sábado, 28 de junho de 2014

UAU!

Ipirá parece ser uma terra azarenta ou carregada de azar. É o único município brasileiro que tem dois meses de buraco ou vácuo na administração municipal, ou melhor, de vazio ou lapso na gestão, ou como você queira, nos dois primeiros meses do mandato atual ficou sem prefeito, transitou por um período de 'vazio de autoridade'. Pronto. Acabou. A prefeitura ficou entregue às baratas.

Pensando bem! Não fechará a conta dos quatro anos, ficará faltando dois meses. O atual gestor terminará o mandato com três anos e dez meses, ficarão devendo dois meses. Que injustiça! Se entrar na justiça é causa ganha e o povo de Ipirá ainda quer contabilizar esses dois meses! Esse período tem que ser esquecido; tem que ser apagado das mentes; o povo tem que ficar em estado de amnésia e esquecer completa e totalmente esses dois meses. Qual é o interesse do prefeito em não contabilizar esses dois meses como de sua gestão? Só ele sabe.

Questão maior é essa tal Universidade Aberta. Estão querendo mistificar que Ipirá tem universidade a qualquer preço, a torto e a direito. Estão querendo fazer a mesma coisa que foi feita no governo de Luiz Carlos, quando um Curso de Extensão da UNEB virou universidade e depois de dois anos escafedeu-se. Era simplesmente um curso de extensão aplicado por uma universidade, para suprir uma defasagem local e atender a uma exigência da lei. Resolvido esse problema, finalizou-se o curso. Ipirá continuou sem universidade.

Ipirá precisa de uma universidade pública, presencial, gratuita e de qualidade. Só isso. Quem não tem cão, não caça com gato! O interesse em mistificar essa tal universidade em Ipirá é tão grande que nem eles mesmo estão sintonizados na mesma cantilena: Vestibular será em agosto; não tem data. Falta convicção. A verborréia é tão grandiosa que ultrapassa a necessidade real do município.

Curso de Matemática! É essa a demanda de Ipirá? Eu sei que não pode ter cursos que tem em Pintadas para não prejudicá-los. Seria descobrir os pés para cobrir a cabeça. Nem o vestibular eles fazem anualmente, farão o primeiro e o outro só depois que aquela turma concluir. Ipirá precisa muito mais. Vou ser bastante sincero: mais importante do que uma universidade à distância em Ipirá será a prefeitura providenciar mais um ônibus (frota de três) para cobrir essa distância de 100 km e levar os estudantes ipiraenses para fazerem o curso superior em Feira de Santana. Ipirá continua sem universidade.

Vou simplificar bem a coisa: nesses quarenta anos passados, todos os governantes do Estado da Bahia estão com uma dívida muito grande com o município de Ipirá na questão da Educação. Na década de 1960, para Ipirá ter o primeiro ginásio (era pago) foi um esforço enorme da população porque o governo da época deu pouca importância. Na década de 1970, veio a escola Polivalente e finalizou. De lá para cá é nenhuma. Nada de Escola Modelo; nada de IF Bahiano, nem a Escola de Tecnologia do Semi-árido. No ensino superior, nada de UNEB, de Universidade do Recôncavo, da Chapada, do Nordeste. Nada. Simplesmente, Ipirá tem o terreno para a universidade e nada é nada.

quinta-feira, 26 de junho de 2014

TEM IPIRAENSE BEM NA FITA!

 

Ipirá tem coisa interessante: quando uma pessoa das oligarquias que dominam o município realiza algo, por menor relevância que tenha, ganha uma notoriedade estratosférica acima do imaginável. Existem grupos de pessoas que transmitem, no todo ou em parte, a mesma ladainha para que a projeção ganhe fama e importância social além do merecimento. A importância fica recauchutada mesmo num engenho ordinário.

Quando se trata de uma personalidade do povo a conotação devida fica esvaziada. Entra em ação uma espécie de esponja para apagar o feito, esvaziando o acontecido e provocando uma larga e peremptória amnésia. O que vem das camadas populares não tem o merecido realce. Assim acontece.

