sexta-feira, 4 de novembro de 2022

O MOSAICO GELATINOSO DE IPIRÁ


“Lula no Brasil, Jerônimo na Bahia e Nina Gomes em Ipirá. 2024 está ali na frente.” Se isso não for uma pretensão, significa um indicativo forte, muito  embora, ocorram embaraços intricados, porque a montanha é mais alta do que a força das pernas que pretende escalá-la.

 

Primeiro, a vice-prefeita Nina não tem a força política que tinha antes, devido à perda de espaços significativos no campo político como base de sustentação, ao perder dois mandatos de vereadores do seu partido em Ipirá por causa de um ato falho de coordenação e à perda da pilastra base de seu apoio político, o mandato de deputado estadual de Jurandy Oliveira.

 

Mesmo assim, não é uma força desprezível para ser desconsiderada. Está estabelecida e constituída como uma força política testada nas urnas com uma votação de 5.870 votos, ficando atrás da candidatura defendida pelo prefeito Dudi, por apenas 997 votos. O problema é que a vice quer usar anzol de piaba para pescar tubarão.

 

Uma grande questão está colocada no tabuleiro de acarajé: a vice tem coragem e determinação para se livrar do esquema jacu e macaco?

 

Pelo lado da macacada. A candidatura de Nina Gomes para prefeita de Ipirá tem o apoio de quem? O líder Antônio Colonnezi apóia? O grande chefe Diomário apóia? O prefeito Dudi apóia? Pelo prefeito, eu respondo, não apóia de jeito nenhum. Observe que a macacada vive uma briga de foice.

 

Pelo lado da jacuzada. A candidatura de Nina Gomes chegará com cacife para exigir a cabeça da pule? A jacuzada tem preferência pela candidatura da família, com sangue nobre. A vice pode tirar o cavalinho da chuva, essa isca a jacuzada não engole. Se a vice esquecer o propósito “...Nina Gomes em Ipirá” e aceitar ser vice, será bem-vinda na jacuzada.

 

Observe que dentro do esquema jacu e macaco em Ipirá, o papel político da vice Nina é secundário. A vice caminha muito mais para um ‘ai, se arrependimento matasse’ do que para a tão sonhada candidatura à prefeita.

 

Aí, alguém salta com duas pedras e diz: “mas a jacuzada está morta, não tem nem candidato!” Nestas eleições, a jacuzada foi um concerto  de música clássica, dançado na pisadinha, ao som de um paredão. ACM Neto era o ‘salvador da lavoura’ e o líder Luiz Carlos Martins via a própria candidatura a prefeito pelo suspiro do carote. Neto perdeu, a candidatura do líder da jacuzada não vai entrar pelo cano.


Em Ipirá, Neto teve 13.423 votos (a votação da jacuzada) e perdeu por uma frente de 8.328 votos. Isso anima quem? Marcelo Brandão, que perdeu com 6.094 votos. Naturalmente, vem aquele pensamento íntimo, que não sai pela boca: “Neto que é Neto perdeu por 8, eu que sou eu, perdi por 6, então eu sou melhor do que ele!” A lógica tem certo sentido.

 

A lógica cai pelas tabelas quando é observado que Marcelo Brandão teve sua oportunidade de ser prefeito e comportou-se como um aventureiro que fez desaparecer a liderança e as pessoas influentes da própria jacuzada e caminhou com vontade própria atropelando quem sombra lhe fizesse, para não ter assombração. Tem como mérito, a façanha de ter implodido a jacuzada. No dizer de Neto: “foi testado e reprovado pelas urnas.”

 

Mas, a jacuzada tem candidaturas competitivas dentro do grupo, mas não é da família. Isso para a jacuzada é o fim do mundo. Tem quatro vereadores que poderiam ser candidatos a prefeito do grupo. Vou dar um exemplo para ficar mais claro. Sem nenhum consentimento e autorização vou citar o nome do vereador com mais mandato, Divanilson Mascarenhas.

 

Se dividirmos Ipirá em duas bandas, o vereador Divanilson é conhecido por toda população de uma banda. Todos (todos mesmo) os moradores sabem quem é o vereador Divanilson. Exemplificando: ora se o vereador Divanilson se elege com mais de 1.500 votos (exemplo) e tem popularidade torna-se um candidato a prefeito em potencial. Por que não colocam seu nome nem nas indicações de pretendentes do grupo da jacuzada?

 

Aí vem uma outra resposta, que sacramenta a exclusividade da família na cabeça da chapa: “ah! O vereador não tem dinheiro para bancar a campanha.” Dessa forma a família vai se perpetuando no comando do grupo e os demais ficam com funções subordinadas.

