Acontecimentos
legislativos. Argumentos do vereador Weima Fraga: “posso dizer, afirmar, com
certeza, com convicção, que não foi um avanço elevado para nosso município a
questão das eleições para diretores. Não vejo nenhum legado da APLB a não ser
justificar a contribuição sindical”,
Continua
argumentando o vereador Weima: “na primeira eleição houve muita desavença,
muito desencontro, promoveu discussões grandes e até foi desconfortável para
alguma localidade, na medida em que professores que se enfrentaram nas eleições
tiveram suas desavenças e ...”
continuando: “vejo que não foi um grande avanço, não há uma questão de
ver uma justificativa maior que tenha se implantado em alguma escola para que
seja feita novas eleições."
Ainda
o vereador Weima: “respeitando a Constituição Federal que mandou que seja cargo
indicado pelo Executivo revogamos essa Lei...”, mais ainda, “eu nunca vi
diferença; anteriormente não teve problemas com direção de escola como tem hoje
depois das eleições, o diretor não pode ser afastado rapidamente sem uma
apuração maior, houve algum desgaste, vários problemas também e por isso eu não
sou favorável que faça eleições nas escolas.” Assim argumentou o vereador Weima.
Minha
opinião é a seguinte: o melhor caminho para a educação de qualidade é o
democrático, começando pela escolha dos gestores. Democracia é sinônimo de
discussões das idéias, quem for minoria tem que acatar a vontade da maioria.
Não tem porque ficar chateado. Ensino de qualidade passa pela participação dos
pais, alunos, professores e funcionários na escolha do projeto que vai vigorar
na escola. É assim. É uma experiência nova que está sendo desenvolvida dentro
de um processo. Quando o ex-prefeito Diomário sancionou a lei para as eleições
nas escolas, ele não estava tomando uma medida inconstitucional, não esqueçam
que o ex-prefeito é advogado e entende da matéria. Não queiram agora, levantar
o axioma: “ Rei posto, rei morto.”
Na
década de 1990, em pleno domínio carlista na Bahia, eu fui admitido na Rede
Estadual de Ensino, através de concurso público e nesta fase todos os diretores
eram indicados pelo cacique político local e o diretor ficava décadas na
direção da escola até chegar à aposentadoria. Era um desejo e uma meta para os
afilhados, isso significava uma aposentadoria com salário maior. Neste período,
o chefe político Delorme Martins teve um problema de saúde e foi internado na
capital. Restabelecido, retornou à Ipirá e nesse dia, as aulas foram suspensas
para recepcionar o retorno do chefe. Vou frisar: Suspenderam as aulas. Quando
eu abri um armário na escola, deparei-me com uma quantidade enorme de cartazes:
“Salve, Dr. Delorme, rezamos muito pela sua saúde” e mais coisas do gênero. A
diretora era indicada por Dr. Delorme. Já houve caso do chefe político exigir
que determinado aluno fosse aprovado. Imagine que situação! Diretoria sem independência,
escola submissa.
Quando
a turma do carlismo vinha à Ipirá para comícios e inaugurações, seja lá do que
fosse, a maioria das diretoras suspendia as aulas para os professores e alunos
irem bater palmas. Eram diretoras indicadas, tinham que rezar a missa no
cartório. Minha opinião é clara, a nomeação e imposição de diretora para as
escolas não representa a melhor maneira de se chegar a uma educação de
qualidade, que passa pela discussão ampla, aberta e plena de um projeto dentro da
realidade da unidade escolar, sem a vontade de um cacique político.
A
ex-prefeita Ana Verena, a “prefeita” que não esquentou o lugar e que se tornou
a prefeita de um só ato, o que acabou com a democracia nas escolas municipais
em Ipirá. Talvez não tenha lido o projeto, uma vergonha, caso tenha lido, é
imperdoável.
Um
novo galpão para contratar 600 pessoas. O encontro do representante da fábrica
com o secretário da Indústria e Comércio foi a negação do pleito, porque o
governo do Estado estava gastando muito com estradas e a sugestão de que
estaria à disposição galpões vazios em Itapetinga e outras cidades. A preferida
foi Riachão de Jacuípe. Isso demonstra o status de Ipirá dentro da política de
desenvolvimento do Estado. Está fora. Não está no esquema. Nem um galpão! Isso
é vergonhoso e imperdoável.
