sábado, 26 de novembro de 2022

VOCÊ JÁ OUVIU FALAR EM JAILDO DO BONFIM?


 O CONTRATO

DIÁRIO OFICIAL  - PREFEITURA MUNICIPAL DE IPIRÁ – BA

Sexta-feira ---- 18 de novembro de 2022 --- ano II ---- Edição no. 208

EXTRATO DE PUBLICAÇÃO

Contrato no. 323/2022

 

CONTRATANTE: PREFEITURA MUNICIPAL DE IPIRÁ

CONTRATADA: ASSOCIAÇÃO BENEFICENTE NINA GOMES – ABENG

OBJETO: Aquisição de gêneros alimentícios da Agricultura Familiar para alimentação escolar

VALOR:  R$291.750,00

PRAZO: o presente contrato vigorará da sua assinatura até a entrega total dos produtos mediante cronograma apresentado (Cláusula Quarta) ou até 31 de janeiro de 2023

DATA DA ASSINATURA: 20/10/2022

 

ANALISANDO O CONTRATO

Observe que o prazo no contrato é de quatro meses. Minha matemática é simples: 3 x 4 é igual a uma dúzia, multiplicada em dois anos, chega-se ao patamar de quase dois milhões e quatrocentos mil reais.

 

Por uma grana dessa, até boi holandês vai prá cima. Diferente do boi nelore ‘brabo’ que cava o chão sinalizando que vai atacar; o boi holandês fica com uma cara de sonso, de domesticado e dócil, no vacilo ele se transforma em pegador e parte prá cima. Olha, que não conhece dinheiro! E se conhecesse?

 

A GRANA: é dinheiro do PNAE, ligado ao FNAD. Para você entender melhor: é dinheiro federal com o rótulo CARIMBADO, onde até aqueles dois zerinhos dos centavos têm que dizer prá onde foram. Já disse tudo.

 

A CONTRATADA: a ABENG. É uma associação que tem o DNA de Nina Gomes, a vice-prefeita. Ela pode até não fazer parte da diretoria, ela pode até está distante, mas que a ABENG tem a sua alma é inegável. Não é só o nome, a ABENG é carne e unha de Nina Gomes, a vice-prefeita. É um fato inegável.

 

A ABENG recebe verbas para realizar eventos beneficentes e tem feito isso. A essência e a natureza da ABENG é ser uma entidade com a cara beneficente. Neste contrato, a ABENG expande e ultrapassa suas atribuições com a tarefa de “aquisição de gêneros alimentícios da agricultura familiar para alimentação escolar.” Com qual finalidade? Não é cooperativa, nem mercadinho que visa lucro.

 

Não lhe é vedada essa possibilidade. Pode ter essa finalidade de função e atuar nessa área, com essas atribuições, mas dentro do escopo da legalidade da lei. Resta saber se esse é o caso da ABENG, se ela atende aos ditames e liames da lei. Para isso é necessário que se acione o Ministério Público local.

 

A CONTRATANTE: a Prefeitura Municipal de Ipirá pode contratar uma associação ligada diretamente à vice-prefeita do município?

 

A Lei no. 8.666/93 é quem determina e disciplina essa possibilidade. Em seu artigo 9º. Evidencia quais são os casos de impedimento em procedimentos licitatórios e contratuais:

 

“o inciso III do art. 9º. da Lei de Licitações e Contratos Administrativos veda expressamente a participação de agente público em licitação e a sua conseqüente contratação ou de empresa da qual seja proprietário, diretor ou nela exerça função remunerada com o órgão ou a entidade”

 

A coisa fica no seguinte pé: não podendo a municipalidade celebrar e contratar com entidade que possua em seu quadro societário chefe do executivo; não poderá a vice-prefeita firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito público, autarquia, empresa pública, mesmo o fato da vice-prefeita está licenciada da associação à época da licitação é irrelevante.

 

Desde quando, na medida em que, apresenta-se como sendo definida a proibição de contratação com o município dos parentes afins ou consanguíneos do prefeito e vice-prefeita, estes entes não podem contratar com o Poder Público do qual fazem parte, inclusive por meio de sociedade que integrarem.

 

Por isso o Ministério Público local tem que ser acionado para se manifestar sobre o mérito da matéria.

 

A Constituição Federal outorga a União a competência para normas gerais. O Município legisla para complementar as normas gerais e adaptá-las as suas realidades.

 

Apesar da ausência expressa na Lei 8.666/93, existem princípios norteadores da administração pública: moralidade, isonomia, impessoalidade e competitividade. Se na Lei Orgânica do Município de Ipirá estiver consolidada a vedação de contratação com o município de parentes do prefeito, vice-prefeito, vereadores e ocupantes de cargo de comissão; é tiro e queda, já foi! O cacho de licurí vai despencar.

 

Duas perguntas são definidoras da situação, com duas questões para serem argüidas e verificadas: a legalidade e legitimidade da ABENG no novo procedimento e a propriedade do contrato entre a prefeitura e a vice.

 

O MOMENTO POLÍTICO: toda a população de Ipirá sabe que o prefeito Dudy e a vice Nina estão com a corda esticada e em tensão total na questão política desde a posse. De repente, pinta um contrato nestas condições, num momento pouco apropriado, podendo ser um freio de arrumação.

