terça-feira, 15 de março de 2022

NOVELA PELO RÁDIO

Os garotos do pós-Camisão (conhecida por Ipirá) não eram trombadinhas, mas ficavam, aos montes, amotinados na Praça da Bandeira, numa fuzarca sem comparativo no tempo e no espaço.


Um garoto mais sabido fazia dois traços no chão e dizia: “a mãe de um e a mãe do outro!” Pronto; aquilo tinha um significado além da vã psicologia.


O garoto mais arredio passava o pé numa linha e dizia impropérios ao menino que estava e continuava sentado, sem predisposição para um conflito. Não queria briga.


Uma sugestão era o suficiente para agitar o ambiente: “ô Nofe! Tu fica calado, porque se Paulo Belo for em casa bebê um copo d’água, tu vai vê o teu!” Era o suficiente para Paulo Belo levantar e falar: “Espere aí, não corra não, que eu vou em casa bebê um copo d’água.”


Quando Paulo Belo retornava, o tempo fechava. Era tapa, murro, pontapé, pernada, dentada, à torto e a direito. No dia seguinte, estava tudo apaziguado no grupo da praça.


Os machucados no corpo não impediam que os dois brigadores entrassem em acordos diplomáticos: “seu moço! Quer jogar no meu time?” perguntava Nofe. Estava estabelecida a coexistência pacífica.


O que você quer: uma guerra biológica, uma guerra química ou uma guerra nuclear? Uma linha vermelha era riscada no mapa-múndi e Putin falava: “a Otan não pode passar dessa linha”. Zelensky retrucava: “a Otan vai passar dessa linha!”


A Otan, um entulho da Guerra Fria, avança para a Europa Oriental, não tem linha que a detenha. O presidente Biden vocifera; “se cair um traque num país filiado à Otan, pode ficar sabendo, vai levar bombão por cima do focinho!” A ONU fica submissa à política hegemônica da grande potência americana. Paz que é bom, nada!


Zelensky diz que: “os russos estão sofrendo baixas em seu exército como nunca sofreram antes e vão ser derrotados. Os ucranianos têm mais é que enfrentar os tanques na frente das batalhas.” Será que é isso mesmo? Será que tem que ser assim mesmo?


Zelensky reclama apoio dos exércitos dos países da Otan o tempo todo, pouco importando se o mundo vai entrar na Terceira Guerra Mundial. O apoio de exércitos para lutar não chega à Ucrânia e Zelinsky coloca seu povo na linha de frente.


A Ucrânia só recebe das grandes potências armas de guerra, que custam bilhões de dólares. Não existe almoço sem custo. A Ucrânia vai ter que pagar essa conta. As potências da Otan negociarão gás natural, trigo, fertilizante e petróleo como moeda de troca.


Putin continua na sua investida sanguinária, colocando um país do porte da Ucrânia na berlinda, transformando-o num monte de escombro. Mais de um milhão de crianças ucranianas estão aterrorizadas e jogadas num mundo-cão.


É uma guerra imperialista. A grande potência EUA quer manter sua hegemonia no mundo a qualquer custo. Os governantes dos países capitalistas defendem os interesses de suas empresas multinacionais de armamento bélico, petrolíferas e gás natural que disputam o mercado para obterem lucros.


Os dois lados estão contratando mercenários, os carniceiros da guerra, que são manipulados para realizarem todo tipo de trabalho sujo e imundo da guerra.


Existem empresas que contratam pessoas para fazer o jogo sujo na linha de frente das batalhas. São bandidos, delinqüentes e criminosos que estão presos, além de marginalizados da sociedade capitalista, que aceitam dinheiro para fazer a matança da guerra. Essas empresas ganham fortunas. No pós-guerra essa gente torna-se um grande problema. Só sabem matar.


A linha de defesa do PSG entregou o ouro. O goleiro pegou a bola com os pés, perdeu para o atacante do outro time, que deu ao companheiro para fazer o gol. A linha de frente do PT da Bahia, também, quer entregar o ouro.


O senador Jaques Wagner lançou a própria candidatura à sucessão do governo do estado. Tudo bem! O homem tem cacife. De uma hora para outra, deixou de ser. O homem perdeu a coragem. Ninguém sabe se foi a pesquisa; a vontade de Lula; acordo com o adversário ou outra assombração medonha, que lhe meteu medo.


O governador Rui Costa tentou arrumar a defesa: Leão ficaria plantado no governo; Otto assumiria a cabeça de chapa e Rui iria para o Senado. O treinador Wagner desclassificou a arrumação e jogou farofa no ventilador. Colocou em campo um jogador da base do PT, o Jerônimo.


A macacada de Ipirá ficou ouriçada: “como ficar colado em árvore que não dá sombra?” O que vai acontecer em Ipirá? O que vão fazer as lideranças macacas? Eu antecipo. Anote aí e vamos acompanhar os acontecimentos:


Diomário Sá, o chefão do grupo, vai dizer que o PT deu mole, que parece um time amador. O ex-prefeito Dió não entra em bola dividida, se não tiver mingau no prato ele não mete a colher. Na campanha, apresentará uma desculpa memorável: a idade precisando de descanso e mais de 300 doenças do dedão do pé ao ultimo fio de cabelo.


O deputado Jurandy Oliveira é homem de partido, segue o Leão. Se o Leão não for ele vai. Grande vencedor não fica em barco furado. Pular de galho é a esperteza maior do deputado ensaboado, que joga a eleição da sua vida, lançando o filho. Não vai nadar contra a maré para agradar a uma falsificada paixão de dezesseis anos. Aquele abraço governador!


Antônio Colonnezi, uma liderança hesitante que nunca foi PT e aproveitará o momento para se livrar de um fardo na sua vida. Foi um pesadelo que lhe tirou o sono. O que ganhou com o PT? Nada. Pagará com a mesma moeda na campanha.


O prefeito Dudy poderá ficar num mato sem cachorro. O fardo da campanha ficará nas suas costas. Nesse jogo, poderá nadar, nadar e morrer na praia. No final do ano poderá ficar sem o apoio do governador do Estado por dois anos. Jogo duro, corpo mole na campanha. Adesão com colação no governador de plantão para a sua gestão não ser enterrada faltando dois anos. Essa situação equivale a rebaixamento para a série D.


Eu comecei esse artigo com os meninos da Praça da Bandeira, porque eles não perdiam a novela, naquele tempo, pelo rádio: ‘Jerônimo, o herói do sertão’ e vamos com as trombadinhas da vida. 

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