinca com eles.


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