O
centro de Ipirá transformou-se numa bomba bacteriológica, só falta o vírus. Tem
tudo o que o vírus gosta e necessita para proliferar, a aglomeração de gente. Carrega
uma pavimentação favorável ao ataque de uma carga viral alta, sua população não
acredita que isso possa acontecer.
Não
acreditando que o vírus ataque, vem o relaxamento completo. A prioridade de
Ipirá é o isolamento social. O que evita a contaminação da comunidade é o
isolamento social. A tarefa principal do Poder Público Municipal e autoridades
é tirar o povo da rua. Acabar com as aglomerações é o único remédio contra uma
doença que não tem vacina nem remédio.
Aconteceu
o contrário. O comércio local fez pressão e puxou o cordão do ‘Vem prá rua, vem’.
A população achou que a abertura do comércio foi um salvo-conduto para
transitar livremente, porque o perigo passou ou deixou de existir. Ledo engano.
Tudo
isso acontecendo na semana (5 a 20 de abril) mais importante e decisiva para se
evitar a proliferação da contaminação da doença, que está em fase de ascensão.
É preciso barrar esse crescimento, que é o que aterroriza o sistema de saúde de
qualquer país.
A humanidade está em guerra contra um
verdadeiro terror, um inimigo perigoso, um vírus, que é coisa da natureza. No
Brasil são 12.244 casos e 566 mortes. Nos EUA são 367.772 casos e 10.966
mortos. Israel 9.006 casos e 59 mortos, porque jogou pesado no isolamento.
O presidente Trump disse: "Precisamos das máscaras. Não queremos outros conseguindo
máscaras...” não quer ‘outros conseguindo’equipamentos que significam a salvação de pessoas, como máscaras
e respiradores. Uma estupidez sem limites.
Num
momento de crise humanitária, diante de um perigo iminente, que dizima vidas
humanas, um presidente não pode ser um estúpido e tresloucado, ele tem que ter sensibilidade
para submeter-se à sensatez, ao bom senso e às lições da ciência. Isso é um ato
de amor. O isolamento social, neste momento a que nada é comparável, é um ato
de amor ao próximo. O mundo precisa de estadista à altura de seu povo e da
humanidade.
Neste
momento, em Ipirá, é urgente e necessário que se desative a aglomeração da
Praça do Mercado e das filas que ordinariamente tomaram conta da cidade. É fila
pra todo lado, significando que tem muita gente onde não deveria ter.
Um
exemplo para contribuir. São cinco vans fazendo a linha da região do Malhador
para Ipirá. Não seria melhor uma por dia, com revezamento; ao invés de
passageiros, pegando a lista de compra das pessoas da comunidade, fazendo suas
compras no comércio local e cobrando o transporte. Na China, o local do foco, o
isolamento social foi o fator determinante para o combate à doença. Em Milão,
por falta do isolamento o casqueiro foi grande.
O
lugar mais seguro do município de Ipirá são as fazendas, depois os povoados. O
lugar mais perigoso de Ipirá é a Praça do Mercado e o calçadão da Farmácia
Santana, por causa do aglomerado de gente. Tirar o povo da rua é a tarefa
principal do poder municipal para evitar o pior.
O
que seria pior do que isto? Uma só infecção seria terrível. Uma morte de uma
pessoa contaminada seria desastroso.
O
sistema de saúde do município de Ipirá não tem nenhuma condição de suporte para
uma pessoa contaminada. Seria morte certa. O médico e as enfermeiras da linha
de frente, que atendessem a esse paciente teriam grandes probabilidades de
serem contaminadas. O pessoal da funerária que pegasse esse corpo, para colocar
num saco, teria grande chance de ser contaminado. A família não poderia se
despedir. A pandemia do coronavírus é uma catástrofe em todos os sentidos, até
no medo.
É
um medo carregado de preconceito, de indiferença e de estigma contra a
localidade onde acontecer um óbito. ‘Veio de São Paulo! Eu quero é distância.”
Pode ser a pessoa mais sadia do mundo.
