QUEM É MAIS SABIDO, O RÁDIO OU A TELEVISÃO ?
Segunda Parte > a televisão.
No final da década de 1960, o movimento do empório diminuiu acentuadamente e Zé Capenga ficou preocupado com o fato, motivo pelo qual conversou com João Miadé:
- Ô cumpade João ! o que é que tá se assucedendo que os prosador nunca mais apareceram aqui no empório ?
- Ô cumpade Zé Capenga ! vosmicê tá pur fora das novidade ? Não tá sabendo que Edson Pires comprou uma tal de televisão e a casa dele só anda lotada.
Zé Capenga tomou um susto, mas pouco entendeu do que acabara de ouvir. Na verdade, Zé Capenga ficava praticamente só com seu rádio, noites e mais noites. Até que certo dia, chegou uma comitiva para levá-lo até a casa de Edson Pires, na Praça do Mercado, onde todos assistiriam ao jogo do Flamengo. Zé Capenga relutou, pois não se sentia atraído pela novidade e desculpou-se:
- Não meus amigos, eu não sei que geringonça é essa tal de televisão.
- Mas cumpade Zé Capenga, lá os jogador fica tudo dentro do treco, da tal televisão; a gente vê – falou João Miadé.
Elofram Marques, que era dono de um time, aqui em Ipirá, chamado Flamengo, aproveitou a deixa e completou:
- Mas Zé Capenga ! toda a torcida do Flamengo vai tá lá, só vai faltar você que é o nosso chefe maior. Não !. Você é o único que não pode faltar, nem por motivo de doença. Nós que somos Flamengo até morrer, em qualquer lugar, aqui no seu empório ou na casa de Edson.
Zé Capenga estava resistente e buscou mais uma explicação:
- Eu num tô acostumado com esse troço de televisão, é um jogo de decisão do campeonato, o Flamengo tem que vencer e eu não quero perder um lance.
Elofram Marques tentava convencer Zé Capenga a qualquer custo:
- Lá é que você não perde lance nenhum. Lá você vê, e tem mais Zé Capenga, se você não for eu deixo de ser flamenguista.
Zé Capenga parou com aquelas palavras e ficou imaginando a falta que faria Elofram Marques nas discursões contra os vascainos, principalmente, Antônio de Púbio e Braga da Loja. Ele era o mais forte coligado, e se "ele debandasse para o outro lado", ficou pensando Zé Capenga, ao mesmo tempo que sentia um calafrio na espinha. Foi quando Zelito de Maroto, um molecote que era mascote do Flamengo de Elofram, falou com a cara marruda e de choro:
- Seu Zé ! se seu Zé não for com a gente eu vou dá um creu naquela camisa do Flamengo que seu Zé me deu e nunca mais eu venho aqui vê seu Zé.
- Não rasgue o manto sagrado do Flamengo. Tá certo, eu vou, mas levo meu rádio – falou Zé Capenga, o maior apaixonado pelo Flamengo nesta terra, que estava emocionado.
O Flamengo jogava pela vitória e o jogo estava 0x0. Aos 44 minutos do 2º tempo, aconteceu uma falta no meio do campo para o Flamengo. Dida pegou a bola e preparou-se para bater. Zé Baau, treinador e dono do Grêmio, outro time daqui de Ipirá, deu a orientação necessária e precisa para a vitória do Flamengo, pois era o maior técnico e conhecedor de futebol da cidade: -
Não chuta não ! cruza prá Babá cabecear.
Babá tinha um metro e meio de altura; Beline, que era seu marcador, tinha dois metros de altura. Dida olhou em direção aos telespectadores, parece que ouviu o conselho de Zé Baau. Todos olhavam para a televisão. Não tiravam, nem batiam os olhos; a respiração estava presa em cada torcedor. Dida continuava com as mãos na cintura, quando deu o primeiro passo e nem tinha tocado, ainda, na bola, ouviu-se um grito na sala:
- Gool de Dida; gool do Flamengo – era o grito de Zé Capenga, que tinha o rádio junto ao ouvido.