 

Tivesse sido a concessão de duas secretarias e não mexer nos cargos do Ciretran local, seria mais adequado politicamente.

 

Não se pode cair em tentação, na perspectiva de que não dá em nada e cometer-se infração aos princípios da moralidade e da isonomia. “Dentro das circunstâncias do caso concreto evidenciarem o favoritismo espúrio ou a influência indevida do agente público em favor do seu vice” cria-se um fato jurídico, “mesmo quando não há disciplina legal é vedado ao administrador conduzir-se de modo ofensivo à ética e à moral” essa é uma condição da legalidade.

 

Jaildo do Bonfim é o presidente da Câmara de Vereadores de Ipirá, inclusive foi reeleito para o segundo biênio legislativo em eleição antecipada, evitando, sem nunca imaginar, a que seria a eleição, para a Mesa Diretora da casa, mais explosiva do que aquela eleição de Jota Oliveira para prefeito, pois teria (se em janeiro 23 fosse) a cara de prefeito, gravata e paletó de prefeito, jeito e compostura de prefeito, pose e perfume de prefeito, mesmo não sendo prefeito.

 

Não foi má-fé, muito menos premunição; é muito mais uma questão de sorte; de está no lugar certo, na hora certa. O cavalo está passando selado, só falta ser montado.

 

O presidente da Câmara de Vereadores de Ipirá podeRÁ encontrar na sua gaveta um pedido de impeachment (impedimento) do prefeito Dudy e da vice Nina.

 

Se abrir a gaveta e adiantar o processo até a votação, podeRÁ ser o prefeito do município de Ipirá, por ser o presidente da casa, com direito à reeleição. Assim feito, o cargo de prefeito cairá de graça, de mão-beijada, no colo de Jaildo do Bonfim.

 

Não é tão simples assim, mas quem tiver juízo já pode ir tratando o presidente da câmara Jaildo do Bonfim (JdoB) na base do pão-de-ló e vinho francês e na formalidade Excelentíssimo senhor prefeito, porque só depende dele e dos vereadores, pois os fatos estão explícitos.

quarta-feira, 23 de novembro de 2022

O CONFESSIONÁRIO


O prefeito Dudy esteve na boca do inferno, escapou e encontra-se na porta do céu. Se ACM Neto tivesse virado governador, a administração do prefeito chegaria às profundas daquele lugar. O certo é que ele saltou uma fogueira de labaredas altas. O prefeito de Itaberaba Ricardo Mascarenhas buzinou no pé do ouvido do prefeito de Ipirá: “venha para o tabuleiro da baiana, que aqui tem acarajé, abará, vatapá, caruru, camarão, salada, bolinho, quitutes, cocada.” Tem tentação maior do que essa? Foi preciso o senador Otto saltar com duas pedras na mão: “veja o que você vai fazê, prefeito!” Aí o prefeito Dudy quetou o facho.

 

Para entrar no céu, o prefeito não pode mentir. Se soltar uma mentirinha daquelas, prá vê se cola, o porteiro bate a porta na cara. Naturalmente ele vai ouvir: “Seu prefeito! V. Exa. tem dois anos de mandato, o que tens realizado em benefício do povo de Ipirá? Faça o seu relato fidedigno.”

 

O prefeito Dudy levantou as mãos e a cabeça para o céu e postou-se de joelhos: “eu estou fazendo a melhor saúde que Ipirá já teve!” O porteiro arregalou os olhos e, neste exato momento, eu sou obrigado a interromper a escrita para botar ordem na casa.

 

- Prefeito Dudy! Até que enfim, Ipirá está entrando no céu e V. Exa. solta ‘as cachorra’  prá cima do porteiro do céu; V.Exa. dizendo um troço desse, até o porteiro vai querer ficar doente para ser salvo pela saúde daqui. Ai vai ter fila grande e vai precisar de mais e mais médicos e V. Exa. vai ficá com uma espinha de peixe na garganta e não vai ter cura aqui – fui eu quem disse isso e complementei:

 

- V. Exa. prefeito Dudy! Não pode fazer como o ex-prefeito Marcelo Brandão que falou em bom tom que fez a melhor saúde de Ipirá em todos os tempos, sabe por quê? Quando o ex-prefeito MB sentiu o trisco no visco da Covid e percebeu que triscou no seu dedinho do pé, ele se picou para Salvador e V. Exa. tem essa mesma pegada, basta a sua unha do dedinho do pé ficar encravada e V. Exa. vai pirulitar.

 

O prefeito Dudy pediu-me que eu fizesse um rosário de suas obras, eu disse: “eu faço, mas eu não vou rezar no seu terço!” A administração do prefeito Dudy comprou a casa dos estudantes em Salvador. O porteiro do céu soltou um sorriso curto e fez positivo com o dedo. Saliento que não vi a fatura da compra, mas o valor foi de 850 mil reais e o deputado Daniel Almeida conseguiu 200 mil reais.

