quinta-feira, 27 de outubro de 2011

CACHORRO MORDENDO O PRÓPRIO RABO.



Assim está Ipirá. Não pasmem! A fábrica de automóveis chinesa vem para Camaçari. A fábrica de processamento de grãos, que é chinesa, vem para Luís Eduardo. A fábrica de beneficiamento de frutas, que não é chinesa, vem para Itaberaba. Não pasmem! Para Ipirá não virá nada, não porque não tenha necessidade, isso temos demais; nem ao menos é uma questão de merecimento, somos bons merecedores; simplesmente, Ipirá não faz parte.



Tem áreas do estado que são pólos de desenvolvimento e com grande potencialidade de crescimento, nestas, haja investimento graúdo e de peso, que geram riquezas e prosperidade.



Outras, são áreas sem ou com pouca propensão para desenvolver e investir alto é jogar dinheiro fora, nestas, haja projetos de cunho assistencialista para manter a população fixa e na linha da sobrevivência pura (moradias populares; quatro ovelhas; a compra da mirrada produção) e simplesmente mal dá para a subsistência; assim sendo, busca-se o congelamento social para evitar-se o inchamento das áreas desenvolvidas, mantendo a população no local e garantindo mão-de-obra desqualificada para os pólos de desenvolvimento.



Ipirá tem essa característica: é um servidor de trabalhadores temporários para o corte de cana e para construção civil. Temos que nos contentar e acostumar com isso, porque é justamente essa vocação que desafoga a nossa panela de pressão social. O dinheiro que corre em Ipirá não vem da produção, vem do governo: INSS é quem mais bota dinheiro em Ipirá 57 milhões e 208 mil reais (2008), segundo lugar é a prefeitura 47 milhões e 527 mil reais (2010); Programa Bolsa Família 9 milhões e 284 mil reais (2008) total 114 milhões de reais. É esse dinheiro que sustenta Ipirá e não a produção: agropecuária 27 milhões e indústria em 29 milhões de reais (2009). O placar que mostra a realidade de Ipirá é: governo 114 x produção 56. Com produção ineficiente e precária teremos uma vida social equivalente, precária, de dificuldade e é isso que faz de Ipirá um lugar pobre.



Pólo de produção transpira desenvolvimento. Centro receptivo de dinheiro público para sustento é esfomeado de progresso. O PIB de Ipirá foi de 144 milhões de reais em 2010, toma uma porrada segura de Luís Eduardo só na agropecuária 215 milhões de reais; se colocarmos a indústria, outra porrada 261 milhões de reais. O confronto do PIB 2010 – Luís Eduardo 553 x 144 de Ipirá. Não é resultado de basquete, é resultado de desenvolvimento contra atraso.



Vamos colocar o PIB da cidade que engole Ipirá, a princesa do sertão: 3 bilhões e 144 milhões (2010) contra 144 milhões de Ipirá. Frente 3 bilhões. Competir com Feira em todos ramos mercantis, no comércio da saúde e da educação é perder tempo. Feira engole Ipirá em tudo, até no pensamento. Feira assombra Ipirá. O único setor que podemos encostar em Feira é na pecuária (Ipirá 27 milhões x Feira 47 milhões), setor que em Feira perdeu prioridade e que Ipirá poderia atrair e dar um impulso, só depende de discussão, projeto e ação. Ipirá é uma cidade atropelada por Feira e sem muitas saídas.



Sem conseguir atrair investimentos e gerar empregos, Ipirá encontra-se num beco sem saída. Tem que manter um espectro social com larga margem de pobreza. 45,42% da população é considerada pobre; 37,54% situa-se abaixo da linha da pobreza, totalizando 82,96% da população em condições de pobreza. 85,5% da população de Ipirá recebe até 1 salário mínimo. Para sentirmos que a coisa é grave, observe que 11.531 pessoas estão cadastradas no Programa do Bolsa Família e tem 7.843 beneficiados. Se colocarmos 3 pessoas por família, teremos metade da população de Ipirá nessa carência. Isso é a prova da pobreza no município. Estamos prisioneiros de um estado de inanição.



Podemos ter 500, 800, 1000 casas populares; sem nenhum emprego teremos mil problemas. Assim é a vida. Estamos em transe. Manter segmentos sociais dentro dos nossos limites e com as nossas limitações é um rabo de foguete. Vivemos um estado de aflição. Com propaganda e de boca não se resolve o problema. Uma figura muito popular em Ipirá (não pedi autorização para divulgar o nome) esteve internada no Hospital de Ipirá para ser encaminhado para Feira ou Salvador e lá não havia vagas. Pasmem! Foi preciso uma ordem judicial para ser transferido. A avó de Arturo Dutra precisava fazer uma cirurgia, aqui não faz, Feira ou Salvador não tinha vaga. Pasmem! A velhinha ficou padecendo no Hospital de Ipirá. Tudo depende de um tal Controle de Marcação, esse é o desenvolvimento que chega à nossa cidade, tão grande quanto a nossa carência, enquanto isso, sofremos na dependência da marcação do cão.



