segunda-feira, 27 de outubro de 2008

A FALTA DE UM MATADOURO VIROU CASO DE POLÍCIA.


O município de Ipirá é pobre e fica no semi-árido baiano. Estamos atravessando as ondas da crise mundial conjugados à nossa tão íntima e constante crise doméstica: a seca. O município de Ipirá não pode ser visto fora deste contexto.

Por mais que seja esperada, pela sua realidade cíclica, quando a seca acontece traz consigo imensos prejuízos ao setor produtivo preparado para suportar a estiagem, pois altera o seu custo operacional ampliando-o, ao mesmo tempo em que, provoca o definhamento econômico daqueles que não estão estruturados. São tempos difíceis, de pouca renda e muita despesa. O estrago econômico é muito grande porque atinge em cheio o setor produtivo mais relevante do município. Quem não entender essa incidência não terá uma compreensão verdadeira de Ipirá.

O setor produtivo da pecuária de Ipirá amarga duras penas. Faltam duas coisas essenciais e fundamentais: o MATADOURO de bovinos e ovinos e um CAMPO de vendas de animais decente e estruturado. Quem não perceber a necessidade dessas duas demandas básicas para Ipirá, não está entendendo qual é a verdadeira trilha para o desenvolvimento auto-sustentável desse município.

O grande e relevante problema econômico de Ipirá é a falta de infra-estrutura no apoio à produção rural local, isso é público e visível, além do mais, gera uma grande dificuldade, embaraço, desemprego e exclusão social.

O Brasil vive um momento em que toda ação é canalizada ao combate da exclusão social e justamente numa hora dessa a JUSTIÇA em Ipirá atua de forma firme e dura, em nome da lei, e confisca mais de duas toneladas de carne no Centro de Abastecimento.

Quem foi penalizado com essa ação ? Algum rico empresário ? Não. O prejuízo incidiu sobre pessoas excluídas, simples, trabalhadores que lutam duramente e com dificuldades pela sobrevivência e para sustentar suas famílias, além do mais não possuem recursos para cobrir as eventuais perdas financeiras. Os marchantes de carneiro atuam clandestinamente em Ipirá por não haver um abatedouro em Ipirá e pela própria tradição do ipiraense, que consome carne de carneiro abatido desta forma há mais de cem anos, assim sendo a melhor solução passa pela questão educativa e por criar condições estruturais. A ação coercitiva em nome da lei tornou-se relativamente exagerada neste devido momento, basta reportarmo-nos ao fato de que no período pré-eleitoral esse tipo de atitude não foi aplicado, devido à simples adaptação para atender aos interesses do pleito eleitoral que não poderia ser conturbado. Além do mais, as leis não são intocáveis, nem mesmo as Constituições, que sofrem reformas, embora tragam entre as principais conquistas, os direitos fundamentais à saúde e ao trabalho.

Existe a necessidade do reconhecimento de consagrados direitos sociais, no caso à saúde e ao trabalho, da mesma forma, de se proteger a sociedade do arbítrio e da omissão do Estado. O problema é complexo.

QUEREM RESSUSCITAR O 15 EM IPIRÁ.


O 15 foi derrotado em Ipirá. Querem mudar a regra do jogo depois da partida. Esta é uma atitude presumidamente legítima. Excelente ! porque depois da meia-noite todos os gatos são pardos.

Quais seriam as mudanças que adviriam com a elevação de 10 para 15 vereadores ? Sem dúvida, seria uma mudança restrita ao campo quantitativo, que em nada desbravaria novas fronteiras de interesse da comunidade, apenas oneraria os cofres públicos para o simples beneficiamento particular.

A quem interessa a mudança de 10 para 15 vagas na Câmara de Vereadores de Ipirá ? Só, exclusivamente só, aos proponentes da referida alteração. Essa não é uma reivindicação nascida no seio e incorporada pelo povo de Ipirá. É, simplesmente, particular e corporativista, desde quando, inclina-se em benefício direto dos suplentes inconformados em não auferirem dos recursos públicos para a manutenção do seus respectivos bem-estar social durante os próximos quatro anos.

Os vereadores derrotados no pleito de outubro 08 querem alcançar o céu por uma vereda chamada "aumento de 10 para 15", porque sabem que esse é o caminho mais curto à riqueza. Eles sabem como ninguém, que através da política pode-se atingir o paraíso, porque chega-se a um ótimo emprego, de duas horas de trabalho semanais e com subsídios elevados, acompanhados de verbas de gabinete para usufruírem da maior mordomia e nesse descanso chegarem a uma possível aposentadoria rápida. Isso é que é vida boa !