 

O prefeito conseguiu a badalada iluminação da entrada da cidade, coisa que Anguera tem há mais de trinta anos e quando o Bravo fizer a sua, a de Ipirá vai ficar no chulé. O prefeito herdou uma herança maldita das administrações passadas. Um Centro de Abastecimento entregue ao sol, chuva e lama. O prefeito tapou o sol com a peneira; barrou os pingos da chuva, mas ainda não deu conta do lamaçal. O telhado do Mercado de Arte, que pegou fogo, vai ser inaugurado essa semana. Pelo menos vai ficar uma certeza, não haverá gato escaldado em telha de zinco quente.

 

Na questão dos calçamentos de rua, o prefeito tem se destacado  com bastante capacidade, embora esses calçamentos sejam frutos de Emendas Parlamentares. Agora que o calçamento de rua do prefeito Dudy é uma coisa ensebada lá isso é, passe lá e veja, naquela rua da ponte de Amenar ele fez calçamento de um lado e parou a obra do outro lado. Por que parou, parou por que?

 

Junto a essa rua passa o esgoto. Tem uma ponte nesse esgoto que é uma coisa medonha e vergonhosa. Feita de pedaço de madeira velha e podre, toda remendada. Por essa ponte passam velhos, idosos, crianças, mulheres, pessoas e animais. A prefeitura não tem recursos para fazer uma ponte de cimento e decente? O dinheiro que foi gasto para fazer aquele aragaço no calçadão daria muito bem para fazer uma ponte para atender aos transeuntes daquela área. O porteiro do céu observou que a entrada no céu é feita com uma ponte entre a terra e o céu, se essa ponte não for feita, qualquer poderoso vai ficar de fora. Isso foi bem dito.

 

Nas eleições, em Ipirá, Lula ficou com 80% e Jerônimo com 60%. A pesquisa do prefeito coloca-o numa faixa de 85%. O homem é mais forte do que Lula. Neste momento, o prefeito é o maior líder da macacada. Trouxe debaixo do braço e apoiou o deputado federal mais votado em Ipirá, o Otto Filho; também, o deputado estadual, o Adolfo Menezes. É amigo de longas datas do senador Otto. Jerônimo terminou de almoçar e o prefeito de forma cortês perguntou: “o candidato não quer tirar uma madorna não?” ao qual o candidato respondeu: ”não, a correria é grande e eu tenho que correr atrás!” Hoje, Jerônimo é o governador da Bahia.

 

Se o prefeito Dudy souber pedir, solicitar, rogar a esse time do PT que vai governar a Bahia e o Brasil as portas do céu ficarão escancaradas para Ipirá. Tem que saber pedir e não ficar preso a promessas. Tem que pedir com vontade. Tem que se juntar aos dois deputados e pedir uma Policlínica, a faculdade pública, asfalto para a cidade, barragem para perenizar os rios de Ipirá e mais e mais. Essa gente deve muito a Ipirá e o prefeito tem que cobrar a fatura.

 

O prefeito Dudy anda dizendo que não será mais candidato a prefeito. Quando o senador Otto ouvir uma coisa dessa vai saltar com uma dúzia de pedra na mão e o tempo vai fechar: “olhe bem o que você vai fazê, prefeito!” Quem está fora do catecismo e da reza do prefeito é o deputado Jurandy e a vice-prefeita. São duas cartas fora do baralho.

 

O porteiro do céu ficou silencioso diante de tanta narrativa. Pegou o Diário Oficial da Prefeitura Municipal de Ipirá do dia 18 de novembro de 2022, edição no. 208, abriu-o na página que constava o contrato no. 323/2022 e lá estava escrito: contratante – Prefeitura Municipal de Ipirá; contratada – Associação Beneficente Nina Gomes / ABENG; objeto – Aquisição de gêneros alimentícios da agricultura familiar para alimentação escolar; valor – R$ 291.750,00 – data da assinatura – 20/10/22. O que significa isso?

sábado, 19 de novembro de 2022

O QUE A VICE-PREFEITA NINA GOMES VAI FAZER?

 

O deputado Jurandy Oliveira pendurou as chuteiras. Não passou o legado político para o filho e não fez uma grandiosa festa de despedida.

 

A vice-prefeita Nina Gomes sofreu as conseqüências imediatas dessa nova situação. Perdeu o mandato do deputado estadual que a sustentava e viu fugir do seu controle dois mandatos de vereadores no município de Ipirá, na maior barbeiragem de coordenação política já vista nesta terra. Mas, sem dúvida, tem continuidade o sonho de ser prefeita de Ipirá, mesmo num momento de declínio e de terreno minado. É preciso muita sabedoria, caso contrário, já era.

 

Ainda resta, o último fôlego! A candidatura do filho do deputado conseguiu arrancar em Ipirá, 5.870 votos nas eleições para o legislativo estadual. Não dá para saber o percentual dessa votação que acompanhará a vice-prefeita na sua aventura para o posto mais elevado na política local.

 

A vice-prefeita Nina tem três opções para a sua trajetória política. Primeiro, ir para a jacuzada; segundo, ficar na macacada; terceiro, lançar uma candidatura independente.

 

Uma aproximação da jacuzada, com o ‘apoio sem contrapartida’; isso não existe. Com a promessa de ser vice; seria sair do nada político (com Dudy) para continuar no nada político (prefeito jacu). A única vantagem seria continuar recebendo os proventos de vice.