Na televisão, Dida ainda corria para a bola e a torcida amontoada pelo chão da casa de Edson Pires, queria silêncio e Delsuc Dutra reclamou:
- Cala a boca Zé Capenga ! tu qué qui a corrente quebre, parece até qui tu é Vasco.
- Acabou ! Flamengo é campeão ! acabou ! é campeão ! – gritava Zé Capenga.
Na televisão, Dida chutou a bola, que viajou percorrendo milimetricamente todo aquele espaço sob a volúpia de olhares angustiados e morreu nas redes vascaínas. A galera, amontoada na sala, levantou-se para gritar. Zé Capenga levantou-se e saindo, disse:
- Logo não tá vendo que esse geringonça não vai ser mais sabida do que meu rádio.
Conclusão > A passeata rubro-negra passou pela Praça do Mercado, rua de Cima e Praça da Bandeira. Um grupo gritava: "Quem é mais sabido ?" o outro respondia: "O rádio de Zé Capenga". Na Segunda-feira, o movimento do empório voltou a ser o que era antes; a luz continuou mais rápida do que o som e o som continuou mais rápido do que a imagem. Assim é a vida.
Segunda Parte > a televisão.
No final da década de 1960, o movimento do empório diminuiu acentuadamente e Zé Capenga ficou preocupado com o fato, motivo pelo qual conversou com João Miadé:
- Ô cumpade João ! o que é que tá se assucedendo que os prosador nunca mais apareceram aqui no empório ?
- Ô cumpade Zé Capenga ! vosmicê tá pur fora das novidade ? Não tá sabendo que Edson Pires comprou uma tal de televisão e a casa dele só anda lotada.
Zé Capenga tomou um susto, mas pouco entendeu do que acabara de ouvir. Na verdade, Zé Capenga ficava praticamente só com seu rádio, noites e mais noites. Até que certo dia, chegou uma comitiva para levá-lo até a casa de Edson Pires, na Praça do Mercado, onde todos assistiriam ao jogo do Flamengo. Zé Capenga relutou, pois não se sentia atraído pela novidade e desculpou-se:
- Não meus amigos, eu não sei que geringonça é essa tal de televisão.
- Mas cumpade Zé Capenga, lá os jogador fica tudo dentro do treco, da tal televisão; a gente vê – falou João Miadé.
Elofram Marques, que era dono de um time, aqui em Ipirá, chamado Flamengo, aproveitou a deixa e completou:
- Mas Zé Capenga ! toda a torcida do Flamengo vai tá lá, só vai faltar você que é o nosso chefe maior. Não !. Você é o único que não pode faltar, nem por motivo de doença. Nós que somos Flamengo até morrer, em qualquer lugar, aqui no seu empório ou na casa de Edson.
Zé Capenga estava resistente e buscou mais uma explicação:
- Eu num tô acostumado com esse troço de televisão, é um jogo de decisão do campeonato, o Flamengo tem que vencer e eu não quero perder um lance.
Elofram Marques tentava convencer Zé Capenga a qualquer custo:
- Lá é que você não perde lance nenhum. Lá você vê, e tem mais Zé Capenga, se você não for eu deixo de ser flamenguista.
Zé Capenga parou com aquelas palavras e ficou imaginando a falta que faria Elofram Marques nas discursões contra os vascainos, principalmente, Antônio de Púbio e Braga da Loja. Ele era o mais forte coligado, e se "ele debandasse para o outro lado", ficou pensando Zé Capenga, ao mesmo tempo que sentia um calafrio na espinha. Foi quando Zelito de Maroto, um molecote que era mascote do Flamengo de Elofram, falou com a cara marruda e de choro:
- Seu Zé ! se seu Zé não for com a gente eu vou dá um creu naquela camisa do Flamengo que seu Zé me deu e nunca mais eu venho aqui vê seu Zé.
- Não rasgue o manto sagrado do Flamengo. Tá certo, eu vou, mas levo meu rádio – falou Zé Capenga, o maior apaixonado pelo Flamengo nesta terra, que estava emocionado.
O Flamengo jogava pela vitória e o jogo estava 0x0. Aos 44 minutos do 2º tempo, aconteceu uma falta no meio do campo para o Flamengo. Dida pegou a bola e preparou-se para bater. Zé Baau, treinador e dono do Grêmio, outro time daqui de Ipirá, deu a orientação necessária e precisa para a vitória do Flamengo, pois era o maior técnico e conhecedor de futebol da cidade: -
Não chuta não ! cruza prá Babá cabecear.
