sábado, 26 de dezembro de 2020

A ENTREGA DA CHAVE


Parece título de filme: A ÚLTIMA SEMANA DO PREFEITO MARCELO BRANDÃO. O prefeito MB sai de sua casa e vai para seu gabinete na prefeitura. Vagarosamente, começa a recolher seus pertences particulares: porta-retratos; agenda pessoal; pequenos objetos individuais; medalhas; figas, que serviriam para afastar desgraças ou malefícios, por último, a caneta.


O repórter da imprensa local faz a penúltima pergunta: “prefeito MB o que passa pela sua cabeça nesse momento?” A resposta é imediata: “Tenho a certeza do dever cumprido e fiz o melhor por minha terra.” Acontece a última pergunta: “e agora prefeito MB?” A resposta foi em cima da bucha: “agora é entregar a chave!”


ENTREGA A CHAVE! Parece título de música de paredão. O prefeito MB não disse, mas no íntimo ele sabe que, por quatro anos, mandou nesse município. Mandou e desmandou Teve seu sonho realizado. Por quatro anos, conduziu o destino dessa terra do jeito que quis e bem entendeu. Teve erros e acertos. Chupou melancia e pisou em visgo de jaca. Por quatro anos, controlou as contas bancárias mais recheadas do município: dez milhões de reais todo mês. Agora, ACABOU! Parece título de música de paredão quando a festa acaba.


ACABOU A FESTA! LEVANTOU POEIRA! O que era pra ser quatro anos de festa, não passou de uma micareta. Uma só micareta. A entrega da chave para os vereadores. Para o prefeito Dudy, um abacaxi e uma faca cega para descascá-lo. É a tal da ‘herança maldita’ uma brincadeira amaldiçoada do jacu para o macaco e vice-versa. E o município se lascando.


O esqueleto do melhor Centro de Abastecimento da região com um grande problema social nas suas entranhas; um Mercado de Arte incendiado; uma Casa do Estudante desmoronada; o famoso Matadouro de Ipirá que não serve para nada; uma biblioteca sem uso; uma cidade que está rodeada por esgoto a céu aberto; várias obras começadas e não terminadas; ruas entregues à poeira e lamaçal; uma baixa oferta de trabalho e renda; um baixo IDHM no município e um alto índice de população invisível. Sem universidade e sem UTI. A grande maioria da população sem lenço e sem documento.


Esparro e mais esparro. Um deixa para um e um deixa para o outro. Esse é o rodízio do jacu e macaco. A população insiste em sobreviver dessa forma e desse jeito. Dudy está faltando uma semana para entrar no seu gabinete de prefeito.


Nem assumiu, já tem pepinos à vista. A desistência de René Saint Clair de assumir a Secretária de Saúde é uma perda imensa para o futuro governo municipal, que ficou desfalcada de uma pessoa íntegra, decente e competente para tocar um dos maiores problemas deste município: a saúde pública.


Por motivos pessoais é compreensível e inquestionável. Por motivos políticos demonstra que teremos muita tempestade nestes quatro anos. O ex-prefeito Diomário com sua experiência e habilidade na articulação está se posicionando na cabeceira da mesa e saboreia duas previstas indicações que participaram da sua gestão.


A macacada é assim: uma colcha de retalhos e todo grupelho querendo assento na mesa, deixando as cadeiras vazias. A vice Nina não se sente contemplada em sua posição e pode (não deve) puxar a toalha. Com dois vereadores na gibeira poderá fazer uma composição venenosa com a futura oposição da jacuzada.


Retificando em tempo. Na Câmara de Vereadores não existe jacu e macaco, o que temos e teremos, são vereadores da situação e de oposição. Se o prefeito do dia 1 de janeiro não entender isso, ele dará com ‘burros n’água’ no início da partida e de nada adiantará ‘ajoelhar para rezar’.


Dizer que a presidência da Câmara de Vereadores é ‘problema deles’ é não saber e não ter noção da cor da chita da toalha que cobre a mesa e que cada grupelho da macacada puxa para si.