 

Receber a cabeça da chapa da jacuzada seria um presente caído do céu, como o ex-prefeito Diomário recebeu da macacada anos atrás. Seria casa, comida e roupa lavada.

 

Quem pensa um pouco, deve saber que esse é o momento mais difícil da jacuzada em sua trajetória política. Vem de uma eleição municipal, onde recebeu uma lapada de mais de 6 mil votos. Perdeu sua grande esperança de retomada da força propulsora com a derrota de ACM Neto para o governo do estado e a derrota, em Ipirá, foi de mais de 8 mil votos.

 

Além do mais, o descrédito com a administração da família Martins cresceu em nosso município com a administração Marcelo Brandão (2016-2020) mesmo o próprio achando que fez uma gestão fantástica, como por exemplo, a melhor saúde que já houve em Ipirá. A população sabe que não é nada disso.

 

A gestão de Marcelo Brandão negligenciou em várias demandas para o município de Ipirá. Fez uma reunião com uma comissão para a reforma da Casa do Estudante de Ipirá em Salvador e depois deu as costas e não deu nenhuma satisfação. O prefeito Dudy deu credibilidade à comissão e comprou uma casa nova.

 

A gestão de Marcelo Brandão tinha um telhado do Mercado de Arte para recuperar, resolveu fazer requalificação de toda a praça. Nem uma coisa, nem outra. O prefeito Dudy vai inaugurar o telhado esta semana.

 

Gestão de Marcelo Brandão resolveu fazer não sei quantas obras na prorrogação que finalizava o seu mandato na mais pura encenação. Resultado, não completou nenhuma. O prefeito Dudy está fazendo o calçamento do povoado do Rio do Peixe.

 

A gestão Marcelo Brandão fez uma biblioteca de vidro e o prefeito Dudy fez a intervenção da mesma. O prefeito MB passou a mão no asfalto do governador em Ipirá e a conta foi paga pelo Estado, perdendo o crédito lá embaixo. É um samba do crioulo doido, que não dá para a população acreditar e eles vão perdendo credibilidade junto à comunidade. Desse jeito, a jacuzada foi perdendo terreno e hoje está com uma corda no pescoço.

 

A jacuzada nada contra a maré lulista e petista no município. Quando o governo do Estado inaugurar essa grande escola de tempo integral em nosso município ocorrerá condições para acontecer um novo patamar da educação em Ipirá. Tudo isso, empurra a jacuzada para o fundo do buraco.

 

Os vereadores da jacuzada sabem que o seu grupo está perdendo força e poder de competição eleitoral. Sabem por intuição e dedução, ninguém precisa dizer-lhes o que está por acontecer. Em 2024, teremos as eleições mais concorridas para a Câmara de Vereadores, porque as candidaturas de baixa votação não querem compor chapa com os vereadores atuais, devido ao fato de não terem nenhuma chance de serem eleitas e, apenas, servirão para encher lingüiça para os vereadores com grande potencial de voto.

 

Poderá ocorrer uma disputa entre os grandes vereadores de 1.500 votos. Aí o bicho vai pegar! Quanto custará uma eleição nesse nível? Qual é a garantia de cadeira certa? Quantos ficarão a ver navios?

 

Os vereadores da jacuzada sabem que não é possível ter sombra abundante em pé de mandacaru. Nesse sentido, ofertar a cabeça de chapa do grupo jacu à vice Nina será a abertura do leque, que ampliará o potencial de votação da jacuzada e aumentará a chance do vereador ser eleito.

 

O maior erro dessas lideranças é pensar que o vereador está bem amarrado e com nó cego no mourão do grupo jacu ou macaco e que eles não têm noção de nada e não sabem do seu próprio caminho a seguir. O vereador não vai ficar com o pé no atoleiro esperando perder o próprio pescoço.

 

Se a vice Nina ficar presa à macacada, naturalmente estará fechando o próprio caixão político. Dudy passou a esponja e não aceita a candidatura da vice nem prá vice, nem mesmo pintada de ouro. O prefeito Dudy fechou e lacrou a janela e a porta do grupo para a vice Nina. Se ficar, não terá nenhuma preferência especial, vai ter que comer na mão do prefeito. Não sei se a vice Nina carrega um saco para enchê-lo de humilhação.

 

Quem vai ser o dono da chave do grupo da macacada, o prefeito ou a vice? Qual dos dois vai abocanhar mais vereadores? Com qual vai ficar o líder Antônio Colonnezi? O chefão Diomário vai pender para que banda? São perguntas decisivas para a manutenção da força política da vice Nina, que depende dessas resoluções.

 

A vice Nina optando por uma candidatura por conta própria encontrará as dificuldades próprias do enfrentamento ao sistema jacu e macaco. Na medida em que articule uma candidatura à prefeita com apoio de dois vereadores da jacuzada e dois da macacada estará fortalecida para aspirar uma candidatura competitiva e com chances.

 

Esse é o itinerário político da vice-prefeita Nina para sobreviver aos ataques, ‘chega prá lá’, ‘canto de carroceria’ desferidos pelo prefeito Dudy para minar, esvaziar e liquidar a carreira e as pretensões políticas da vice. O que ela vai fazer? Ela e o ex-deputado devem saber.


domingo, 13 de novembro de 2022

OBSERVE O 13 INVERTIDO DESSA GENTE!

