Estilo:
ficção
Natureza:
novelinha
Capítulo:
46 (mês de julho 2011) – Avenida Brasil acabou sábado 20/10. Essa novelinha só
tem previsão de término quando o Matadouro Municipal de Ipirá abater o primeiro
carneiro. Estamos na corrida final, porque faltam 72 dias para o atual gestor
deixar o poder municipal e a novelinha está no capítulo 46 do mês de julho de
2011, com simplesmente 17 meses de atraso. Está feito o grande desafio para o
blogueiro, escrever em 72 dias, nada mais, nada menos do que 17 capítulos,
porque acredito que o prefeito não vá fazer e botar esse matadouro para
funcionar em 72 dias.
Domingo,
7 de outubro de 2012. 5h da tarde.
O
prefeito Dió estava tranqüilo e dirigia-se para o Fórum Eleitoral, onde
observaria o andamento das apurações. Mostrava confiança e não deixava de
colocar suas previsões:- Você não está vendo? Foi uma eleição tranqüila, dentro das nossas previsões e eu não vejo como não ser uma cacetada daquelas que deixam os nossos adversários totalmente engembrados.
17:30
min. As urnas iam sendo computadas e o resultado diferia sistemáticamente do
aguardado. Na zona rural caía a votação do grupo do prefeito e na zona urbana o
25 levava uma vantagem apertada.
O
prefeito Dió deu uma de desentendido e providenciou uma saída pela porta de
emergência do Eleitoral, argumentou de forma sincera para com seus
correligionários que estava com uma pequena indisposição cerebral e saiu com
seu amigo advogado, ao tempo que dizia:
-
Estou com uma pequena dor de cabeça. Vamos acompanhar essa situação lá em sua
casa.
18:00
h. Chegando à residência do amigo, ligaram o rádio e verificaram que o 25 ia
mantendo uma frente ao tempo que a quantidade de urnas que faltava ser
computada ia diminuindo. A dor da cabeça ia descendo para a barriga e o
prefeito Dió foi para o vaso sanitário. O suor tomava-lhe a testa e escorria
feito água. O prefeito Dió começou a soluçar:
-
Ui, ui, ui! Como é que pode acontecer uma desgraça dessa! Como é que pode a
gente perder uma eleição dessa? Eu fiz tudo certo, essa macacada é que é de uma
burrice de dar em doido. Perdemos por causa deles.
-
O que é prefeito Dió? O 25 está botando frente e já começam a festejar, parece
que não tem jeito, perdemos a eleição – disse o advogado amigo.
-
Ui, ui, ui! Dê descarga aí para mim, que eu não tenho nem mais força, mas vou
telefonar para o Clube Caboronga mandando desarmar o circo, que a vitória é do
25. Desliga esse rádio que só toca chicleteiro.
-
Prefeito Dió! Que disgrameira é essa, parece que V.Exa. levou a campanha toda
sem dá uma cagada e só agora cagou uns 49 kg de merda, desse jeito V.Exa. bota toda a
macacada de caganeira.
- Ui,
ui, ui! Esqueça isso amigo advogado! Você não vê que eu fiz tudo nessa campanha
e a macacada-burra só fazia atrapalhar. Como é que acontece uma derrota dessa?
Vou telefonar para Toinho Ficha Suja e mandar ele arrumar a mala e ir para Salvador.
19;00
h. O 25 festejava a vitória. Faltavam, precisamente, 3 urnas que estavam saindo
do Malhador, Rio do Peixe e Umburanas. A frente do 25 era de mais de 300 votos.
Nos festejos de rua, tinha gente que pulava e gritava para a surpresa do 22 que
observava pasmo e sem compreender patavinas. O celular do prefeito Dió tocou:
-
Ui, ui, ui! É verdade? Eu não acredito! Logo esse sujeito que eu tinha como um
puxa juramentado e sacramentado está comemorando a vitória do 25! Eu só
acredito se eu ver com esses olhos que a terra há de comer – disse o prefeito
Dió, que depois, perdeu o tino da realidade com a cacetada que recebia na
moleira.
-
Ui, ui, ui! Como é dura uma derrota desse jeito! Para você vê, meu amigo
advogado, até Jojó de Dió está comemorando lá na praça! Logo esse elemento que
era o meu puxa-saco mais devoto e
subserviente! Bastou eu perder o poder para esse rabujento mostrar o
cachorro que era – lamentava o prefeito Dió.
-
O que vai ter de traíra agora não está no gibi. Deixe eu ligar o rádio
novamente, para saber o resultado final – disse o amigo advogado.
19:30
min. O 22 comemorava nas ruas. O prefeito Dió não entendia mais nada. Com o
resultado do rádio, ele extravasou: tomou dois whiskys e começou a bradar:
-
Logo não tá vendo que eu não ia perder uma eleição dessa! Aqui é Dió, o
demolidor dos Martins! EU SOU O MAIOR ESTRATEGISTA DESSA TERRA! O resto é
resto. Eu fui o único que não desanimei e não dei por perdida em nenhum
instante. Eu sabia que essa vitória era nossa, foi desse jeito só para eu
perceber quem são esses traíras que se diziam macacos. Vamos sair, vamos
comemorar.
20:00
h. Andaram pelas ruas, sem ninguém os saudar. Em frente à Farmácia Avenida,
encontrou Jojó de Dió, que assim que viu o prefeito Dió partiu em sua direção:
-
Prefeito Dió! agradecemos essa vitória ao senhor. O senhor é o maior político
dessa terra. Já fiz a faixa: “Parabéns prefeito Dió, você é tricampeão.” Agora
eu tenho uma coisa pra lhe dizer. Os carneiros tava tudo pulando aqui na meia
hora que o 25 era prefeito. Eu só tava aqui olhando para a cara deles.
-
Ui, ui, ui! Eu não agüento essa carneirada. Não vai ter matadouro nessa cidade.
Meu amigo, advogado! Eu quero ir para sua casa, pois quero botar uns 49 kg no vaso sanitário, pois
eu quero comemorar.
Suspense:
e agora ? o que será que vai acontecer ? O prefeito Dió está faltando 72 dias
para deixar o mandato. O sujeito do blog está com a novelinha atrasada
dezessete meses. Mandato para terminar daqui a 72 dias. A novelinha para
empatar tem que correr com os 17 meses. Quem vai terminar primeiro? Quem vai
levar a melhor: o prefeito Dió ou sujeito do blog? Agora é o de rosca contra a certeza absoluta
é que a novelinha não acaba nunca e Ipirá vai se lascar. Duas coisas de rosca,
essa novelinha e o Matadouro de Ipirá.
Leia
o capitulo 45 (junho 2011) bem abaixo.
Observação:
essa novelinha é apenas uma brincadeira literária, que envolve o administrador
e o matadouro e, sendo assim, qualquer semelhança é mera coincidência.
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