Sendo que os mais espertos ainda conseguem empurrar pessoas da família na fila dos cofres públicos, depois disso, eles vão de encontro ao desenvolvimento do município. Êta vida boa !.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

É DE ROSCA.


Em sua residência, o prefeito Dió, sentado em um sofá, começou a receber as visitas dos correligionários, puxas e amigos; pois bastou correr a notícia que seu estado de saúde tinha melhorado após a grande vitória eleitoral, para a movimentação começar e uma longa fila foi formada na entrada de sua casa; sendo que, a tarefa de acalmar os enfileirados cabia à empregada Natalina, que atenciosamente, de pessoa a pessoa, ia dizendo, calmamente:
- O prefeito Dió tá com uma saúde de jatobá, também depois de uma cacetada dessa na cabeça da jacuzada, o que ele tá é com uma moleza de dá pena de tanto pular no pula pula. Eu até falei pra ele num pulá tanto, mas ele faz de conta que é surdo. Eu já disse prá ele num trabaiá tanto nesse novo mandato; basta ele trabaiá no dia da feira, mas ele é de uma teimosia que não tem quem aguente; aí só prá pirraçá, ele trabaia a quarta e a quinta-feira. Mas, vosmicês pode ficá assussegado qui eu vou prepará um caldo de carneiro, que vai botá o homem de Deus prá trabaiá o ano todo – explicou a empregada Natalina.

Uma voz bradou no meio da fila:
- Ô dona menina eu preciso falar urgentemente com o prefeito Dió.
- Em primeiro lugá se assunte, o prefeito Dió tem nome, pelo menos vosmicê tem que falá o nome dele e o do irmão dele, o Mário, mas dessa vez eu vou disconsiderá, só porque vosmicê me chamou de dona menina. O que é que vosmicê quer ? – indagou a empregada Natalina.

- Eu quero dizer ao prefeito Dió e ao seu irmão Mário que as puliça tomaram as carne de carneiro dos machante lá no Centro e os prijuízo é grande. Ô dona menina, apergunte prá ele se ele não vai indenizar como fez com as farinha ? – falou a voz da fila.

A empregada Natalina entrou e foi dizendo ao prefeito Dió:
- Seu prefeito Dió, vosmicê andou dano muito lutrimento a esse povo e esse povo só anda chamando vosmicê de prefeito Dió, cuma se tivesse intimidade cum vosmicê. Tem um marchante de carneiro aí que tá anunciando que a poliça tomou as fuçura de carneiro lá na feira. O que vosmicê tem a dizê ?

- Ui ! ui ! uiiiiiiiiiiiiiiiiiiii ! e eu tenho nada a ver com carneiro ? Matadouro de carneiro é problema do elemento do blog. Eu quero é comemorar minha vitória. Ui ! ui ! uiiiiiiiii ! vamos preparar a festança da magnífica vitória.

- A festança da vitória que vosmicê vai aprumá pode deixá com minha pessoa os prato da comilança que eu vou fazê no capricho – disse a empregada.

- Não é só do cardápio que você vai ser responsável, cuide também da lista de convidados.

- Pode deixá prefeito Dió, vou convidá os mangangão,as otoridade, os macaco, os militante do PT de Ipirá ... – parou Natalina, quando foi interrompida pelo prefeito Dió.

- Não tem esse negócio de militante não; eu não vi essa tal militância do PT de Ipirá na campanha, eu enxergo as coisas e no meu entender o que o PT de Ipirá tem de bom é a cúpula, convide só a extraordinária cúpula do PT de Ipirá, ignore os militantes.

- Tá nu meu entender que vosmicê é quem manda, então militante é nu olho da rua, deixe comigo. Vou convidá também os puxa-saco da campanha.

- Nãaaaao ! esses aí eu não quero ver nem o nariz, não tenho nem mais saco para eles puxarem – disse o prefeito Dió com contundência.

- Mas prefeito Dió, os puxa-saco vem não é para comê não, é só prá fazê ui ! ui ! uiiiiiiiiiiiiiiii ! – argumentou a empregada Natalina.

- Não empregada Natalina, eu já disse, de puxa-saco eu não quero sentir nem o cheiro e do ui ! ui ! uiiiiiiiiiiiiii ! você se vira.

