Noite de terça-feira (14 de maio), um foguetório estrondoso
abalou Ipirá. O que está acontecendo? O mundo vai se acabar? Não, não! É a
macacada comemorando uma pesquisa (o que é que o dinheiro público não faz!).
Eu gosto de analisar pesquisa e essa então; qualquer pesquisa
faltando cinco meses para as eleições não tem muita referência concreta; por
estar muito distante do pleito não merece nenhuma credibilidade. É apenas uma
amostra de momento. Para a macacada é motivo para foguetório (também, com
dinheiro público tudo é motivo para foguetório).
O que vale são os números. De forma espontânea, sem
apresentar nomes, quem aparece na liderança é a família Oliveira com 65,66% das
intenções de votos. Não souberam e não votarão (de maneira ‘arguma’) na família
Oliveira ficou com 30,47%. As oligarquias do poder não gostaram: como é que
pode uma disgrameira dessa? Pessoal, faz outra enquete aí. Agora apresentando
os nomes.
Assim foi feito. Os candidatos são o sobrinho e a tia da
família Oliveira: aí não teve jeito, brocou bem brocado, pulou para 84,34%. Eu
nunca pensei que a família Oliveira (apesar dos dez mandatos do ex-deputado
Jurandy Oliveira sem muita coisa a apresentar) tinha tanto prestígio em Ipirá.
Aqueles 30,47% que não iam votar em ninguém e nem sabiam que
ia ter Eleições em 2024 pularam do barco e deram uma rabichola; ficando apenas
15,65% na determinação de não aceitar o cabresto imposto pelo sistema, que
coloca ‘macaco 1’ contra ‘macaco 2’ na balança, como se fosse um genérico de
jacu.
Depois do pipoco, é óbvio que forçado, tomei uma decisão: vou
fazer minha pesquisa.
De imediato, procurei um instituto de pesquisa e fiz um
contrato com um tal de Ibo... Ibo não sei o quê. Só pelo nome, cobrou-me um
preço salgado; mas fazer o quê, paguei adiantado e tracei as linhas do que eu
queria saber:
“Para prefeito não precisa pesquisar, já sei quem ganha, tá
tudo combinado e confirmado e não existe dúvida, vai dá a família Oliveira. Ou
dá o sobrinho ou dá a tia. Para quem gosta de dizer que não é bem assim, eu vou
deixar bem claro: ou dá o sobrinho ou a esposa do ex-deputado Jurandy Oliveira.”
O ex-deputado tá de boa! Não precisa nem gastar muito
dinheiro (cinco milhões de reais), basta ficar sassaricando no galinheiro dos
jacus e ciscando no terreiro da jacuzada, para ver se a família Martins coloca
uns dois trocados para a disputa (é ruim, papá!). Esta é, sem dúvida, a maior
farsa eleitoral já apresentada em Ipirá.
Mas voltando ao nosso assunto. Com quinze dias recebi o
resultado da pesquisa para vereadores, encomendada e paga, com uma observação:
OS DOIS NOMES SUGERIDOS COMO VEREADORES MAIS VOTADOS NÃO
OBTIVERAM RESULTADOS SATISFATÓRIOS E SERÃO DERROTADOS NO PLEITO DE 2024.
Não é possível! Fiquei impressionado, diante da surpresa.
Mostrei a pesquisa a um conhecido e ele foi dizendo: “isso é uma pesquisa
descarada!”
Fui direto ao dono do instituto para ser ressarcido pelo que
paguei e escutei: “não vou fazer nenhuma devolução, minha pesquisa é
científica, categórica e verdadeira.”
Eu falei: “sua pesquisa está contaminada de erros,” e ele
retrucou: “se os dois candidatos sugeridos como ‘campeões de votos’ forem
apresentados para prefeitos terão vinte mil votos cada um, mas para vereador
nenhum dos dois serão eleitos, nem o ex-líder Antônio Colonnezi, nem o ainda
líder Luiz Carlos Martins e tem mais, nem esse sobrinho Tiago, nem essa tia
dona Nina. Vereador é cada um por si, quem tiver a unha maior que suba na
parede; prefeito é todo mundo trabalhando prá um só. Desse jeito até nosso
amigo Luiz Gambá arrebenta a boca do balão, com o bocapiu abarrotado de votos. Vá
fazer suas análises e passe bem!”
