O
JOGO POLÍTICO. Quem está administrando Ipirá: é a macacada ou o modo petista de
administrar? A prefeita Ana recebeu a votação de parcela do povo de Ipirá, foi
eleita e renunciou. O vice Ademildo Almeida sem receber votos virou prefeito.
Chegou ao poder municipal rebocado. O prefeito tem esse desconforto e vive uma
baralhada do cão pelo fato de não ter a legitimidade de votos, daí ter uma
necessidade urgente e vital de forjar um agrupamento leal que o respalde. Eis o
dilema do prefeito.
Dentro
da legalidade, mas sem a legitimidade necessária da votação, o prefeito
ressente da falta de respaldo e apoio político das lideranças da macacada e de
um grupo que lhe seja fiel. O prefeito sente que tem que ter um grupo sob sua
batuta. Visualiza com inteligência esse problema e estabelece como sua meta
política a articulação desse grupo. Como conseguir isso? Da jacuzada é
impossível; desde quando, esse grupo conseguiu ficar em pé de igualdade
eleitoral com a macacada e criaram uma perspectiva de visibilidade de poder. Só
resta a macacada. E por que não? O prefeito Ademildo tem que sangrar e arrancar
fatias da macacada para se consolidar como líder, nem que crie áreas de
conflitos. Esse é o dilema da macacada.
O
prefeito perdeu a maioria na Câmara de Vereadores. Os vereadores de oposição
prometem novidades para esta semana (13/05). As lideranças macacas deixaram o
prefeito entregue à própria sorte, que ele se vire no birro trinta e o prefeito
deixou essas lideranças a ver navios, não os escuta para nada. O poder
oligárquico vai-se escorrendo e concentrando-se no prefeito, que arcará com
todas as glórias, inglórias e riscos. Para não ser incomodado, basta tratar o líder
Antônio Colonnezi a “pão e ló”. Que triste destino é esse da macacada!
Desamparado
pelas oligarquias, o prefeito petista vê como tábua da salvação o apoio
absoluto, irrestrito e incondicional do governo estadual, com base na tese do
alinhamento municipal, estadual e federal. Faz um esforço danado para alinhavar
esse apoio. Até o momento, as reivindicações do prefeito não tem tido a
ressonância desejada junto ao governo estadual, que demarcou a Bahia com a
política de territórios. Um impasse. Ipirá não tem organização e articulação
para transitar com desembaraço neste espaço. Perde para Pintadas. Além do mais,
não existe nas políticas públicas estaduais à nível macro um projeto que atenda
às grandes necessidades e alavanque Ipirá para o desenvolvimento. Estamos
incrustados na área de atendimento ao assistencialismo. Ipirá está entregue aos
seus e à própria sorte ou então vamos ficar olhando para o alto e aguardando a
boa vontade do governador.
O
JOGO ADMINISTRATIVO. O objetivo do
projeto da macacada para Ipirá é transformar este município num pólo regional.
Como? De que forma chegaremos lá? Que fazer? Concretamente, sem virtualismo,
como atingiremos esse patamar de pólo regional? Esse é o dilema do
desenvolvimento de Ipirá.
O
dilema político leva ao embaraço administrativo. O político trava o
administrativo. Aí o gestor municipal sonha e quer que a população acredite no
seu devaneio. No querer do prefeito, Ipirá será um pólo na região. No seu
querer súbito, Ipirá já chegou lá: terá ruas asfaltadas; asfalto em algumas
estradas rurais; hospital com UTI; SAMU funcionando (são oito meses na garagem
sem utilidade); universidade (festa com universidade aberta – são três para
ficar uma: Recôncavo/UNEB/Chapada); Banco do Nordeste (até o momento não
encontrou um local em Ipirá, é bom frisar, vai perder por não ter um local em
Ipirá!); Matadouro para bovinos (uma herança de vinte anos). Concretamente,
nada. Palpável, nada. Perceptível aos sentidos, nada. Um rosário de promessa.