Ipirá é um município de quinta categoria no estado. Não chupa nada. 84% de sua população vive em estado de pobreza, que é alimentada, gerida, mantida e reproduzida por um sistema político caciquista da década de 50 do século passado, atrasado, arcaico, ultrapassado e deformado, que coloca a população submissa e oprimida por um maniqueísmo, o tal do jacu-macaco, que serve para acobertar e dar guarida a meia-dúzia de picaretas.



Ipirá só poderá pensar e visualizar um progresso efetivo, quando eliminar essa camisa-de-força (jacu-macaco) que atrasa e bitola o município, ao não deixar o cidadão ipiraense pensar com liberdade. Pensar em progresso em Ipirá demanda necessariamente da pluralidade e na diversidade de pensamento, ação, idéias das pessoas que aqui moram. Progresso efetivo, só quando você, cidadão ipiraense tiver voz e “querer livre” nessa terra. Ipirá não tem só duas linhas de pensamentos aprisionados a uma paixão cega (jacu-macaco). O futuro de Ipirá pleiteia a abertura e democracia para as idéias de sua gente, foi isso que fez Feira de Santana, Itaberaba, Luís Eduardo progredirem.



É por isso que eu digo que é necessário superar a coisa mais infame que existe em Ipirá, a politicagem do jacu-macaco, que encabresta e manipula sutilmente a população do município de Ipirá. E digo mais, se sua voz já foi ouvida em alguma questão importante em nosso município, não valorize o que escrevo.



quinta-feira, 20 de outubro de 2011

O CAMINHO E O ATALHO.

Não podemos ficar num túnel escuro. Da mesma forma o passado não pode ser riscado do mapa como se não tivesse existido e não custa nada relembrar que em 1982, Ipirá foi o município a oferecer ao regime da ditadura militar, através de sua representação maior na Bahia, o carlismo, uma votação tão expressiva, 24 mil votos, que, simplesmente, representou a terceira maior vantagem do estado da Bahia. Isso vale confetes e serpentinas? Ou vale uma dosagem elevada de amnésia? Pela liberdade de escolha vale o registro do acontecimento.

Essa maciça votação em benefício do carlismo e da ditadura militar, 24 mil votos, representou a mais ampla e perfeita manifestação de liberdade de escolha da população de Ipirá? Foi o povo de Ipirá que deu essa votação como um ato da mais livre expressão de escolha? Claro que não. Isso foi conseqüência muito mais do controle exercido sobre o povo de Ipirá do que uma ampla e perfeita manifestação de liberdade, por estes fatos determina-se o grau de abertura para escolha que existia no município, naquela época.

O povo não tem culpa no cartório. O povo foi induzido. Foram as lideranças locais que colocaram os ipiraenses nesse caminho. A prática política jacu-macaco em comunhão empurrava o povo para o buraco e para os subterrâneos da ditadura. O povo não queria a ditadura, ou queria? Se o povo não queria a ditadura, naturalmente essa escolha foi resultado de uma decisão de seus chefes. O povo brasileiro resistia à ditadura, principalmente nos grandes centros, aqui, em Ipirá, os caciques jacus-macacos mandavam o povo votar nos excrementos da ditadura.

Vamos retroceder mais no tempo. Década de 1950, o delormismo abrigava-se no PSD e seguiam a linha do populismo nacionalista, enquanto os futuros macacos apoiavam a entreguista e conservadora UDN. Acontece o Golpe Militar em 1964, por volta da década 1970, o delormismo adere ao carlismo, consequentemente à ditadura. Vamos respeitar a escolha, mas que vacilou, vacilou. Vamos respeitar a escolha, mas que traíu, traíu.

Justificaram que era para o bem de Ipirá. Não foi para o bem do interesse pessoal da oligarquia. Foi para o bem de Ipirá, está dito. Itaberaba, que era do mesmo patamar de Ipirá, resistiu eleitoralmente, não aderindo ao carlismo. Quem se deu bem? Ipirá aderiu e ficou submissa, apática e virou um curral eleitoral do carlismo. Itaberaba ficou na oposição e o governo foi investindo para derrotar a oposição local. Resultado: Itaberaba passou a perna em Ipirá.

Vida que segue. ACM era endeusado pelos jacus-macacos, que se estraçalhavam para ver quem ficava mais próximo de suas botinas. Eram lambe-botas. Cada qual escolhe o que quer escolher. No reinado do Malvadeza, ACM era festejado, idolatrado e bajulado em Ipirá.