Jacuzada, quem te viu e quem te vê! Tomou uma lapada de 6 mil votos nas eleições municipais. Nestas eleições de 2022, engoliu uma derrota de 8.328 votos (Jerônimo 21.751 contra 13.423 de ACM Neto). Neto era a salvação da lavoura. A tempestade poderá ter duração de décadas.

 

Tem muito sentido. A jacuzada está mergulhada num município de forte vocação pelo lulismo, então navega contra a maré. A macacada amarrou o jegue na sombra. Mas, nem sempre foi assim.

 

Na década de 50, a politicagem era feita com nomes de partidos nacionais; a jacuzada vestia a camisa do PSD, um partido de oligarquia conservadora, que não era lá essa coisa toda, enquanto a macacada vestia a camisa da UDN, um partido entreguista e golpista. Em Ipirá, o PSD levava a melhor, fazia a cama e não dormia na esteira.

 

Em 64, veio a ditadura militar. Os partidos, por força das baionetas, sofreram uma transmutação e a jacuzada (que não era jacu) ficou com o MDB e a macacada (que não era macaco) ficou com a Arena.

 

Na década de 70, a jacuzada vendeu a alma ao regime militar, perdeu a consciência (se é que havia), caiu no colo de ‘ACM meu amor’ e foi colocada no mesmo saco de farinha (Arena 1 e Arena 2) virando farinha do mesmo saco.

 

Em 76, eles implementaram o famigerado ‘sistema jacu e macaco’ e a população ficou toda dominada, dentro do quadro sintomático de uma população faminta e esfomeada. Não deu outra, em 82 Ipirá proporcionou a terceira maior frente eleitoral à ditadura militar na Bahia.

 

A ditadura militar começou a fraquejar. Na Bahia, Waldir Pires desbancou o carlismo numa eleição memorável em 1986. A jacuzada resolveu fazer o ‘pau de dois bicos’ e Diomário foi o serviçal encarregado de fazer o serviço sujo da tomada do MDB para a jacuzada. Em 1991, ‘ACM, o amor deles’ retoma o poder estadual e o MDB deixou de ser interessante para os jacus. Estava exposta a sua face oportunista.

 

Em 1989, no primeiro turno, Lula venceu em Ipirá, sem o apoio de nenhum chefe político do jacu ou macaco. Foi a primeira vitória do povo livre de Ipirá. As lideranças dos jacus e macacos estavam no mesmo balaio de gato e eram adversários do PT, pois combatiam a candidatura do presidenciável Lula e o povo aumentava a simpatia e o apoio por essa candidatura.

 

Outra vitória memorável acontece em 2006, quando Jaques Wagner vence na Bahia e em Ipirá, com todas as lideranças do jacu e macaco no campo contrário, e o prefeito macaco da época Diomário (o Dió) tinha dado apoio a Paulo Souto, mesmo assim, o PT venceu em Ipirá. Foi a vitória da vontade do povo livre, sem chefe e sem cacique.

 

Diferente de ‘ACM, amor deles’ que botava todas as lideranças do jacu e macaco no mesmo bocapiu de palha, o governador petista Jaques Wagner, para armar o esquema petista no interior, escolheu o grupo que estava no poder municipal e deu um canto de carroceria e desprezou o outro, que não estava no poder. Só colocou uma banda no bocapiu, a outra ficou chupando o dedo. O governo macaco do prefeito Dió foi contemplado com o apoio do governador petista e a jacuzada sobrou na buraqueira.

 

O domínio petista no estado caminha para vinte anos e, neste período, a jacuzada só ganhou um  mandato (quatro anos) municipal e administrou sem o apoio dos governos estadual e federal. Esse desprezo é um dos grandes tormentos da jacuzada, que jogou sua esperança em Neto 44 e carimbou sua trajetória na carreata do bolsonarismo em Ipirá. Como é a vida! Um passo para o abismo, dado lá atrás, equivale ao tamanho da queda para a ribanceira.

 

Se a jacuzada não pensar em 2024 agora, já foi! Qual é o poder de atração que possui a jacuzada neste momento de defasagem e debilidade? Não atrai nem jegue carregado de saco de açúcar descendo a ladeira da Caboronga.

 

Se a jacuzada está amarrada na tese da candidatura da prata da casa e da ‘família nobre’ deles e só abre para um trem carregado de grana, são obrigados a pensar duas vezes. Candidatura de família não atrai ninguém. Quem vai deixar o poder para entrar na aventura da família deles? Uma candidatura carregada de grana tem que ter quatro milhões de reais na boleia do carro para qualquer tentativa de tomada do poder. É mole?

 

Fora de casa e dentro do grupo tem a candidatura popular e conhecida de algum vereador do grupo à prefeitura. Por que não? Se vereador não serve para ser candidato a prefeito do grupo trata-se de um preconceito estabelecido pelos controladores do grupo. O vereador possui densidade eleitoral e é conhecido da população. Não tem candidatura melhor.

