O
primeiro caso, do médico José Ricardo foi notificado em Salvador; o segundo caso,
uma jovem com residência em Salvador; o terceiro caso, uma pessoa que veio de
São Paulo.
O
prefeito Marcelo Brandão é quem define a pauta dos assuntos e das notícias no
campo oficial do poder municipal. Observem que existe uma necessidade de
separar Ipirá do grande tormento da epidemia: foi notificado lá; tinha residência
lá; veio de lá. Uma forma de minimizar a questão principal.
É obvio
que a origem não é aqui. O fato concreto, inquestionável e que se pode provar, é
que os três casos mantiveram uma convivência em intimidade e familiaridade com
a nossa comunidade. Este é o fato relevante, consistente e que tem que ser o
fator decisivo para a tomada de medidas necessárias.
O
sinal de alerta para Ipirá é vermelho. O perigo está à espreita na primeira
esquina. Ninguém sabe se não existem mais casos de contaminação; diante dos
casos iniciais, é provável que sim.
Podemos
estar na casa das dezenas, por isso a importância do isolamento social. Tudo
isso, porque o coronavírus indomável, mortífero e feroz continua avançando em
todo o mundo,
Em
Ipirá são três casos em três dias.
Na
Bahia testes apontaram a contaminação de 1.249 pessoas, com 45 mortes.
No
Brasil, são 38.654 casos confirmados de coronavírus, com 2.462 mortos.
Nos
Estados Unidos são 770.564 casos e 41.114 mortos.
No
mundo são 2.406.745 casos com 165.640 mortos.
A quantidade
de pessoas recuperadas no mundo chega a 625.001 pessoas. No Brasil são 14.026
pacientes recuperados. São 321 pessoas recuperadas na Bahia, outras 138 estão
internadas, 50 delas na U.T.I. Não existindo remédio comprovado e vacina, a
melhor forma das pessoas se defenderem é o isolamento e o distanciamento
social.
O
prefeito MB tomou uma decisão correta, ao definir o escalonamento de acesso dos
transportes da zona rural para a cidade. Uma postura coerente com a grande
necessidade de esvaziar a movimentação no centro da cidade.
O
retorno das restrições ao comércio demonstra a improcedência do movimento ‘abertura
já’ trazendo o povo para a rua e criando uma idéia que o perigo tinha passado.
O
perigo continua desumano, espantoso e assombroso, por isso temos que manter a
população isolada em suas casas, por este momento, saindo para o necessário e
que o comércio, fábrica, manufaturas e serviços retornem de forma gradativa e
racional, com o disciplinamento e orientação da Prefeitura Municipal.
O prefeito
MB continua sem apresentar uma saída para a aglomeração das quartas-feiras, o
dia da feira livre semanal, que é o grande foco de aglomeração de pessoas em
Ipirá. A aglomeração na fábrica de calçados seria um equívoco, neste momento,
pós-contaminação no município.
Uma
sugestão seria a diluição da feira em todos os outros dias da semana, com o
pessoal que fica na Praça do Mercado sendo deslocado para o Centro de
Abastecimento para lá trabalhar, sem pagar nada, nesse período, e as pessoas
poderiam fazer suas compras qualquer outro dia, quando necessário fosse. Uma
sugestão não significa que seja a única, nem a melhor. Ipirá só terá sossego,
inicialmente, quando acabar com as aglomerações em suas ruas.
O
prefeito MB continua com boa disposição de ânimo e com uma alegria intensa com
o asfalto no centro e com a praça da Barão, demonstrando que o que ele propõe
está totalmente distorcido diante da esmagadora realidade deste momento. Diante
da probabilidade de um colapso na saúde pública municipal, o prefeito está em
devaneio com a recuperação de uma praça.
Preocupado
com sua performance política, o prefeito MB esquece um fator básico e essencial,
neste momento de crise, a saúde pública.
Casos
de infecções pelo coronavírus estão acontecendo em Ipirá e tem o pessoal da
saúde (médicos e enfermeiras) que estão na linha de frente, no combate à doença
e no atendimento aos pacientes, muitas vezes, sem equipamento individual adequado
de segurança, colocando em risco sua própria saúde e, como conseqüência, a de
sua família. Ipirá não está livre dessa situação.
O
treinamento com essa tecnologia de respiradores é um processo demorado e
adaptações, dúvidas e hesitações poderão causar transtornos graves para a
equipe de saúde que atua junto aos infectados. É uma situação delicada e
difícil.
Se
o prefeito MB não quiser que a área disponibilizada no Hospital de Ipirá se
transforme num ‘corredor da morte’, com médicos e enfermeiras trabalhando sem a
devida precaução e segurança, fazendo de suas profissões uma ‘atividade suicida’,
precisa agir com urgência, contratando um médico infectologista, para coordenar
todo esse trabalho, se necessário for, além de dar toda a prioridade aos
equipamentos de segurança dos trabalhadores de saúde, os ‘verdadeiros(as)
guerreiros(as) no mundo’, neste exato momento de extrema dificuldade.
Vamos
manter a serenidade e o isolamento social. Vamos ter a responsabilidade com nós
mesmos e com os outros. Vale a pena lembrar que é preciso ter responsabilidade
social. Esse é um princípio elementar para todos nós.
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