É importante, nesta análise da pesquisa apresentada, dizer o
seguinte: em 2020, o município de Ipirá tinha 44.808 eleitores. Naturalmente,
ocorreram alterações (novos eleitores jovens, transferências, mortes, etc) e com
certa base, o município de Ipirá terá 48.625 eleitores inscritos para o pleito
2024.
Em 2020, não compareceram para votar 17,56 % (7.869
eleitores).
Em 2020, compareceram para votar 82,44% (36.939 eleitores)
Para 2024, (suposição) que compareçam 83% para votar, teremos
83% de 48.625 mil eleitores, será um total de 40.358 votos.
Em 2020, brancos e nulos ficaram na casa de 7,48%. Para 2024,
a pesquisa apresenta 15,65%, vamos na meiota, 10% ou seja, 4.035 votos. Assim
sendo, a família Oliveira (a tia e o sobrinho) ficará com 36.323 votos. Nunca,
em nenhum momento da história de Ipirá, uma família apresentou tamanha
quantidade de votos.
Toda eleição municipal, sempre acontece mais votos para
vereadores do que para prefeito. Vamos colocar 38.000 votos para o legislativo.
38.000 dividido por 15 cadeiras = 2.533 (como coeficiente) para fazer o
primeiro vereador.
(Com base nas votações de 2020). A jacuzada dividiu-se em
duas chapas. A chapa do União (3 vereadores fortes) 4.443 votos (em 2020), dá
para fazer um vereador; faltando apenas 623 votos para o segundo e com um total
de 7.599 votos farão 3 cadeiras. As 13 candidaturas que enchem linguiça vão ter
que se virar.
A outra chapa da jacuzada é a chapa do PSDB (2 vereadores
mais 1 candidato forte) 3.147 votos (em 2020) dá para fazer um; o segundo, com
mais 1.919 votos; um total de 7.699 votos para 3 cadeiras. As 13 candidaturas
que enchem linguiça vão ter que fazer das tripas ‘um coraçãozinho de live’ para
eleger os três vereadores.
A chapa do PDT (3 candidaturas disputando) 2.571 votos, (em
2020) suficiente para fazer uma cadeira; para a segunda faltam 2.500 para fazer
o segundo e um total de 7.637 votos para o terceiro. Não é fácil.
A Federação (PT, PCdoB, PV) que tinha 3 vereadores e fará um
vereador com certeza; Jaildo do PV, o mais provável, 1020 votos (em 2020)
faltando 1.513 votos para Jaildo ser vereador; para o segundo faltam +2.533
votos. A esquerda só fará um vereador com 4.046 votos (somatório do que falta
para Jaildo + um coeficiente.)
Aí vem o PSD, o bonde do Legislativo de Ipirá, com 10.056
votos (em 2020) (7 vereadores e mais 4 candidaturas fortes) com 4 cadeiras
garantidas; com 12.589 votos (faz a quinta); com 15.122 votos (faz a sexta);
com 17.655 (faz a sétima). A carreta vai deixar para trás (é possível que) 4 ou
5 candidatos que vão cair na buraqueira.
Ainda tem a chapa do Avante e a chapa do Agir, que poderão
obter duas vagas, bastando que atinjam o coeficiente com as suas dezesseis
candidaturas (cada um). Observação: a última cadeira será completada com a
maior sobra das chapas que alcançarem o coeficiente.
Se os meus números não representam nenhuma verdade e nenhuma realidade, o que está mais do que claro, motivo pelo qual ninguém tocou foguetes, da mesma forma que, a pesquisa não representa nada mais do que uma simples enquete de momento, parecendo nuvens, que a todo instante mudam de lugar. Minha conclusão: tocaram foguetes PELOS recursos públicos.