Não rezo nessa cartilha. No meu entender o que brota do povo tem mais significado do que aquilo que vem dos subterfúgios das elites. Vamos deixar de mexeriquice e vamos aos finalmentes. Um homem simples de Ipirá participou das filmagens sobre a vida de irmã Dulce. Seria o máximo se fosse um figuraça de colarinho branco.

Foi um feito gigantesco. Trata-se de Dudu dos Oito Baixos, seu Aloísio do João Velho, que faz um papel de um velho que tocava acordeom, que era um pária na sociedade capitalista, maltrapilho, mendigo, barbudo e desprezado, que encontrou no apoio da freira a esperança.

Dudu dos Oito Baixos trabalhou com artistas da Rede Globo e muitos atores baianos. Em Salvador, o filme poderá ter sua consagração, desde quando, o povo baiano devota um amor e uma simpatia muito grande à saudosa irmã Dulce. Por outro lado, existem os bons olhares da mídia e das instituições como a Igreja católica e o Estado baiano.

Imagino: da Bahia para o giro pelo mundo e lá vai a figura de Dudu dos Oito Baixos, com sua sanfona, tocando e cativando olhares; despertando sentimentos e promovendo emoção; encaminhando a sensibilidade das pessoas para a aptidão de sentir integralmente, para se comover e se impressionar com o lado humano da vida, mesmo não sendo o artista principal do filme.

Seu Aloísio do João Velho, um homem das camadas populares de Ipirá, dá um salto gigantesco e encontra a lembrança perene na arte humana. Vai mexer com corações humanos por este mundo afora. São coisas da vida. Do João Velho para o mundo sem sair de Ipirá. A arte humana anda a saltos.

Aloísio do João Velho, também conhecido por Dudu dos Oito Baixos; codinome: 'o homem que participou do filme de irmã Dulce'. Não sei se Ipirá reconhecerá! Eu reconheço. Obrigado.

sábado, 21 de junho de 2014

SÃO JOÃO NA UNIVERSIDADE É BÃO DIMAIS!


‘Quem tem boca vai a Roma’, mas de boca em boca não se vai longe. Quanta conversa já houve em Ipirá a respeito dessa tal universidade. Muita conversa! Já falaram em UNEB, UFRB, da Chapada, do Nordeste. A bola da vez é a UAB, a mesma que tem em Pintadas há quase oito anos. Estamos atrasados, mas não mortos.

Parece que a coisa está fora do eixo, porque as palavras soam sem firmeza: anunciar de fato a primeira universidade pública em Ipirá; é fato; com certeza; pólo criado; carta que aprova; sem data prevista para fazer o vestibular, não cabe ao governo municipal dizer a data; continuamos lutando pela UFNB; tenho certeza; vamos conseguir; acredito nisso; projeto da UFNB ainda não foi aprovado pela presidente Dilma; o governador deu positivo. Dois minutos depois, no mesmo programa, o prefeito afirmou que o vestibular para o curso de Matemática será em agosto (ouça em Ipiranegócios).

Universidade Aberta do Brasil (UAB) (Apresentação)


“O programa busca ampliar e interiorizar a oferta de cursos e programas de educação superior, por meio da educação a distância. A prioridade é oferecer formação inicial a professores em efetivo exercício na educação básica pública, porém ainda sem graduação, além de formação continuada àqueles já graduados...”

“Outro objetivo do programa é reduzir as desigualdades na oferta de ensino superior e desenvolver um amplo sistema nacional de educação superior a distância. Há polos de apoio para o desenvolvimento de atividades pedagógicas presenciais, em que os alunos entram em contato com tutores e professores e têm acesso a biblioteca e laboratórios de informática, biologia, química e física...”

