“Em uma decisão democrática, ficou
definido na manhã dessa terça-feira (18/06), que o Ponto Cidadão de Ipirá vai
mesmo ser instalado na praça Roberto Cintra (antiga praça da Bandeira).” Afirma
a nota da prefeitura.
“O prefeito decidiu abrir votação entre as
pessoas presentes à Câmara de Vereadores. Por maioria absoluta a decisão de
instalar o equipamento na praça foi mantida.” Continua a nota da prefeitura.
“Por maioria absoluta”. Diz tudo. Irretocável,
inquestionável, suprema verdade. Na Audiência Pública, quantos votos foram a
favor? 50. É bom que se diga, a maioria era de funcionários da Prefeitura que
deixaram o trabalho para rezar no querer do chefe. Missa encomendada. 50 votos a favor de ... Não! Não é
a favor do Ponto Cidadão! Esse serviço de documentação era prestado em Ipirá na
década de 1970; por prestígio e boa vontade do jacu e macaco deixou de ser.
“Vamos acabar com este sofrimento, acabar com esta era de atraso”, salientou
Ademildo.
Tirar documentos em nossa cidade não precisa de
votação, toda a população de Ipirá concorda com o referido; 60 mil votos. E essa votação de 50 votos foi prá
que? Para a escolha do local, para o Ponto ficar na Praça da Bandeira. Perdeu
para 500 assinaturas no Abaixo Assinado para não ser na Praça da Bandeira.
Perdeu para os 1000 jovens que abraçaram o prédio da brinquedoteca, que não
querem que esta vire ponto de tirar documento e continue como está.
O “movimento dos 20 centavos” (Passe
Livre) é uma lição para todos os governantes e está mostrando que a vontade do
povo é mais significativa que a vontade impositiva de um gestor, mesmo que
camuflada, mesmo que disfarçada em decisão de maioria. Não venham dizer que
Abaixo Assinado é imposição e vontade de gestor é a salvação auspiciosa e
glorificada.
O prefeito sabe que tirar documento pode
ser em qualquer espaço e área da cidade, não necessariamente no centro, mas ele
quer no centro. Por que no centro? Por capricho do prefeito. Pode ser. O gestor
não é bobo, ele era vice, virou prefeito por circunstância ou por acordo na
calada da noite, mas de uma forma ou de outra não recebeu votação e sente falta
desse lastro. Chegou ao cargo de prefeito rebocado pela prefeita. Governa com
macacos, não tem respaldo popular, muito menos um programa para governar esse
município. E tem mais, sabe que não vem obra de peso para o município de Ipirá
neste governo de Wagner.
Daí a necessidade de visualização, de
aparecer, de mostrar uma administração
que para a população é uma incógnita e uma desconfiança. Será que ele sabe administrar
uma cidade? Será que ele está preparado para administrar essa cidade? A população indaga. Aí ele
tem que se mostrar a esse público. Na rua do fundo ninguém vê, tem que ser na
praça, embora a identidade tirada na praça tenha a mesma validade da tirada em
qualquer outro logradouro.
O prefeito Ademildo vai destruir o único
ponto positivo da reforma feita pelo ex-prefeito Diomário na Praça da Bandeira,
a área de lazer no fundo da igreja, que está pronta e funciona a contento.
Destrói-se o que está pronto para se fazer tudo de novo na Praça São José.
Dinheiro público desperdiçado.
A situação urbana de Ipirá merece uma
reflexão mais apurada. O centro da cidade está ficando estrangulado pela falta
de estacionamento e de organização. A cidade tem que estender seus equipamentos
para áreas periféricas como uma forma de desenvolver outros espaços urbanos. A
cidade não pode ficar amarrada a espaço limitado e fechado como se fosse o
único recinto apropriado, tem que ocupar o espaço que se doa como uma forma de
incrementar uma nova zona de influência, de domínio e exploração. A sede da
Prefeitura em um extremo, o Centro de Abastecimento em outro e o Estádio de
Futebol em lado diverso. Isso é uma necessidade estratégica para desconjuntar o
perímetro urbano central.
O povo de Ipirá é quem decide; assim tem que ser.
Democratismo na base do “faz de conta que o povo decide”, assim não tem que ser.
O movimento de protesto em Ipirá foi um
acontecimento de grande êxito, desde quando foi um grito de uma juventude que
começa a cobrar os direitos do povo brasileiro, aqui e acolá. Aqui em Ipirá não
se grita por 20 centavos, aqui não tem transporte público, mas por causa de 28
bilhões gastos em estádios, numa cidade de saúde horrorosa e uma educação
precária, tão precária que um vereador disse que: “escola é como área de
traficante, quem entrar morre”. Vê se pode. É daí que vai sair a educação de
qualidade da administração do prefeito Ademildo, do PT. A luta é contra a
corrupção e contra a PEC 37 que quer tirar o poder de investigação do
Ministério Público. Seria deixar que as raposas tomassem conta do galinheiro.