Dizer que não dará dinheiro a vereador é bonito e muito correto. Quem o diz está de parabéns. Mas o sistema é jacu e macaco e não perdoa quem o ignora. O prefeito da ‘semana que vem’ tem muito que ir ao confessionário conversar, ao pé do ouvido, com o ex-prefeito Diomário. Como diz meu amigo Mug de Ioiô Arapiraca: “muito cuidado com os menudos!” Um bom lembrete.

domingo, 20 de dezembro de 2020

FIM DA FESTA

O clima é de fim de festa. Em pleno período natalino, em Ipirá não tem uma gambiarra de iluminação acesa nas ruas da cidade.

O clima é de detonação e desmantelo. O prefeito da jacuzada, derrotado nas eleições, o Marcelo Brandão está largando um bocado de ‘arame farpado enferrujado’ para o prefeito da macacada, vencedor nas eleições, engolir. São os atos do prefeito MB que terão o efeito de detonar o gestor que assumirá em 2021, faltando apenas onze dias.

O clima é de consternação. ‘A melhor saúde já vista em Ipirá,’ no dizer do gestor Marcelo Brandão, deu um nó no próprio pescoço. Um fim de semana sem um médico plantonista na UPA e no Hospital. Os médicos, em nota pública, acusam a administração municipal pela total ineficiência no caso. A população fica prostrada pela dor e enche-se de espanto.

É um clima de agonia. Vale ressaltar que o prefeito de Serra Preta pleiteia um salário de 20 mil reais; o de Buerarema de 18 mil reais; o de Ipirá ganha mais de 22 mil reais, bem mais que o prefeito de Salvador. Essa combinação de prefeito e vereadores se apropriou da máquina pública e transformou-a em um benefício pessoal, com supersalários e muita regalia. Um município pobre paga caro por essa extorsão.

O prefeito Marcelo Brandão dará adeus à gestão municipal no dia 31 deste, faltando 11 dias para o apito final da partida. Sua derrota tem explicação: é fruto da queda de popularidade, da descrença política no gestor e da crise de confiança política gerada pela sua atuação. Só resta aquele abraço de tamanduá para quem “pagou com traição a quem sempre lhe deu a mão.” É o fim da festa.

O prefeito Dudy é muito mais uma aposta majoritária do eleitorado num pleito plebiscitário do que uma esperança, a população já conhece a administração da macacada. O prefeito Dudy vai ter que se afastar dessa fanfarra e vai ter que começar fazendo o que prometeu: uma auditoria nas contas da prefeitura.

Não tem outro recurso, vai ter que gastar dinheiro público com um Escritório Especializado em Auditoria e com um Escritório de Advocacia para descontaminar e esvaziar a sua gestão das ‘pombas sem asa’ deixadas pelo gestor Marcelo Brandão no tempo de acréscimo da partida, caso contrário, estaremos presenciando um SALVO-CONDUTO dado pela macacada ao prefeito jacu Marcelo Brandão, repetindo uma velha e tradicional cantilena do sistema jacu e macaco: “uma mão lava a outra” e os arroubos ficarão para os palanques de 2024. O tempo passa, faltam apenas quatro anos.

 

domingo, 13 de dezembro de 2020

É DE ROSCA. (61)

Estilo: ficção

Modelo: mexicano

Natureza: novelinha

Fase: Querendo imitar Malhação, que não acaba nunca, sempre criando uma fase nova, agora é a despedida do prefeito Marcelão.

Capítulo 61 (mês de junho 2019)(atraso de um ano e seis meses) (um por mês)



O ano de 2020 já está dando adeus, pois estamos na metade do mês de dezembro, e o Matadouro de Ipirá resolveu fazer uma visita ao prefeito Marcelão. Na base do grito para ser escutado:

 

- Ô de casa! Tem alguém aí?

 

- É o senhor, seu Frigorífico de Ipirá! O senhor de novo! O Senhor não acha que está enchendo o saco? – disse a secretária do lar da residência do prefeito Marcelão.

 

- Em primeiro lugar, a dona deve me respeitar e eu exijo respeito. Não me chame pelo meu apelido, eu sou o Matadouro de Ipirá e é assim que eu quero ser tratado, agora, eu vou lhe dizer uma coisa, eu estou aqui para ter uma conversa urgente com o prefeito Marcelão e não quero conversa mole.

