Ipirá tem inscritos 48.556 eleitores. Desse total 19,66% não
compareceram. Trocando em miúdos: eu e 9.543 não compareceram na boca da urna.
Teve mais votos válidos para vereadores do que para prefeito.
Para prefeito foram 35.595 e para vereadores 36.995. Por quê?
Nenhum vereador alcançou o coeficiente sozinho. Nenhum,
mesmo! Então vai por água abaixo essa narrativa utilizada de que “fui eleito
com o voto dos amigos, não devo minha eleição a nenhum chefe político”. Ao
chefe político está certo, mas dependeu diretamente da totalidade dos votos de
seus companheiros de chapa. Minha análise vai demonstrar isso.
Na defesa do voto de vereador do eleitor que não sabe votar,
nada melhor do que “bote 13 e confirma no primeiro voto; bote 13 no segundo
voto e confirma”. Entendeste, cara pálida? Salva o de vereador e perde o de
prefeito (não tem prefeito 13). OK? Por que o TSE não divulgou os votos de
legenda para vereadores? É uma incógnita! Será que não houve voto de legenda?
Foi um dos motivos (entre outros) de ter mais voto de vereador do que de
prefeito.
O jogo do Bahia x Flamengo teve
mais torcedores na Fonte Nova do que votantes em Ipirá. Mais de 41 mil torcedores
na FN; só votaram 39.012 eleitores (80,34%) em Ipirá.
Nulo para vereador 1.466 votos, mas para prefeito foram 1.129
a mais, num total de 2.595 votos. Brancos para vereadores foram 551 votos, para
prefeito foram 822.
Você pode pensar que número não tem explicação. Tudo bem!
Agora, que existe um número que é fatal, impiedoso e decisivo; lá isso tem!
Pegue os votos válidos para vereadores em Ipirá (36.995) e divida por 15
cadeiras na Câmara de Vereadores. Pintou na área o coeficiente eleitoral de
2.466. A chapa que alcançar esse número faz o primeiro vereador.
A chapa do Agir teve 1.263 votos e ficou longe do
coeficiente; então, jogou os votos fora. Qual foi a estratégia que eles
utilizaram? Parece que nem pensaram em estratégia. Com quatro candidatos tiveram
1.024 votos e lançaram nove candidatos com menos de 100 votos. Desse jeito,
nem com dez eleições eles vão conseguir eleger um vereador.
Vamos ao partido que brocou nas eleições para vereadores em
Ipirá. Aqui entrou um jogo de interesse da cúpula da macacada, um jogo de carta
marcada da fazer inveja ao jogador Paquetá no jogo da Bet. O esquema estava
montado e a bolha foi furada por Roni e Marcelo (com apoio de Deteval). Eki
saltou uma cerca de arame farpado, armaram uma arapuca, mas ele conseguiu escapar.
Os vereadores Miranda e Weima Fraga nadaram com braçadas próprias; sem ajuda
naufragaram. Damaceno foi escolhido como o coelho da maratona eleitoral. Sem o
chapão, os três estariam eleitos numa divisão de chapas. O PSD teve 12.658
votos para seis vagas.
Quem teve a melhor estratégia para as eleições de vereador em
Ipirá foi o partido Avante, que colocou 11 candidaturas com potencial acima de
248 votos e 3 abaixo de 134 votos. Faturou 5.452 votos (segundo mais votado).
Fez dois vereadores.
A Federação Brasil Esperança (PT, PCdoB, PV) antes do pleito
2024 tinha 3 vereadores, saiu do pleito com 2. Confesso que errei. Calculei que
a federação só faria um vereador. O raciocínio é simples:
Juntos (PT e PCdoB) sempre fizeram um vereador. Sem o PV de
Jaildo, o PT e o PCdoB ficaria com 3.366 (poderia ficar com dois vereadores).
Com a participação do PV de Jaildo do Bonfim a federação teve 4.986 votos.
Qual era o meu cálculo e onde mora o meu erro: alguns
petistas diziam que Jaildo estava desgastado no Bonfim e ficaria com mil votos,
sendo que seria ultrapassado por um petista. A ultrapassagem estava proibida e
era impossível que isso acontecesse. Eu acreditava nisso.
Mas aconteceu que o vereador Jaildo ficou no seu patamar de
votação 1.589 votos e seria eleito em qualquer chapa que participasse. O PCdoB caiu
de uma votação de 2.300 votos para 1.067 votos. E quem salvou o PV e o PCdoB
para que eles elegessem dois vereadores?