Babá tinha um metro e meio de altura; Beline, que era seu marcador, tinha dois metros de altura. Dida olhou em direção aos telespectadores, parece que ouviu o conselho de Zé Baau. Todos olhavam para a televisão. Não tiravam, nem batiam os olhos; a respiração estava presa em cada torcedor. Dida continuava com as mãos na cintura, quando deu o primeiro passo e nem tinha tocado, ainda, na bola, ouviu-se um grito na sala:
- Gool de Dida; gool do Flamengo – era o grito de Zé Capenga, que tinha o rádio junto ao ouvido.
Na televisão, Dida ainda corria para a bola e a torcida amontoada pelo chão da casa de Edson Pires, queria silêncio e Delsuc Dutra reclamou:
- Cala a boca Zé Capenga ! tu qué qui a corrente quebre, parece até qui tu é Vasco.
- Acabou ! Flamengo é campeão ! acabou ! é campeão ! – gritava Zé Capenga.
Na televisão, Dida chutou a bola, que viajou percorrendo milimetricamente todo aquele espaço sob a volúpia de olhares angustiados e morreu nas redes vascaínas. A galera, amontoada na sala, levantou-se para gritar. Zé Capenga levantou-se e saindo, disse:
- Logo não tá vendo que esse geringonça não vai ser mais sabida do que meu rádio.
Conclusão > A passeata rubro-negra passou pela Praça do Mercado, rua de Cima e Praça da Bandeira. Um grupo gritava: "Quem é mais sabido ?" o outro respondia: "O rádio de Zé Capenga". Na Segunda-feira, o movimento do empório voltou a ser o que era antes; a luz continuou mais rápida do que o som e o som continuou mais rápido do que a imagem. Assim é a vida.
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ResponderExcluirA pedido do locutor Marco Antonio vai esse poema por mim escrito para a rádio Povo de ubatã que está fazendo aniversário.Obrigada,Agildo pelo espaço e olha,Maravilha esses "causos",parabéns!Evidentemente,que quem lê seu blog sente-se acrescido pelo seu valioso conteúdo e pela forma que você aborda seus temas.Fascinante.
ResponderExcluirDo Jornalismo ao romantismo
Da notícia à diversão
Da palavra amiga à uma cantiga
Que vai tocar um coração
O rádio é a cor de toda estação
É calor humano,é sol de verão
É outono de sonhos que vêm ao vento
Primaveras eternas em cada canção
O rádio amanhece o dia
Abre caminhos,desbrava sertão
Todas as raças em sintonia
Em toda Bahia,por toda Nação
O rádio sempre fala do novo
comenta o hoje,celebra o amanhã
o rádio lança a dança do povo
A rádio Povo é a voz de Ubatã.
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ResponderExcluirPrimeiro queria dizer que é um pouco complicado entrar nesse site. Mais vamos ao que entereça particulamente eu acho que a televisão é mais inteligente que o rádio, pois além dela "mostrar" o fato acontecido e ela também, como posso dizer! No modo vulgar ela também "diz" coisa que o rádio também faz mais o que ele não faz,é "mostra".
ResponderExcluirA televisão mata a cobra e mostra o "pau", e o rádio sai comentando!!
KKKKKKKKK
Eu acredito que a televisão seja mais sabida do que o rádio. Apesar de ter sido inventado antes da televisão, o rádio possue poucos recursos para a transmissão, além de ser mais usado para a diversão, pois a maioria das emissoras de rádio possuem músicas em seu repertório diário com o intuito de divertir o ouvinte.
ResponderExcluirJá a televisão possue recursos, como a imagem por exemplo, que levam maior entendimento ao expectador do que está sendo transmitido. Além de divertir, a tv transmite diversos telejornais e também programas educativos que leva conhecimento à todos.
Os dois são de grande importância para a sociedade, porém a tv tem maior acesso aos lares participando assim da vida das pessoas e levando informações com um maior nível de qualidade.
