quarta-feira, 23 de fevereiro de 2022

DEPUTADO JO ABRE A CAIXA DE FERRAMENTAS

Nesta segunda-feira, encontrei em minha residência quatro exemplares do jornal ‘A TARDE’, que trazia uma entrevista, de página inteira, do deputado Jurandy Oliveira. Fiz a leitura da página da entrevista nos quatro jornais, mesmo sabedor que era o mesmo conteúdo.

 

O jornalista fez a apresentação salientando que o deputado está no seu décimo mandato seguido como deputado estadual e que: “deve, enfim, se aposentar da vida pública”.

 

[Comentário do blogueiro]. Entendo esse “enfim” como uma pausa para o descanso do guerreiro, porque se fosse “até que enfim” seria um descanso para um eleitorado cansado de elegê-lo deputado.

 

O deputado comentou: “...me surpreendi com umas obras do governo federal. Obras fictícias. Passagem de água onde não tem chuva, não tem riacho. Aquele dinheiro era pra ser revertido em benefício da estrada com cascalho, melhoria, mas não. Obra do governo federal sem utilidade nenhuma. Uma vergonha. Onde passa a água não fizeram. Não há um planejamento, a preocupação de beneficiar o povo”.

 

[Comentário do blogueiro] Quem criticou foi o deputado! Geralmente, a obra federal está vinculada a Emenda Parlamentar e à gestão municipal. Tem chicotada nesta crítica que cai bem no lombo do prefeito Dudy.

 

(Pergunta do jornalista) “O senhor consegue definir qual foi sua principal conquista em benefício dos eleitores?”

 

{Resposta do deputado}– “Essa conquista a gente sente diuturnamente em contato com a população, quando alguém lhe agradece...”

“... você se sente realizado por ter podido contribuir. Todos sentimos felizes, aqueles que trabalham com seriedade para melhoria do próximo, que é o objetivo da política”.

 

[Comentário do blogueiro] Você gostou dessa resposta? Eu achei sem sal e sem açúcar, uma escapatória. Quando ele consegue uma cirurgia, a pessoa fica feliz; quando ajuda a pagar a conta de luz com vinte reais, a pessoa fica feliz. E aí? Parece que o repórter não ficou satisfeito e reforçou a pergunta.

 

(Pergunta do jornalista) “Nesse contexto de melhorar a vida da população e diminuir a desigualdade social, o senhor luta por quais causas específicas?”

 

{Resposta do deputado} “A principal bandeira é a educação...”

“É preciso educar o povo pra saber discernir o bem do mal. Um povo educado vai saber, por exemplo, da minha história, o que eu tinha e o que tenho, como foi feito, se fulano era pobre, se ficou milionário, não teve empresa. O povo educado vai saber analisar isso...”

 

[Comentário do blogueiro] Será que precisa ser educado para isso? A população de Ipirá faz esse comentário muito bem.

 

(Pergunta do jornalista) “O senhor é natural de Ipirá e quais são as principais demandas do município...?”

 

{Resposta do deputado} “...Todavia, nós somos vizinhos a Itaberaba. Desde o tempo do governador Paulo Souto que eu dizia: “rapaz, vamos dar mais atenção a Ipirá”. Naquela época, por questões políticas, o governo concentrava as forças em Itaberaba. Ipirá foi preterida. Itaberaba recebendo sempre milhões em investimentos e em Ipirá, a  gente com dificuldade.”

“É muita luta pra gente conseguir não uma igualdade, mas pelo menos uma aproximação com Itaberaba.”

 

[Comentário do blogueiro] Taí, o deputado sabe e tem a coragem de dizer a situação de Ipirá, mas a luta dele é meia-boca. Para o deputado e o governo, o espelho que Ipirá se olha não pode aparecer a imagem de Itaberaba. A política neoliberal enquadrou Ipirá nestas condições. Esse é o debate, bem colocado pelo deputado.

 

(Pergunta do jornalista) “Luta para conseguir exatamente o quê?”

 

{Resposta do deputado} – “Obras importantes de infraestrutura. Confesso que não tenho conseguido chamar atenção das autoridades para as grandes obras que Ipirá carece.”

“...Até peço perdão ao povo de Ipirá. Tenho lutado muito, mas a dificuldade é grande e nem sempre a gente tem força pra ser ouvido. Recebo críticas por não ter levado grandes obras para lá. Mas não levei porque não consegui. Nunca fui governo, sempre fui aliado. E quem é aliado tem uma ajuda mas não é o foco. O foco é quem é governo“.

 

[Comentário do blogueiro] O deputado dá a mão à palmatória; reconhece que não fez o dever de casa e pede desculpas. Justifica que estava aliado e não no governo. O que diz o povo de Ipirá, que não é aliado nem governo, apenas vota?

Puxando pela memória do deputado, que colocou uma faixa: “Deputado Jurandy Oliveira conseguiu pavimentação asfáltica para o centro de Ipirá”

Acontece que a obra que era do Estado foi atropelada e feita pelo ex-prefeito Marcelo Brandão, obrigando o Estado a realizar o asfaltamento em vias que não constavam no projeto.

Na prestação de contas, o Estado pagou o asfalto que a prefeitura fez e vice-versa. Tudo irregular. Para o deputado é melhor esquecer isso.

 

(Pergunta do jornalista) “Falando em partido, deputado, o senhor hoje está no PP mas, ao longo de sua historia, já passou por mais de dez siglas...?

 

{Resposta do deputado} – “Em tempo nenhum me arrependo. Eu cheguei ao décimo mandato e nunca fui governo. Só fui governo com João Durval, que era PFL e na época fui eleito pelo PFL. Só. De lá pra cá eu sempre fui aliado.”

“...Seria muita burrice minha ficar no partido que precisasse de 60 mil votos, se eu não inaugurava obra, estrada, prédio, não tinha obra do governo...”

 

[Comentário do blogueiro] Existe um equívoco na pergunta, o deputado só teve ‘um único partido’ esse tempo todo de mandato: o Partido do Poder (PP).

No governo, ele nunca inaugurou uma estrada e não tinha obra, mas como aliado, “o filho MO foi diretor aqui na Assembleia Legislativa, da Cerb, do Desenbahia e hoje é presidente da Bahia Pesca, onde faz um trabalho técnico extraordinário...”

Seria muita burrice se o deputado se incomodasse em ser aliado.

 

(O jornalista escreveu) “Aliado de sucessivos governos, ele ainda sonha com grandes obras de infraestrutura em sua região”.

 

[Comentário do blogueiro] Eu fico com receio de que cada sonho do deputado se transforme num pesadelo para o povo de Ipirá.

 

(O jornalista publicou) “O deputado disse que ACM Neto onde chega é ‘coqueluche’ e foi enfático ao dizer que grupo forte é o que apóia Jaques Wagner”.

 

[Comentário do blogueiro] O deputado pretendeu acender a mesma vela para o Diabo e para Deus, levando em conta aquele ditado, “na dúvida, eu tomo uma meiota”.

 

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