- Vosmicê é quem manda, pur minha pessoa eu dava um prestígio meia-sola a meia dúzia de puxa, mas é vosmicê quem manda e eu vou deixá os puxa nu lugá de merecimento, nu zolho da rua, só sentindo o cheiro do banquete, ui ! ui ! uiiiiiiiiiiii ! prefeito Dió. Agora prefeito Dió, vosmicê goste ou não eu vou mandá um convite todo chique para o Lulinha.

- Pode mandá um convite especial em meu nome, se ele vier será muito bem recebido, porque na política a gente nunca sabe como vai ser o amanhã, e antes um jacú depenado na mão do que um macaco orelhudo pulando, mas eu duvido que ele compareça depois de levar uma xapuletada de 2 412 no lombo.

- Não, prefeito Dió ! não é o Lulinha do Demo, fantasiado de 15, é o Lulinha presidente do Brasil.

- E eu chegando a duvidar da capacidade de minha querida empregada Natalina. Você é minha melhor secretária.

- Êta prefeito Dió, quando vosmicê diz isso eu fico que nem foguete e subo nas núvem. Prá ajudá mió vosmicê, tive uma idéia supimpa e vou dizê prá vosmicê. Vou convidá o prefeito de Salvador, João Henrique Carneiro para a festa.

- Páaaaara Natalina. Desculpem acompanhantes da novelinha, mas eu tenho que dizer: NATALINA, VOCÊ QUANDO NÃO CAGA NA ENTRADA, CAGA NA SAÍDA. Desculpem, eu já estava engasgado. Por que você não disse que vai convidar o prefeito Pinheiro ? E vem lembrar logo de carneiro e matadouro. Eu vou lhe dizer aqui e agora, se esse carneiro vier eu apronto esse matadouro de carneiro em dois dias e ele é quem vai inaugurar.

- Mas prefeito Dió, cuma é que eu ia pensá em convidá o prefeito Pinheiro ? Vosmicê já pensou cuma ele ia adentrá nessa casa, vosmicê ia ter que botá abaixo o telhado da casa de vosmicê pra o prefeito Pinheiro chegá na sala. Então pelo tamanho, o prefeito Carneiro tava de bom tamanho.

- Olha Natalina ! vá cuidar da comida e deixe a lista de convidados comigo e você está rebaixada à função de assessora imediata da cozinha – disse o prefeito Dió.

SUSPENSE: o que será que vai acontecer ? Enquanto a polícia armada confisca a carne de carneiro no Centro será que vai rolar essa buchada de carneiro na casa do prefeito Dió ?
Leia o último capítulo : nas postagens anteriores,
OBSERVAÇÃO: essa novelinha é apenas uma brincadeira literária que envolve o administrador e o matadouro e, sendo assim, qualquer semelhança é mera coincidência.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

É DE ROSCA.


Estilo: ficção.
Natureza: novelinha.
Capítulo: 09. (mês de junho 2008 – quatro meses de atraso)
Observação: leia os capítulos 1/2/3/4/5/6/7/8 nas postagens anteriores.

Você lembra do último capítulo da novelinha ? Reprise: O prefeito Dió tinha chegado ao matadouro conduzido pela ambulância.
O prefeito Dió já estava mais calmo e em condições de assumir o controle da situação. Chamou o motorista da ambulância e ordenou-lhe:
- Vamos para minha residência.
O motorista, que acompanhou atento toda aquela conversa, percebeu uma melhora substancial na fisionomia do prefeito Dió, mas com a intenção de ser mais precavido do que obediente, perguntou-lhe:
- O senhor não quer dá uma passada no Hospital de Ipirá ?
- Que pergunta mais indigesta. De que adianta passá no Hospital de Ipirá ? vosmicê num vê que esse Hospital de Ipirá tá pela metade já faz um bando de tempo – falou a empregada Natalina, com a voz estrondosa.

O prefeito Dió passou um rabo-de-olho na empregada, que teve a mesma vibração de uma faca afiada penetrando na carne-viva, e foi dizendo de forma ríspida:
- Esse Hospital de Ipirá nunca parou de funcionar, e a pintura reformista foi milimétrica, minuciosa e cheia de detalhamento, para que a saúde do povo de Ipirá seja o bem mais precioso a ser acompanhado em minha administração.
- Calma prefeito Dió ! O que eu quero alembrá a esse motorista da ambulância é que o Hospital de Ipirá num tá inteiro prá curá essa moleza do prefeito Dió, isso só vai amelhorá, com as comida que eu faço lá na cozinha de sua casa – aí ela falou no ouvido do motorista - mete o pé no acelerador e vamo prá casa do prefeito Dió, que eu vou prepará uma buchada de carneiro – completou a empregada.