Escarafunchei o site da UAB e não encontrei nada sobre Ipirá, mas não vem ao caso, é muito mais relevante fazer algumas perguntas bem simples: é da UAB que Ipirá necessita? É de uma universidade à distância e semipresencial que Ipirá precisa? Um curso de Matemática tem demanda para formar uma turma de meia dúzia de alunos em Ipirá? Tem sentido uma UAB só para dizer que Ipirá tem Universidade?

À distância já temos universidade. Não só uma, mas todas de Feira de Santana e com os mais variados cursos. A questão é simples: o estudante prefere fazer matemática em Ipirá ou fazer direito, engenharia, enfermagem, psicologia, as licenciaturas, etc e tal, em cursos presenciais na cidade vizinha de Feira de Santana? Não tem nem o que pensar! O estudante mora em Ipirá, pega o ônibus 4h da tarde, vai à faculdade presencial em Feira e retorna às 22 h para dormir em casa. É puxado, mas valorizado.

Tenho a impressão que esse foguetório todo é porque o prefeito comprou o terreno para o Campus Universitário e agora está procurando uma universidade em qualquer esquina. O desespero leva a intemperança. Aí eu observo as palavras que saem do programa da prefeitura pelo rádio.

O prefeito Ademildo falou que “fez uma programação “tímida qualificada” para o São João deste ano, porque seria uma irresponsabilidade gastar um, dois milhões numa festa em um município em estado de emergência”. Justíssimo! Tem mais, essa programação tem um arrojo pela qualidade que apresenta, dignifica os festejos juninos.

Não levou um minuto, o prefeito Ademildo disse, no mesmo programa, que “Ipirá vai bombar no São João do ano que vem; que vai realizar o maior São João que esta terra já viu.” Bombar! Seria tocar uma quantidade enorme de bombas ou gastar um, dois ou três milhões no São João de 2015? Gastar esse ano seria irresponsabilidade e no ano que vem não será? A realidade de Ipirá é a de um município que sobrevive no semi-árido e a viração não acontece de um ano para outro.

Aventaram, por cima, a possibilidade de terceirizar o São de Ipirá. Como? Com que dinheiro? Terceirizar com dinheiro público não é privatização é privataria. Ajeitar as coisas para amigos com o dinheiro público é indecente; agora se alguma cervejaria quiser bancar essa festa salvaguardando o dinheiro público, ótimo! Que gaste cinco milhões. Difícil é alguém querer bancar festa em Ipirá. Com dinheiro público na frente tem uma fileira de macacos.

quarta-feira, 18 de junho de 2014

É DE ROSCA. (01)


Estilo: ficção
Modelo: mexicano
Natureza: novelinha
Fase: Não sei se vale a pena ver de novo
Capítulo: 01 (mês de junho 2014) (um por mês)

O prefeito Déo tinha decidido assistir o jogo do Brasil 0 x 0 México no gabinete do prefeito para dar sorte e aproveitar o momento para trabalhar; é assim que faz a diferença um jeito nunca visto de administração. Quando abriu a porta do gabinete pressentiu que tinha algo diferente e para a sua grande surpresa a cadeira do prefeito estava ocupada. Pensou: “não é possível!”, mas ouviu uma voz: “o campeão voltou, o campeão voltou!”

- É verdade! O campeão de voto aqui sou eu, o dono da caneta e o dono da caneta é quem manda – falou o prefeito Déo.

- Não estou falando disso não, estou referindo-me ao Brasil, Brasil, Brasil, o campeão voltou, o campeão voltou! – Disse a voz.

- Em primeiro lugar, pode sair imediatamente desse lugar! Essa cadeira é minha – disse o prefeito Déo.

O ex-prefeito Dió tomou um susto, deu um pinote da cadeira e começou a lamentar-se:

- Ui, ui,ui! É verdade! Hoje eu sou chutado que nem cachorro vira-lata, já esqueceram tudo de bom que eu fiz nesta terra: a praça da Bandeira acabou; o palco do mercado melou; o Centro de Abastecimento atolou; a quadra do Fomento encharcou; o Estádio de futebol, ai, ai, ai! O locutor não fala mais em meu nome; não sou mais artista na novelinha do blog; ai, ai, ai! Não sei mais o que faço da minha vida!

