Foi
engolido e digerido no antro da macacada. Não é opção do grupo da macacada para
ter o candidato a prefeito 2016. Não é, nem era. Nem se comenta essa
alternativa. Quem te viu e quem te vê PT de Ipirá! Perdeu a pose e aquela
postura intrépida de lançar o candidato pela sigla. Ficou invisível. Está subjugado,
sem independência e sem autonomia.
O
PT de Ipirá, na situação em que se encontra, não pode mais aplicar aquela
tática da prática chantagista da última eleição municipal: “quem dá mais”,
quando a vice da macacada era do PT local, não precisava aquela exposição
indecente. Ou não foi assim? Para 2016, pela conjuntura, nem a vice pegará, só
se a macacada não encontrar outro grupo.
O
PT foi fundado em Ipirá como uma alternativa política e administrativa de
esquerda para o município. Conseguir viabilizá-la não era, não é, nunca foi,
nem será tarefa fácil. Por ironia da história o PT de Ipirá chegou ao Poder
Municipal após uma renúncia espontânea, voluntária e sem explicação de alguém
que tinha o doce na boca. Dessa forma, com surpresa e sem explicação, o PT
local chegou à Prefeitura, chegou e se trumbicou. Findou o poder com um
desgaste popular gigantesco.
O
PT no Brasil surgiu com base na construção de uma proposta libertária, com
atuação das comunidades eclesiais de base, movimentos sociais, sindicatos e
trabalhadores do campo e da cidade. Com um projeto de poder de centro esquerda
o PT alcançou o governo da Nação e no Estado da Bahia.
O
PT local não soube tirar proveito político desta conjuntura. Por pressão ou
inocência o PT local outorgou todos os dividendos e legado positivo da política
petista a um grupo da oligarquia local (a macacada), que era e é adversária
ideológica da política petista em todos os níveis e estágios. Uma aliança com
uma turma que não vacilará em ser a favor do impeachment da presidente Dilma se
a balança pender para esse lado.
O
PT local achou, por inocência ou comodismo, que seria possível administrar
Ipirá, um município extremamente desigual e complicado, com sinais claros de
ranços de uma politicagem atrasada e coronelística, formada em cima do manto
sagrado do grupismo jacu e macaco, com uma política de conciliação e acomodação
de interesses de alguns setores da macacada para angariar simpatia e apoio,
tudo isso sem enfrentar temas e questões cruciais para o desenvolvimento do
município.
O
PT local caiu num buraco e mergulhou no vácuo. A primeira experiência de uma
administração petista em Ipirá foi consubstanciada com a afirmativa de que não
era uma gestão petista, mas da macacada. Além de um delírio, foi a melhor forma
de excluir os petistas locais de qualquer participação nas decisões da administração.
Estava estabelecida a cara de um governo centralizador e com nuances de uma marca
personalística.
As
grandes necessidades e os mais complicados problemas do município foram
combatidos e solucionados com simples formulações virtuais e de boca. No blefe.
Da boca prá fora Ipirá virou um pólo. O gestor reduziu a política à politicagem
e quem não era macaco era jacu. Uma redundância estreita que engoliu o próprio
PT local ao demarcar tudo no espírito do jacu/macaco.
A
fórmula achada pelo gestor para abalar e rachar o sistema jacu/macaco foi
desferindo golpes nos vereadores da situação, enfraquecendo-os, negando-lhes
ajuda e diluindo seus poderes para substituí-los, em futuros pleitos, por
vereadores petistas. Foi disputando a liderança da macacada com lideranças de
matiz macaca. Esse era o traçado. Mas nem tudo se ajusta como se quer. O tiro
saiu pela culatra e o gestor entrou numa situação vexatória com um isolamento
perceptível até no fato de não ter pessoas de peso para ocupar as secretárias.
Nunca houve um prefeito com um desgaste tão visível. O vácuo do poder só fez aumentar.
O
PT local abriu uma porta em casa alheia, por medo ou incapacidade política não
se deixou permitir abrir a administração para fora do sistema jacu/macaco. Foi
engolido. Transformou-se num apêndice da macacada. Hoje, não tem como lançar
candidato petista na falta de democracia da oligarquia dos macacos. A tática de
chantagem petista de ameaçar cair fora ficou em desuso. Para obter a vice só se
a macacada não atrair nenhum outro grupo. O nó é cego.
Se
eleger só um vereador ficará no mesmo patamar do seu início. A aliança PT com
macacos, sem outros grupos, tem tudo para sofrer uma derrota eleitoral no
próximo pleito. A credibilidade do PT resume-se ao campo do seu coligado
macaco. Pelo andar da carruagem esta análise é praticamente ‘chover no molhado’,
porque sem força de articulação, eles estão sendo articulados pelo doce sabor
do veneno do poder.