No nosso caso, o município de Ipirá. Assim sendo,
temos particularidades salientes que fazem parte da nossa sociedade; algo
peculiar que está no coração e mente de nossa gente; são características
inerentes à nossa população, que se sobrepõe ao controle oligárquico exercido
por duas ou três famílias.
Eu digo com a maior franqueza: Ipirá é um município
lulista. Na primeira eleição de Lula para presidente, em 1989, no primeiro
turno, ele venceu em Ipirá, sem apoio de qualquer líder dos dois grupos
oligárquicos. No segundo turno, em Ipirá, Lula foi derrotado porque o prefeito
daquela época, Amenar (da jacuzada) derramou dinheiro nas eleições.
Na primeira vitória de Jaques Wagner para
governador, ele venceu aqui em Ipirá. Uma observação: o prefeito da época era
Diomário Sá, que apoiou Paulo Souto. JW não teve apoio de nenhuma liderança em
Ipirá. Todos eles, do jacu ao macaco, estavam com Paulo Souto. Vitória
inquestionável do povo.
Evidente que o PT da Bahia procurou montar o seu
esquema para governar o Estado da Bahia por muitos anos. Em Ipirá JW ficou com
o prefeito de plantão. Quem era? Diomário Sá (na época macaco), se o prefeito
fosse jacu, eu não tenho dúvidas, ele ficaria com o prefeito de plantão.
Diferentemente de ACM Malvadeza que ficava com os dois (jacu & macaco).
Na última eleição para presidente no segundo turno,
Lula venceu com 27.996 votos contra 6.860 de Bolsonaro. Se ACM Neto
teve 13.423 votos, com o apoio da jacuzada, significa que desse grupo 6.563 votos acompanharam a eleição de Lula. Com uma observação, Bolsonaro, em
Ipirá, tem voto da jacuzada e da macacada.
Um questionamento que deve ser feito em Ipirá é:
por que o PT de Ipirá, num município lulista e num estado dominado pelo PT não
consegue fazer um vereador?
Para as eleições de 2024, apresentam-se duas
pré-candidaturas: Thiago do Vale, pelo PSD, pertencente ao time do senador Otto
Alencar e a candidatura de Nina Gomes, pelo PMDB, pertencente ao time do
vice-governador Geraldo Junior.
O governador Jerônimo Rodrigues (já) tirou foto com
Thiago do Vale e, também, tirou foto com Nina Gomes. Os dois vão se apresentar
na foto de campanha com Lula e Jerônimo à tiracolo. Dá para compreender? Coisas
de Ipirá!
O governador Jerônimo virá para a reeleição, (virá
que eu sei) naturalmente, que não vai jogar a água da gamela fora (a água e o
menino(a)). Em Ipirá, tá tudo em casa. No querer do governador não era prá ter
essa briguinha. Preste atenção ao que eu vou colocar aqui: o governador vai
ficar em cima do muro para não perder voto. O que o governador quer é voto. Tá
tudo em casa, é tudo birra de criança.
Então, em Ipirá, tudo indica, que não haverá a
polarização da política nacional, desde quando, na cabeça de chapa estarão PSD
x PMDB e os dois vestirão a camisa de Lula.
A liderança que participou da carreata de Bolsonaro
em Ipirá foi Luiz Carlos Martins. Mas, o grupo da jacuzada está caindo pelas
tabelas e foi obrigado a entregar a cabeça de chapa ao PMDB para ver se fica
bem na fita. O bolsonarismo está difuso nos quadros da jacuzada e da macacada.
A polarização política mais elevada ficará a cargo
das pessoas que possuem uma visão ampliada e colocam a política nacional como o
eixo principal da disputa política. No contexto local prevalecerá a política
rasa e rasteira que norteia os grupos do jacu e macaco, que sufocará e
prevalecerá de forma avassaladora na disputa eleitoral. Tudo pela questão
local!
O eleitor de Ipirá tem que abrir bem os olhos,
porque a maré não está prá peixe. Nessa lambança toda, feita pelo sistema oligárquico
do jacu e macaco, quem realmente se deu bem foi a família Oliveira. A
prefeitura ficará com o sobrinho do ex-deputado Jurandy Oliveira ou com a
vice-prefeita, que é esposa do ex-deputado. Tá tudo em casa da família
Oliveira. Vá dá tanta sorte assim, na casa do chapéu!
Realmente uma terceira via não se concretizou em
Ipirá. Ficamos quase sempre, no patamar dos 500 votos. Em duas oportunidades
ultrapassamos a casa dos 2200 votos, inclusive na campanha do Renova, que não
contou com o apoio do PT local, que nos levaria para mais de 3000 votos e dois
vereadores.
Na atualidade a Federação (PT, PCdoB, PV) têm três
cadeiras na Câmara de Vereadores. A prioridade é manter essas vereanças. Houve
muita precipitação no encaminhamento dos procedimentos e a ansiedade em apoiar
uma pré-candidatura à prefeito, não se sabe com quais interesses, poderá colocar
a perder as representações na Câmara de Vereadores. Que não aconteça!
O meu voto é um voto da minha consciência. Nessas
eleições de 2024, votarei por um projeto de desenvolvimento nacional; na defesa
de uma legislação que garanta direitos sociais e na defesa do Estado contra o
neoliberalismo.
O meu voto é secreto, mas não é segredo, em 2024
votarei no 90, um jegue carregado de cana, descendo a ladeira da Caboronga.
Cana tem nó e jegue tem venta. Não fico em cima do muro. Em 2026, se vivo
estiver, votarei contra a extrema-direita fascista.