O prefeito Déo ficou com pena do ex-prefeito Dió e começou a justificar:

- Eu não entendo você, ex-prefeito Dió! Quando você era V.Exa. só queria trabalhar dia de quarta-feira, hoje que você não é mais V. Exa. quer trabalhar de domingo a domingo e descansar no trabalho, assim não dá! Eu vou lhe mostrar como é que se administra. O campo de futebol que você deixou eu vou colocar refletores e vai ser transformado em Arena de futebol.

- Não faça isso não, prefeito Déo! Assim V. Exa. acaba comigo.

- E tem mais, a final da Copa do Mundo vai ser aqui na nossa Arena com refletores e aqui a banda toca de outro jeito. Se a final da Copa de 50 tivesse sido aqui em Ipirá, não tinha essa conversa mole de Maracanazo não, no lugar de Barbosa tinha jogado o nosso grande goleiro Bilí e o juiz do jogo seria Ioiô Arapiraca e com a nossa torcida era pá e pimba. Com essa vitória da Costa Rica 3 x 1 Uruguai, eu sou Costa desde pequenininho e vamos vencer aqui também.

- Eu não sei para quem vou torcer, estou Souto na buraqueira, prefeito Déo! Não faça essa final da Copa aqui em Ipirá não. V. Exa. deu um carro novo e foi vaiado; agora, vaia caiu de moda e virou insulto; tem mais, eles fizeram uma Arena antes da nossa e lá tem todos os jogos, todos os dias, pense se nessa Arena a torcida for maior do que em nosso campo de futebol.

- Você tem razão, prefeito Dió. Deixa quieto, o negócio é acabar tudo quanto é Arena em Ipirá. Vamos fazer o seguinte: o rádio só pode falar de mim; na novelinha eu sou o artista, você vai ser um figurante; aqui na prefeitura, você pode escolher qualquer canto e pode ficar à vontade, agora na minha cadeira não! Porque o lugar fica quente e quentura de assento só serve para transmitir hemorróida.

- É assim mesmo! Eu só fiz o bem por essa terra e já esqueceram de mim 3; eu juro que nunca esperava isso de V.Exa., prefeito Déo!

- É mesmo, ex-prefeito Dió! Você deixou atravessado em minha garganta foi uma espinha de traíra com 60% de Índice na Folha de Pessoal e eu recebi todo o bombardeio.

- Isso não é nada de mais, prefeito Déo! É igual a uma partida de futebol, V.Exa. está com a bola para fazer um lançamento, o atacante LRF está na banheira, se V. Exa. fizer o lançamento, o juiz marca impedimento, o que é que V. Exa. deve fazer, prende a bola para fazer o lançamento depois.

- Como assim, ex-prefeito Dió?

- É simples: o lançamento desse mês, V. Exa. não faz esse mês, porque V. Exa. tem até o dia dez do próximo mês para fazê-lo e aí vai empurrando o lançamento com a barriga para estourar no colo de quem sabe lá Deus quiser, se for quem eu estou pensando, ele que se arrombe.

- E pode fazer isso? Taí uma coisa que eu não sabia! – disse o prefeito Déo que puxou um novo assunto – Você soube, ex-prefeito Dió, que o Metrô de Salvador foi inaugurado? Ganhou para o matadouro de Ipirá.

Quando terminou de falar essa frase, o mundo desabou e o ex-prefeito Dió começou a gritar: “ui, ui, ui, ai, ai, ai, uau, uau!” e desmaiou. O prefeito Déo deu um salto e pegou no pulso do ex-prefeito Dió que estava em uma batida de meia em meia hora, o homem já estava batendo na porta do céu para São Pedro abrir e o santo demorava.