Raquel Sampaio
Colégio Maria Evangelina L. Santos
Turma:3A Turno: Matutino
O texto nos mostra q nem sempre o q vemos è melhor do q ouvimos,apesar de estar escrito q naquele tempo o radio conseguiu ser mais agil,hoje as coisas sao diferentes e cada dia a mais a tecnologia da televisao se expande.
ResponderExcluirconclusao:gostei do texto,mas os tempos mudaram e hoje a televisao da de 10x0 no radio.
DIANTE DE TANTAS HIPÓTESES,HISTORIAS,COMENTARIOS.EU PARTICULARMENTE ACREDITO QUE O MAIS SÁBIO SEJA A TELEVISÃO POIS ELA ALÉM DE TRANSMITIR SONS TRANSMITE TAMBÉM IMAGENS,VARIAS OPÇÕES POR EXEMPLO: JORNALISMO,ENTRETERIMENTO,ANIMAÇÕES...
ResponderExcluirAPESAR DE TER SIDO FUNDADA DEPOIS DO RÁDIO MAS...
AFINAL A TECNOLOGIA ESTA AÍ PRA ISSO!
MILENA MARINHO
COLÉGIO:MARIA EVAGELINA L.SANTOS
TURMA:2B MATUTINO
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ResponderExcluirInteressante... Nesse caso concordo que o rádio é mais esperto que a televisão, afinal foi mais rápido!!!
ResponderExcluirMas acho que hoje a TV é mais esperta, pois além do áudio e da imagem, nos dá varias opções do que assistir!!!
A maioria das pessoas preferem assistir TV, mas ouvir rádio é bastante relaxante (dependendo do programa, os que passam pela manhã só tocam música brega rsrs).
__________________
Eduardo S. Serra
Cemels
3ºano-A (Matutino)
__________________
A televisão mostra as imagens.
ResponderExcluirO radio fala de maneira diferente e não mostra as imagens a teve mosta tudo e o radio fala muito o mais importante não e falar e sim mostrar.
Jucival Alves Pires
3c vespertino
Acho que seja a televisão porque mostra as emagens,o radio nem sempre fala como aconteceu o fato ocorrido.
ResponderExcluirObrigado gostei da história.
odair cintra 3c vespertino
Eu Acho q a TELEVISÃO.
ResponderExcluir°Pois a televisão mostra tudo e ainda comenta.
e o rádio apenas comenta!!!
Na minha opinião a televisão porque eu confiu mais no que eu vejo e a televisão eu vejo e ouso e o radio ñ.
ResponderExcluirSexta-feira, 20 de Junho de 2008
ResponderExcluirHISTÓRIA: O rádio e a emoção do futebol narrado
A narração de uma partida de futebol torna-se emocionante quando acontece pelas ondas do rádio, tão antigo mas aida pioneiro na vida dos brasileiros.
Comparada à transmissão pela tv, o rádio só perde na apelação da imagem, porém, existem aqueles que mesmo com a tv ligada, substituem o som pela narração de uma emissora de rádio, sem falar na possibilidade de levá-lo para onde quiser , principalmente para dentro dos estádios, resgatando o famoso ``radinho de pilha``. A emoção empregada pelo narrador e a fantasia da imaginação do lançe descrito, faz desse meio de comunicação o preferido de muitas pessõas
OS ``JOSÉS´´ DO RÁDIO
Dentre os preferidos do rádio, há nomes indispenssáveis encabeçando a lista dos mais conceituados, como é o caso de JOSÉ SILVÉRIO da Rádio Bandeirantes de São Paulo (http://www.bandeirantes.com.br/) e JOSÉ MANOEL DE BARROS da Jovem Pam AM (http://www.jp.com.br/) e é claro JOSÉ CARLOS ARAÚJO da Rádio Globo do Rio de Janeiro (http://www.radioglobo.com.br/), Araújo tráz muito entusiasmo a uma partida, deixando o torcedor na expectativa de gol a ser marcado e até mesmo sofrido.
O rádio mantém viva a fantasia da expectativa e da emoção do gol, capaz de fazer o torcedor explodir de alegria ou entristecê-lo quando vem do adverssário.
RENATOIPIRA.BLOGSPOT.COM