sábado, 11 de maio de 2013

A TRISTE SINA DA MACACADA.


O JOGO POLÍTICO. Quem está administrando Ipirá: é a macacada ou o modo petista de administrar? A prefeita Ana recebeu a votação de parcela do povo de Ipirá, foi eleita e renunciou. O vice Ademildo Almeida sem receber votos virou prefeito. Chegou ao poder municipal rebocado. O prefeito tem esse desconforto e vive uma baralhada do cão pelo fato de não ter a legitimidade de votos, daí ter uma necessidade urgente e vital de forjar um agrupamento leal que o respalde. Eis o dilema do prefeito.

Dentro da legalidade, mas sem a legitimidade necessária da votação, o prefeito ressente da falta de respaldo e apoio político das lideranças da macacada e de um grupo que lhe seja fiel. O prefeito sente que tem que ter um grupo sob sua batuta. Visualiza com inteligência esse problema e estabelece como sua meta política a articulação desse grupo. Como conseguir isso? Da jacuzada é impossível; desde quando, esse grupo conseguiu ficar em pé de igualdade eleitoral com a macacada e criaram uma perspectiva de visibilidade de poder. Só resta a macacada. E por que não? O prefeito Ademildo tem que sangrar e arrancar fatias da macacada para se consolidar como líder, nem que crie áreas de conflitos. Esse é o dilema da macacada.

O prefeito perdeu a maioria na Câmara de Vereadores. Os vereadores de oposição prometem novidades para esta semana (13/05). As lideranças macacas deixaram o prefeito entregue à própria sorte, que ele se vire no birro trinta e o prefeito deixou essas lideranças a ver navios, não os escuta para nada. O poder oligárquico vai-se escorrendo e concentrando-se no prefeito, que arcará com todas as glórias, inglórias e riscos. Para não ser incomodado, basta tratar o líder Antônio Colonnezi a “pão e ló”. Que triste destino é esse da macacada!

Desamparado pelas oligarquias, o prefeito petista vê como tábua da salvação o apoio absoluto, irrestrito e incondicional do governo estadual, com base na tese do alinhamento municipal, estadual e federal. Faz um esforço danado para alinhavar esse apoio. Até o momento, as reivindicações do prefeito não tem tido a ressonância desejada junto ao governo estadual, que demarcou a Bahia com a política de territórios. Um impasse. Ipirá não tem organização e articulação para transitar com desembaraço neste espaço. Perde para Pintadas. Além do mais, não existe nas políticas públicas estaduais à nível macro um projeto que atenda às grandes necessidades e alavanque Ipirá para o desenvolvimento. Estamos incrustados na área de atendimento ao assistencialismo. Ipirá está entregue aos seus e à própria sorte ou então vamos ficar olhando para o alto e aguardando a boa vontade do governador.

O JOGO ADMINISTRATIVO.   O objetivo do projeto da macacada para Ipirá é transformar este município num pólo regional. Como? De que forma chegaremos lá? Que fazer? Concretamente, sem virtualismo, como atingiremos esse patamar de pólo regional? Esse é o dilema do desenvolvimento de Ipirá.

O dilema político leva ao embaraço administrativo. O político trava o administrativo. Aí o gestor municipal sonha e quer que a população acredite no seu devaneio. No querer do prefeito, Ipirá será um pólo na região. No seu querer súbito, Ipirá já chegou lá: terá ruas asfaltadas; asfalto em algumas estradas rurais; hospital com UTI; SAMU funcionando (são oito meses na garagem sem utilidade); universidade (festa com universidade aberta – são três para ficar uma: Recôncavo/UNEB/Chapada); Banco do Nordeste (até o momento não encontrou um local em Ipirá, é bom frisar, vai perder por não ter um local em Ipirá!); Matadouro para bovinos (uma herança de vinte anos). Concretamente, nada. Palpável, nada. Perceptível aos sentidos, nada. Um rosário de promessa. Querem que o povo de Ipirá acredite em promessas. Inverte a significação tradicional da administração que atende às necessidades reais do município e sua gente com ações efetivamente reais para o que falam em suas determinações e querem que a população acredite.