O prefeito Déo ficou pensando: “esse sujeito não quer mais sair da prefeitura, quer morrer aqui! Isso não pode acontecer. Não sei mais o que fazer para tirar esse elemento daqui; boca a boca nem pensar; já sei, vou dizer uma ação administrativa boa para Ipirá e assim vou reanimá-lo”. Chegou próximo ao ouvido do ex-prefeito Dió e disse:

- No São João vou inaugurar o Matadouro de Ipirá e vou asfaltar toda estrada que dá para a cidade, em quarenta anos, ninguém nunca fez isso nesse município e eu vou fazer em um ano e seis meses.

O prefeito Dió deu um pinote e ficou em pé, estava mais forte do que lutador de combate UFC e foi logo agradecendo:

- Obrigado prefeito Déo, muito obrigado, mesmo! Inaugure logo essa coisa que eu não posso mais dizer que vou inaugurar, da outra vez deu certo, mas agora, eu tenho lá minhas dúvidas se o povo vai comer esse H; mas, eu só tenho a lhe agradecer por asfaltar minha estrada de volta a prefeitura. Muito obrigado mesmo!

O prefeito Déo ficou olhando atravessado e pensando: “Esse sujeito é mais esperto do que o cão chupando rapadura! Veja só no que está pensando! Aí é que eu não faço mesmo, nem matadouro, nem asfalto; nem asfalto, nem matadouro!” O prefeito continuou pensando e dedilhando o bigode. E vida que segue em Ipirá.

Suspense: e agora, esse matadouro sai ou não sai?

O término dessa novelinha acontecerá no dia que acontecer a inauguração desse Matadouro de Ipirá. Inaugurou! Acabou! imediatamente.

Observação: essa novelinha é apenas uma brincadeira literária, que envolve o administrador e o matadouro e, sendo assim, qualquer semelhança é mera coincidência. Eles brincam com o povo e o povo brinca com eles.

sábado, 14 de junho de 2014

O ÁS DAS COPAS.

 

Uma semana bem movimentada. O prefeito prometeu refletores para o campo de futebol e foi aplaudido pelo público que ficou em pé nas arquibancadas molhadas.

O prefeito não disse quem pagaria a conta de energia. Um gato ficaria de bom tamanho, pois as rendas não cobrem os custos nem dos jogos diurnos imagine para bancar o preço da energia da empresa espanhola.

Um fato inusitado: inauguração do Metrô em Salvador depois de décadas embaçado. Depois disso, algo extraordinário teria que acontecer.

Quinta-feira, 12, o apagão de energia da empresa privada espanhola começou meio-dia em nossa cidade. Era o dia da abertura da Copa. Ninguém sabia quando retornaria. Um grupo numeroso de pessoas estava se preparando para ir assistir o jogo do Brasil em Pintadas, que tinha energia, quando a referida voltou por volta das 16 h. No povoado de Vida Nova só retornou às 20 h. Vida Nova não viu o jogo. Tarde de prejuízos. Quem vai pagar a conta?

O juiz que apitou a partida da seleção canarinho não foi molestado e recebeu a conta por ter apitado o jogo nos 90 minutos. A torcida endinheirada da área VIP da Arena pensou que a presidenta Dilma era juíza de futebol e tome-lhe xingamento. A torcida que assistia pela televisão não pode fazer nada.

Sexta-feira,13. Quem aqui faz, aqui paga. A gigantesca seleção espanhola deu um apagão no segundo tempo e levou 5 x 1 na caçapa e bem que poderia ter sido um 7 x 3 que são números estapafúrdios da arena Fonte Nova.

Fica na fita um Brasil x Espanha lá na frente. Jogo de cachorro grande para deixar de ser Ás da Copa, porque, aqui prá gente, na Copa tem cada baba que é só fanfarra da FIFA.

Com a mídia cobrindo a Copa, o Black Bloc que deixou de ser o Ás de Copa desde a morte do cinegrafista e só conseguiu um espaço na CNN porque duas jornalistas correspondentes da emissora foram atingidas por estilhaços da polícia.