Vida que se apaga. Em Ipirá, jacus-macacos ficaram órfãos. Vitória de Wagner. Os caciques locais abandonaram o carlismo no velório. O governador Jacques Wagner adotou a macacada. Não se deve criticar as escolhas de cada qual. É verdade, embora, não se deva omitir a história, ou seja, até pouco tempo, Diomário, Antônio e Jurandy eram carlistas e defenderam Paulo Souto contra JW. Não é verdade? Não se deve omitir a realidade, ou seja, quem tem mais prestígio em Ipirá junto ao governo de Wagner é o prefeito Diomário. Estou mentindo? Agora, consta pra esclarecer as escolhas: no dia que o grupo de Wagner perder o poder, Diomário e os macacos serão os primeiros a dar uma banana prá ele. Estou exagerando? A escolha deles é o poder e não se deve falar de escolhas porque é antidemocrático.

Aconteceu o que com a jacuzada? Perdeu o trem da História. Defendia posições políticas mais avançadas do que a dos macacos até virarem adesistas à ditadura. Escolha deles, problema deles. Promiscuíram-se nas entranhas do poder. Escolha deles, problema deles. Com vitória de Wagner eles foram renegados pelo governador e apeados do poder. Perdidos no meio desse fogo cruzado, as lideranças dos jacus estão esbaforidas em busca de uma nova escolha, estão fazendo todo tipo de artimanha para encostarem no governo estadual. Pode até não ser verdade esta afirmativa; agora que a jacuzada levou 40 anos do poder carlista por cima da carne-seca, levou; porque não podem pastar por estas próximas décadas (já tem oito anos). Mas, a escolha é o poder. O poder de escolha das pessoas do povo precede e leva ao poder tão desejado, como aconteceu com Wagner.

Ipirá é dominado politicamente pelas oligarquias jacu-macaco. Cultivaram e mantiveram um bajulismo deslavado junto aos governos estaduais. Viraram lacaios oportunistas que farejam o poder quando estão afastados dele. Foi a prática de anos e anos. E essa prática antiga, pouca serventia tem, hoje, com essa política de territórios implementada por JW. Ipirá não acordou ainda.

Mais de 70 anos de administrações jacu-macaco nestas terras do velho Ipirá. 45,42 % da população esta no círculo da pobreza e 37,54% vivem abaixo da linha de pobreza. Esse é um grande saldo do capitalismo em nossa terra. Só 14,1% ganham mais de 1 salário mínimo em nosso município. As administração de jacu-macaco não conseguiram fazer um Matadouro de Bovinos em 20 anos; ao mesmo tempo, capricham nas obras inúteis (sem utilidade); nas obras que vomitam desperdício e nas superfaturadas. São as escolhas administrativas.

Quem navega pela vida, viaja para tomar trombada, se assim não for fica parecendo que os sabidos e espertos sempre serão sabidos e espertos. Os outros, os bestas, principalmente num mundo carregado de oportunistas. A discordância é salutar em qualquer situação, até nas mais adversas. Por isso não temo em colocar minha posição:

o maniqueísmo jacu-macaco significa o atraso de Ipirá. Se Jurandir Oliveira e Marcelo Brandão mantivessem as pré-candidaturas a que se dispõe até o fim, contra as impostas em seus grupos, estariam fazendo um imenso benefício a este município, ao colocarem-se como alternativas para quebrarem a coisa mais infame que existe em Ipirá, esta dicotomia politiqueira denominada jacu-macaco. Mas tudo isso é uma questão de escolha e os interessem antecedem as escolhas.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Léu e Creu.

Tudo começou quando lançaram o adesivo do “macaco, posso sim”. Então, “não podia?” Caso contrário não necessitava da tal afirmação, dizendo a todos: “posso sim.” Dirimida a dúvida, toda a população tem que acreditar com a crença dos que acreditam: o macaco pode ser candidato.




Aí o povo de Ipirá ficou sem a dúvida e toda população ipiraense passou a acreditar que o macaco pode ser candidato. Para aí! Todo mundo não! Tem duas pessoas que não acreditam nisso nem a pau. Quem? O primeiro, o prefeito; o segundo, o deputado. Eles afirmam isso? Não, e precisa? Se pudesse, não estaria acontecendo este puxa e encolhe.





Acontecendo o que? O ex-deputado Jurandy Oliveira afirma que o candidato da macacada será Antônio Colonnezi, caso haja algum impedimento, ele, como bom soldado, está de prontidão para assumir a candidatura. Tem interesse em ser candidato? Tem e não é pouco. Arranjou um advogado para defender o “posso sim”. Se acreditasse nisso, não faria tanta questão em ser o segundo da lista e não teria gostado da chapa macaca “puro-sangue” de 7 de setembro.





