Sem dúvida, o momento mais
aguardado, nestas eleições, será o discurso do vice, cuja ação e trabalho
político eram expostos no informativo “Buscando a Cidadania”. O que ele vai
dizer? Como será seu blá, blá, blá?
Parece-me que, pela primeira vez, pelo
menos que me lembre, um candidato não poderá falar a verdade em comícios. Esse
é o drama de “Buscando a Cidadania”. Se falar a verdade a casa cai. Que
situação!
Vou tentar construir um discurso para o
vice “Buscando a Cidadania”, embora compreenda que não é tarefa fácil, mas
espero que seja facilitada pela boa compreensão do eleitor-leitor desse blog.
Ele poderia começar dizendo assim: “Meus companheiros! Meu parceiro de chapa é
o maior líder político de Ipirá”. E aí? Não estaria dizendo a verdade? Onde
está a mentira nisso? Se o parceiro não tivesse voto para carregá-lo, você acha
que “Buscando a Cidadania” estaria neste barco? Eu tenho isso como uma verdade,
embora eu carregue minhas dúvidas, quanto a um fato que me parece concreto e
irrefutável: “Buscando a cidadania” aceita o parceiro como líder dos outros,
mas não do vice. No planeta dos macacos...
Tem uma passagem no discurso que
“Buscando a Cidadania” não pode nem de longe lembrar: é o trato da gestão
pública de seu parceiro. Venhamos e convenhamos; aí o vice não vai poder falar
a verdade, vai ter que contar uma mentirinha do tamanho do Monte Alto: “ele foi
um grande administrador quando governou o município”. Até ele vai bater na
madeira. O dedão do pé vai balançar que nem pára-brisa de Hilux. Vai ser tudo
da boca prá fora. “Fica na tua, corujão que a mata tá cheia de gavião.”
Mas é duro para um candidato não falar a
verdade, aí ele vai ter que dar um jeito, porque, já que ele não pode falar a
verdade, vai ter que falar verdade e meia ou meia verdade e pode dizer que: “Companheiros!
Meu parceiro de chapa é um bom gestor público.” Embananou tudo. Foi ele quem
botou arrombando na capacidade administrativa de seu parceiro. Como é que agora
ele vai dizer que ele é bom gestor? Não dá certo! Isso tá cheirando a
“lamaceiro em tempo de seca, atola até mosquito”
Mas tudo na vida tem solução. “Buscando a
Cidadania” não pode ficar neste aperto, aí ele poderá trilhar por um caminho
menos embaraçado e dizer que: “Companheiros! Meu parceiro será o maior gestor
que Ipirá terá em toda a sua história”. Veja que saída brilhante, seu parceiro
ficará super feliz e a dor de cabeça passará e os dois ficarão felizes, com
cada qual em seu patamar. No planeta dos macacos...
Mesmo assim, tem um porém; para dizer que
ele será o melhor, o bom para Ipirá, cheira mais a Madame Beatriz, que era mais
respeitada pela sociedade soteropolitana graças à sua alardeada intimidade prevendo
o futuro do que com uma coisa da realidade. Aí é coisa para cartomante, mas
vamos supor que “Buscando a Cidadania” não tenha intenção e vocação para prever
o futuro, assim não sendo, ele estaria apenas avalizando uma possibilidade de
futuro. Será que a população vai aceitá-lo como avalista? Um avalista tem que
ser bom? É verdade que quem mais conhece a capacidade administrativa do
parceiro é ele. Isso é verdade, agora, será que ele é um bom avalista? Será que
ele é um avalista de verdade, de palavra firme, e confiável de ponta a ponta?
Esse é um problema. É muita coragem e risco ser avalista numa situação dessa,
poderá queimar a mão e a língua. Eu já vi avalista que honra a palavra ficar
igual a pinto depenado no inverno, porque o garantido não era pedra noventa
como a pessoa que se responsabilizou diretamente tinha afirmado. Buscando a
Cidadania está vivendo um pesadelo, embora ele prevê que ...
Vamos deixar para lá essa parte do
discurso, nem vamos tocar nesse assunto. Vamos para o que realmente interessa;
a queda do parceiro de chapa. Ele botou uma saia justa no parceiro e ficou
doido para ver a queda do dito cujo, que não caiu, mas que ficou embaraçado
ficou. A União ficou no calo dele. E a Justiça? Eu nem comento. Tudo por causa
da atuação do vice. Mas, isso são águas passadas. Agora, neste instante, a primeira
pessoa que não quer ver a queda do parceiro é justamente “Buscando a
Cidadania”, pois está sendo carregado por ele; se este cair, quem vai se
esborrachar é “Buscando a Cidadania”.
“Cruz credo, lá ele! Que ele caia sozinho
e principalmente depois das eleições. Quem quer se estrepar é o cão, não eu! Um
escorrego numa casca de banana não faz mal a ninguém.” Poderá pensar assim o
santo que é carregado no andor. Ano que vem, o santo não estará obrigado a
pensar do mesmo jeito, então, poderá pensar de uma maneira um pouco diferente:
“que sujeito desastrado, vai enterrar o município, ainda bem que eu não dei minha
palavra garantindo por ele. Que ele caia logo e o vice assuma em seu lugar,
senão o povo estará lascado.” São crises existenciais no planeta dos macacos.
Nada disso importa; agora, que o discurso do vice é aguardado, lá isso é.