Nem passou pela cabeça dos mandatários da FIFA botar Ipirá como Ás de Copa, colocando ou sugerindo que a seleção do Irã, lá das regiões secas do Oriente, viesse se alojar no semi-árido ipiraense para verificar de perto como é que a banda toca e como vive a nossa população com seus sheiks.

Não temos mais inaugurações todo sábado como foi prometido pelo prefeito. Nosso matadouro foi derrotado pelo Metrô de Salvador. Perdemos o Ás de Copa. Com uma derrota desse tipo, depois de um ano e seis meses da nova administração, só resta-nos retornar com a novelinha “É DE ROSCA” em estilo mexicano, para glorificarmos o que temos de resistente nesta terra. Vocês podem acabar com o Ás de Copa, mas não inaugurarão essa arena de matar bovino, mais conhecido como Matadouro de Ipirá, nem debaixo da fanfarra da FIFA.

quarta-feira, 11 de junho de 2014

VAIAS SOB A CHUVA.


Não é invenção, aconteceu, bastou o locutor falar o nome do prefeito para as vaias se manifestarem. Foi o maior prêmio oferecido no campeonato municipal de futebol em Ipirá, coisa nunca vista antes; também, foi a maior vaia ofertada a um prefeito no estádio de futebol em Ipirá, coisa nunca vista antes.

A premiação foi das melhores, não tinha motivos para vaias, mas elas aconteceram. O que está acontecendo, prefeito? V. Exa. tem que fazer uma reflexão sobre sua ação administrativa, algo está fora de sintonia. Descubra o que é, porque essa situação poderá ficar bastante desagradável. Está faltando pessoas para bater palmas mais alto e vestir a camisa do gestor? Não sei. Caminhão que desce ladeira sem freio se espatifa lá embaixo.

Nem é bom imaginar um governador do DEMo no Estado. Prefeito! A conseqüência imediata seria um prefeito engessado até o pescoço. Não se governa um município como o de Ipirá só de boca. A estratégia da gabolice engendrada pelo gestor não está tapeando o povo de Ipirá. A população está de olho nos macacos que estão deitando e rolando no seu governo e isso poderá fazer a diferença. Abra o olho, prefeito!

O União levantou a taça e levou o carro zero bala. Poderia ter feito o placar da taça no primeiro tempo, não o fez; para o Independente ficou de bom tamanho, desde quando, no segundo tempo, empatou o jogo e teve a oportunidade impar de matar o jogo na última bola, não o fez. Saiu na frente nos pênaltis, mas deu mole na sequência, principalmente, num pênalti que a bola passou duas léguas acima da árvore, que é bem mais alta que o gol. Foi mais emoção e valorizou a conquista do União.

Tudo na vida tem que ser pensado, aliás não custa nada pensar. Até o campeonato de Ipirá tem que ser pensado e repensado porque tem fatores que não contribuem para a concretização do esforço feito. O campeonato de Ipirá é caro para os times. Não é mais aquele futebol amador, tornou-se semiprofissional. Tem que ser encarado desse jeito.

A maioria dos times entra com dívida e sai quebrado. O público pagante tem uma média de 500 a 1.000 pessoas. O ingresso está no limite mínimo e possível: R$ 5,00. Mais caro o povão não pode pagar. Contraditoriamente é o mesmo valor para um desempregado e para um profissional liberal endinheirado. Talvez uma saída fosse a criação de áreas especiais (cadeiras por ex.) para que o preço fosse majorado.

Talvez a quantidade de times do campeonato ultrapasse o número ideal. Não tem como não ser rodada dupla aos domingos, com 4 times para dividir a renda e com um custo maior. Por exemplo: uma rodada de um domingo com 594 pagantes e R$ 2.960,00 de renda, os dois times vencedores recebem em torno de R$ 634,50 cada, se fosse só um jogo seria R$ 1.268,00. Os dois perdedores R$ 432,00 cada; se fosse um seria R$ 864,00. Três jogadores de fora tem um custo médio de R$ 600,00 e o perdedor tem que pagar. Não ficando nada, resta a dívida.