Acontecendo o que? O prefeito Diomário contratou o advogado PV para defender o “posso sim”. O prefeito já sabe se sim ou se não. O advogado PV falou com o desembargador, que falou com o irmão, que disse a LC, que contou a C, que espalhou. O prefeito Diomário afirma que o candidato da macacada será Antônio Colonnezi, mas se houver algum impedimento, o segundo da lista será Dudy. Se acreditasse naquilo não faria tanta questão em assegurar e manter o segundo da lista e teria gostado da chapa macaca “puro-sangue” de 7 de setembro.





Se a primeira opção dos dois fosse verdadeira, seria irracionalidade acontecer o que está acontecendo: não se briga pelo primeiro nome, ou seja, Antônio Colonnezi, que os dois apóiam. A discórdia é quanto ao segundo nome da lista.





No episódio do 7 de setembro, o prefeito Diomário bateu com firmeza inapelável na chapa que cogitava Jurandy na cabeça de chapa. Na reunião, o prefeito Diomário desbancou de forma intransigente o deputado Jurandy da condição de segundo da lista. O prefeito foi determinado em sua definição pro Dudy.





Por que essa contenda pelo segundo nome? Porque os dois sabem que o segundo será o primeiro, caso contrário, não faria nenhum sentido esse puxa e encolhe. O prefeito Diomário, com toda a sua empáfia, está determinado a não aceitar o deputado como candidato a prefeito.





O ex-deputado Jurandy, um dos próceres mais respeitado da macacada, sentiu a força da imposição e a mão-de-ferro do novo chefe macaco. Sabe que não conta com o aval do prefeito, mas não se rende ao tacape do novo cacique. Grupo oligárquico é assim, falta democracia e sobra arrogância e autoritarismo. A princípio, o deputado reage e parte em defesa da democracia:”o escritor Paiva Neto afirma: o homem só cresce quando desafiado” e saindo do rígido controle imposto, expõe:”sou candidato a prefeito de Ipirá pelo PRP e conto com o apoio de mais 5 partidos”. É assim que se põe abaixo os pequenos tiranos. Espero que o deputado tenha firmeza.





Podem até pensar que quero ver a derrota do ex-deputado. Até que poderia ser, mas prefiro ver a vitória e a liberdade de todo o povo ipiraense, que vive escravizado, oprimido e enjaulado numa dicotomia política (jacú-macaco), que parte do pressuposto do bem e do mal; do meu ser o divino e do seu ser o demoníaco. Quem não quiser ser jacu tem que ser macaco; quem não quiser ser macaco tem que ser jacu. Por que tem que ser assim? Por que tem que ser sempre assim? O que o povo ipiraense ganha com isso? Quem usufrui e bem usufruído desse esquema?





Nas últimas décadas, Ipirá perdeu espaço de forma acentuada para Feira de Santana, Itaberaba e Santo Estevão. Recentemente está perdendo para municípios novos, como Pintadas, e isso ocorre pelo fator político, ou seja, pela prática política. O município de Ipirá está preso a uma politicagem arcaica, conservadora e atrasada. Enquanto lá se formam as organizações populares, aqui se prima pela pujança grandiosa de lideranças e pelo fortalecimento dos grupos oligárquicos.





A atitude do deputado tem a sua grandeza, na medida em que diz NÃO à imposição pessoal do prefeito. O ato do deputado tem a sua grandeza superdimensionada na medida em que oferece a Ipirá a oportunidade de quebrar efetivamente e concretamente a bipolaridade jacu-macaco, com a multiplicação das opções.





Como seria bom para Ipirá e para a liberdade de sua gente, se para essas eleições municipais de 2012, o povo contasse com uma gama de candidatos para escolher: Antônio ou Dudy pelo PL; Jurandy Oliveira pelo PRP; Marcelo Brandão pelo DEM; Luciano Cintra pelo PTB e o candidato do Renova Ipirá (peço perdão se equivoquei-me quanto aos partidos). Como seria ótimo e benéfico para Ipirá se isso acontecesse . Não haveria derrotados, seria a grande vitória do povo de Ipirá.





Por que eu coloco isso? Não coloco as coisas de forma abstrata. Hoje, para quem analisa além do detalhe, perceberá que o ponto de atraso do município de Ipirá reside justamente nessa politicagem rasteira e mesquinha aqui praticada, que só beneficia meia-dúzia de apadrinhados, que tiram proveitos pessoais.





Este formato bipolarizado (jacu-macaco) é uma camisa-de-força que restringe a cidadania; escamoteia a diversidade; engessa a consciência; sonega as liberdades; retarda o município como se a população de Ipirá só raciocinasse com e por dois parâmetros e tudo isso empobrece a ação política. Além do mais são amarras de um sistema, no qual o povo e a cidadania são os reais perdedores. Ipirá tem necessidade e clama o arejamento das idéias.