 

- O senhor deve muito bem saber que o prefeito Marcelão levou uma lapada e está de quarentena, ninguém vê o homem nem de relapada, eu posso levar o senhor na porta da toca que o prefeito tá encafuado, mas não posso garantir nada.

 

Na porta do quarto, ouvia-se a voz do prefeito Marcelão: “Eu não perco essa eleição, pode apostar sem medo!”

 

- Oxente, dona! O prefeito Marcelão tomou uma lapada e ainda continua com essa conversa mole?

 

- Olha aqui, seu Matadouro de Ipirá! Isso aí deve ser a vitrola do prefeito Marcelão, que desde a campanha que só toca esse disco, vai terminar furando o disco de vinil.

 

Por um instante, parecia que havia uma mudança na voz do prefeito Marcelão, que dizia: “Mata um boi, que eu não perco essa eleição de jeito nenhum, pode apostar que a vitória é nossa.”

 

- Seu Matadouro de Ipirá! Essa conversa ele teve com o dono do frigorífico e o dono do frigorífico disse que esse tal de frigorífico não tinha condição de matar uma galinha, imagine um boi!

 

- Teve essa conversa, dona?

 

- Pode acreditar, seu Matadouro! Essa zinha aqui, não mente de jeito qualidade, nem tomando um garrafão de catuaba.

 

- Então, dona! Pelo seu dizer o prefeito Marcelão por muito pouco, muito pouco mesmo, quase mim inaugura com o abate de um boi, acabava a novelinha e depois fechava a porta, mas tinha inaugurado um elefante branco de três décadas.  Imagine uma situação dessa! Olha aqui, dona! Vou lhe dizer uma coisa, esse Ipirá não vai não.

 

- Prá lhe falar a verdade, seu Matadouro! Eu que não sou de mentira, eu até acreditei que o prefeito Marcelão ia botá esse Ipirá prá frente quando eu vi ele botá aquele capacete branco e pegá aquela marreta do 25 e sair por aí, eu disse pra mim mesmo: “Eh, laqueira! Esse Ipirá vai longe”

 

- E agora, dona! A dona me diz o quê?

 

- O que é que eu vou dizer, seu Matadouro de Ipirá! Eu conto nos dedos da mão as obras do prefeito Marcelão: duas praças; três km de asfalto e três aguadas. O que eu queria vê era as mesinhas de piquenique na ladeira da Caboronga; os barzinhos do Monte Alto cheio de turista; a concha-acústica da praça com um paredão botando prá lascar; a biblioteca do Puxa com uma lan house das boa; um açude na beira da cidade prá eu pescar tilápia e nada disso eu pude desfrutar. Dizer o que, seu Matadouro de Ipirá?

 

- Ô dona! Eu vou perguntar por perguntar: a dona tá lapiada?

 

- Oxe, seu Matadouro! O senhor tá me achando com cara de quem levou uma lapada? Quem levou uma lapada foi o prefeito Marcelão. Eu já dei uns conselhos pru prefeito Marcelão, que não quer dá ouvidos para meus aconselhamentos. Eu disse prá ele comprá um carro novo, botá num navio e ir fazer uns passeios lá pelas Europa, prá desanuviar as idéias. Vê aí, seu Matadouro de Ipirá, se meus aconselhamentos não são bons?          

 

- Ô dona, eu quero saber se a dona levou lapada?

 

- Oxe, seu Matadouro de Ipirá! Eu não sei o que é perder eleição já faz tempo. Eu só voto em quem vai xuxar o manteúdo. Eu votei foi no prefeito Dydudy.

 

O Matadouro de Ipirá entendeu tudo. Está faltando 15 dias para terminar a Era do prefeito Marcelão, e no dia 1 de janeiro de 21 teremos o início da Era do prefeito Dydudy. Ele fez uma última pergunta à funcionária do lar da residência do prefeito Marcelão:

 

- A dona acha que o prefeito Dydudy vai inaugurar o Matadouro de Ipirá?