Talvez, a solução mais prática e razoável seja duas séries de jogos A e B, com rebaixamento e acesso, realizados em semestres diferentes. Nas preliminares, apenas jogos das escolinhas representando os times (os familiares comparecem). Só seria permitido jogadores de fora na série A.

A questão chave é a da auto-sustentabilidade. Tem clubes que a folha de atletas fica em torno de 40 mil reais o campeonato, quando o prêmio a ser disputado, um carro popular novo, gira em torno dos 30 mil. A adaptação desse balanço contábil para ajustar receita com as despesas não é fácil. Com a renda é insuficiente. Resta o esforço do presidente do time e de abnegados torcedores. Partem para a vaquinha de amigos, na segunda vez cansa. O patrocínio de algum empresário, quando deixar de ajudar a vaca vai para o brejo. A fonte de renda é frágil e insustentável, convenhamos. Na verdade eu queria escrever sobre as vaias e terminei opinando sobre futebol. Não me levem a mal.

sábado, 7 de junho de 2014

FOGUETE SEM FLECHA VIRA ESPADA.

A discussão corria solta sobre a programação do São João de Ipirá. Eu considero uma boa grade de programação, principalmente, devido as presenças de Adelmário Coelho, Alcimar Monteiro e Paraíba do Acordeom. Embora, convenhamos que este não é o principal problema de Ipirá, quisera que o fosse, estaríamos nas nuvens.

Discussão mais séria é a que trata da questão da saúde e sob todos os aspectos: no prático é uma lástima; no teórico é um pavonismo impressionante. O Poder Público Municipal constatou que o maior crime, nestes termos, cometido em Ipirá foi ter municipalizado o Hospital. Este argumento soa como uma sentença categórica: o município não tem condições para tomar conta de um hospital. Serrote limado e com os dentes virados.

Aparece o outro lado da moeda: só o Estado tem condições de tocar esse hospital. Até aí tudo bem entendido, mas acontece que o Estado deixou uma bomba no colo do município e não quer nem troco. Que o município exploda! Mas a saúde no município não tem verba própria carimbada e o dinheiro não vem? Tem e vem. O município recebe a verba e diz que não dá e talvez não dê. Você pode até indagar: “Mas que jogo de empurra é esse?” É verdade! Coisa de compadre que não tem responsabilidade com o filho da comadre. Ninguém quer fechar a conta.

Aí o pensamento do Poder Municipal entra em contradição irremediável, ao imaginar que o hospital está maravilhoso, mas não tem condições de manter essa coisa maravilhosa; ao constatar que o Estado não aceita essa coisa espetacular de volta; aí no devaneio, vem a fantástica idéia de terceirizar esse excelente prestador de serviços da saúde pública. É assim que se ajustam os problemas e da confusão mental aparece a idéia da terceirização, sem debate, sem conversa, sem reflexão e sem discussão. É desse jeito que a banda toca e cada qual vai cometendo o seu crime particular contra Ipirá.

Passa-se o calote em clínicas que prestaram serviços; atrasa-se o pagamento dos serviços de saúde; fecham-se Clínicas particulares. Enclausura-se duas SAMUs condenadas a cumprirem penas numa garagem; desentendem-se quanto a instalação da U.T.I. no hospital, nem eles mesmos acreditam. Por que iriam acreditar?

É verdade! Lá em Belo Campo surgiu o movimento: “Eu quero é ver” para as promessas de santo que não cumpre o milagre prometido. Agora imagina tudo isso, numa terra (Ipirá) que a melhor moeda para abocanhar voto é a precariedade no atendimento de saúde, quando a doença é sinal verde para se cabalar a cidadania do doente e da família. Em época de festejos juninos, chego até a pensar que foguete sem flecha vira espada sem direção e sem objetivo, nem só por isso, é que pressinto que esta discussão da saúde tem uma importância bem maior do que aquela outra.