segunda-feira, 20 de abril de 2020

EM TRÊS DIAS, TRÊS CASOS DE CORONAVÍRUS EM IPIRÁ

O primeiro caso, do médico José Ricardo foi notificado em Salvador; o segundo caso, uma jovem com residência em Salvador; o terceiro caso, uma pessoa que veio de São Paulo.

O prefeito Marcelo Brandão é quem define a pauta dos assuntos e das notícias no campo oficial do poder municipal. Observem que existe uma necessidade de separar Ipirá do grande tormento da epidemia: foi notificado lá; tinha residência lá; veio de lá. Uma forma de minimizar a questão principal.

É obvio que a origem não é aqui. O fato concreto, inquestionável e que se pode provar, é que os três casos mantiveram uma convivência em intimidade e familiaridade com a nossa comunidade. Este é o fato relevante, consistente e que tem que ser o fator decisivo para a tomada de medidas necessárias.

O sinal de alerta para Ipirá é vermelho. O perigo está à espreita na primeira esquina. Ninguém sabe se não existem mais casos de contaminação; diante dos casos iniciais, é provável que sim.

Podemos estar na casa das dezenas, por isso a importância do isolamento social. Tudo isso, porque o coronavírus indomável, mortífero e feroz continua avançando em todo o mundo,

Em Ipirá são três casos em três dias.

Na Bahia testes apontaram a contaminação de 1.249 pessoas, com 45 mortes.

No Brasil, são 38.654 casos confirmados de coronavírus, com 2.462 mortos.

Nos Estados Unidos são 770.564 casos e 41.114 mortos.

No mundo são 2.406.745 casos com 165.640 mortos.

A quantidade de pessoas recuperadas no mundo chega a 625.001 pessoas. No Brasil são 14.026 pacientes recuperados. São 321 pessoas recuperadas na Bahia, outras 138 estão internadas, 50 delas na U.T.I. Não existindo remédio comprovado e vacina, a melhor forma das pessoas se defenderem é o isolamento e o distanciamento social.

O prefeito MB tomou uma decisão correta, ao definir o escalonamento de acesso dos transportes da zona rural para a cidade. Uma postura coerente com a grande necessidade de esvaziar a movimentação no centro da cidade.

O retorno das restrições ao comércio demonstra a improcedência do movimento ‘abertura já’ trazendo o povo para a rua e criando uma idéia que o perigo tinha passado.

O perigo continua desumano, espantoso e assombroso, por isso temos que manter a população isolada em suas casas, por este momento, saindo para o necessário e que o comércio, fábrica, manufaturas e serviços retornem de forma gradativa e racional, com o disciplinamento e orientação da Prefeitura Municipal.

O prefeito MB continua sem apresentar uma saída para a aglomeração das quartas-feiras, o dia da feira livre semanal, que é o grande foco de aglomeração de pessoas em Ipirá. A aglomeração na fábrica de calçados seria um equívoco, neste momento, pós-contaminação no município.


Uma sugestão seria a diluição da feira em todos os outros dias da semana, com o pessoal que fica na Praça do Mercado sendo deslocado para o Centro de Abastecimento para lá trabalhar, sem pagar nada, nesse período, e as pessoas poderiam fazer suas compras qualquer outro dia, quando necessário fosse. Uma sugestão não significa que seja a única, nem a melhor. Ipirá só terá sossego, inicialmente, quando acabar com as aglomerações em suas ruas.


O prefeito MB continua com boa disposição de ânimo e com uma alegria intensa com o asfalto no centro e com a praça da Barão, demonstrando que o que ele propõe está totalmente distorcido diante da esmagadora realidade deste momento. Diante da probabilidade de um colapso na saúde pública municipal, o prefeito está em devaneio com a recuperação de uma praça.

Preocupado com sua performance política, o prefeito MB esquece um fator básico e essencial, neste momento de crise, a saúde pública.

Casos de infecções pelo coronavírus estão acontecendo em Ipirá e tem o pessoal da saúde (médicos e enfermeiras) que estão na linha de frente, no combate à doença e no atendimento aos pacientes, muitas vezes, sem equipamento individual adequado de segurança, colocando em risco sua própria saúde e, como conseqüência, a de sua família. Ipirá não está livre dessa situação.

O treinamento com essa tecnologia de respiradores é um processo demorado e adaptações, dúvidas e hesitações poderão causar transtornos graves para a equipe de saúde que atua junto aos infectados. É uma situação delicada e difícil.

Se o prefeito MB não quiser que a área disponibilizada no Hospital de Ipirá se transforme num ‘corredor da morte’, com médicos e enfermeiras trabalhando sem a devida precaução e segurança, fazendo de suas profissões uma ‘atividade suicida’, precisa agir com urgência, contratando um médico infectologista, para coordenar todo esse trabalho, se necessário for, além de dar toda a prioridade aos equipamentos de segurança dos trabalhadores de saúde, os ‘verdadeiros(as) guerreiros(as) no mundo’, neste exato momento de extrema dificuldade.

Vamos manter a serenidade e o isolamento social. Vamos ter a responsabilidade com nós mesmos e com os outros. Vale a pena lembrar que é preciso ter responsabilidade social. Esse é um princípio elementar para todos nós.

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