O PT de Ipirá que não atingiu o coeficiente de 2.466 votos
para fazer um vereador, mas subiu sua votação para 2.299 votos (eleição passada
1800 votos) para ajudar a eleger Jaildo do PV com 1.589 e Petson do PCdoB com 594
votos.
Mesmo sendo o partido do presidente e do governador o PT de
Ipirá não consegue eleger um vereador em Ipirá, mas também, não é o caso e não
tem importância, o PT de Ipirá não faz questão de ter vereador, ele faz questão
é de possuir secretarias para preparar uma futura vereança. Assim sendo, por
que quem botou a cara ao Sol em busca do voto não tem a prioridade na ocupação
da secretaria? Nada mais do que uma reflexão.
O erro de trajetória da jacuzada na eleição para vereadores
foi flagrante, primário e desastroso. Quem foi a cabeça pensante que capitaneou
esse desastre? Não saíram com o chapão (MDB – 3.887) + (União – 2.675) + (PDT –
3.808) + Rep. 434) total de 10.804, que elegeria (possivelmente) 6 vereadores.
O escorrego foi fatal. A chapa do MDB teve 3.887 votos. Colocaram
Divanilson (1.494) Laelson (1.105) e Mundinho (946) com 1 candidato de 150
votos e 9 abaixo de 44 votos. Aí parceiro! Os três teriam que quebrar a boca
do balão com uma enxurrada de votos ou sobraria um (Mundinho de NB), que foi o
que aconteceu, porque a turma de baixo não conseguiu encher uma capanga de
votos. Quem bolou essa chapa fez com que Mundinho de NB perdesse o mandato.
A grande decepção das Eleição para vereadores em 2024 no
município de Ipirá foi o União Brasil. Conseguiram atingir o coeficiente de
2.466 votos, mas só tiveram 2.675 votos. O pior desempenho dos que atingiram o
número mágico. O que foi que aconteceu? Um desastre (só 209 votos a +). Houve uma
queda medonha na votação da chapa. Só fez um vereador.
André pisou numa casca de banana e sua votação caiu para
1.044 votos. Suíta ficou com 713 votos e votação de Mundinho do SR foi 497
votos, extremamente baixa. Aí fizeram o quê para ajudar os três? Colocaram 1
candidato de 154 votos e 9 candidatos abaixo de 62 votos (ô ajuda da desgraça!).
Os três falharam. Resultado a vereança de André se salvou por 209 votos de
Suíta, que perdeu a cadeira de vereador.
Todos esperavam que a sensação das Eleições para vereadores acontecesse
no Bonfim, com o filme de caubói, como diziam os meninos catingueiros no tempo
que Ipirá tinha cinema. Quem acompanhou pelo TSE conseguiu vivenciar grandes
emoções na disputa entre Raimundo e Luma, que a cúpula da macacada queria ver
longe da Câmara de Vereadores. Por quê?
A estratégia correta foi a do PDT, que teve 3.808 votos. Luma
saiu na frente, Raimundo do Malhador ficou atrás. Na segunda parcial, Luma
continuou na frente com Raimundo do M fungando no cangote. Na terceira parcial,
Luma avançou e Raimundo do M encostou. Na última parcial, Luma ultrapassou mil
votos, Raimundo também. Luma ficou com 1020 votos e Raimundo do M com 1.130,
Raimundo estava eleito.
A votação de Ernesto de NB falhou (228 votos). Mas a chapa
foi bem montada com 4 candidatos acima de 228 votos e 6 candidatos abaixo de 106
votos, com o PDT fazendo 2 vereadores. A vereadora Luma estava reeleita. Se
Luma estivesse na federação, a votação da federação seria de 6.006 votos, com
três vereadores.
Domingo, 7 h da manhã, em Stella, a rua que vai
para a praia, estava completamente tomada de santinhos de candidatos no chão.
Fiz um cálculo de mais de 30 mil santinhos. Pensei: “isso aqui é voto ou lixo
com o dinheiro do Fundo Partidário?” Logo, em seguida, imaginei: “se o jegue 90
estivesse aqui para comer esses 30 mil votos estaria eleito prefeito, melhor do
que comer duas panelas de marmelada em Ipirá, que vai dar uma caganeira de 4
anos na população.”