 

A afirmativa: ‘o candidato a prefeito não precisa ter voto, tem que ter dinheiro para ter voto’ não deixa de ser uma contramão imprudente. Se o candidato não tem voto, mas tem dinheiro, quanto seria o saldo merecido para um vereador de 1.500 votos? Séria 80% do dinheiro de um candidato que não tem voto, mas tem dinheiro para ter voto. A candidatura do vereador Aníbal Ramos, em 2016, empolgou a macacada por ser a candidatura de um vereador, com popularidade e base de apoio nas camadas populares.

 

Dando dor de cabeça, apresenta-se a votação de quase 2.000 votos de Jota Oliveira e seus amigos, que optaram pela desobediência eleitoral ao chefe do grupo, deixando de lado a obediência cega e caminhando com firmeza e batendo de frente no incontestável.

 

Sem dúvida, a candidatura a prefeito do grupo da jacuzada 2024 vai ter que ser colocada numa mesa redonda, com muito fogo cruzado e faísca saindo por todos os lados, desde quando não há mais espaço para o indiscutível, que desce sempre goela abaixo.

 

Quem saltou uma fogueira e não queimou os pés foi o prefeito Dudi. Jerônimo governador, o prefeito ficou de boa. Se Neto tivesse chegado o prefeito ia ficar na fila do osso.

 

O prefeito Dudi está surfando nas festas e nos reparos de obras inacabadas. São poucas obras e realizações próprias. Mas, com o resultado eleitoral poderá melhorar substancialmente a sua administração com a ajuda do governo estadual e federal. Vai ter que cobrar o que devem a Ipirá.

 

O prefeito Dudi está disputando o comando do grupo da macacada. Seu estilo de competição é na base do chega prá lá. Deu um canto de carroceria na vice. Passou o trator no deputado JO. Não botou na gibeira candidatos dos ex-prefeitos Dió e Antônio (tiveram que apoiar o time do prefeito). É amigo do senador, do filho do senador, do deputado estadual mais votado em Ipirá, do governador Jerônimo. Quer mais o quê?

 

O prefeito Dudi está completando dois anos de administração. Está no mesmo patamar da gestão da jacuzada. Tem relevância a compra da residência dos estudantes ipiraenses em Salvador (com a ajuda do deputado federal Daniel Almeida), um patrimônio da juventude das camadas populares de Ipirá; fez a iluminação da entrada da cidade (coisa que Anguera tem há mais de 30 anos); está fazendo o calçamento de algumas ruas; fez o telhado do mercado (prestes a inaugurar); prosseguiu a reforma do Centro de Abastecimento. Ipirá é merecedor de muito mais.

 

Por sorte Jerônimo virou governador e o prefeito Dudi pode respirar aliviado, porque não vai entrar no sufoco. O prefeito Dudi coloque o deputado estadual Adolfo Menezes debaixo do braço e vá ao encontro do governador Jerônimo. Não tomou posse ainda? Não dê mole, nem vacile!

 

Prefeito Dudi, acorde homem! Nessa visita, não leve o ex-prefeito Dió, porque ele quer ver a toca do macaco pegar fogo para ser o principal sujeito da conciliação: “eu não queria ser candidato a prefeito, mas Dudi não aceita Nina e Nina não apoia Dudi, então, nesse caso, assim sendo, eu boto meu nome para apaziguar a macacada!”

 

Fique esperto, prefeito Dudi! Bote o ex-prefeito Dió no banco do seu time. Aqui prá gente, quem ficar no banco do seu time está perdido na buraqueira! O prefeito Dudi disse que a deputada Neusa Cadore estava no seu time. Se a votação que o prefeito Dudi deu para Adolfo Menezes fosse para a deputada Neusa, ela estaria eleita deputada com sobra, mas a deputada Neusa estava era no banco do time do prefeito Dudi, aí é problema!

 

Voltando à visita ao governador Jerônimo; prefeito Dudi! Coloque duas reivindicações (Policlínica e Universidade para Ipirá) escritas em pedaços de papel, coloque-os em cada uma das mãos deixando-as fechadas e diga ao governador Jerônimo: “meu governador Jerônimo! Nós demos uma lapada de 8 mil de frente na jacuzada e no Netinho em Ipirá, agora, chegou a sua vez de retribuir, escolha uma das duas mãos e a obra que for escolhida, o meu governador vai se comprometer em realizá-la.”

 

O governador vai dizer: “vou sim, meu prefeito Dudi! O meu prefeito Dudi acha que eu vou esquecer Ipirá? Ipirá deu uma vitória extraordinária para o companheiro Lula de 80,32% e para o governador, na minha pessoa, de 61,84%, então eu não vou escolher uma mão do meu prefeito Dudi, eu vou escolher as duas mãos do meu prefeito Dudi e espere lá quê a obra já vai!”

 

Ipirá está correspondendo no sarrafo mais elevado para vinte anos de gestão petista na Bahia e continuamos aguardando que nossas reivindicações sejam atendidas. Esse é um papel do prefeito Dudi. 

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