quarta-feira, 4 de outubro de 2023

EM IPIRÁ, CACHORRO MORDE O PRÓPRIO RABO

O governador Jerônimo Rodrigues, o Herói do Sertão, aquele da novela do rádio, foi à cidade de Jacobina e anunciou a chegada da Universidade pública e da Policlínica. Se língua e palavra de governador não brocharem, teremos um casal de gêmeos aparecendo pelas bandas de lá.

 

Aqui, na nossa querida Ipirá, quem anuncia as boas-vindas não é o governador, mas seu Zé, seu Mané, seu Jão e seu Tonho, que na vontade de suas línguas e das suas palavras afirmam que vem uma Policlínica para Ipirá. “Governo do Estado, estou gostando!” Bom slogan, para eles!

 

Não é que esses quatro não mereçam credibilidade, até que estão habilitados para o reconhecimento geral dos munícipes, até por serem quatro contra um, embora tenhamos que colocar as orelhas em pé, pois a vontade dos quatro anunciantes para que as obras de provetas aconteçam é tão grande, que nas bandas de cá, tem trigêmeos na forma,

 

Imagine o famoso três em um! Hospital, Upa e Policlínica no mesmo espaço! A transferência do paciente acontecerá pelo corredor. É mais ligeiro do que o SEDEX dos Correios. E custo zero, só estraga sola de sapato. Isso só não acontecerá se seu Zé, seu Mané, seu Jão, seu Tonho brocharem na língua e na palavra, sendo que, isso nunca aconteceu.

 

Se Ipirá estivesse nas mãos desses quatro apedeutas (seu Zé, seu Mané, seu Jão e seu Tonho) estaria em boas mãos e de boa, pois a banda tocaria valsa para a população dançar na pisadinha.

 

Ipirá continua atravessado na garganta e dentro da nuvem de esquecimento do governo do Estado da Bahia. Apenas uma iluminação da entrada da cidade; um sistema de esgoto que cobra os olhos da cara da população (80% da conta de água para cobrir o investimento em tempo mínimo) e uma escola de tempo integral (essa é boa). Pronto, morreu Maria Preá!

 

Pronto! A coisa fica nesse patamar, enquanto isso, Ipirá fica só de butuca aguardando as obras de provetas e das línguas dos quatro anunciadores que teimam em não chegar.

 

Com 42,72% da população ativa necessitando de auxílio emergencial do governo federal, Ipirá atravessa um momento difícil e uma situação complicada quando adentra na boca da seca sem noção de quantos carros-pipas precisará beber e sem saber qual será a força da mordida na zona rural, ao tempo que, o desemprego toma força e corre solto com o fechamento da fábrica de calçado que faliu. Isso é um grande problema.

 

A política está preocupada com essa problemática? Nem tanto; nem tão pouco! A verdadeira preocupação dos elementos políticos é com uma campanha prematura, antecipada com dois anos de antecedência (coisa de maluco), que causa o maior estrago nos dois grupos principais e também, de rebarba, nos grupos secundários, que querem solucionar a crise dos graúdos pegando uma ponta no processo.

 

Observe e procure entender a movimentação política dentro das entranhas do sistema jacu e macaco, que não responde mais e não atende às novas demandas populares que surgiram na sociedade de Ipirá, por isso essa desgraça (jacu e macaco) tem que desaparecer para o bem de Ipirá.

 

Vou colocar dois pontos da consequência dessa crise política do sistema jacu e macaco. Primeiro: O MÉDICO DEIXOU DE SER A PRINCIPAL FIGURA na engrenagem da politicagem de Ipirá. Pare, pense e duvide sobre isso.

 

Diga que isso é mentira e que isso nunca vai acontecer. É isso mesmo, eu quero que você conteste, pois será a motivação necessária para eu dar uma explicação. Observe bem: quantos médicos tem hoje na UPA e Hospital atendendo pelo SUS? Coloque mais ou menos uma dúzia.

 

Atendendo de graça; 0800; sem você pagar nada e tem mais, não precisa nem você saber o nome do médico. É simplesmente doutor. O paciente ficando são ficará apenas a gratidão sem compromisso de qualquer espécie, pois trata-se de um direito. Quem ganha e quem perde popularidade e prestígio com isso? O médico que é líder político.

 

Com atendimento dia e noite, além do mais gratuito, na condição de um direito da cidadania, a posição do médico vai perdendo aquele papel de relevância e predominância na sociedade por ser único ou poucos. A consulta tem concorrente e não resulta naquela obrigação de pagar um favor devido.