A bipolarização se reproduz montado em falácias. Dizem que quem tem voto é Antônio e Luiz Carlos. Eu vou mais longe. Eu queria ver se eles seriam donos de voto como dizem, se não tivessem sendo sustentados a vida inteira por pessoas como Benedito do Leite, Aníbal, Deteval, Mundinho de Nova Brasília, Mundinho do São Roque, Divanilson, Weima, Jaildo, Edgar, Heckel, Felipe, Roque do Garrote, Raimundo que são vereadores e cabos eleitorais, esses sim, são esses que transferem os votos para os que ganham fama de possuir o que não possuem. São eles que amarram os votos. Quem tiver essa turma trabalhando na busca de votos sairá com a votação lotada. É essa diversidade de pessoas que possuem os votos de Ipirá e se quisermos mais ainda, é uma diversidade grande de eleitores que possuem os votos de Ipirá, cada cidadão tem o seu.





Sintetizando, eu digo o seguinte: essa coisa infame de jacu e macaco significa os grilhões que aprisionam, amordaçam e tiram a liberdade do povo de Ipirá, tudo em benefício de alguns poucos espertalhões, que impedem a aplicação de políticas públicas voltadas para a emancipação da nossa gente ipiraense.

sábado, 8 de outubro de 2011

É DE ROSCA.




Estilo: ficção


Natureza: novelinha


Capítulo: 36 (mês de setembro 2010) – incrível, apresentação do novo capítulo da novelinha esculhambada com, simplesmente, mais de um ano de atraso e não acaba. Nem satanás acaba essa novelinha.



Em novela, o absurdo e o excêntrico têm lugar garantido, assim sendo, a novelinha não deixa por menos, segue na mesma batida, sendo que, neste capítulo, faremos a filmagem de uma reunião.



CENÁRIO: uma sala na casa de um amigo do grupo.


SCRIPT: uma reunião secretíssima, que ninguém poderá saber o que aconteceu, tanto que, todos os participantes ficarão incomunicáveis até que o capítulo seja publicado.


ATORES: cinqüenta atores, ou seja, cinqüenta línguas e tratando-se de línguas, jamais poderemos garantir a filtragem do sagrado segredo.


TECNOLOGIA: será apresentada uma técnica moderna, ou seja, preste bem atenção, todo diálogo entre chaves {...} não será ouvido por nenhum dos 49 participantes da reunião, exceto, afirmando bem afirmado, só e somente só, o prefeito e a voz do além.



CENA 1. FILMANDO.


A reunião estava marcada para as 9h. O prefeito Dió chegou às 11:30h.



A voz do além disse: - {Muito bem prefeito Dió, quem tem poder é quem manda e os trouxas que esperem}.



O prefeito Dió estufou o peito e olhou o público por cima da sua posição de condutor político e foi falando:


- Nós estamos com onze partidos e mais eles (por eles entenda: PT de Ipirá), com essa envergadura, ninguém tem condições de tirar esse poder dos primatas macacos. A distribuição dos vereadores nos partidos vai ser assim e assado.



Alguém levantou-se e pediu a palavra:


- Prefeito Dió! Eu quero dizer que ...



-{Não deixe ele dizer nada não, prefeito Dió} – recomendou a Voz do Além.



- Agora não, você fala depois – disse o prefeito Dió, que continuou – o candidato a prefeito, em primeiro lugar é Toinho, em segundo está Didudy e em terceiro o deputado, em quarto ...



- {Prefeito Dió! Você já esqueceu o que o deputado aprontou com você nas últimas eleições? Ele é reserva do reserva, ele é do décimo prá lá} – comentou a Voz do Além.



- {Fica na tua, meu mestre! Eu só estou cozinhando a batata dele prá ele não ir para o time adversário. Quem manda aqui sou eu e vai ser do jeito que eu quiser. Eu só vou botar um zero no terceiro lugar dele e ele vira trigésimo. Há, há, há! Gostou dessa?} – falou o prefeito Dió



- {Gostei prefeito Dió! Nesse grupo aí, você é quem manda e desmanda. Tem que ser assim mesmo, ta todo mundo na sua mão. Aqui prá gente prefeito Dió, dê um nó cego no rabo dessa macacada} – sapecou a Voz do Além.



- {Pode deixar comigo, mestre, o que eu mais gosto é de botar pimenta na papa de menino. Eu chego a ficar todo arrepiado. Meu mestre! Um nó só é pouco, eu vou dá é uma engrisilhada, daquelas de fazer dó, no rabo desse primata} – completou o prefeito.



- {Mas, prefeito, pense bem! Você bem sabe que seu advogado P.V. falou com o desembargador que seu candidato é ficha suja e não vai ser candidato. Por que essa insistência?} – questionou a Voz do Além.



- {Mestre, sei bem que quem mais sabe sou eu. Vê lá se você acompanha o meu raciocínio. Lanço Toinho, a Justiça não deixa; o segundo seria o deputado, só na cabeça dele, porque na minha ele é o 30º., é assim que ele me paga o que fez comigo, então, no segundo eu lanço Didudy e está tudo na arrumação que deve ser feita} – argumentou o prefeito Dió.



