O progresso chegou à Ipirá. A
administração jacu de Marcelo Brandão fez essa obra aí: uma cerca no asfalto da
Praça da Bandeira. Para que serve isso? Serve para uma empresa de fora
transformá-la em expositor de tapetes. Serve para... serve para... serve para
quê mesmo?
A administração macaco de Dudy não
deixou barato, também fez o seu progresso. Os comerciantes da área ficaram
espantados e surpresos com a quantidade de estacas amontoadas no calçadão
central de Ipirá: “opa, aqui vem novidade!” Pensaram eles.
A gestão do prefeito Dudy fincou dois conjuntos de traves no meio do calçadão. A surpresa foi geral. A falta de
entendimento foi o suficiente para a explicação de cada um do jeito que
entendeu: “isso aí vai servir para pendurar carne de bode, como na feira do
fundo da Igreja”... “é para prender vaca, ovelha, gato e cachorro, que são
clientes da casa veterinária da esquina. Pela ordem de chegada, os primeiros
aqui, os retardatários, lá”... “isso aí é uma gaiola para prender jacu”... o
furdunço estava formado.
Cada um dizia uma coisa. A
explicação mais plausível saiu da boca de um amigo (Bidão) que segue o grupo da
jacuzada: “isso aí tem em várias cidades do sertão, eles botam uma ramagem que
vai enramar por cima e fazer sombra.” Tá explicado!
Serve mesmo para que essa
geringonça? Como é que um prefeito chega num calçadão, no coração da cidade e
faz um desarranjo intestinal desse volume? Uma obra, em toda extensão, sentido
e interpretação da palavra: uma porcaria.
É uma coisa feia, de muito mau gosto; um despropósito degradante, sem
sentido, sem serventia, pesaroso e triste. Um absurdo.
O erro grosseiro do gestor Dudy foi
chegar ao calçadão e fazer uma obra sem perguntar nada a ninguém; não ouviu as
pessoas; não mostrou o projeto aos interessados; não deu a mínima atenção a
nenhum empresário da área. Agiu como se fosse o dono do pedaço. Sem dúvida, passou
o tempo da busca do voto, quando abraçava a todos os empresários do calçadão,
agora, é sua vez.
Não sendo uma necessidade, muito
menos, um complemento, nem mesmo, um adendo, sua justificativa mais aceitável é
o intuito do embelezamento. Taí o que eu quero ver: que desta ramagem exale
cheiro de flor e despontem rosas e, mesmo assim, não surtirão o devido desejo,
pois não ofuscarão a coisa que está fora da ordem e do lugar.
Porventura, quiçá, não adianta
dizer que este cantinho de Ipirá é inspirador, muito pelo contrário, Ipirá têm
cinqüenta obras de jacu e macaco que não servem para nada. Agora, com essas
duas, formam um total de cinqüenta e duas.
Na verdade nos do calçadao tamos todos dignados com "essa gaiola de prender bichos" como diz o povo , que só serve para atrapalhar a movimentação de pessoas.
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