O
comércio de Ipirá e o prefeito Marcelo Brandão têm em suas mãos a obrigação de
desativar essa bomba bacteriológica que é a Praça do Mercado de Ipirá. O povo
na rua é um perigo potencial para toda a comunidade.
O
pior para a comunidade de Ipirá seria uma infecção. Uma morte contaminada seria
o colapso do comércio de Ipirá, que, também, seria uma vítima à altura da
contaminação do falecido. Seria um falecimento do comércio por muito tempo, bem
maior do que alguns dias.
É
preciso que a gente entenda do perigo que vivemos e não podemos fugir da margem
de segurança. Esvaziar as ruas de Ipirá é uma necessidade primária e urgente. O
povo tem que sair das ruas.
A
nossa indiferença e irresponsabilidade colocam em risco as pessoas de dentro da
nossa casa; colocam em perigo os médicos e enfermeiras que vão cuidar dos
nossos. E se eles se recusarem a cuidar dos nossos parentes? Serão vistos como
irresponsáveis por não tentarem salvar as vítimas da nossa irresponsabilidade?
Eu
poderia estar colocando que o prefeito Marcelo Brandão é bom e caridoso com os
ambulantes e comerciantes de Ipirá, mas é de uma perversidade ingrata com os
donos de bares e lanchonetes, que estão falindo com seus decretos, por isso tem
que abrir todo segmento comercial de Ipirá. Seria um argumento falacioso e
impróprio.
O
primordial no momento de pico da doença é a população seguir a orientação do
Ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, que é o isolamento social. O auxílio
de 600 reais é para o ambulante ficar em casa. Fique em casa, só saia para o
necessário e ganhe para isso.
O
prefeito municipal e o comércio de Ipirá têm que fazer um esforço conjunto para
salvaguardar a integridade da população para que nossa comunidade venda saúde,
neste momento de crise na saúde pública, porque amanhã, esta comunidade vai ter
o dever de salvar o comércio de Ipirá da crise econômica que se aproxima firme
e forte.
Não
posso negar que o prefeito Marcelo Brandão teve atitude coerente diante do
problema complexo e nunca visto, se não o tivesse, eu também diria. A pressão
econômica no momento mais importante para o controle do crescimento desenfreado
da contaminação foi grande e o prefeito MB cedeu. Abriu o comércio. Continua em
pauta a tarefa de esvaziar as ruas.
O
prefeito MB, que gosta de pensar nas nuvens, poderia muito bem, o que eu não
acredito de jeito nenhum e isso ele não vai fazer de maneira alguma, mas eu
estou especulando, tomar uma atitude para alavancar as vendas do comércio de
Ipirá e botar nas alturas, coisa nunca vista, com lotação de 200% na hotelaria
da cidade. Com todo mundo ganhando muito dinheiro e tirando o jumento da
sombra.
Seria
comerciante sorrindo à toa. O prefeito MB aproveitaria este momento, em que
cachê de banda de axé e pagode foi lá prá baixo e contrataria os melhores
cantores (os irresponsáveis, naturalmente) da Bahia e fazer a melhor e maior
micareta do Brasil. Uma multidão no circuito.
Os
comerciantes de Ipirá são empresários responsáveis não iriam aceitar isso. O
prefeito MB tem responsabilidade não iria fazer isso e a população não acataria
isso.
Não tenham dúvidas, os comerciantes de Ipirá, o prefeito MB e a população de Ipirá estão todos no mesmo barco, buscando uma saída para este momento difícil. Muita serenidade, porque esta tempestade não veio para ficar. A ciência não nos faltará. Por enquanto, vamos fazer a nossa parte. Vamos evitar o ‘Vem prá rua, vem!’ na voz da tentação, do vírus ou do diabo.
Não tenham dúvidas, os comerciantes de Ipirá, o prefeito MB e a população de Ipirá estão todos no mesmo barco, buscando uma saída para este momento difícil. Muita serenidade, porque esta tempestade não veio para ficar. A ciência não nos faltará. Por enquanto, vamos fazer a nossa parte. Vamos evitar o ‘Vem prá rua, vem!’ na voz da tentação, do vírus ou do diabo.
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