Estilo: ficção
Natureza: novelinha
Capítulo: 29 (mês de fevereiro 2010) – incrível, apresentação do novo capítulo da novelinha com, simplesmente, 5 meses de atraso.
Quando saiam do Centro de Abastecimento de Ipirá pelo portão que fica próximo ao Chiqueiro de Vendas de Animais de Ipirá, o assessor e o prefeito Dió, que estava mais aliviado, sua barriga não doía mais e, talvez, devido a esse fato botou olho gordo em dois caminhões carregados de milho verde, aproximou-se e deu logo vontade de comprar umas espigas e foi indagando:
- Não posso ver um produto da zona rural de Ipirá, dá logo uma vontade enorme de comprá-lo. Eu quero dez dúzias dessas espigas de milho. Quanto é ?
- Doutô ! em primeiro lugar esse milho não é de Ipirá, é de Juazeiro da Bahia e o doutô vai pagar cento e vinte reais – disse o vendedor.
- Cobre aqui.
Sem nenhuma necessidade o prefeito Dió começou a comentar os gastos com o São João de Ipirá, ao tempo que olhava para todos os lados:
- Nesse São João já gastei mais de seiscentos mil, não apareceu ninguém para mim ajudar. Solicitei quinhentos reais de um banco e o mesmo não deu um centavo. É duro ! Mas eu quero é tranquilidade para curtir meu São João numa boa, sem aperto, aborrecimento e sem preocupação.
Olhando para o lado do portão do Centro, o prefeito Dió observou umas gaiolas e uns passarinhos. Teve uma idéia fantástica e dirigiu-se naquela direção:
- Bom dia. Eu estou precisando de uns canários para fazer uma cantoria num magnífico palco que eu fiz, mas tem que ser daqueles amarelinhos, só serve daqueles, porque eles vão ter que sair na televisão pelo sucesso que vão fazer. Eu acho que eles são conhecidos como canários da terra.
- Doutô ! esse tipo de canário amarelo já acabou em Ipirá faz tempo. O doutô pode andar os quatro canto desse município e o doutô não vai dá de frente com esse tipo de canário amarelo, que cantava de estalo. Agora, eu sei onde é que tem esses canário amarelo e o nome verdadeiro deles não é canário da terra, é Canário do Reino. Mas, eu tenho uma sugestão prá dá ao doutô ! se o doutô quizer eu posso conseguir uns periquitos cantadô prá o doutô, e tem de tudo quanto é cor, o doutô é quem escolhe.
- Não. Só tenho interesse nos canários amarelinhos. Como é seu nome ?
- Eu me chamo Chico Boi.
- Esse seu nome não me agrada, mas de qualquer forma esse tal de Boi a gente já manda prá Feira, se fosse outro bicho menor, eu ia te mandar prá Pintadas. Me consiga esses canarinhos, pode ser da terra, do Reino ou da seleção brasileira, o importante é que esteja na mídia.
Chico Boi, malandro de Feira de Santana, mais esperto do que teiú que engole mosquito, pegou uma porção de pardal, pintou todos de amarelo e apresentou os canarinhos do reino no palco e a cantoria virou um forró virado da celebrina, agradando em cheio aos presentes. Sem ninguém esperar, começou uma chuva fina e os canarinhos do reino começaram a desbotar, apareceu um rebanho de pardal. Não deu outra, polícia e televisão.
O delegado constatou. Não é canário do reino, é canário peba, clonado, do Paraguai. Quem é o responsável ? Pegaram Chico Boi.
- Apresente seu documento, seu Chico Boi – disse o delegado.
Chico Boi tirou a identidade do bolso e apresentou-o ao delegado, que surpreso, falou em voz alta:
- Mas seu nome não é Chico Boi, na realidade você se chama Chico Ovelha.
Aí, o prefeito Dió deu um pinote e foi dizendo:
- Eu já estava imaginando que tinha esse troço de ovelha por trás de tudo isso. Esse bicho chamado ovelha é o calo da minha administração, mas eu vou dizer em bom tom EU NÃO VOU DEIXAR FUNCIONAR ESSE MATADOURO DE OVELHA E BOI EM IPIRÁ, e seu delegado, trate logo de prender esse Chico Ovelha lá em Pintadas e abata ele por lá. Aqui em Ipirá eu não quero saber de matadouro de ovelha e tudo isso aconteceu por causa desse Chico Ovelha, ele é o culpado de tudo.
Suspense: e agora ? o que será que vai acontecer ? agora que o prefeito Dió teve seu São João na mídia, será que esse matadouro de Ipirá vai sair ? êta bicho de rosca.
Leia o capitulo 28 (janeiro 2010) logo abaixo.
Observação: essa novelinha é apenas uma brincadeira literária, que envolve o administrador e o matadouro e, sendo assim, qualquer semelhança é mera coincidência.
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