quarta-feira, 1 de junho de 2022

CONVERSA PRÁ BOI DORMIR


O candidato ao governo do Estado ACM Neto visitou Ipirá e prometeu um braço da Universidade Estadual da Bahia UNEB para Ipirá.
 
 
Promessa. Nada mais do que promessa eleitoral. Por que eu escrevo isso? Porque o candidato falou o que disseram que era prá ele falar. Falou com a língua dos outros. Porque o programa de governo de um candidato traça as linhas gerais para a sua gestão no Estado e não apresenta destaque específico sobre qualquer município. No palanque, o que vem na língua não é o que está na cabeça e muito menos no coração.
 
 
O candidato não disse quando acontecerá a implantação desta unidade. Caso vença e caso ele não esqueça o prometido, nos dois primeiros anos não será. Não será mesmo! O prefeito atual é do macaco e a jacuzada não permitirá que isso aconteça num governo macaco. Esse é o jogo jacu e macaco. Quem garantirá que será realizado nos dois últimos anos da gestão, SE o candidato for vencedor?
 
 
Recentemente, o governo Dudy anunciou uma promessa que ouviu do governo Rui Costa: um Colégio de grande porte, com Ginásio de Esporte, piscina, campo de futebol e pista de atletismo. Se Gerônimo perder, esse projeto já era! Será engavetado.
 
 
Que situação a do município de Ipirá? Se correr o bicho pega se ficar o bicho come. No frigir dos ovos, nem colégio grande, muito menos Universidade pública e gratuita. Êta, que jacu e macaco pedem pouco e não recebem nada! Itaberaba recebe uma policlínica e Ipirá traz uma ambulância. E a festa aqui é maior do que lá.
 
 
Qual é a prioridade do governo estadual (seja quem for): a ponte Salvador-Ilha ou faculdade para Ipirá? Não tendo dinheiro pegando picula no Estado eles vão jogar recursos nas prioridades. Ipirá está fora do baralho.
 
 
Esta política tem uma lógica clara, neoliberal e capitalista, só se aplica recurso pesado onde tem retorno. Ipirá não está no campo da alta produção, então, fica fora da agenda principal no Estado e se afirma como localidade de contenção da população: casas populares para moradia; UPA para atendimento urgente de saúde; ambulâncias para transportar doentes para centros mais evoluídos; creche para crianças; ônibus para estudantes, inclusive universitários; escola de segundo grau; aposentadoria para idosos. Diminuição do êxodo para os grandes centros.
 
 
Na política, o município é controlado por um sistema oligárquico, que se autodenomina jacu e macaco; que se revezam no poder para controlar 12 milhões de reais mensais, em benefício de uma família de um lado e um pequeno grupinho do outro. O grosso da população fica chupando dedo.
 
 
Nesse sistema, o município de Ipirá é transformado numa fazenda: o fazendeiro (médico, advogado, doutor, grande empresário) é o dono; os vereadores assumem o papel de vaqueiros e o gado fica nas costas do povo, algumas cabeças, domesticadas; outras, com muita braveza e recalcitrantes, dando trabalho aos vaqueiros.
 
 
A peça principal nesse mecanismo político são os vereadores, que controlam os votos da população mais carente e canaliza-os para as candidaturas a prefeito das duas oligarquias, que ganham fama e poder: “Quem tem voto em Ipirá é doutor Luiz Carlos e doutor Antônio!” Uma falsa verdade, porque quem tem voto são os vereadores.
 
 
Candidatura de prefeito é patrimônio carimbado e registrado das oligarquias; candidatura de vereador, na visão das oligarquias, é função secundária e subalterna.
 
 
Como ocorre a submissão dos vereadores ao sistema jacu e macaco? Com falsas verdades. Costumam afirmar que: “quem ganha política em Ipirá é quem tem dinheiro!” É uma forma de tirar os vereadores da jogada.
 
 
Qual é o custo eleitoral de um vereador? Para manter a votação de uma região, o vereador tem uma despesa altíssima, até porque falta a consciência do eleitor e o seu reconhecimento é fruto do atendimento pessoal apresentado pelo vereador. Isso eleva o custo de campanha? Eleva e é feito constantemente por quatro anos.
 
 
Esse formato de politicagem consome os proventos do vereador por quatro anos. Quando chega a campanha, o vereador tem que tomar empréstimos nos bancos para suprir as necessidades para garantir o mandato. Aí vem a mentira cabeluda, quando falam que o candidato a prefeito garante 100% da despesa de campanha do vereador? Essa é a maior mentira vaselinada apresentada em nosso município.
 
 
O vereador deixa o couro para o candidato a prefeito chegar ao altar e sentar na cadeira de comando pessoal de Ipirá. As administrações do jacu e macaco não atenderam as esperanças e aos anseios da população de Ipirá. Por isso, Ipirá naufraga num beco sem saída.
 
 
Quem disse e afirmou que esses prefeitos, nas últimas décadas, fizeram tudo para o bem de Ipirá? E quem disse que nenhum vereador não pode ser candidato a prefeito de Ipirá? Só uma mentira bem contada poderia afirmar isso.
 
 
O prefeito Dudy está nesse jogo. Se ACM Neto virar governador, a gestão do prefeito Dudy ficará encurralada num mato com muito cachorro mordendo no calcanhar de Ipirá. Quem perderá com tudo isso? Seja qual for o governador do Estado, o nosso município come igual a pinto, belisca uma migalha de quando em vez. Mais do que nunca, Ipirá precisa de sua própria gente para desenvolver-se e isso o sistema jacu e macaco não consegue enxergar. Se tudo isso não for desse jeito; isso tudo que você leu não passa de conversa prá boi dormir.


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