 

O grupo da jacuzada não tem como atrair, crescer e vencer somente com sua bolha. Depende, muito mais, do desgaste administrativo e da divisão do bloco da macacada. Abrir para a vice Nina ser a candidata da jacuzada ao poder municipal seria uma pá de cal no controle político da macacada.

 

Se assim não for considerado, como poderei responder a teu questionamento: ‘o lulismo não domina o município de Ipirá e por que o PT local não faz um vereador?’ Essa é outra conversa.

 

sexta-feira, 4 de novembro de 2022

O MOSAICO GELATINOSO DE IPIRÁ


“Lula no Brasil, Jerônimo na Bahia e Nina Gomes em Ipirá. 2024 está ali na frente.” Se isso não for uma pretensão, significa um indicativo forte, muito  embora, ocorram embaraços intricados, porque a montanha é mais alta do que a força das pernas que pretende escalá-la.

 

Primeiro, a vice-prefeita Nina não tem a força política que tinha antes, devido à perda de espaços significativos no campo político como base de sustentação, ao perder dois mandatos de vereadores do seu partido em Ipirá por causa de um ato falho de coordenação e à perda da pilastra base de seu apoio político, o mandato de deputado estadual de Jurandy Oliveira.

 

Mesmo assim, não é uma força desprezível para ser desconsiderada. Está estabelecida e constituída como uma força política testada nas urnas com uma votação de 5.870 votos, ficando atrás da candidatura defendida pelo prefeito Dudi, por apenas 997 votos. O problema é que a vice quer usar anzol de piaba para pescar tubarão.

 

Uma grande questão está colocada no tabuleiro de acarajé: a vice tem coragem e determinação para se livrar do esquema jacu e macaco?

 

Pelo lado da macacada. A candidatura de Nina Gomes para prefeita de Ipirá tem o apoio de quem? O líder Antônio Colonnezi apóia? O grande chefe Diomário apóia? O prefeito Dudi apóia? Pelo prefeito, eu respondo, não apóia de jeito nenhum. Observe que a macacada vive uma briga de foice.

 

Pelo lado da jacuzada. A candidatura de Nina Gomes chegará com cacife para exigir a cabeça da pule? A jacuzada tem preferência pela candidatura da família, com sangue nobre. A vice pode tirar o cavalinho da chuva, essa isca a jacuzada não engole. Se a vice esquecer o propósito “...Nina Gomes em Ipirá” e aceitar ser vice, será bem-vinda na jacuzada.

 

Observe que dentro do esquema jacu e macaco em Ipirá, o papel político da vice Nina é secundário. A vice caminha muito mais para um ‘ai, se arrependimento matasse’ do que para a tão sonhada candidatura à prefeita.

 

Aí, alguém salta com duas pedras e diz: “mas a jacuzada está morta, não tem nem candidato!” Nestas eleições, a jacuzada foi um concerto  de música clássica, dançado na pisadinha, ao som de um paredão. ACM Neto era o ‘salvador da lavoura’ e o líder Luiz Carlos Martins via a própria candidatura a prefeito pelo suspiro do carote. Neto perdeu, a candidatura do líder da jacuzada não vai entrar pelo cano.


Em Ipirá, Neto teve 13.423 votos (a votação da jacuzada) e perdeu por uma frente de 8.328 votos. Isso anima quem? Marcelo Brandão, que perdeu com 6.094 votos. Naturalmente, vem aquele pensamento íntimo, que não sai pela boca: “Neto que é Neto perdeu por 8, eu que sou eu, perdi por 6, então eu sou melhor do que ele!” A lógica tem certo sentido.

 

A lógica cai pelas tabelas quando é observado que Marcelo Brandão teve sua oportunidade de ser prefeito e comportou-se como um aventureiro que fez desaparecer a liderança e as pessoas influentes da própria jacuzada e caminhou com vontade própria atropelando quem sombra lhe fizesse, para não ter assombração. Tem como mérito, a façanha de ter implodido a jacuzada. No dizer de Neto: “foi testado e reprovado pelas urnas.”

 

Mas, a jacuzada tem candidaturas competitivas dentro do grupo, mas não é da família. Isso para a jacuzada é o fim do mundo. Tem quatro vereadores que poderiam ser candidatos a prefeito do grupo. Vou dar um exemplo para ficar mais claro. Sem nenhum consentimento e autorização vou citar o nome do vereador com mais mandato, Divanilson Mascarenhas.

 

Se dividirmos Ipirá em duas bandas, o vereador Divanilson é conhecido por toda população de uma banda. Todos (todos mesmo) os moradores sabem quem é o vereador Divanilson. Exemplificando: ora se o vereador Divanilson se elege com mais de 1.500 votos (exemplo) e tem popularidade torna-se um candidato a prefeito em potencial. Por que não colocam seu nome nem nas indicações de pretendentes do grupo da jacuzada?

 

Aí vem uma outra resposta, que sacramenta a exclusividade da família na cabeça da chapa: “ah! O vereador não tem dinheiro para bancar a campanha.” Dessa forma a família vai se perpetuando no comando do grupo e os demais ficam com funções subordinadas.