Em frente ao Hospital Regional de Ipirá o prefeito Dió soltou aquele gemido:
-Ui, Ui, Uiiuiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii !
-Vosmicê está sentindo dor adonde meu amo ? – indagou a dedicada empregada Natalina.
- Que dor coisa nenhuma empregada Natalina. Bota tua boca para o lado de lá que eu já estou do lado de cá. Eu estou é tirando sarro com a cara da jacuzada – disse o prefeito Dió.
- Vosmicê té é na novelinha, home de Deus. Vosmicê tava lá no matadouro, deu um treco e agora está no Hospital Regional de Ipirá prá ser internado – explicou a empregada.
- Onde ? No Hospital Regional de Ipirá ! eu já estou são. Veja que reforma espetacular eu realizei nesse hospital, o doente chega aqui e basta olhar para o Hospital a doença vai embora – disse o prefeito Dió.
- Eu já falei prá vosmicê, qui vosmicê tá é na novelinha, então vosmicê deixa de dá pulo por riba de lombo de jegue, prumode qui as campanha já se findou e agora a novelinha do home do blog vai vortá pur riba de tudo e vosmicê tem mais quatro anos prá da um jeito de arrumá esse matadouro de ovelha.
- Chega empregada Natalina dessa conversa repetida de matadouro de ovelha. O povo não que nem saber disso. Não seja burra – disse irritado o prefeito Dió.
- Cuma é prefeito Dió ? Vosmicê tá me chamando de burra ? É isso o que vosmicê anda por aí istribuchando deu ? – indagou a empregada Natalina com a voz chorosa.
- Não é do jeito que você está pensando não, querida empregada Natalina. Deixe eu explicar detalhadamente para você, que é uma pessoa de uma inteligência acima do normal, entender melhor. Preste bem atenção. Aquele sujeito do blog ficou falando desse tal matadouro de ovelha o tempo todo e o povo nem deu ouvidos. Você sabe quem é. Eu dei uma xapuletada nele, que ele perdeu até o jeito de andar. Então minha querida empregada
Natalina, não perca seu precioso tempo acompanhando essa tal novelinha, que além de tá atrasada faz quatro meses, não bota ninguém pra frente. Se eu ficasse dando ouvidos e acompanhando essa tal novelinha, eu ia ficar era no buraco e tinha perdido as eleições – argumentou o prefeito Dió.

Natalina ficou pensativa e soltou um rápido palpite: - mas que é vosmicê que tem quatro anos adiante prá alevantá esse matadouro de ovelha, lá isso é.

O prefeito Dió franziu a testa, olhou bem fundo nos olhos da empregada e disse: - o abatedouro de ovelha de Ipirá já está pronto, fica lá em Pintadas e não se fala mais nisso.
- Pintadas é Pintadas e Ipirá é Ipirá – disse Natalina.
- E quem é que não sabe disso ? É isso que se dá com as pessoas que ficam atreladas a essa novelinha; só enxergam dessa maneira. Observe bem, Pintadas já foi de Ipirá e vamos fazer uma suposição: pense que Pintadas continua pertencendo a Ipirá, assim sendo, um abatedouro de ovelhas localizado em Pintadas está também em Ipirá.
- Mas Pintadas não é de Ipirá.
- E quem disse que é ? Eu falei se. Como era antes, e se fosse como era antes. Ninguém ia dizer nada e ia ficar orgulhoso de ter um matadouro daquele porte. Agora, vamos parar com essa conversa, desde quando,o problema já está resolvido. Eu estou preocupado é com os meus novos problemas. Oh ! minha querida empregada Natalina, você acha que eu devo entregar essa grandiosa obra do Hospital reformado ao PT de Ipirá ? – indaga o
prefeito Dió.
- Desses assunto eu não tô a entender e de maneira arguma eu posso dá aconselhamento, mas já qui vosmicê tá a indagá, eu adianto prá vosmicê que esse Hospitá de Ipirá é um caso sem jeito, aí vosmicê tasca nas mão do PT de Ipirá e adispois conta que quem esculhambou tudo foi eles.
- Você tá doida Natalina ? O governador ainda é do PT. Com essa turma eu tenho que ir na maciota, já estou até pensando em entrar no PT, mas tem uma lei da Infidelidade que está atrapalhando. Agora, eu tenho que pisar no rabo com gosto é dessa turma da macacada orelhuda do pula-pula; chegaram a tirar meu sono e deixaram-me no desespero com aquele ensaio de querer saltar de galho, mas eles vão me pagar. Você sabe quem são eles.
- Eu não sei de nada. Não me bote nesse bolo que eu não sou fermento. Vosmicê fica dano seus freio de arrumação e fica quereno que eu não use o cinto de segurança. De repente acontece aquele home do blog atentá e eu dou
com as língua nos dente e eu boto prá fora essa lista de meio metro de nome de macaco, aí vosmicê vai querer me depená com pensamento que eu sou jacú e porque a audiência da novelinha vai lá prá riba.
- Pára empregada Natalina ! Não sei onde é que eu estou para confiar numa pessoa que só fala nessa novelinha, isso só pode ser doença e a única doença que eu gosto e adoro é a doença jacú-macaco. Vamos para casa que eu já não aguento mais – ordenou o prefeito Dió ao motorista, que calado escutou toda aquela conversa.

