Trinta dias de gestão do prefeito Dudy. Na questão administrativa o prefeito está embaraçado com o estado de calamidade encontrado na prefeitura. Este é o grande obstáculo deparado como o principal motivo para as reclamações do novo prefeito. Seria muita ingenuidade achar que encontraria a prefeitura entregue pelo ex-prefeito Marcelo Brandão saneada. Recebeu uma bomba, para gerir num tempo de crise e pandemia.
O grupo oligárquico da macacada é uma frente
composta de vários grupelhos, que disputam o controle e a hegemonia quando
chegam ao poder municipal. A macacada histórica é liderada pelo médico Antônio
Colonnezi; o ex-prefeito Diomário, com muita astúcia e sabedoria, trafega com
muito oportunismo diante das circunstâncias conjunturais; o deputado Jurandy
Oliveira com um desempenho eleitoreiro de elevada potencialidade fora do
município tem expressão dentro do grupo; por último Dudy, que com o cargo de
prefeito ganha gordura e engrossa o pescoço na macacada. Agora é sua vez. Este
é o quadro de manda-chuva.
O restante são grupinhos que transitam na periferia
do poder e buscam visibilidade grudado em quem estiver no comando da
prefeitura. Os vereadores do grupo são prisioneiros de uma tarefa essencial
para os chefes oligárquicos, manter o eleitorado em determinada região. Este é
um papel definido e importante para a reprodução e continuidade do sistema
oligárquico.
O que pega mesmo é a questão política. O governo
Dudy está dando um nó no pescoço e o nó é cego. Está navegando pelo cabo das
Tormentas, sem previsão para chegar ao cabo da Boa Esperança. Têm alguns
aspectos que se sobressaem:
Primeiro, o prefeito Dudy botou na cabeça e parte do
princípio de que bancou com recursos próprios a sua campanha, sendo esse um motivo
substancial para não ter um compromisso efetivo e incondicional com a cúpula do
grupo. A partir dessa diretriz ele tenta se fortalecer como uma liderança;
busca desgrudar-se das lideranças e tocar a sua administração demonstrando sua
capacidade de liderar sua gestão.
Daí surgiu o primeiro atrito com a vice-prefeita
Nina antes da posse. Esta problemática promete um desfecho com solução
prolongada, difícil e complicada. Uma das lideranças do grupo da macacada está ensaiando
sair candidato a deputado estadual em 2022, quebrando a unidade em torno do
nome do deputado Jurandy Oliveira. Isso colocará o prefeito Dudy em xeque-mate.
Vai apoiar quem? A máquina pública vai ser colocada na campanha dessa liderança
que pleiteia a candidatura? Desde já, até 2022, isso tem a força de um incêndio
provocado pela fogueira de vaidades da cúpula.
Outro problema é o da Auditoria, uma questão de
honra para o prefeito Dudy, que deu a sua palavra que ela seria realizada. A
maioria da cúpula da macacada é contrária. Auditoria com pessoas sem
experiência é o mesmo que querer morrer afogado numa bacia de rosto. Se vai
fazê-la, tem que ser bem feita, para não ter reversão. Nesse sentido, o mês de
janeiro foi perdido.
No mês janeiro, o prefeito Dudy entrou numa
tempestade e pior ainda, dentro de um redemoinho. Espetou o ex-prefeito MB,
quando teve a coragem de denunciar, pela imprensa, as barbaridades da gestão do
ex-prefeito MB, mas pecou em não ter adiantado uma Auditoria consistente e por
uma empresa competente. Os dados têm que ser precisos e corretos. O Jurídico da
Prefeitura tem que comprar a briga com vontade, vestindo a camisa do prefeito atual
e não vacilando para beneficiar o ex-prefeito.
O dossiê sobre a gestão do ex-prefeito MB, com o
respaldo e aval do atual prefeito terá a confiança e credibilidade para o
conhecimento público da população de tudo que aconteceu. A cúpula da macacada
não vê necessidade disso, prefere que tudo isso fique na base da fofoca.
Mesmo que se dispense o dossiê, todo esse desmantelo
tem que ser entregue para o julgamento da Justiça. Para a cúpula da macacada
tudo isso tem que acabar numa enorme pizza. Para o prefeito Dudy é uma questão
de honrar o prometido na campanha e servirá para se livrar de um fantasma
atracado ao seu calcanhar para poder governar.
Saindo da tempestade, restará o redemoinho, que
procura impor seus interesses particulares dentro do poder público. Já tem
macacos interessados no controle da cooperativa dos médicos. É sempre a mesma
moeda de troca, eles querem substituir o presídio que controlava a saúde no
tempo da jacuzada. Foram esses interesses particulares que colocaram a gestão
MB no atoleiro.
Janeiro foi problemático. Depois da vitória e da festa a casa cai. É sempre assim e assim chegamos a fevereiro, justamente no momento ideal para o prefeito Dudy mostrar sua capacidade administrativa geral, com uma aptidão específica para a gestão pública, de maneira que seja criativo e produtivo. É isso que a população de Ipirá espera.