 

A afirmativa: ‘o candidato a prefeito não precisa ter voto, tem que ter dinheiro para ter voto’ não deixa de ser uma contramão imprudente. Se o candidato não tem voto, mas tem dinheiro, quanto seria o saldo merecido para um vereador de 1.500 votos? Séria 80% do dinheiro de um candidato que não tem voto, mas tem dinheiro para ter voto. A candidatura do vereador Aníbal Ramos, em 2016, empolgou a macacada por ser a candidatura de um vereador, com popularidade e base de apoio nas camadas populares.

 

Dando dor de cabeça, apresenta-se a votação de quase 2.000 votos de Jota Oliveira e seus amigos, que optaram pela desobediência eleitoral ao chefe do grupo, deixando de lado a obediência cega e caminhando com firmeza e batendo de frente no incontestável.

 

Sem dúvida, a candidatura a prefeito do grupo da jacuzada 2024 vai ter que ser colocada numa mesa redonda, com muito fogo cruzado e faísca saindo por todos os lados, desde quando não há mais espaço para o indiscutível, que desce sempre goela abaixo.

 

Quem saltou uma fogueira e não queimou os pés foi o prefeito Dudi. Jerônimo governador, o prefeito ficou de boa. Se Neto tivesse chegado o prefeito ia ficar na fila do osso.

 

O prefeito Dudi está surfando nas festas e nos reparos de obras inacabadas. São poucas obras e realizações próprias. Mas, com o resultado eleitoral poderá melhorar substancialmente a sua administração com a ajuda do governo estadual e federal. Vai ter que cobrar o que devem a Ipirá.

 

O prefeito Dudi está disputando o comando do grupo da macacada. Seu estilo de competição é na base do chega prá lá. Deu um canto de carroceria na vice. Passou o trator no deputado JO. Não botou na gibeira candidatos dos ex-prefeitos Dió e Antônio (tiveram que apoiar o time do prefeito). É amigo do senador, do filho do senador, do deputado estadual mais votado em Ipirá, do governador Jerônimo. Quer mais o quê?

 

O prefeito Dudi está completando dois anos de administração. Está no mesmo patamar da gestão da jacuzada. Tem relevância a compra da residência dos estudantes ipiraenses em Salvador (com a ajuda do deputado federal Daniel Almeida), um patrimônio da juventude das camadas populares de Ipirá; fez a iluminação da entrada da cidade (coisa que Anguera tem há mais de 30 anos); está fazendo o calçamento de algumas ruas; fez o telhado do mercado (prestes a inaugurar); prosseguiu a reforma do Centro de Abastecimento. Ipirá é merecedor de muito mais.

 

Por sorte Jerônimo virou governador e o prefeito Dudi pode respirar aliviado, porque não vai entrar no sufoco. O prefeito Dudi coloque o deputado estadual Adolfo Menezes debaixo do braço e vá ao encontro do governador Jerônimo. Não tomou posse ainda? Não dê mole, nem vacile!

 

Prefeito Dudi, acorde homem! Nessa visita, não leve o ex-prefeito Dió, porque ele quer ver a toca do macaco pegar fogo para ser o principal sujeito da conciliação: “eu não queria ser candidato a prefeito, mas Dudi não aceita Nina e Nina não apoia Dudi, então, nesse caso, assim sendo, eu boto meu nome para apaziguar a macacada!”

 

Fique esperto, prefeito Dudi! Bote o ex-prefeito Dió no banco do seu time. Aqui prá gente, quem ficar no banco do seu time está perdido na buraqueira! O prefeito Dudi disse que a deputada Neusa Cadore estava no seu time. Se a votação que o prefeito Dudi deu para Adolfo Menezes fosse para a deputada Neusa, ela estaria eleita deputada com sobra, mas a deputada Neusa estava era no banco do time do prefeito Dudi, aí é problema!

 

Voltando à visita ao governador Jerônimo; prefeito Dudi! Coloque duas reivindicações (Policlínica e Universidade para Ipirá) escritas em pedaços de papel, coloque-os em cada uma das mãos deixando-as fechadas e diga ao governador Jerônimo: “meu governador Jerônimo! Nós demos uma lapada de 8 mil de frente na jacuzada e no Netinho em Ipirá, agora, chegou a sua vez de retribuir, escolha uma das duas mãos e a obra que for escolhida, o meu governador vai se comprometer em realizá-la.”

 

O governador vai dizer: “vou sim, meu prefeito Dudi! O meu prefeito Dudi acha que eu vou esquecer Ipirá? Ipirá deu uma vitória extraordinária para o companheiro Lula de 80,32% e para o governador, na minha pessoa, de 61,84%, então eu não vou escolher uma mão do meu prefeito Dudi, eu vou escolher as duas mãos do meu prefeito Dudi e espere lá quê a obra já vai!”

 

Ipirá está correspondendo no sarrafo mais elevado para vinte anos de gestão petista na Bahia e continuamos aguardando que nossas reivindicações sejam atendidas. Esse é um papel do prefeito Dudi. 

quarta-feira, 2 de novembro de 2022

QUE SEMANA, VIRADA DO CAPETA!


Domingo (oito dias antes) o ex-deputado Roberto Jefferson mete bala na PF e foi preso antes de virar cadáver. A sensação de apreensão e medo contagiou o ambiente.