SUSPENSE: o que será que vai acontecer ? será que vai rolar essa buchada de carneiro na casa do prefeito Dió ?
Leia o último capítulo : nas postagens anteriores, mês de maio 2008.
OBSERVAÇÃO: essa novelinha é apenas uma brincadeira literária que envolve o administrador e o matadouro e, sendo assim, qualquer semelhança é mera coincidência.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

No comprendo bien el hable de algunos números.


Estou voltando a postar no meu blog depois de uma temporada de três meses afastado por imposição da lei eleitoral. Retorno com a cabeça cheia de números e pensando nas possibilidades que se arquitetaram e nas que deixaram de despencar porque jamais foram cogitadas.

A numerologia pode até não ter serventia alguma depois do ato consumado, mas destampa profundos sentimentos e desanuvia complicados caminhos percorridos entre nebulosas quimeras.

O PT de Ipirá acertou em cheio no seu objetivo estratégico de reeleger o prefeito Diomário, desde quando isso aconteceu. Se o objetivo do PT de Ipirá não era eleger os dois vereadores eleitos pela coligação (Eduardo / Jaildo) o tiro acertou no próprio pé. Aí fica uma situação de vencedor e outra de derrotado. Comemorar com o prefeito Diomário é tomar um Lacto-purga para curar dor de cabeça, desde quando haverá dificuldades para aplicar um programa mínimo conjunto que não foi discutido. As secretarias formalizam a forma como o PT de Ipirá foi rebocado.

A coligação PT/PTC/PPS/PSB atingiu a marca de 6304 votos e fez dois vereadores, Eduardo do PSB (1342 votos) e Jaildo do PTC (1022 votos). O PT perdeu o mandato que manteve durante 16 anos. Se esse mandato não representava nada na questão política, nada se perdeu; sendo o contrário, representa uma grande derrota eleitoral.

O PT de Ipirá rachou à torto e a direita. Brigou para fazer dois vereadores, terminou sem nenhum. A macacada reconheceu a dívida de gratidão e aumentou a votação dos protagonistas do acordo, mas não enxertou os outros cinco candidatos das fileiras de baixo. Mas é assim mesmo, o reconhecimento é para os merecidos, mesmo que o discurso de conteúdo enviesado traga em si o efeito bumerangue.

A velha, surrada e cansada (em Ipirá) coligação de esquerda PT/PCdoB somaria 3303 votos: 2605 do PT + 698 do PCdoB. Teria atingido o coeficiente eleitoral e feito um vereador, mas pouco importa diante da firme justificativa de que as secretarias darão maior visibilidade política e garantirá um vereador em 2012. Nada melhor do que uma bela certeza.

O governador Jaques Wagner fez sua opção pela macacada e afirmou que se votasse em Ipirá votaria em Diomário, que foi eleito e o governador acertou no apoio, mas ele esqueceu de votar no vereador e o PT de Ipirá perdeu o mandato que tinha e não se tornou a grande força-motriz política que pretendia ser e agora tem que se contentar com a generosidade do prefeito Diomário. Assim é a vida na mumerologia.