- {Não estou vendo nó nenhum no rabo do macaco} – falou a Voz do Além.



- {Eu lanço Didudy cá e lanço o meu irmão Lu lá na jacuzada, depois vem o bem-bom, eu garanto o apoio de todos para minha candidatura de deputado. O que meu mestre acha disso?} – indaga o prefeito.



- {Excelente! Aí eu vi meu discípulo no. 1, o meu preferido, é assim que se faz, isso é que é um exímio articulador, agora, vou ser sincero com sua pessoa, já estou com medo que vossa pessoa venha para cá, basta ACM, Lacerda, Golbery, etc, com você chegando aqui eu estarei perdido. Vou ter que tomar curso, fazer especialização, mestrado, doutorado ou providenciar outro inferno} – argumentou a Voz do Além.



- {Que é isso, Mestre! Tu ta me desconsiderando. Logo eu, que nunca grampiei companheiros em minha vida!} – falou ressentido o prefeito.



- {E o PT de Ipirá, como vai ficar?} – indagou a Voz do Além.



- {Ao PT de Ipirá eu vou dar a prefeitura, o poder} – afirmou o prefeito.



- {Como assim? Não estou entendendo mais nada, estou pasmo, parece que você não tem certeza de mais nada} – disse a Voz do Além.



-{Aí é que você se engana. Eu tenho certeza de tudo. Lanço meu irmão Lu pela jacuzada, ele cai no pau; lanço um ficha suja pela macacada, ele ganha. Lanço o PT na vice, depois, com meu irmão desembargador arranco o ficha suja do poder e a prefeitura fica com o PT, agrado a meu governador, que vai me agradecer ajudando-me prá deputado} – argumentou o prefeito.



- {Isso não vai dá certo, esse PT ta com muita fome e sede, isso vai ser complicado, embora como você dá laço em cabrito de lajedo, eu não vou duvidar, agora, que isso não vai da certo, não vai} – disse a Voz do Além.



O prefeito Dio dirigindo-se aos participantes da reunião foi dizendo:


- Já são 12h, eu estou com fome, a reunião está terminada.



- Prefeito Dió! E eu vou falar quando? – perguntou alguém que queria falar desde o início da reunião.



- {Não deixe ele falar, porque ele vai perguntar sobre o Matadouro de Carneiro de Ipirá. Vai perguntar: quando vai ficar pronto? Vai perguntar: prá onde foi o dinheiro do Matadouro de Ipirá? Não deixe ele falar} – disse a Voz do Além.



O prefeito Dió contorceu-se todo; fez cara feia de quem entendeu e não gostou; deu tremedeira nas pernas; a pressão subiu; gemeu “ui, ui, ui, uiiiiiiiiiiiii. Tirou os óculos, olhou para o interlocutor e falou:


- Você fala depois das eleições.



O prefeito Dió deixou o ambiente. Ouviu-se um pum e o cheiro de enxofre tomou conta da sala. A Voz do Além caiu fora. Os 49 participantes ficaram perplexos com essa democracia meia-boca, um olhando para o outro e pensando: “foi tu”. Porque só tinham certeza de uma coisa: não foi o prefeito Dió.



Suspense: e agora ? o que será que vai acontecer ? Em quem o prefeito Dió vai dar a próxima facada? Na macacada ou no irmão? Será que não vai ter crime nessa novelinha? Com crime toda novela aumenta a audiência. Agora é que essa novelinha vai ter morte e não acaba nunca. Duas coisas de rosca, essa novelinha e o Matadouro de Ipirá.



Leia o capitulo 35 (agosto 2010) bem abaixo.


Observação: essa novelinha é apenas uma brincadeira literária, que envolve o administrador e o matadouro e, sendo assim, qualquer semelhança é mera coincidência

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

HOMEMAGEM A DODÓ DA ZABUMBA (parte 8).




Depois de uma aventura de um mês de viagem, o zabumbeiro Dodó, o sanfoneiro Zé do Norte e o tocador de triângulo Chico de João Galego, chegaram ao Paraguai. Nesse período de deslocamento desvairado, o que mais deixava o zabumbeiro satisfeito era quando traçava uma vara de pão com lombo dentro e ficava com a pança cheia. Foi uma viagem que demorou além da paciência.



O trio tinha chegado à cidade de Santa Fé, sendo que o zabumbeiro estava atento a todas as novidades que seus olhos presenciavam e comentava com o sanfoneiro:



- Seu Zé! Isso aqui é o istrangeiro? Essa gente daqui tem a língua embolada, num intendo nada do qui eles fala cum essa língua intortada.