 

Na quarta, o Vasco jogou bolinha de gude e no aperto conseguiu empatar aos 50 minutos, estava classificado. Mas, aos 55 minutos, tomou o gol que adiou a classificação. Vai jogar fora de casa e no tapetão. Representou uma sensação daquelas que a pessoa perde o sono por longo tempo.

 

Na sexta, a direita ipiraense fez uma carreata com 200 carros, mais carro do que gente, numa sensação de que quebraria a boca do balão, mesmo amarrada numa previsibilidade de 8 mil votos (alcançou 6.860).

 

Ainda na sexta, o Bahia jogando pedrinha na Fonte Nova lotada, manteve-se no sufoco, não saiu do empate e ficou classificado. SE perder de 1 a 0 em Maceió e o time de Pernambuco ganhar de 6 a 0 em Goiânia, ainda assim, estará classificado para a série A. É uma sensação de medo, porque tudo é possível.

 

A sexta terminou com o debate dos presidenciáveis. O capitão chamava Lula: “vem cá Lula!”, que dizia: “fique lá, não se aproxime!”, só faltou dizer: “vai alisar um jegue, capitão!”

 

No sábado, o Flamengo se arrastava lentamente, vagarosamente, jogando um jogo duro, ensebado e apertado; o gol não saía, parecia que estava amarrado; num carrinho descompensado o gol foi assinalado, agora, parecia que o tempo não passava, mesmo assim, papou a Libertadores. Fica aquela sensação de que pegando o terceiro caneco tem o direito de pedir música.

 

Ainda no sábado, em Ipirá, a ‘passeata do 13’ tinha mais gente do que carro, deixando a sensação clara que a cacetada ia ultrapassar os 80%, o que de fato aconteceu.

 

O sábado continuava e a deputada federal Zambelli sacou uma arma e correu atrás de um eleitor negro para que ele pedisse desculpas. Tudo isso deixa uma sensação de loucura, principalmente, depois dessa forma de pedir voto!

 

Restava o longo domingo. Bolsonaro disparou na frente e botou vantagem de mais de 2%, deixando uma sensação de longa e dura agonia. Começou aquele chove-não-molha de votos, caindo um a um ou meio a meio.

 

Chegou a hora da emoção. A contagem arrastava-se lentamente, vagarosamente, parecia que o tempo não passava; o voto não saía com fartura, pingava; era sofrido na emoção. Do capitão ia diminuindo continuamente; da esperança ia subindo a ladeira continuadamente.

 

O candidato Lula só virou quando chegou a 67,76% das urnas. Repórteres da GloboNews soltaram sorrisos largos e afirmaram que ‘o calor passou e começou a fazer frio’. Os foguetes pipocaram em Ipirá.

 

O aperto continuava na base do pinga-pinga dos votos. Nas quatro linhas, restava o Nordeste e o Sudeste. A fé e a torcida estavam lançadas. Cada um achava que dava. O voto caía pingado, machucava na pisadinha, carregava na ansiedade e a emoção estava contida. A virada continuava amarrada, minguada e apertada.

 

Com 97,43% das urnas, Lula virou em Minas Gerais, o prego estava batido, com a ponta virada. Com 98,21% dos votos, Lula estava consagrado definitivamente e irreversivelmente como o novo presidente do Brasil.

 

Na segunda, os caminhoneiros estabelecem mais de 300 pontos de bloqueios nas estradas brasileira, com o argumento de que a eleição continha irregularidades. Durma com um barulho desse!

 

Na terça, até que enfim o presidente Bolsonaro falou. Defendeu as manifestações pacíficas, que fecham as estradas, como simples fruto da indignação contra as injustiças nas eleições, mas que não seguissem os métodos da esquerda, que não respeitam o direito de ir e vir. O capitão é da ordem e progresso. O processo da transição vai começar dentro das quatro linhas. Mas que as manifestações têm um caráter golpista, lá isso tem.

 

Vamos ao término, mais rápido possível, dessa semana. Observe o que eu postei no artigo anterior: ‘Anote aí: em Ipirá, no segundo turno, vão votar 38 mil eleitores, Lula ficará com 29 mil votos e Bolsonaro com 8 mil votos; branco com 0,6% e nulo 2%. Para governador, Jerônimo terá 24 mil votos; ACM Neto 13 mil votos; branco 1% e nulo 4%. Não aposte um centavo nisso, porque se você apostar, você vai se lascá’.

 

Em Ipirá votaram 267 eleitores a mais do que no primeiro turno. No segundo foram 37.159 eleitores (errei) esse é o número verdadeiro do eleitorado de Ipirá, mesmo que tenha 45 mil inscritos, porque a maioria dessa turma está na luta pela sobrevivência por este Brasil de meu Deus!

 

Em Ipirá, Lula teve 27.996 votos (80,32%)[errei por mil votos]; Bolsonaro teve 6.860 votos (19,68%) (errei, por mil e pouco); Jerônimo teve 21.751 votos (61,84%) (errei), ACM teve 13.423 votos (38,16%) (acertei, porque essa é a votação da jacuzada). Votos brancos 429 (1,16%) e votos nulos foram 1.874 (5,04%). A eleição acabou. Tire suas conclusões.