 

Segundo ponto: quantos doentes os vereadores transportam para o serviço de saúde de outras cidades? Esse é o maior indicativo do fracasso da saúde em Ipirá. Não tem live e conversa mole de prefeito que consiga negar essa realidade. Quem saboreia os frutos desse serviço de saúde, o vereador ou o líder? O vereador. Devido a quê? A precariedade da saúde local.

 

Continuando com os vereadores. Atualmente, cada vereador apresenta seu candidato a deputado estadual e federal. Não segue o líder, muito pelo contrário, nas Eleições 2022 teve ex-prefeito que apoiou o deputado apresentado por vereador. Isso tudo foi minguando o poder e o potencial do médico que era o líder natural e incondicional do grupo.

 

O médico Luíz Carlos Martins, líder da jacuzada, ainda tem o reconhecimento de ACM Neto (por enquanto) mais uma derrota como a última vira líder de papel. O médico Antônio Colonnezi não tem o contato direto com os governadores petistas, aí perdeu terreno e se lenhou.

 

Esse esvaziamento da força e do poderio do médico, enorme quando era exclusivo, fez com que a liderança de Antônio Colonnezi ficasse vulnerável e fosse escanteada dentro do próprio grupo. No mesmo caminho vai a liderança de Luíz Carlos Martins, que não foi abalada ainda porque o ex-prefeito Marcelo Brandão não acertou os ponteiros da bomba-relógio.

 

Se você concordou com minha explicação, continue a leitura, pois chegou o momento de uma pergunta que incomoda bastante: quem vai substituir os médicos na liderança política? Empresários ricos.

 

Ipirá segue o mesmo caminho de Itaberaba, que foi abocanhada por uma família de empresário rico. A família Mascarenhas. Aqui, em Ipirá, não precisa ser tão rica como eles lá, mas não tão pobre como o povão daqui.

 

O empresário Dudy, que virou prefeito e desistiu da reeleição. Por gostar e ter muito apreço pelo genro, resolveu presenteá-lo com um belo presente: a Prefeitura de Ipirá. Seu genro é sobrinho do ex-deputado Jurandy Oliveira. Portanto, pertence à família Oliveira.

 

O ex-prefeito Jurandy Oliveira para satisfazer à vontade da esposa resolveu presenteá-la com um belo presente: a Prefeitura de Ipirá. Mais um membro da família Oliveira para ser agraciada. Correndo por fora, mas querendo ser pré-candidato (com todo direito) está outro sobrinho do ex-deputado Jurandy Oliveira, conhecido por Jota Oliveira, também da família Oliveira.

 

Ipirá é Itaberaba toda. Lá é Mascarenhas, aqui é Oliveira. A crise do sistema jacu e macaco vai deslanchar nisso aí. O sistema jacu e macaco fez uma mistureba tão grande e vai apresentar dois candidatos para o povo votar. Os dois candidatos são da família Oliveira. Você tá entendendo? Parece aquela estória do cachorro com rabo de salsicha; roda, roda e nunca alcança o rabo. Botaram o povo de Ipirá na roda.

 

Em 2024, Ipirá ficará nas mãos e controle da família Oliveira, custe o que custar; goste, quem gostar. Botaram a população numa camisa de força e vão enfiar a família Oliveira goela abaixo do povo.

 

Quem foi que disse que a família Oliveira é a melhor opção para assumir os destinos de Ipirá num momento tão difícil por que passa a nossa sociedade?  Quem e quantas pessoas escolheram essas duas pré-candidaturas? Qual a razão dos eleitores ipiraenses serem obrigados a escolher um membro (entre dois) da família Oliveira para votar?

 

Mire-se no exemplo de Itaberaba: a família Mascarenhas domina o poder municipal por quase vinte anos, com uma briguinha mentirosa e ardilosa de família. Num contexto em que família que reza unida permanece unida; são as moedas dos cofres que fazem as desavenças. Em Ipirá, apresente-se quem vai botar a mão no fogo ou, pelo menos, dar a mão à palmatória, de que tudo isso não passará de uma chuva passageira.

 

Eu querendo terminar meu artigo e o leitor perguntando: e o que acontecerá com os dois médicos, o Luíz e o Antônio? Sem prefeitura, sem lenço, sem documento, para continuar como líder de grupo vão ter que desembolsar um ou dois milhões de reais do próprio bolso, daqueles milhões adquiridos com muito trabalho e suor.

 

Se tiverem maturidade e sabedoria buscarão uma posição acima do status de liderança de grupo e passarão a verificar, debater e buscar a solução para os grandes problemas de Ipirá, ao tempo que, jogarão à quatro mãos, uma pá de terra sobre os escombros de uma porcaria chamada jacu e macaco (sistema), que causou tanta desgraça em Ipirá. Os tempos mudam.
 

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