Foi a partir desse momento que o zabumbeiro Dodó ficou fascinado com aquela forma estranha de falar e que ele tinha contato pela primeira vez e nada entendia. Pensou, também, em embolar a sua língua. Conversava com o sanfoneiro Zé do Norte, dizendo:



- Seu Zé do Norte! Eu não assuntava que o istrangeiro era tão istrombolicamente longitudinalmente distantemente nu fim do mundo.



- Fica na tua zabumbeiro – disse o sanfoneiro Zé do Norte, olhando desconfiado para a cara do zabumbeiro.



O trio foi contratado para tocar num cassino, como estratégia para atrair brasileiros. Na primeira apresentação o zabumbeiro Dodó acrescentou um gingado diferente no corpo, e chamou muita atenção dos paraguaios, ao ponto do presidente de um clube recreativo da cidade contratá-los para uma série de apresentações que poderia virar uma temporada de shows.



O zabumbeiro Dodó batia na zabumba de forma singela e carinhosa, sendo que o som arrancado era místico e envolvente, ao mesmo tempo, contorcia o corpo como uma cobra saliente, sedutora e atraente em movimentos precisos e com um molejo fascinante, enquanto batia com a mão direita e a esquerda fazia trejeitos na cintura, ao tempo que, o quadril exagerava no rebolado. O zabumbeiro mostrava atrevimento e numa ação meticulosa, apresentava uma performance que chamava a atenção pela liberalidade exagerada, que era tomada como desrespeitosa por uma gama de pessoas e em gestos libidinosos o zabumbeiro conseguiu a fixação dos olhares presentes, da mesma forma, que a rejeição de muitos comprimia-se com deleite e gozo sensual de outros tantos.



Os paraguaios esboçaram uma reação até certa forma amistosa, principalmente devido ao contrapeso da música que conseguia agradar e prendê-los no campo emocional, mas não deixaram por menos e começara a surgir sussurros, que viraram gritos: “Brasileño el maricon”



O zabumbeiro não entendia o que eles falavam, mas pela sua percepção e na forma que compreendia o mundo, sempre levado pela dedução e sem os resquícios de um método de reflexão e racional mais apurado, entregou-se ao deleite de achar que agradava ao público com aquela dança maliciosa, adicionada ao seu capricho emocional ao tocar a zabumba; pensava: “os istrangeiro ta apreciando o maior zabumbeiro do mundo e as mulé ta tudo apaixonada pur mim, e os zome ta tudo admirado e cum inveja de meu sucesso e de minha fama”.



Quando tocava ou parava a apresentação, nas ruas e em qualquer localidade por onde passava o zabumbeiro Dodó ouvia o tal do “maricon” pela boca dos rapazes e meninos.


Ele gostou daquela palavra, que ele não sabia bem o que era, mas tinha uma fonética que ele apreciava, porque achava que tinha musicalidade e aos poucos, de tanto ouvir e achar que era um apelido elogioso, terminou por incorporá-lo ao seu nome.



Risos! Risinhos e sorrisos. Os estrangeiros de Santa Fé não perdiam a oportunidade de atirar o “maricon” em direção ao zabumbeiro, que por sua vez, tinha adotado aquele apelido como nome artístico, quando disse para o sanfoneiro Zé do Norte:



- Seu Zé, meu nome de língua imbolada vai sê Dodó Maricon.



O zabumbeiro Dodó Maricon estava no auge do estrelato. Onde ia era alvo de todas atenções. Todos apontavam para ele e falavam o seu nome. As apresentações estavam à cada dia mais concorridas e a grande atração era o zabumbeiro. Das mulheres Dodó só enxergava os sorrisos e os olhos apaixonados. Não perdeu tempo, partiu para cima das mulheres de língua embolada e foi dizendo à todas que lhe desse uma oportunidade:



- Eu vim andando do Brasil até aqui, foi muita légua pra tirá na percata, mas quando eu botei os olhos em sua beleza, eu assuntei que por muitas léguas eu não vi nada igual, por isso eu tô com o coração derretido prá tuas banda.



A paraguaia olhava para o zabumbeiro com um ar de surpresa, principalmente por não ter entendido nada, mas indagava solícita:


- ¿cual tu nombre¿



O zabumbeiro Dodó cheio de autoridade e de si, não perdia a oportunidade e mostrava que era conhecido e fazia sucesso, ia dizendo:


- Eu sou o maior zabumbeiro do mundo, faço show ali no cassino e meu nome é Dodó Maricon.



A mulher franziu a testa, entortou o pescoço e com ar de zombaria foi dizendo ao zabumbeiro, ao tempo que não queria mais conversa e ia saindo:


- No mi gusta maricon, no mi cai bien.