A gestão pública está imobilizada e imobilizando-se. Procura suspirar com promessas. As realizações são contingenciais e recorrentes. Com reparos a calçamentos buscam recuperar obras “meia-boca” do prefeito Diomário. A lentidão é uma marca inexplicável, dois meses para fazer um passeio na frente da Montessori. A demora para fazer um calçadão num beco. A indecisão para abrir uma rua. A imprecisão no fechamento das licitações. A falta de transparência quanto aos gastos públicos com o São João. O paradeiro inexplicável do município. Os gastos da campanha não deixam de ser uma dor de cabeça. Só para a boca de urna foram mais de duzentos mil reais que a macacada tomou emprestado para cabalar votos. Quem pagará a conta? É uma injustiça imensa, brutal e leviana colocar essa conta nas costas do município. Esse é um grande dilema da macacada: gastou tanto dinheiro para deixar o poder com um petista. Que sina é essa da macacada?

O líder dos macacos recebeu um presente na Assembléia Legislativa do Estado. Uma mão lava a outra. Também cabe: é dando que se recebe. 2014 teremos eleições para governador e JW precisa eleger seu sucessor. A administração do prefeito querendo receber obras do Estado para o município. As coisas não se encaixam. O gestor confia desconfiando na macacada, traz a companheirada de fora. Enquanto tudo isso acontece, o município de Ipirá entra em crise econômica profunda e jamais vista, com a quebra da produção rural e talvez, a falência da zona rural.

O gestor municipal quer ser o “Salvador da Pátria” porque pagou o transporte do milho da Conab. A administração local quer propalar que atende, que atua e que dá apoio aos produtores rurais de Ipirá. Longe disso, prefeito! É aí que mora o perigo, o engano e a enganação. Essa questão é o câncer maldito que as administrações de mais de 60 anos, do jacu e macaco, deixaram como herança para seu governo. Nunca fizeram um matadouro, nem um parque de vendas de animais neste município, deixando a produção rural de Ipirá entregue à própria sorte. Nenhuma administração irá transformar Ipirá em pólo regional, nessa sistemática e condição de município que não produz nada na sua principal atividade econômica, que é a pecuária. Não tem milagre; é ledo engano.

E aí, os adeptos do prefeito entram em desespero: “vamos ter paciência com a administração, gente! Não tem cem dias ainda!” e vão mais longe, “essa administração em dois meses já fez mais do que quatro anos da administração passada”. Aí é complicado. Está virando uma questão de crença. Diz o gestor: “Vamos fazer tantas obras, que não vamos ter tempo para inaugurá-las. Nossos adversários não perderão por esperar.” A população de Ipirá espera e aguarda.

O município de Ipirá não é uma questão de acreditar ou deixar de acreditar. Ipirá é um município complexo com seu bolsão de miséria e complicado com sua política oligárquica. Não é a mesmice administrativa que tirará Ipirá dessa situação, muito menos a vontade abstrata. A questão passa por ter um projeto claro, definido e real para o município, senão vamos ficar na eterna fixação de que estamos vivenciando a melhor administração de todos os tempos e atolados na eterna ladainha de sempre: propaganda, propaganda, propaganda e a população ouvindo “Ixagerado”. Se a administração atual não abrir os olhos, o povo de Ipirá não estará a inquirir a melhor administração, mas a mais desastrosa. Ainda bem que está só no começo.

Um comentário:

Fabio Leite disse...

Saudações Agildo! Não é por acaso que o nosso Torrão é o 5100º município da federação em Educação, Saúde, Emprego e Renda, segundo edição 2012 do Índice FIRJAN ( http://www.firjan.org.br/ifdm/consulta-ao-indice/consulta-ao-indice-grafico.htm?UF=BA&IdCidade=291400&Indicador=1&Ano=2010 )