sábado, 20 de outubro de 2012

É DE ROSCA.



Estilo: ficção
Natureza: novelinha
Capítulo: 46 (mês de julho 2011) – Avenida Brasil acabou sábado 20/10. Essa novelinha só tem previsão de término quando o Matadouro Municipal de Ipirá abater o primeiro carneiro. Estamos na corrida final, porque faltam 72 dias para o atual gestor deixar o poder municipal e a novelinha está no capítulo 46 do mês de julho de 2011, com simplesmente 17 meses de atraso. Está feito o grande desafio para o blogueiro, escrever em 72 dias, nada mais, nada menos do que 17 capítulos, porque acredito que o prefeito não vá fazer e botar esse matadouro para funcionar em 72 dias.

Domingo, 7 de outubro de 2012. 5h da tarde.
O prefeito Dió estava tranqüilo e dirigia-se para o Fórum Eleitoral, onde observaria o andamento das apurações. Mostrava confiança e não deixava de colocar suas previsões:
- Você não está vendo? Foi uma eleição tranqüila, dentro das nossas previsões e eu não vejo como não ser uma cacetada daquelas que deixam os nossos adversários totalmente engembrados.

17:30 min. As urnas iam sendo computadas e o resultado diferia sistemáticamente do aguardado. Na zona rural caía a votação do grupo do prefeito e na zona urbana o 25 levava uma vantagem apertada.

O prefeito Dió deu uma de desentendido e providenciou uma saída pela porta de emergência do Eleitoral, argumentou de forma sincera para com seus correligionários que estava com uma pequena indisposição cerebral e saiu com seu amigo advogado, ao tempo que dizia:
- Estou com uma pequena dor de cabeça. Vamos acompanhar essa situação lá em sua casa.

18:00 h. Chegando à residência do amigo, ligaram o rádio e verificaram que o 25 ia mantendo uma frente ao tempo que a quantidade de urnas que faltava ser computada ia diminuindo. A dor da cabeça ia descendo para a barriga e o prefeito Dió foi para o vaso sanitário. O suor tomava-lhe a testa e escorria feito água. O prefeito Dió começou a soluçar:
- Ui, ui, ui! Como é que pode acontecer uma desgraça dessa! Como é que pode a gente perder uma eleição dessa? Eu fiz tudo certo, essa macacada é que é de uma burrice de dar em doido. Perdemos por causa deles.

- O que é prefeito Dió? O 25 está botando frente e já começam a festejar, parece que não tem jeito, perdemos a eleição – disse o advogado amigo.

- Ui, ui, ui! Dê descarga aí para mim, que eu não tenho nem mais força, mas vou telefonar para o Clube Caboronga mandando desarmar o circo, que a vitória é do 25. Desliga esse rádio que só toca chicleteiro.

- Prefeito Dió! Que disgrameira é essa, parece que V.Exa. levou a campanha toda sem dá uma cagada e só agora cagou uns 49 kg de merda, desse jeito V.Exa. bota toda a macacada de caganeira.

- Ui, ui, ui! Esqueça isso amigo advogado! Você não vê que eu fiz tudo nessa campanha e a macacada-burra só fazia atrapalhar. Como é que acontece uma derrota dessa? Vou telefonar para Toinho Ficha Suja e mandar ele arrumar a mala e ir para Salvador.

19;00 h. O 25 festejava a vitória. Faltavam, precisamente, 3 urnas que estavam saindo do Malhador, Rio do Peixe e Umburanas. A frente do 25 era de mais de 300 votos. Nos festejos de rua, tinha gente que pulava e gritava para a surpresa do 22 que observava pasmo e sem compreender patavinas. O celular do prefeito Dió tocou:

- Ui, ui, ui! É verdade? Eu não acredito! Logo esse sujeito que eu tinha como um puxa juramentado e sacramentado está comemorando a vitória do 25! Eu só acredito se eu ver com esses olhos que a terra há de comer – disse o prefeito Dió, que depois, perdeu o tino da realidade com a cacetada que recebia na moleira.

- Ui, ui, ui! Como é dura uma derrota desse jeito! Para você vê, meu amigo advogado, até Jojó de Dió está comemorando lá na praça! Logo esse elemento que era o meu puxa-saco mais devoto e  subserviente! Bastou eu perder o poder para esse rabujento mostrar o cachorro que era – lamentava o prefeito Dió.

- O que vai ter de traíra agora não está no gibi. Deixe eu ligar o rádio novamente, para saber o resultado final – disse o amigo advogado.

19:30 min. O 22 comemorava nas ruas. O prefeito Dió não entendia mais nada. Com o resultado do rádio, ele extravasou: tomou dois whiskys e começou a bradar:

- Logo não tá vendo que eu não ia perder uma eleição dessa! Aqui é Dió, o demolidor dos Martins! EU SOU O MAIOR ESTRATEGISTA DESSA TERRA! O resto é resto. Eu fui o único que não desanimei e não dei por perdida em nenhum instante. Eu sabia que essa vitória era nossa, foi desse jeito só para eu perceber quem são esses traíras que se diziam macacos. Vamos sair, vamos comemorar.

20:00 h. Andaram pelas ruas, sem ninguém os saudar. Em frente à Farmácia Avenida, encontrou Jojó de Dió, que assim que viu o prefeito Dió partiu em sua direção:
- Prefeito Dió! agradecemos essa vitória ao senhor. O senhor é o maior político dessa terra. Já fiz a faixa: “Parabéns prefeito Dió, você é tricampeão.” Agora eu tenho uma coisa pra lhe dizer. Os carneiros tava tudo pulando aqui na meia hora que o 25 era prefeito. Eu só tava aqui olhando para a cara deles.

- Ui, ui, ui! Eu não agüento essa carneirada. Não vai ter matadouro nessa cidade. Meu amigo, advogado! Eu quero ir para sua casa, pois quero botar uns 49 kg no vaso sanitário, pois eu quero comemorar.

Suspense: e agora ? o que será que vai acontecer ? O prefeito Dió está faltando 72 dias para deixar o mandato. O sujeito do blog está com a novelinha atrasada dezessete meses. Mandato para terminar daqui a 72 dias. A novelinha para empatar tem que correr com os 17 meses. Quem vai terminar primeiro? Quem vai levar a melhor: o prefeito Dió ou sujeito do blog?  Agora é o de rosca contra a certeza absoluta é que a novelinha não acaba nunca e Ipirá vai se lascar. Duas coisas de rosca, essa novelinha e o Matadouro de Ipirá.

Leia o capitulo 45 (junho 2011) bem abaixo.

Observação: essa novelinha é apenas uma brincadeira literária, que envolve o administrador e o matadouro e, sendo assim, qualquer semelhança é mera coincidência.


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