No parecer do zabumbeiro se esse fato tivesse ocorrido uma vez só estaria de bom tamanho, mas pela incidência de ocorrência de forma contumaz, ele foi fazer queixa ao sanfoneiro:


- Seu Zé! Eu tenho uns adiantamento prá prosear com vossa istrobicência, as coisa não istão no prumode qui divia istá, já queixei umas trezenta mulé da língua imbolada e nenhuma deu bola pra mim.



- Tem arguma coisa qui tá sem combinação pra tuas banda. Lá eu vou saber o que deve ser?



A apresentação do trio estava no primor das grandes produções e o zabumbeiro remexia muito além do costume. A platéia de homens estava delirante e fervilhava a gritaria de “maricon” por todos os lados. Aí era que o zabumbeiro requebrava. Um paraguaio mais afoito aproximou-se do zabumbeiro, chamou-lhe de maricon e correu o dedo no fusquete de Dodó. Era o que faltava. O zabumbeiro foi até o camarim e pegou um facão, deu duas sarrafiada pelo chão e a lasca de fogo parecia um raio cortando o ambiente. Dodó dizia:



- Vem rebanho de cabra safado corrê o dedo no meu ás de copa qui eu dou o de vocês, rebanho do qui não presta. Eu arranco a tripa desse rebanho de uma só xapuletada, vem qualquer um cabra safado desse aí passá o dedo no meu chico, qui vocês vão o qui é home arretado, pra torá essa raça de língua imbolada na ponta do facão.



Não ficou um paraguaio no cassino, correram todos para o quartel do exército paraguaio, onde anunciaram que um brasileiro armado até os dentes, com bazuca, metralhadora, bomba atômica e outras armas de exterminação em massa estava desafiando os paraguaios e dizia que ia acabar com a raça dos los guaranis.



O exército paraguaio não pensou duas vezes. Era uma nova Guerra do Paraguai. Cercaram o cassino com as tropas e foi uma chuva de bala para cima do prédio. O zabumbeiro estava enfurecido e mostrava uma coragem extraordinária:



- Deixa eles intrá seu Zé do Norte, eu morro, mas não levo menos de mil dessas peça do Paraguai.



Depois de quinze dias de luta, o sanfoneiro conseguiu sair com um lenço branco para atenuar o duríssimo combate e fazer uma trégua. O Itamarati mandou uma equipe de embaixadores para solucionar a grande contenda e depois de uma semana de intermináveis conversações, chegaram a um acordo e o zabumbeiro recebeu um salvo conduto para sair do Paraguai e voltar para o Brasil. O zabumbeiro não perdeu a oportunidade para comentar com o sanfoneiro Zé do Norte e o conjunto de embaixadores:



- Essas peça do Paraguai ta pensando o que? Esse zabumbeiro aqui é um cabra virado da disgraça, qui não tem medo da cara da fome, nem do fucinho de carcará, aqui é filho de Pijú, irmão de Taco Roxo e parente de Lampião, nascido em Ipirá, terra de cabra disembestado, qui não tem medo do capeta, muito menos desses Zé Preá, se passar o dedo no meu furico, eu lasco o facão no bucho de um corno desse.



- Calma seu zabumbeiro Dodó Maricon, se V.Exa. agir assim, V. Exa. vai provocar uma contenda internacional de alta proporção e de grande extermínio, nosso país preza uma boa convivência com a nossa vizinhança – disse um embaixador brasileiro.



- Maricon uma disgraça. Comigo eu boto é prá lascá, quem for home nessa disgraça qui venha passá o dedo no meu furico, prá vê se eu não istrepo uma viana na barriga de quarqué safado. Eu tenho que prezar é o meu chico, esse sim é que não pode sofrer uma invasão e comigo é assim, eu não corro nem do raio da silibrina, qui dirá de um rebanho disimbestado de língua imbolada. E tem mais uma! Não quero qui ninguém me chame de Dodó Maricon, eu sou é Dodó de Pijú e não tem prá cabra safado nenhum qui diga qui eu não sou e quem se atrevê eu arranco a língua com essa pexeira.



Entraram no território brasileiro e os embaixadores brasileiros sentiram um alívio que limpou a alma e removeu todas as preocupações, ao tempo, que comentaram entre si:



- Eu nunca presenciei um sujeito tão corajoso e valente como esse zabumbeiro Dodó, é um só belicoso que vale mais que toda infantaria brasileira, sem exagerar um só milímetro - disse o embaixador João Carvalho Merquior de Mendonça.



- Não tenho a menor dúvida, essa foi a questão internacional mais delicada e complexa com que a diplomacia brasileira se defrontou em sua existência. Vamos registrá-la em todos os seus pormenores nos anais da nossa gloriosa diplomacia para servir de orgulho ao nosso povo brioso e valente, de forma a mostrar o brilho da nossa capacidade de reverter uma catástrofe mundial com a excelência de um diálogo profícuo e focado na paz entre as nações – disse o embaixador Everaldo Chelque de Andrade.