 

- Seu Matadouro de Ipirá! Eu já perdi muito tempo com o senhor, agora eu tenho que ir tomar meu curso de voz: ho,ho, ho... estou treinando para o último Natal do prefeito Marcelão. Passe bem, um abraço!

 

- Suspense: Aqui finalizamos a fase do prefeito Marcelão e entraremos na nova fase: a do prefeito Dydudy.

 

O término dessa novelinha acontecerá no dia que acontecer a inauguração desse Matadouro de Ipirá. ‘Inaugurou! Acabou na hora, imediatamente!’ Agora, o artista é o prefeito Dydudy.

 

Observação: essa novelinha é apenas uma brincadeira literária, que envolve o administrador e o matadouro e, sendo assim, qualquer semelhança é mera coincidência. Eles brincam com o povo e o povo brinca com eles. 

sábado, 5 de dezembro de 2020

FLUXOGRAMA: O CREPÚSCULO POLÍTICO DO PREFEITO MARCELO BRANDÃO

Eu estou retado com o prefeito Marcelo Brandão e olhe que eu não apostei um centavo em sua candidatura! Eu estou retado com MB porque ele, em quatro anos de administração, cortou as duas pernas, os dois braços e a cabeça do seu próprio grupo (a jacuzada), mas deixou o coração batendo.


Não fez o serviço completo. Era para ter exterminado essa banda da politicagem (jacu x macaco) que tanto atravanca Ipirá. A sua administração não foi eficiente nesse sentido, mas que a realidade política é outra completamente diferente depois da sua derrota, não tenha dúvidas.


Essa frente esmagadora de 6.049 votos colocou num buraco a carreira política de MB e derrubou esse persistente controle hegemônico da família Martins sobre o grupo. Ou abre o grupo ou aprofundará a crise. Ou abre o grupo ou demorará décadas para retomar o poder. Não paguem para ver.


O gestor MB foi insistente e obcecado na manutenção da preponderância da família sobre o restante do grupo, com o tão famigerado nepotismo; na falta de transparência com as contas públicas; na concentração do poder de decisão em sua persona; no exclusivismo da sua vontade; no compadrio com meia dúzia de amigos e o pior, foi negligente com os problemas de Ipirá e do povo.


Não resolveu os problemas do Mercado de Arte, da Casa do Estudante, do Centro de Abastecimento, que estava em obras, no esqueleto e ele dizia que era o melhor da região e queria que o povo de Ipirá comesse esse H. Sua administração procurava tapar o sol com uma peneira e praticava o exercício de jogar barro na parede para ver se colava. Não atendeu aos anseios da população, não deu outra, o povo deu o troco, com a maior derrota já vista nesta terra.


Agora será a vez da macacada. Dudy vai ter que descascar o abacaxi. Não será tarefa fácil, mas o governo Dudy vai ter que mostrar serviço, se os macacos deixarem, é claro! O prefeito eleito pertence a uma oligarquia de grupo, um verdadeiro campo minado, onde cada grupelho deseja abocanhar uma fatia no poder e no financeiro. Terremoto à vista!


01.                    Centro de Abastecimento – 02. Mercado de Artes – 03. Casa dos Estudantes – 04. Matadouro de Ipirá – 05. SAMU – 06. UTI – 07. Feira de Animais no Parque de Exposição – 08.  Cobertura da quadra da Barão – 09. Pequenas Barragens no Rio do Peixe – 10. Biblioteca Eugênio Gomes.


O prefeito MB realizou três obras em dez apresentadas por Fluxograma. A gestão do prefeito eleito Dudy realizará quantas obras em dez apresentadas por Fluxograma?


Em janeiro 21 a bola da vez será o prefeito eleito Dudy, com uma frente de 6.094 votos, dizendo que vai fazer UMA NOVA HISTÓRIA utilizando o mesmo bordado em colchas de retalhos com tecidos rasgados, como faz há mais de meio século o sistema jacu e macaco. Eu pago prá ver! Eles (jacu e macaco) criaram um monstro e não querem compreender que este é o ponto do atraso de Ipirá. Por isso agem com tanta desfaçatez.