Um
empresariado que quer tudo de mão-beijada e não quer ter o custo nem com a
construção de um galpão. Aí também, paciência! Esse tipo de empresariado que
quando acaba a isenção de impostos arruma a trouxa de roupa e cai fora também é
vergonhoso. Um tipo de empresariado que fica fazendo chantagem contra a classe
operária sempre com ameaça de “cair fora” quando a consciência operária exigir
suas melhorias de trabalho é simplesmente uma vergonha. Certo que a taxa de
exploração de mais-valia desse empresariado é elevada aqui ou em qualquer
cidade nordestina, mas o que eles deveriam levar em consideração é a
produtividade do operariado ipiraense, bem como, a qualidade da mão-de-obra
local, que significa a fonte principal da criação da riqueza apropriada por
eles, e a qualidade dos produtos que são feitos aqui.
A
classe operária local exige melhores condições de trabalho. Essa questão do
transporte é um ponto crucial, porque a probabilidade de acontecer acidentes na
porta da fábrica é grande e a responsabilidade é da fábrica. Isso pode ser
resolvido por consórcio ou cooperativas de donos de ônibus. A questão do refeitório
dentro da fábrica é outro ponto que não deveria nem estar em demanda, esse é um
ponto que além de beneficiar o operário produzirá efeitos positivos na
produtividade. Isso pode ser resolvido com a terceirização do refeitório. O
vale-transporte e o vale-refeição poderão ser componentes nesta melhoria da qualidade,
porque o pau-de-arara carregando operários é vergonhoso. E mais vergonhoso e
intolerável é esse discurso da chantagem contra a classe operária com essa
ameaça de ir embora quando os operários reivindicam melhorias nas condições de
trabalho.
Essa
é cabeluda. Essa eu ouvi vinte vezes para ter certeza de que estava ouvindo o
que eu realmente ouvi. Denunciado que havia dois garis no Pau Ferro ganhando R$
290,00 cada um, o vereador Deteval Brandão disse: “Veja a carga horária em que eles
foram lotados, que às vezes existe uma prática aqui, em que o funcionário só
tem uma vaga para prestação de serviço e a pessoa convida uma outra para
trabalhar com ele e divide”
E
o vereador Deteval Brandão foi mais longe: “ta em folha? Acontece que no
povoado Conceição tem um cidadão o nome dele está em folha, ele bota um rapaz
para coletar o lixo e ele dá 200 ou 150 reais a outro cidadão e fica lá em seu
comércio de braço cruzado”.
Isso
não é em Ipirá! Não acredito! Essa situação é imperdoável, prefeito Ademildo! Com
uma situação dessa a prefeitura de Ipirá consegue ser mil vezes mais estúpida
do que o empresariado da fábrica.
Radiografia
007.
Colocaram
na cabeça do povo ipiraense que: “só quem sabe administrar Ipirá é jacu e
macaco”. A população acreditou. Aí as elites aproveitaram e fecharam o cerco.
Nos últimos sessenta anos as oligarquias e seus fiéis representantes
administraram o município. Virou mito. Fizeram a lambança e deitaram na cama. A população aceitou.
Olha
ele aí: o Mercado de Arte e Artesanato em Ipirá. Começou errado e faltou até
planejamento. Do jeito que está posto, o Mercado de Artesanato não passará de
um ponto de negócios falido e desconectado, que em seu descompasso está
simplesmente fadado ao fracasso, desde quando não passará de um ponto proveitoso
apenas para a comercialização de drogas lícitas e ilícitas, estas, realizadas
de forma oculta, demonstrando assim, o grande fiasco do jeito de administrar do
jacu e do macaco.
Onde
está o problema ? Primeiro: está no fato de que Ipirá não ser cidade turística
e jacu e macaco não levaram isso em conta. Segundo e grande erro: prefeito em
Ipirá, depois que é eleito, não ouve ninguém na comunidade. Todos eles,
acham-se auto-suficientes e aí dá nisso aí.
Prefeito
Ademildo! Isso é mais uma “herança maldita” deixada por administrações do jacu
e do macaco. Esse Mercado de Arte poderá ter uma utilidade bem melhor. Sintonize
esse “troço” no sentido do desenvolvimento de Ipirá. Converse e ouça a opinião
de seu primo Dr. Almiro Ribeiro, que foi a melhor opinião que ouvi a respeito
da utilização desse mercado. Ipirá precisa desenvolver e tem coisa simples que
poderá ser feito com recursos locais e não é muita coisa não, basta ter
criatividade.
Quem
sabe faz a hora, não espera acontecer. Ipirá tem que romper com as amarras
impostas por administrações do jacu e macaco. Transformar o Mercado de Arte em
um mercado de apoio a um pólo têxtil é buscar um caminho real para desenvolver
esse município, na medida em que fosse configurado um pólo de roupas prontas
para somar com o fabrico de carteiras e impulsionar o desenvolvimento econômico
de Ipirá em outro patamar. É isso que Ipirá necessita.