Querem que o povo de Ipirá acredite em promessas. Inverte a significação
tradicional da administração que atende às necessidades reais do município e
sua gente com ações efetivamente reais para o que falam em suas determinações e
querem que a população acredite.
A
gestão pública está imobilizada e imobilizando-se. Procura suspirar com
promessas. As realizações são contingenciais e recorrentes. Com reparos a
calçamentos buscam recuperar obras “meia-boca” do prefeito Diomário. A lentidão
é uma marca inexplicável, dois meses para fazer um passeio na frente da
Montessori. A demora para fazer um calçadão num beco. A indecisão para abrir
uma rua. A imprecisão no fechamento das licitações. A falta de transparência
quanto aos gastos públicos com o São João. O paradeiro inexplicável do
município. Os gastos da campanha não deixam de ser uma dor de cabeça. Só para a
boca de urna foram mais de duzentos mil reais que a macacada tomou emprestado
para cabalar votos. Quem pagará a conta? É uma injustiça imensa, brutal e
leviana colocar essa conta nas costas do município. Esse é um grande dilema da
macacada: gastou tanto dinheiro para deixar o poder com um petista. Que sina é
essa da macacada?
O líder
dos macacos recebeu um presente na Assembléia Legislativa do Estado. Uma mão
lava a outra. Também cabe: é dando que se recebe. 2014 teremos eleições para
governador e JW precisa eleger seu sucessor. A administração do prefeito
querendo receber obras do Estado para o município. As coisas não se encaixam. O
gestor confia desconfiando na macacada, traz a companheirada de fora. Enquanto
tudo isso acontece, o município de Ipirá entra em crise econômica profunda e jamais
vista, com a quebra da produção rural e talvez, a falência da zona rural.
O
gestor municipal quer ser o “Salvador da Pátria” porque pagou o transporte do
milho da Conab. A administração local quer propalar que atende, que atua e que
dá apoio aos produtores rurais de Ipirá. Longe disso, prefeito! É aí que mora o
perigo, o engano e a enganação. Essa questão é o câncer maldito que as
administrações de mais de 60 anos, do jacu e macaco, deixaram como herança para
seu governo. Nunca fizeram um matadouro, nem um parque de vendas de animais
neste município, deixando a produção rural de Ipirá entregue à própria sorte.
Nenhuma administração irá transformar Ipirá em pólo regional, nessa sistemática
e condição de município que não produz nada na sua principal atividade econômica,
que é a pecuária. Não tem milagre; é ledo engano.
E
aí, os adeptos do prefeito entram em desespero: “vamos ter paciência com a
administração, gente! Não tem cem dias ainda!” e vão mais longe, “essa
administração em dois meses já fez mais do que quatro anos da administração passada”.
Aí é complicado. Está virando uma questão de crença. Diz o gestor: “Vamos fazer
tantas obras, que não vamos ter tempo para inaugurá-las. Nossos adversários não
perderão por esperar.” A população de Ipirá espera e aguarda.
O
município de Ipirá não é uma questão de acreditar ou deixar de acreditar. Ipirá
é um município complexo com seu bolsão de miséria e complicado com sua política
oligárquica. Não é a mesmice administrativa que tirará Ipirá dessa situação,
muito menos a vontade abstrata. A questão passa por ter um projeto claro,
definido e real para o município, senão vamos ficar na eterna fixação de que
estamos vivenciando a melhor administração de todos os tempos e atolados na
eterna ladainha de sempre: propaganda, propaganda, propaganda e a população
ouvindo “Ixagerado”. Se a administração atual não abrir os olhos, o povo de
Ipirá não estará a inquirir a melhor administração, mas a mais desastrosa.
Ainda bem que está só no começo.
Saudações Agildo! Não é por acaso que o nosso Torrão é o 5100º município da federação em Educação, Saúde, Emprego e Renda, segundo edição 2012 do Índice FIRJAN ( http://www.firjan.org.br/ifdm/consulta-ao-indice/consulta-ao-indice-grafico.htm?UF=BA&IdCidade=291400&Indicador=1&Ano=2010 )
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